Um Amor Improvável - Itachi Uchiha (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 1
A Caverna Sombria


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Neste capítulo a identidade da médica estará em segredo, mas saberemos como sua história com Itachi começou.



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Havia uma médica ninja que morava próximo à Vila Oculta da Folha. Ela vivia sozinha e não gostava de ser vista, reconhecida e nem sequer fazia questão que soubessem seu nome. Ela usava a bandana da folha, mas quando prestava algum atendimento médico na Vila, usava uma máscara, tornando difícil o reconhecimento de seu rosto, caso a vissem sem ela.

O motivo dela esconder sua verdadeira identidade era desconhecido para muitos. Apenas 3 pessoas da Vila da Folha sabiam sobre sua moradia nas proximidades, e o motivo? Ela acreditava não ter nascido para receber reconhecimento e excluiu completamente essa vontade de sua vida, usando essa maneira extrema. Mas apesar do esforço para fazer todos acreditarem nisso, existia um motivo maior.

Ela era especialista na Técnica de Composição, mas não apenas de antídotos. Além de seu vasto conhecimento da composição química de venenos e confecção de antídotos, ela era especialista na composição de medicamentos a base de ervas e raízes. Ela morava na floresta e sempre andava por lá para colher ervas e raízes para fazer seus remédios. Esse era o seu trabalho na Vila da Folha e havia pessoas encarregadas de buscar os remédios que só ela sabia fazer com eficácia para levarem para o Hospital de Konoha.

Em um belo dia, ela saiu para uma de suas longas caminhadas na floresta, mas dessa vez, ela não foi colher ervas medicinais, apenas saiu para respirar ar puro e apreciar a natureza, algo que ela tinha o costume de fazer. Por estar distraída com seus pensamentos, ela não se deu conta do quanto já havia andado, até que percebeu uma caverna bastante isolada. Ela observou a caverna, se dando conta de que nunca havia notado antes e, ao se aproximar, ela sentiu que aquele lugar tinha um clima sombrio. Depois de sentir o clima umbroso daquela caverna, ela recuou e seguiu andando. Depois de alguns passos, ela avistou dois homens, que estavam trajados com mantos estampados com nuvens vermelhas, vindo em sua direção. Eles estavam à uma distância que com certeza já haviam notado ela e, conforme eles se aproximavam, ela se certificava de que, aqueles trajes, representavam um grupo da qual ela já havia ouvido muito falar. 

— Akatsuki. -- Ela disse e logo os olhou intrigada.

Porém, apesar de ter ficado extremamente intrigada com a presença deles pelas proximidades, ela decidiu seguir andando e tentou passar desapercebida, para que eles não pensassem que ela estivesse espionando-os, mas um dos homens a parou quando chegou mais perto. Os homens eram Itachi Uchiha e Kisame Hoshigaki...

— Ora, ora! Parece que a Folha já começou a enviar seus ninjas espiões. Ou estou enganado? -- Kisame disse.

— Está enganado, não sou nenhuma espiã. -- Ela respondeu com firmeza.

Kisame não era violento sem motivo e odiava mentiras. E por Samehada não ter detectado o chakra da médica, ele não acreditou nas palavras dela. Além disso, ele sabia que essa é uma tática muito usada por ninjas espiões.

— Acha mesmo que eu vou acreditar em alguém que esconde o próprio Chakra? -- Kisame disse.

— Hum, acontece que eu tenho os meus motivos para fazer isso e não é por espionar alguém.

Kisame se aproximou de um jeito intimidador.

— Então me dê um bom motivo, caso contrário, terei que matá-la.

A médica ficou em silêncio e o encarava de forma destemida. Por não ter obtido resposta, Kisame entendeu que, deixá-la viva, poderia trazer alguns problemas para eles...

— Bom, vejo que serei obrigado a matá-la. Só não diga que não lhe dei uma chance. -- Kisame pegou Samehada e a cravou no chão.

Itachi permaneceu em silêncio e a médica, ao invés de recuar ou implorar para deixarem ela ir, demonstrou estar calma e confiante.

— Não estava nos meus planos uma luta hoje, mas... -- Ela estalou os dedos.

Kisame ao perceber que ela não estava com medo, se intrigou...

— Vejo que confia bastante em si mesma. Mas também percebo que você não tem ideia de com quem está falando. 

Kisame desferiu um golpe com sua espada, Samehada, mas a médica se desviou. Ele sorriu com malícia e  começou a dar golpes seguidos e velozes, mas ela se desviava rapidamente de todos e sem revidar, até que ela parou um golpe da espada de Kisame com uma Kunai...

— Eu já disse que não sou uma espiã! Me deixe em paz! -- Ela o encarou de forma intimidadora.

Era sua última tentativa de convencer eles de que não era uma espiã, mas Kisame ficou furioso e se preparou para atacá-la novamente, porém, dessa vez, Itachi o parou.

— Já chega, Kisame! 

Ela ficou surpresa ao ouvir Itachi.

— Deixe-a ir.

 Kisame o encarou em silêncio por alguns segundos, inconformado, mas ele respeitou o pedido de Itachi e  recuou. Itachi deu dois passos a frente, se aproximando dela...

— Não volte mais aqui. Eu não gostaria de ter que matá-la. -- Ele disse com frieza, olhando-a nos olhos.

Ela se assustou. Olhar naqueles olhos, lhe causou a mesma sensação sombria de quando ela se aproximou daquela caverna.

— A-Apenas não me dei conta da distância que andei. 

Ela olhou para Kisame por um breve momento e depois, voltou a olhar Itachi.

— Tentarei não voltar mais aqui. -- Ela disse.

— Ótimo. Vamos, Kisame.

Kisame  colocou Samehada sobre seu ombro e os dois seguiram em direção oposta a da médica. 

Depois daquele episódio, ela ficou pensando naquele homem que de certo modo a defendeu. Apesar de seu ar sombrio, a personalidade de Itachi era marcante. Mesmo tendo ouvido falar sobre os dois ninjas da Folha que foram para Akatsuki, ela não se lembrava do nome dele, mas seu rosto, ela tinha a impressão de já ter visto antes. Enquanto ainda andava pela floresta, se distanciando daquela caverna, e pensava sobre ele, ela se deu conta de algo. Há um tempo atrás, ela havia prestado atendimento a uma criança parecida com ele e foi quando aconteceu as lutas do exame Chunin, na Academia ninja da Folha. 

"Como se chamava aquele garoto da marca da maldição?" -- Ela pensou.

Depois de alguns segundos, ela pareceu se lembrar.

— Sasuke... Sasuke Uchiha.

Ao se lembrar do nome Uchiha, ela se deu conta de que aquele homem era o tão falado autor do massacre do clã Uchiha, que poupou apenas seu irmão mais novo. 

— Hum, Itachi Uchiha. -- Ela mencionou preocupada, pois ele ainda era considerado uma ameaça para Konoha.

Sua preocupação com esse encontro inesperado com Itachi e Kisame, foi interrompida quando ela ouviu o que pareceu ser filhotes de gatos miando bem próximo. Ao olhar ao seu redor, buscando pelo som dos miados, ela logo identificou de ondes eles estavam vindo e seguiu na direção do som. Atrás de uma pedra, havia uma família de gatos que estavam se escondendo a alguns metros depois daquela caverna, uma mãe e três filhotes. Isso a fez sorriso, pois lhe trouxe doces lembranças de sua infância. Ela teve duas irmãs mais velhas e elas amavam gatos. Quando criança, ela e suas irmãs cuidaram de dois filhotes que acharam na floresta, até eles se tornarem adultos. 

Sua mãe era do clã Uzumaki. Ela foi uma Kunoichi com habilidades sensoriais e dominava técnicas de selamento. Seu pai era do clã Senju e foi um Jounin muito habilidoso. Sua irmã mais velha, também foi uma Kunoichi e a do meio decidiu se dedicar aos estudos,  pois queria se tornar uma médica quando fosse mais velha. Infelizmente todos perderam a vida quando ocorreu o ataque da Raposa de Nove Caudas à Vila da Folha, sendo ela, a única sobrevivente da família.  

Ela ficou distraída por um tempo, tentando construir um abrigo para os gatos e mesmo não sendo muito boa em construir casinhas de animais, ela fez um bom lugar para eles se abrigarem nos dias de chuva. Quando já estava escurecendo, ela deixou os gatinhos no abrigo e voltou para casa. Agora ela tinha um bom motivo para caminhar pela floresta todos os dias, além de colher as ervas medicinais.

No dia seguinte, ela se levantou bem cedo, além de precisar de ervas também foi levar comida e água para os gatos. Ao se lembrar da confusão que quase se meteu no dia anterior por se aproximar daquela caverna escondida, ela sabia que precisaria  chegar ao abrigo dos gatos sem ser notada por aquele dois. Mas isso seria um grande desafio, já que o abrigo dos gatos não ficava muito longe daquela caverna.

Ao sair de casa, ela decidiu que a melhor maneira seria segui o caminho até o abrigo dos gatos em alta velocidade. Ela correu pela floresta, saltando sobre os galhos das árvores e, em poucos minutos, chegou no abrigo dos gatinhos. Porém, ao observar o abrigo, notou que a mãe dos filhotes não estava. Ela pensou que, talvez a gata mãe tivesse saído para caçar e, como os filhotes ainda eram muito pequenos e se alimentavam apenas do leite da mãe, ela decidiu ir colher as ervas que precisaria naquele dia, enquanto a gata mãe não voltava. Ela andou pelos arredores, em busca do que precisava para trabalhar naquele dia. Ela sempre recebia listas de receitas médicas do Hospital de Konoha e sabia exatamente qual remédio fazer, pois possuía muito conhecimento sobre as ervas medicinais e seus efeitos. Enquanto colhia as ervas, não percebeu que o tempo estava se fechando para chover e, alguns minutos depois, uma chuva forte começou a cair. Ela logo se preocupou em ir ver se o abrigo que fez para os gatos foi o suficiente para protegê-los da chuva, que estava muito forte. Ao se aproximar do abrigo, ela notou que os filhotes também haviam sumido. Ela se intrigou, mas logo pensou na possibilidade da mãe ter carregado eles para outro lugar, que ela julgou ser mais seguro. Enquanto pensava sobre isso, ela se assustou ao ouvir passos se aproximando de onde estava. Porém, era estranho que ela não tivesse sentido nenhum Chakra. Ela ficou atenta, olhando à sua volta, mas não viu ninguém. Antes que alguém pudesse vê-la ali, ela decidiu  ir embora e saiu em alta velocidade pela floresta, voltando para sua casa.

Mais tarde, quando já havia escurecido, ela terminou seu trabalho e decidiu ir até o abrigo dos gatos novamente, para levar comida e água. Ao chegar lá, eles não estavam e ela se intrigou. Ela começou a procurá-los por perto e, ao andar pelas redondezas, começou a escutar passos na floresta, que pareciam vir em sua direção. Ela ficou atenta, prestando atenção na direção dos passos até que se assustou com algo e logo se virou, olhando para trás. Naquele momento, ela viu os filhotes de gato no chão, bem na sua frente, e eles estavam mortos. Um pouco mais a frente, estava a mãe dos filhotes, que também estava morta. 

— Mas... porque fizeram isso com vocês?! -- Ela se ajoelhou perto deles, sentindo tristeza e raiva. 

Ao se dar conta de que alguém tinha feito aquilo, ela apertou as mãos com raiva e se levantou, observando ao redor. 

— Vejo que não cumpriu sua palavra sobre não andar mais por aqui. -- Kisame surgiu estando atrás.

Ela logo se virou para olhá-lo e notou que Itachi não estava com ele. Naquele momento, ela observou os gatos mortos  mais uma vez e notou que eles tinham um corte no pescoço. Em seguida, ela levantou o olhar e observou a espada de Kisame, Samehada, e deduziu que ele havia sido o responsável por aquilo. Ela apertou as mãos novamente, sentindo  uma raiva intensa, a ponto de não conseguir conter seus impulsos e atacá-lo...

— MALDITO! -- Ela gritou lhe dando um soco.

Kisame logo se defendeu do ataque dela, apesar de ter sido pego de surpresa. Mas ela estava furiosa e pronta para atacá-lo novamente. Com o uso do Punho Adamantino, ela concentrou Chakra em suas mãos e pés, e liberou de modo que sua força se tornou sobre-humana. Ela foi em direção a Kisame em alta velocidade e o golpeou com um soco, mas ele se desviou e ela acertou o soco no chão, fazendo um enorme estrago. Ele se espantou com tamanha força e ela foi em direção a ele novamente. Ela começou a golpeá-lo de forma insistente, mas ele se defendia, até que foi atingido no rosto por um chute, que o arremessou a uma distância considerável. Ele demorou alguns segundos para se recuperar até que se levantou...

— Estou cansado de pegar leve com você! 

Ele tirou as ataduras de Samehada e foi em direção. Ele começou a desferir uma sequência de golpes com a espadada, mas ela se esquivou da maioria. Em certo momento, ela foi derrubada com um corte feito em sua barriga. Ela  ficou no chão, sentindo dor e sangrando e ele se aproveitou para dar o golpe final nela. Kisame levantou a espada com as duas mãos e a cravou no coração da médica. Ele sorriu com satisfação ao fazer aquilo, mas sua alegria durou apenas um segundo. Em um piscar de olhos, a médica desapareceu em fumaça, se tornando um tronco, era um Jutsu de Substituição. Kisame se irritou e logo foi surpreendido com um chute nas costas, que o arremessou para longe novamente e o fez  sangrar pela boca. Porém, Kisame não seria derrotado tão facilmente, ele se levantou depois de alguns segundos, estando com um sorriso malicioso...

— Acha que com isso pode me vencer? Como você é estúpida!

Mesmo Samehada não detectando o Chakra da médica, Kisame decidiu usar a Fúria de Samehada, para absorver o Chakra dela e enfraquecê-la.

Ele desferiu o golpe com a espada, mas se assustou ao ver Itachi, que parou na sua frente em um piscar de olhos, sendo atingido por ela...

— Itachi, seu idiota!

Quando atingido pela espada, Itachi se transformou em corvos, era um clone. Kisame se assustou e enquanto estava distraído pelo clone, a médica tentou aproveitar a brecha para atacá-lo novamente, mas sentiu alguém segurá-la pelo braço. Quando ela se virou para olhar, era Itachi. Ela ficou impressionada com a velocidade dele, ele se moveu sem ela se dar conta de sua presença.

Ele rapidamente a pegou no colo e correu com ela dali. Kisame, ao notar Itachi saindo com ela, ficou extremamente intrigado com a atitude do companheiro.

A médica também ficou extremamente confusa com a atitude dele e tentava entender o Uchiha, que saltava os galhos das árvores em alta velocidade com ela no colo.

— Por que não me deixou acabar com ele? -- Ela o perguntou.

— Você provavelmente morreria.

— Você acha que sou fraca? Eu poderia acabar com ele! -- Ela disse irritada.

Itachi permaneceu em silêncio pelo resto do caminho, até que chegou próximo à Vila da Folha, pensando que ela vivia lá, e a colocou no chão. 

— Se mantenha o mais longe possível daquela caverna. -- Ele a olhou de forma intimidadora. - É a última vez que eu lhe peço.

Ela ficou assustada e, em seguida, ele saiu com toda velocidade.

Os dias foram passando e, depois do que aconteceu, a médica já não tinha mais motivos para se aproximar daquela caverna novamente, exceto... Itachi Uchiha, que não saía de seus pensamentos. 

Aquilo que era algo fácil de evitar, se tornou uma vontade inquietante. Ela passou a querer se aproximar daquela caverna, mas só para vê-lo e tentar compreender o porque dele tê-la livrado do ataque de seu próprio companheiro. 

Depois de dias lutando contra essa vontade inquietante, a médica tomou a decisão de voltar a se aproximar daquela caverna. Porém, dessa vez, ela iria de fato como uma espiã da Vila da Folha.

A intenção era observar Itachi e Kisame, na tentativa de tentar descobrir o porquê deles continuarem escondidos ali, mesmo depois de terem se encontrado com ela. Mas, além disso, ela necessitava ver Itachi, nem que fosse pela última vez. 

Era noite e estava chovendo. A médica colocou uma capa de chuva e foi em direção a Caverna Sombria. Ela seguiu por outro caminho,  que lhe daria a chance de observar a caverna por trás, assim seria mais fácil evitar encontros desagradáveis. Depois de alguns minutos, ela se aproximou da Caverna. estando muito bem escondida,  ela começou a prestar atenção em qualquer movimento ou presença que ela conseguisse ver ou sentir.

Tudo indicava que Itachi e Kisame eram os únicos membros da Akatsuki que tinham o costume de ficar por ali e, depois de alguns minutos, ela ouviu a voz de Kisame. A médica usava a Personificação de Chakra o tempo todo, e isso impossibilitava até mesmo os ninjas sensoriais de sentir sua presença, seu Chakra e até mesmo seu cheiro. Essa era a explicação para que Samehada não tenha conseguido detectar seu Chakra da primeira vez e, também para que ela vivesse tanto tempo escondida e sem ser descoberta.

Ao chegar um pouco mais perto, ela viu itachi, parado enquanto observava o nada.

— Desse jeito você vai acabar ficando doente, por ficar tanto tempo na chuva. -- Kisame disse à Itachi.

O Uchiha parecia totalmente desligado de tudo ao seu redor e Kisame pareceu ter desistido de aconselhá-lo, pois voltou a entrar na caverna logo em seguida. A médica continuou observando Itachi por mais alguns minutos. Seu jeito, seu olhar distante, sua incapacidade de demonstrar alguma emoção... tudo parecia estranhamente fascinante aos olhos dela. Depois de muito observá-lo, ela foi embora. Porém, após ela sair, Itachi olhou por cima do ombro, na direção em que ela estava. 

Depois de observá-lo, ela se sentiu confusa. Mesmo conhecendo sua história e sabendo sobre seu terrível crime, um sentimento diferente, surgiu.

Em um dia comum de trabalho, a médica andou em uma direção diferente da que tinha costume e se distanciou muito da Vila. Ela andou para longe em busca de uma erva rara e que não tinha perto de sua casa. Ela estava tranquilamente procurando essa planta e ao chegar a uma distância que dava para ver um penhasco, ela notou que tinha um homem sentado, olhando a paisagem. Ela se aproximou sutilmente e ao sentir o Chakra daquele homem, rapidamente o reconheceu, era Itachi. Ela se assustou e começou a caminhar de volta, sem dar as costas para ele, mas acabou se descuidando e deixou sua sacola de ervas cair. Itachi olhou de forma sutil, por cima do ombro, e ela se abaixou para colher as ervas que haviam caído de sua sacola. Ela estava atenta a ele, acreditando que ainda não tivesse notado sua presença. Por um um breve momento, ela olhou para o chão e, ao ovltar seu olhar para a direção em que Itachi estava, foi surpreendida por ele que, numa velocidade quase que imperceptível, parou bem na sua frente.

— Está nos seguindo? -- Ele perguntou.

— Hum, você acha mesmo que vou andar toda essa distância atrás de vocês? Eu nem sei quem vocês são! -- Ela respondeu com atrevimento.

Em seguida, a médica começou a caminhar, se distanciando de Itachi. Porém, ela foi surpreendida por ele parando a sua frente novamente, o que a fez esbarrar nele. Com o susto, ela rapidamente se arredou para trás, mas permaneceu olhando-o com raiva.

— Eu tenho motivos o suficiente para não acreditar no que você diz --Itachi disse.

A médica se irritou ainda mais... 

— Então... suponho que irá cumprir o que me disse, certo? -- Ela soltou sua sacola de plantas, deixando-a cair e ficou em posição de luta.

— Apenas saiba que não será tão fácil assim me matar.

Por pura impulsividade, ela atacou Itachi com um soco, mas ele  se defendeu e ela saltou para trás, se afastando dele e encarando-o com bravura. Em seguida, ela voltou a atacá-lo e os dois começaram uma sequência de golpes de Taijutsu, até que Itachi acertou um chute nela, jogando-a para longe, próximo ao lugar de onde ela veio. Ao cair no chão, ela olhou para Itachi com raiva e, ao olhar para trás dele, viu que um homem estava vindo em direção a eles, mas ainda estava consideravelmente distante. Ela se distraiu por alguns segundos, e Itachi foi até onde ela estava caída. Porém, quando ele se aproximou, ela se assustou e  acreditou que seria atacada, o que a fez se levantar rapidamente e tentar golpeá-lo com um soco, mas Itachi segurou sua mão.

— Saia daqui. Rápido! -- Ele disse.

Ela se surpreendeu e  ficou confusa. Itachi soltou a sacola de ervas dela no chão, para que ela pegasse. Com o barulho, ela olhou para baixo, ainda estando confusa. Em seguida, ela  levantou o olhar e percebeu que aquele homem que vinha se aproximando era Kisame e parecia estar carregando um homem com sua espada, Samehada. Naquele momento, ela entendeu que Itachi estava apenas tentando impedi-la de seguir naquela direção, pois Kisame, diferente dele, não a pouparia. Por isso ele não a machucou, o golpe foi apenas para afastá-la daquela direção e dizer para ela ir embora pelo caminho que veio.

— M-Mas... P-Porque?! -- Ela perguntou surpresa.

— Não há tempo para perguntas estúpidas. Apenas desapareça e pare de cruzar nosso caminho. 

 Ela continuou surpresa e, sem dizer nada, pegou sua sacola e saiu com toda velocidade. No caminho para casa, foi inevitável não pensar no acontecido. Ela estava muito desconcertada, surpresa e sem saber o que pensar sobre Itachi Uchiha. O poder dele era impressionante e ela, assim como a maioria, o enxergava como vilão, porém, não era isso que Itachi demonstrou ser durante esses encontros, afinal, ele a salvou mais uma vez.

Depois desses três encontros, sentimentos conflituosos surgiram.

Alguns dias depois, ela foi colher suas ervas, como de costume. Ela não parava de pensar em Itachi, mesmo sem querer. Nada conseguia afastá-lo de sua mente. O conflito de se encantar por alguém que possui um coração tão sombrio, era perturbador, mas a incerteza de quem ele realmente era, a perturbava ainda mais.

Mesmo sabendo que ele sempre estaria acompanhado de Kisame e, correndo o risco dele mesmo matá-la,  a médica decidiu que deveria encontrá-lo novamente, mas, dessa vez, sem ser como uma espiã. Ela seguiu o caminho da caverna em alta velocidade pela floresta e  sem medo das consequências. Ao chegar em um ponto que lhe dava visão da entrada da Caverna Sombria, ela ficou observando atentamente, na expectativa que Itachi aparecesse. Depois de alguns minutos e sem nenhum sinal de Itachi, ela decidiu colher algumas ervas por ali, para ganhar tempo. Depois de mais alguns minutos de distração, ao se abaixar para pegar algumas ervas, ela paralisou de susto, ao sentir alguém se aproximar por trás.

— Pensei ter dito que não cruzasse mais nosso caminho. -- Itachi disse.

Ela se virou para olhá-lo.

— Me desculpe por estar aqui novamente, mas dessa vez eu vim porque precisava.

— Então quer dizer que você é mesmo uma espiã da Folha?

— Sim, eu sou. Mas eu não tinha como missão espioná-los. Nossos encontros foram por um acaso.

— E porque eu deveria acreditar em você?

— É exatamente por isso que estou aqui. Você não tem nenhum motivo e mesmo assim, não cumpriu sua promessa de me matar.

Itachi a encarava com frieza e, naquele momento, ela observou o quanto ele era bonito.

— Por que você me salvou? Por que poupou a minha vida naqueles dias e porque está poupando agora? Você é um membro da Akatsuki, deveria ajudar seu companheiro a me matar! -- Ela disse.

— Então é o que você quer? Que eu te mate?

— Não, não é o que eu quero. Eu só...não esperava receber ajuda de um membro da Akatsuki com um passado tão sombrio.

— Hum vejo que está muito bem informada. Com base no que você sabe a meu respeito, apenas se considere uma sortuda por ainda estar viva.

Itachi saiu andando e passou bem do lado dela. Quando ele já estava de costas, ela sorriu sutilmente...

— Hum, eu já entendi. Acontece que... você é gentil demais para me ma...

Ela foi interrompida por uma Kunai que passou bem perto de seu rosto e que havia sido jogada por Itachi, num piscar de olhos. Ela arregalou os olhos e ele se virou para olhá-la.

— Não tenha tanta certeza disso. -- Ele disse.

Naquele momento, ela ficou surpresa demais para dizer alguma coisa e Itachi se virou, voltando a caminhar e se distanciando dela. Naquele momento, ela entendeu que não deveria mais se arriscar, que não deveria mais tentar encontrar Itachi e que ele não teve motivos específicos para salvá-la. Será mesmo?

 


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