A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 4
Capítulo III.




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Um cerimônia de casamento nunca parecia acontecer rapidamente, sempre parecia durar uma eternidade para acabar. Pelo menos era assim que Anne pensava quando estava assistindo uma.

Mas no momento em seu próprio casamento Anne não estava achando o mesmo. Ele parecia estar acontecendo muito rápido. O bispo de Londres já havia feito metade da cerimônia, ele já havia até mesmo perguntado se eles consentiram em se casar. O que ambos responderam sim.

Para falar a verdade Anne nunca falou um sim, tão direto e sem nenhuma relutância como no momento, mas era assim a vida. Nela xistiam três tipos de mulheres: as que se casavam por amor, a que eram obrigadas e resistentes a ideia e a que aceitava a situação e fazia ser bom, e Anne era o último tipo.

  – Eu, Hendrik Frederik Friso, levo Anne Catherine Charlotte Elizabeth como minha esposa, para ter e a manter a partir de hoje, para o melhor ou para pior, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, para amar e cuidar, até que a morte nos separe, de acordo com a sagrada ordenança de Deus; e nisso eu declaro a minha fidelidade.- Com isso Anne realmente voltou ao momento, Frederik já tinha feito os votos era sua vez.

  – Eu, Anne Catherine Charlotte Elizabeth, aceito Hendrik Frederik Friso para ser meu marido, para ter e manter a partir de hoje, para o melhor ou para pior, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, para amar, cuidar e obedecer, até que a morte nos separe, de acordo com a sagrada ordenança de Deus; e por isso te dou a minha confiança.- Como Anne bem sabia depois de ver vários casamentos e depois de ter decorado muito bem como seria, era esse o momento do anel, o momento em que o anel seria colocado em Anne.

  – Com este anel eu me caso, com meu corpo eu te adoro, e todos os meus bens mundanos eu te dou: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.- Depois disso o resto da cerimônia foi apenas orações e louvores. Não era necessário a atenção de Anne, ela mesma poderia fazer suas orações.

Logo o casamento acabou, e os documentos foram também assinados. Foi muito rápido na opinião de Anne, embora fosse bem perceptível que o rei estava entediado, e o príncipe de Gales, Frederick, estivesse desconfortável com a presença do rei. Mas não era o momento para Anne observar o problemas familiares do rei.

Logo depois foi servido um jantar em Hampton Court, e uma pequena festa foi feita depois. Algo pequeno e apenas para poucos.

Quando deu duas horas a maioria das pessoas já tinham ido embora ou tinham sido dispensadas. Então Anne e Frederik foram conduzidos para seus aposentos. Era o momento da cerimônia de cama, onde iriam levar os recém-casados ao leito conjugal, para garantir a consumação. Uma simples obrigação de cada casal real.

E Anne então descobriu, em parte, o motivo de sua ansiedade.

  – Será que sou desejável?- Com essa pergunta de Anne, as damas presentes em seu quarto ficaram caladas. As damas que a estavam ajudando a se vestir pararam e as que não estavam fazendo nada, apenas voltaram sua atenção para ela.

  – Já conversarmos sobre isso Anne. Não se preocupe com o assunto.- Pelo modo como sua mãe falou, Anne deveria obedecer.

Sua mãe mais cedo, a falou o que acontecia entre um homem e uma mulher em seus aposentos. Para falar a verdade Anne já tinha um pequena ideia do que acontecia, todas as jovens sabiam isso. Afinal, não era possível se proteger algo do que não se tem conhecimento.

  – Minha princesa está ótima, o príncipe vai gostar muito, ele será um tolo caso o contrário.- Depois disso a maioria das outras mulheres começaram a falar a mesma coisa que Blanche. Se era isso que acontecia antes da cerimônia de cama nos aposentos da esposa. Anne não desejava saber nos do marido.

Logo Anne já estava pronta, e logo depois Frederik entrou, e junto com ele estavam os "mais sortudos homens". Mas era assim que deveria acontecer, esse era o pensamento de Anne em relação a tudo isso. Ela não poderia fazer nada em relação a tudo isso, então cabia aceitar.

Anne e Frederik foram então conduzidos para a cama, e se deitaram. Claramente Frederik estava desconfortável com tudo isso, mas isso não era uma surpresa. Depois o docel da cama foi abaixado, e todos foram embora calmamente, embora se pudesse ter ouvido o marquês comentado que tudo isso era ridículo, o rei falando que isso trazia boas lembranças, e a marquesa respondendo que era sim ridículo, mas novamente, não era possível fazer nada.

Anne estava então sozinha na sua cama com o príncipe Frederik, um estranho, e seu marido. Como vida poderia ser engraçada.

  – Isso é vergonhoso, horrível.- O príncipe comentou mais algumas coisas sobre isso, virou-se para o lado e... se calou?– Boa noite.

  – Você vai dormir?!- Isso saiu um pouco mais alto do que Anne desejava, mas a sua indignação no momento não a deixava ser discreta como sempre.– Você não pode dormir! Você tem um trabalho a fazer ainda. Eles estão lá fora ouvindo tudo.
Com esse último comentário Frederik se levantou, ele claramente estava ignorado Anne, mas o que ela falou foi o suficiente. E era uma verdade.

  – Eles realmente estão lá fora?- Anne assentiu.– Você quer realmente fazer isso? Eu não quero lhe obrigar a nada.

  – Os seus pensamentos são muito nobres e belos. Mas esse é o nosso dever, não consumar vai ser vergonhoso.- Frederik estava sendo muito receoso. Será que ele tinha uma amante, ou estava apaixonado, ele poderia ter bastardos? Se fosse isso Anne teria que dar um fim nisso. Seria muito difícil enviar alguém para o Caribe?

  – Então você não deseja. Eu fiz um voto de cuidar de você, acho que lhe obrigar vai fazer eu descumprir esse voto.- Frederik parecia estar bem decidido. Anne nunca pensou que a virtude seria ruim.

  – Eu não faço isso frequentemente mas. Por favor Frederik, eu lhe peço que faça.- Anne não saberia classificar o olhar que Frederik lhe deu, estava entre duvidoso e horrorizado.– Pense que o fato de lhe pedir mostra que quero que realmente essa noite seja especial, nossa primeira noite.
Anne se sentia uma verdadeira tola falando assim. Uma tola apaixonada.

  – Eu acho que também posso pensar que você está desesperada.- Estava perto disso.

  – Eu lhe peço Frederik.- Anne se aproximou mais de Frederik, e sussurrou em seu ouvido, tentando ser lasciva.– Me faça sua.

  – Você está tentando ser sedutora Anne?- Ele a chamou pelo nome, então mesmo ele estando quase rindo, deveria ser um bom sinal.– Não está funcionando... Você realmente que isso?

Anne realmente queria isso? Queria consumar seu casamento, e assim perder uma coisa muito preciosa? E o mais importante, queria fazer isso com Frederik?

  – Sim. Eu realmente quero isso.- Anne não sabia o motivo, mas parte dela queria. Era melhor pensar que era seu senso de dever.

  – Então... vou fazer a sua vontade.- Não ouve tempo para Anne pensar em algo. Frederik a abraçou e a beijou. Era assim então um beijo, algo desejoso, mas doce e gentil. Mas não ouve muito tempo para pensar nisso, logo veio o resto.

                     *****

Fazia apenas alguns minutos que Frederik e Anne chegaram ao ápice do momento. Frederik nunca havia tocado em uma virgem, não uma como Anne pura e honrosa. Foi uma experiência completamente diferente das outras vezes. Frederik não a desejava machucar, nem a decepcionar, talvez fosse apenas o seu orgulho, ou não, quem poderia saber?

Depois que eles chegaram ao limite, Anne ficou muito mais calada e quieta, e apesar de Frederik permanecer junto dela, e de fazer novos avanços, ela permanecia quieta.

Isso estava deixando Frederik preocupado. Será que ela estava machucada? Ou ela não gostou? As mulheres que estiveram com Frederik nunca reclamavam, mas como poderiam? Ele logo as mandava embora, ou dormia.

Frederik nunca achou o silêncio tão desconfortável como agora.

  – Anne você...- Frederik não pode acabar, subitamente Anne se virou, e apesar de o quarto estar escuro, se poderia ver que seu olhar tinha muitos sentimentos.

  – Frederik eu quero que você me prometa algo.– Isso era inesperado.– Eu quero que você prometa que será leal a mim, que nunca irá me trair e nunca vai se desviar para a cama de outra.

Isso sim era algo inesperado. Mas Frederik tinha uma resposta, uma resposta que não apenas seu caráter o movia a dizer.

  – Eu prometo que vou ser leal a você, sempre. Acho que como devemos nos conhecer melhor, você deve saber que eu sempre cumpro minhas promessas, e se eu prometi lhe ser leal eu vou cumprir.

Nesse momento Frederik desejou muito que estivesse mais claro para que ele pudesse ver melhor a rosto de Anne, ver sua reação. Mas não estava, então seria melhor se contentar com o silêncio.

Frederik continuou acordado por mais um pouco de tempo, os seus pensamentos eram o mais diversos e divergentes. Mas havia algo que Frederik sabia e estava motivado a fazer. E ele poderia fazer isso quando percebeu que Anne já estava quase dormindo.

  – Você está acordada?- A resposta foi apenas uma gemido que não mostrava uma Anne orgulhosa e honrosa.– Eu também prometo que vou proteger você sempre, que nunca vou deixar nada lhe acontecer. Você minha Anne, sempre estará em segurança.

Essa então era a escolha de Frederik, era muito provavel que ele nunca mais estivesse em uma guerra de verdade. Mas ele bem sabia que sua esposa iria estar em uma guerra, uma guerra de posição e poder, uma guerra que Frederik estava disposto a ser seu mais fiel soldado.

  – Você disse algo?- Frederik sorriu com isso, ele não iria repetir. Não era necessário Anne saber.

  – Amanhã será um longo dia, é melhor você dormir.- Anne obedeceu prontamente, e logo Frederik também adormeceu.

A manhã seguinte foi a uma das mais estranhas na vida de Frederik. Por volta das onze horas Frederik e Anne foram acordados, e o que se seguiu estranhou muito Frederik. Ele foi levado para seu quarto e foi vestido e arrumado, isso não era algo estranho, todas as pessoas de alta posição recebiam esse tratamento.

Mas o que ocorria durante isso era o estranho. Havia todo um processo e protocolo que o fazia se sentir em uma corte. Isso claro já tinha sido avisado antes. Todo o continente sabia que os Bristol viviam como realeza na Inglaterra, uma corte alternativa a do rei e do príncipe de Gales. Mas nunca foi avisado que havia um protocolo.

O café da manhã não foi muito incomum, no sentido de protocolo, já no sentido de alimentos foi horrivelmente incomum. Não haviam muitas coisas que Frederik estava acostumado a ver. Não havia nem mesmo leite ou queijo.

Foi então um alívio quando foi avisado, depois do desjejum, que a carruagem que os levaria para sua viagem já estava pronta. Seria uma longa viagem, mas seria muito agradável, e Frederik também desejava muito conhecer esse lugar: Norfolk.

Depois então de uma despedida chorosa, abraços e despedidas, a viagem começou. E não teve o melhor início, antes mesmo que Frederik tivesse qualquer chance de fazer alguma pergunta para Anne, ela dormiu. Pelo que parecia a noite não foi o suficiente. Isso dava a Frederik duas opções: observar a paisagem por horas até que ela acordasse, ou se junta a Anne e também dormir.

A segunda opção era de longe a mais atrativa e ela foi a escolhida, Frederik não desejava se sentir só, era um sentimento que ele nunca sentiu e nunca desejava sentir.

Em algum momento da tarde Frederik acordou, e ele logo percebeu que Anne também já havia acordado. Ela o estava olhando, parecia que estava tentando decifrar um enigma. Anne parecia tão concentrada quem não percebeu Frederik acordar, e quando percebeu seu rosto ficou vermelho.

  – Você está acordada a muito tempo?- Eles realmente deveriam fazer algo em relação a corar, Frederik já havia perdido as contas das vezes em que isso aconteceu.

 – Faz algum tempo.- Impressionante como apesar da vergonha ela parecia calma.– Você dormiu bem? Lady Hastings ensinou que nunca devemos reclamar, mas eu devo dizer que nunca tive um sono tão horrível.

  – Não foi o melhor. Mas se há uma coisa que não muda nem na Inglaterra, nem no continente são as viagens horríveis.‐ Anne sorriu com esse comentário, isso foi bom. Eles não eram mais tão estranhos como no dia anterior.– O que essa Lady Hastings desejava dizer com nunca reclamar?

Anne parece ter se surpreendido com essa pergunta, isso indicava que ela não desejava ter falado.

  – Lady Hastings sempre nos ensinou que não devemos nunca reclamar porquê o ruim sempre poderia ser pior, então devemos ser gratos pelo bom do ruim.‐ Era um pensamento muito interessante.– No meu caso não dormi muito bem, mas não tive pesadelos, e eu tinha uma boa companhia.

Novamente Anne corou, e Frederik a seguiu. Mas com alegria, Anne gostava de sua companhia, ou pelo menos o achava agradável, isso era um bom sinal.

  – Me conte mais sobre Norfolk.‐ Apesar da alegria, era melhor mudar para outro assunto. Mas a alegria permanecia.


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