Depois Daquele Amanhecer... escrita por UchiHaruAkasum


Capítulo 2
Inspire E Expire...


Notas iniciais do capítulo

Boa noite. Aqui estou eu postando o segundo capitulo, pretendo escrever uma fic um tanto longa por ter muitas ideias. Pretendia postar com certa frequencia, mas meu pc resolveu vir a óbito...
Por favor, deixem seus comentarios e opiniões assim vou saber se estão gostando.



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Cap. 02 – Inspire e Expire...

 

     O Sr. Darcy sempre se considerou um homem ponderado e centrado, sendo difícil que algo o abala – se ou perturba – se, a exceção à regra é claro fora a atrevida mulher que ele tão desastrosamente cortejara, mas enquanto Elizabeth havia tirado – o do eixo com suas provocações e gênio forte que o levaram a apaixonar – se ardentemente por ela, aquela histérica senhora estava deixando – o louco de um jeito totalmente diferente e desagradável. A Sra. Bennet poderia testar até mesmo a paciência de um santo, constatou naquele dia.

— O Sr. Darcy que bela casa o senhor tem. Tudo parece caro. – Comentava ela cheia de felicidade parecendo ignorar por completo os olhares das filhas a sua volta e os constantes cutucões do Sr. Bennet. – Veja isso é de ouro maciço.

— Fico feliz que esteja apreciando a futura morada da sua filha, Sra. Bennet. – Fitzwilliam devolveu lembrando a si mesmo a única razão no mundo que o levaria a aguentar aquela mulher tagarela como sogra.

— Sim, é tudo muito bonito. – A Sra. Bennet concordou sorrindo largamente enquanto continuava olhando para todas as direções sem saber ao certo no que se concentrar primeiro. – Lizzy é muito sortuda!

     Bingley que vinha descendo as escadas com o braço enroscado no da noiva parou de chofre ao enxergar os recém chegados, embora para Darcy parece – se incrível que o seu melhor amigo estivesse tão enfeitiçado com a Srta. Jane para não ter escutado o tom elevado da mãe da mesma.

— Sra. Bennet! Que grande prazer vê – lá. – Charles se apressou adiantando – se para a senhora e beijando a mão da mesma, cheio de uma empolgação que Fitzwilliam jamais seria capaz de reproduzir. – Espero que tenha feito boa viagem.

— Claro que sim. – Ela respondeu se abanando com o leque, mais animada ainda por encontrar o seu outro genro rico. – Oh, que felicidade ver o senhor também.

— Devagar querida. Vai acabar com os seus nervos. – Gracejou o Sr. Bennet que se mantivera calado até então.

— Bem vindo papai. – Desejou Elizabeth aproveitando a deixa para ir até o agradável patriarca e abraça – lo com carinho.

— Lizzie. Você está cada dia mais linda. – Ele respondeu amavelmente retribuindo o gesto não parecendo se importar com a saudação mais contida da filha preferida para com a mãe. – Essa distância toda valeu a pena só para ver você e Jane tão radiantes.

— Obrigada. – A mais velha das Bennet respondeu largando o braço do noivo para abraça – los também. – Como estavam todos quando saíram? A Sra. Lucas melhorou do resfriado?

— Sim. Ela estava muito melhor quando partimos. – A Sra. Bennet respondeu sorrindo lisonjeada e ainda meio hesitante quando o Sr. Darcy se adiantou - se para convida – los para a sala de visitas onde poderiam todos se sentar para conversar melhor e comer alguns lanches leve. – Oh, Sr. Darcy como é gentil.

— Por aqui, por favor. – Pediu guiando – a com habilidade enquanto recebia um sorriso encorajador e cheio de amor por parte de Elizabeth que estava junto de seu braço direito. Apertou a mão macia dela e lhe sorriu de volta discretamente, havia algo no mundo que não fizesse por aquela mulher?

—_

   A sala de visitas se encontrava bem cheia com os Bennet’s, Bingley e os Darcy presentes. Kitty comia os biscoitos que a governanta trouxera a pouco, Mary se juntara a Georgiana no banco do piano onde pretendia aprender algumas notas novas, Bingley como sempre era só sorrisos, Fitzwilliam tomava chá concentrado no que o Sr. Bennet lhe contava, já Elizabeth e Jane (reconhecidamente as mais sensatas da família) faziam de tudo para manter as conversas longe de temas perigosos ou desagradáveis, mas é claro que nem sempre isso era possível.

— A Sra. Lucas mal se recuperou do resfriado e se colocou dentro da nossa casa. Perguntava das meninas o tempo todo. – A Sra. Bennet recomeçou o assunto que já fora cortado pelas duas filhas mais velhas diversas vezes. – Parecia não acreditar quando disse que Jane e Lizzy estão noivas, olhe só! Como se eu fosse dada a mentir!

— Um absurdo de fato, Sra. Bennet. – Concordou Charles tomando mais um pouco de seu chá.

— Sim. – A matriarca exclamou se abanando animada. – Ela me olhou como se eu tivesse perdido o juízo quando contei que a minha Lizzy se casaria com o Sr. Darcy.

A menção de seu nome o referido cavalheiro arqueou as sobrancelhas e enfim voltou a atenção para a sua futura sogra que parecia estar em êxtase enquanto contava a reação aos vizinhos diante daquela noticia inesperada.

— E ao lhe contar onde todas estavam então... – A Sra. Bennet riu junto com Bingley. – A Sra. Lucas parecia em vias de chamar um médico para atestar a minha loucura.

— Todos temos desses momentos na sua presença, querida. – O Sr. Bennet comentou como quem não queria nada lançando uma piscadela para a sua filha preferida e um sorriso pequeno como quem se desculpa para o noivo desta. – Mais vezes do que somos capazes de contar.

  Elizabeth escondeu o riso tomando mais um gole de sua xicara e muito discretamente tocou a manga do Sr. Darcy sentado ao seu lado. Ele a fitou com intensidade por alguns segundos sentindo um dos cantos de sua boca se erguer diante daquela situação toda.

 O som dissonante das teclas do piano causou um sobressalto a todos na sala que se viraram de imediato surpresos como tal nota poderia ser estragada daquela forma, mas pareceram relaxar quando viram que era Mary que tocara e não Georgiana.

— Desculpe. – A Darcy mais nova pediu envergonhada pela atenção fixa nas duas. – A Srta. Mary me pediu para ensinar – lhe algumas partituras.

— Ah, meus nervos vão ficar em frangalhos. – A Sra. Bennet que até então estivera muito bem em contar as fofocas da vizinhança, de repente parecera murchar diante da possibilidade de ouvir sua filha tocar. – Mary querida, você deveria...

— Aproveitar essa oportunidade ao máximo. – Elizabeth interrompeu mortificada com o tratamento de sua mãe para com Mary que sempre se esforçara para agrada - lá. – Se Georgiana não se incomodar é claro.

— De maneira alguma. – A sua futura cunhada se apressou em responder, logo ficando tímida diante de tantos olhares dirigidos a ela. – Adoro tocar duetos.

— Então divirtam – se. – Desejou ignorando por completo a mãe que abrira a boca novamente para protestar.

— Obrigado. – As duas agradeceram e sorrindo uma para a outra voltaram a estudar as partituras espalhadas a sua frente.

A Sra. Bennet bufou completamente contrariada enquanto se abanava com o leque e lançava olhares ofendidos a sua filha menos querida, mas o seu mau humor se abrandou ao fitar o homem sentado ao lado dela, a lembrando novamente de que Elizabeth era muito sortuda por ter conseguido um partido tão rico. Rapidamente seu semblante voltou a alegria esfuziante e toda sorrisos para o futuro genro passou para um tema que muito lhe interessava.

— Ah, Sr. Darcy vim pensando nisso o caminho todo para cá! – Começou se atropelando nas palavras devido a empolgação. Comeu um biscoito da grande travessa para dar uma pausa dramática antes de prosseguir. – Quando será o casamento do Sr. com a minha Lizzy? Espero que seja para breve.

— Ainda não decidimos Sra. Bennet. – Respondeu ele deixando a sua xicara de lado e para o espanto de todos pegando a mão da noiva entre as suas. – Deixei a cargo da Srta. Elizabeth escolher a data e ainda não a recebi.

— Lizzy!!! – O tom de reprimenda era claro na voz da Sra. Bennet.

— Mamãe... – E o revirar de olhos de Elizabeth era mais do que esclarecedor sobre como aquilo a extenuava.

— Pensamos em um casamento duplo. – Jane de repente se pronunciou fazendo todos olharem para ela. Inclusive Georgiana e Mary que só naquele momento desviaram a atenção do piano.

— Um casamento duplo? – Charles foi o primeiro a falar parecendo perdido entre o espanto e a alegria diante daquela proposta. – Os Bingleys e os Darcy casando no mesmo dia e lugar?

— Sim. – A mais velha das irmãs Bennet confirmou sorrindo para o noivo que voltou o olhar cheio de expectativa para o melhor amigo que permanecia estupefato.

— Já imaginou isso? Nós dois nos casando lado a lado. Seria algo...

— Trágico! – A Sra. Bennet o cortou chorosa demais para alguém que estava discutindo o casamento das duas filhas mais velhas. – Oh, que Deus não permita um disparate desses.

— Qual seria o problema Sra. Bennet? – O anfitrião de repente se viu falando, não de todo recuperado do choque que fora aquela ideia, mas se sentindo incomodado com tamanha dramaticidade desmedida.

— Sr. Darcy, por favor. Coloque um pouco de juízo na cabeça dessas meninas! – Ela pediu ignorando por completo as sobrancelhas arqueadas de todos os presentes. – Um casamento tem que ser algo magistral e único. Se as duas se casarem na mesma cerimônia imagine só o que vão falar?

— Desculpe mamãe, mas o que falariam? – Jane se pronunciou lançando olhares preocupados para a irmã que parecia pronta para colocar uma mordaça na boca da própria progenitora.

— Jane! Na certa dirão que estamos em dificuldades e que quisemos economizar fazendo apenas uma festa. Imagine só! Logo vocês duas que juntas somam mais de...

— Para mim seria perfeito. – Elizabeth enfim perdeu a paciência e levantou – se de súbito, sobressaltando a todos, os olhos negros faiscavam em uma miscelânea de sentimentos que ninguém ali poderia começar a compreender. – Nada me agradaria mais do que me casar com o homem que amo ao mesmo tempo em que a minha irmã mais querida se casa com o seu amado.

   O silencio pairou na sala pela primeira vez naquela manhã, pelo menos até que o som de Kitty se engasgando com um biscoito o quebrasse. Desviando os olhos daquela cena Jane se adiantou para ajudar a irmã mais nova que já ameaçava ficar roxa, Bingley pareceu despertar também e apressado ofereceu a pobre cunhada um copo de suco ao qual ela virou de uma só vez desesperada para voltar a respirar. O Sr. Bennet imperturbável voltou a atenção ao seu chá enquanto Mary e Georgiana trocavam olhares entre si. Já a Sra. Bennet...

— Lizzy...

— Então... – Elizabeth começou engolindo em seco ao perceber o que havia acabado de falar. -... essa a minha opinião, com a licença de todos vou me retirar. Preciso de um pouco de ar fresco.

  E sem uma palavra de qualquer um dos presentes ela fez a mesura mais rápida que foi capaz e saiu tão intempestivamente da sala que foi possível ver suas botas de cano curto quando o belo vestido lilás rodopiou abraçando as suas pernas.

— Sr. Darcy... – A Sra. Bennet chamou alarmada ao olhar para o dono de Pemberley que se encontrava travado na poltrona com uma expressão neutra, os olhos sérios não entregando nada.

 Kitty que finalmente conseguira voltar a respirar tomava um segundo copo de suco quando quase voltou a engasgar, pois o Sr. Darcy sem dar nenhum tipo de sinal levantou – se, ele era um homem impressionante, maior que a maioria e com uma expressão tão polida quanto se esperava de alguém com as suas posses, porem desmentindo toda e qualquer tranquilidade em seu semblante as íris azuis revelavam sentimentos tão complexos quanto os de Elisabeth a poucos segundos. Voltou – as para Georgiana que se reclinou para frente curiosa e só através daquele contato entendeu o que o seu irmão perguntava.

“Vá atrás dela!” Disse em pensamento sorrindo ao ver o quanto a sua futura irmã era amada. “Ficarei bem.”

Engolindo em seco, o Sr. Darcy concordou com um meneio de cabeça e sentindo que talvez não fosse capaz de falar alguma coisa fez uma breve mesura a todos e se apressou atrás de sua noiva.

— Bem... – O Sr. Bennet começou quando o viu sumir atrás do umbral da porta, o som dos passos pesados ecoando cada vez mais longe. – Não podemos dizer que a sua insolência foi de todo ruim, minha cara Sra. Bennet...

—_

 Os longos e vazios corredores de Pemberley nunca lhe pareceram tão incômodos, a cada curva, mais outra se apresentava e quanto mais demora – se mais longe Elizabeth poderia ir.

— Sra. Reynolds. – Chamou esperançoso ao avistar a governanta no largo hall de entrada, ali estava alguém que poderia lhe fornecer a informação que estava precisando.

— Sr. Darcy. – Ela respondeu soltando os arranjos florais que arrumava e batendo as mãos no avental impecável. – Posso ajuda – lo?

— Sim. – Ele começou dando – se conta apenas naquele momento em como estava ofegante e notando também o olhar espantado da mulher diante daquele fato. – Minha noiva... a senhora a viu?

 A governanta hesitou por um momento, parecendo incapaz de processar o que via, conhecia o Sr. Darcy desde a infância e mesmo nesse período da vida dele, ela nunca o vira tão... desalinhado. Sendo bem sincera ela estava prestes a gritar pelo mordomo, pois temia que o seu patrão fosse hiper – ventilar.

— Sra. Reynolds... – Começou de novo com a respiração mais controlada.

“Inspire e expire. ” Dizia a si mesmo tentando manter a calma.

— A Srta. Elizabeth acabou de sair. – Informou enfim, vendo – o assentir, mas ainda havia outra pergunta praticamente brilhando em seus olhos. – Ia na direção do lago.

— Obrigado. – Ele agradeceu retribuindo a mesura dela e se pondo a caminho o mais depressa que seus pulmões permitiam.


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Notas finais do capítulo

Por enquanto é isso, Elizabeth escapuliu depois de jogar a bomba, Kitty quase morreu sufocada e o Sr. Bennet como de costume fez algumas tiradas sarcasticas as custas da esposa tagarela. Kkkkkkkkkkkk! Espero que tenham gostado! Deixem reviews! Até a proxima.



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