A Música Que Nos Une escrita por Aline Lupin


Capítulo 13
Capítulo 12




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Anne evitou estar na companhia de Henry o máximo que pode o restante da tarde. Ele havia pedido que se encontrassem depois que ele conversasse com seu primo, mas ela se escondeu o restante da noite dentro do quarto e foi para cama, sem falar com ele. Não queria ter que lidar com Henry, não agora que estava tão confusa. Sua cabeça estava cheia de pensamentos sobre aquela tarde, quando conversou com Klyne e o medo parecia assolar sua alma.

Ela nunca deveria ter aceitado a proposta de Klyne, quanto a ser sua amante, há dois anos atrás. Mas, o que teria feito sem ele? Devia muito a ele. Precisava entender suas motivações. Era lógico que os encontros entre os dois aconteciam por acaso. Ele não estava a perseguindo, é claro. E não era como se não fossem amigos. Trocaram cartas por dois anos. Ele lhe contava coisas do seu cotidiano. Era superficial, mas as vezes ela tinha vislumbres de sua personalidade. É claro que não sabia muito sobre Klyne, mas ele a considerava sua amiga. E ela também tinha considerado isso. Tinha esquecido de que tinha se deitado com ele e escondeu o passado dentro de um canto remoto de sua mente.

Mas, agora, ele parecia determinado em tomá-la de volta para si. E isso era o que ela não entendia. Ele não fez qualquer movimento sobre isso durante tanto tempo. E ele parecia avido em encurrala-la, agora que estava fora do alcance dele, fora da casa de alguém que devia um favor a ele. Parecia determinado em prenda-la.

A Sra. Armstrong era muito grata a Klyne. Isso era um fato. E ela frisou isso várias vezes, quando não enxotou Anne porta a fora. Afinal, os dois eram primos. E isso ela só soube depois, quando já não estava mais sobre o teto da mulher. Ela percebeu que não sabia nada sobre Klyne. E que não o compreendia.

Tomou uma decisão, depois que percebeu isso. Iria conversar com ele. Era necessário que se entendessem e colocassem um ponto final naquela relação. Ou tentar ser amigáveis, pelo menos.

Decidida a descansar, ela afundou a cabeça nos travesseiros e fechou os olhos. Sonhou que estava em um castelo e tentava fugir, como sua heroína fugia do barão enlouquecido. Ela carregava uma lança, que havia tirado de uma armadura e atacaria ao menor sinal de perigo. O seu barão tinha o mesmo rosto de Klyne e o mesmo modo cínico. Ele a desarmou facilmente e a arrebatou pela cintura. Beijou com paixão e isso inflamou seus sentidos. Anne acordou assustada e estremeceu. A janela estava aberta e o vento gelado entrava.

Ela saiu da cama, ainda sonolenta e muito quente por dentro. Tinha que admitir que Klyne era encantador. Mas, não o amava. E não seria sua amante. Odiava-se por ter gostado de sonhar com ele. Ficou mortificada por perceber quanto o barão do seu sonho era parecido com Klyne. Por Deus. Ela era uma idiota. Se um dia ele lesse o seu livro, iria se vangloriar de saber que estava na mente dela e que ele a fazia estremecer. Não fora de todo péssimo estar com ele. Apenas estava ainda ressentida da perda do seu filho, de Thomas. Seria dificil sentir algo quando se está muito abalada. E no caso dela, ela havia passado por tantas coisas ruins. Talvez, tivesse se apaixonado por ele, se não estivesse naquela situação terrível, de perder seu filho e marido ao mesmo tempo. Ela odiou Klyne na época, por tomá-la para si, depois de tudo aquilo. Ela focou na imagem ruim dele, de que ele era manipulador e só se importava com o próprio prazer.

Uma batida na porta a tirou de seus devaneios. Ela abriu e viu Henry parado na soleira. Ele carregava um lampião e ela pode ver pela fresta da porta que ele parecia de mal humor.

— Por que não me esperou? – ele perguntou, ressentido.

— Henry, eu...você não deveria estar aqui – ela ralhou. Não queria dizer que estava com medo de conversar com ele e acabar se deixando levar pela paixão que a consumia.

Ela se sentia miserável e confusa. Sonhara com Klyne, mas não conseguia deixar de ansiar por Henry. Será que ela era uma devassa? Talvez, fosse.

— Deixe-me entrar – ele pediu, mas era um tom autoritário.

— E meu patrão que está pedindo ou meu amigo? – ela perguntou, irônica.

— Os dois – ele disse, em tom agoniado – Só me deixe entrar, Anne. Por favor.

Ela abriu a porta e ele entrou. Ele mesmo fechou a porta, trancando-a. Anne o fitou horrorizada. O que ele estava fazendo?

— Anne...- ele começou, e largou o lampião no chão. Ainda estava vestido com as roupas que havia usado pela manhã. Apenas estava sem gravata, colete e o paletó. Seus pés estavam descalços. Anne se abraçou com força, pois havia se esquecido que estava com uma camisola e sem nada por baixo – Anne...eu não consigo parar de pensar em você...

Ela não queria ouvir aquilo. Não agora. Não poderia se controlar. Balançou a cabeça, em negação.

— Deve esquecer isso, meu senhor – ela pediu. Mas, no fundo queria pedir que a abraçasse. Que a amasse. Pois, se sentia sozinha e ele era tão bom com ela. Tão gentil e amável. Ela gostava até mesmo do modo provocativo e cínico dele – Devemos parar com isso, imediatamente. Não é correto, nem moral.

Henry engoliu seco. Parecia perdido e ela queria ajudá-lo a se encontrar. Mas, não era tarefa dela. Ele se aproximou, erguendo a mão, parecendo querer tocar o rosto dela, mas deixou-a cair ao lado do seu corpo. Parecia em um conflito interno. Não era muito diferente de como ela estava por dentro. Ansiando por seu toque.

— Não consigo – ele sussurrou. A dor contida em suas palavras era palpável – Não consigo, pois desde que a vi na casa da minha irmã, eu a quis para mim. Eu não sei que espécie de sentimento me tomou. Foi uma paixão arrebatadora. Eu jamais senti algo parecido por nenhuma mulher. Eu não sou um santo, Anne. Então, posso afirmar com certeza que isso que sinto é mais forte que eu. Preciso de você.

Ele segurou o rosto dela, com as duas mãos, beijando sua testa. Respirava fundo. E a respiração dele se tornou rápida, se misturando a dele.

— É luxuria, senhor. É natural se sentir assim. Todo ser humano sente isso – Ela não poderia comprovar, mas, já se sentira assim e muitas mulheres que conhecera relataram isso. Que estavam apaixonadas e que não conseguiam ficar longe da pessoa amada. Mas, isso passava. Passou para ela, quando Thomas se foi. Ela só precisava se afastar mais de Henry. E ele voltaria a ser racional, mais uma vez – Precisa lutar contra isso, senhor. Precisa resistir, pois se der vazão a esse sentimento, vai nos machucar. Vai nos causar danos irreversíveis.

Ele procurou o olhar dela. Ela poderia jurar que havia fogo em seus olhos. E estava a consumindo por dentro. 

— Anne, pode ser luxuria sim. Bom, a quem quero enganar – ele disse, com um riso sem humor – Eu estou louco por você. Quero você em minha cama. Eu a desejo de todo meu coração. Mas, quero cuidar de você Anne. Quero que fique comigo. Não quero deixá-la partir. Eu quero para...

— Não, não diga isso – ela implorou – Não diga isso, pois não é verdade. Não me machuque desse jeito.

— Por que não? Por que não dizer que a quero para sempre, Anne? Estou supondo agora que você também me deseja. E poderíamos ser felizes juntos. Por que não ficar unidos para sempre? – Ele resvalou os lábios na bochecha dela, depois na outra e em sua testa. Depois em seu nariz e depois selou seus lábios contra os dela. Anne soltou um suspiro tremulo e ele se afastou – Diga que não me quer e eu vou parar com isso imediatamente.

— Eu não posso dizer – ela confessou, se sentindo sem forças. Suas pernas estavam como geleia e se não fosse por ele estar a sustentando, segurando-a pelo cotovelos, ela teria caído no chão. Tal era a força dos sentimentos que a tomava e a deixava tremula – Mas, não podemos fazer isso. Não será bom para ninguém. Seria um escândalo. Isso que estamos fazendo é indecente, Henry. Não sou sua esposa e não quero ser sua amante. Todos iriam rechaçá-lo se soubessem o que está acontecendo entre nós. Com certeza seria desacreditado em público. E eu seria tratada como uma meretriz.

Isso parecia atingi-lo no amago. Ele recuou, respirando fundo e ela abraçou-se, tentando controlar os espasmos involuntários do seu corpo.

— Tem razão – ele disse, por fim. Ela não queria ter razão, mas precisava ter dito aquilo – Eu fui um estupido. Eu...não consigo pensar direito, Anne. Mas, isso não muda o fato de que a quero para mim. Poderíamos...poderíamos ser discretos. Você jamais seria exposta e eu cuidaria de você. Eu poderia alugar uma casa para você. Contratar uma acompanhante, para que você fosse vista com respeito. E eu poderia amá-la, sem medo. Daria certo. Eu sei que daria...

Ele parecia pensar com uma lógica inabalável. Mas, havia algo que ele está deixando passar e que seria um problema enorme no futuro.

— Henry, você sabe que relações assim geram filhos, não sabe? – ela tentou chamá-lo a razão. Ele assentiu – Eu não quero isso. Eu não quero que meu filho nasça como um bastardo. E então, nossa pequena aventura idílica estaria fadada ao fim.

Ele não parecia pensar como ela.

— Podemos nos casar se isso acontecer, Anne – Ele se aproximou e colocou as mãos sobre os ombros dela – Podemos criar nosso filho e seriamos muito felizes. Você não é fútil e entende a natureza do meu trabalho. Saberia entender quando eu não estivesse em casa e cuidaria do nosso filho e de Erik. Ele ficaria tão feliz em tê-la aqui. Ele gosta de você, assim como eu gosto. E não estaríamos mais sozinhos – Ele respirou fundo. Parecia ter uma grande resolução naquele instante, pois disse:

— Eu acredito que o melhor a se fazer é nos casar.

Anne se sentiu horrorizada com aquela proposta. Ele não estava pensando, estava movido pela paixão. E ela não sofreria de novo por isso. Thomas era movido por esse sentimento também. Não pensou nas consequências, simplesmente a levou consigo e os dois tiveram uma vida de miséria. Não, ela não queria isso de novo.

— Henry, escute, isso está indo rápido demais – ela tentou argumentar – Você está pensando com a razão ou com seu coração?

— Com os dois – ele admitiu, apertando seu braços em volta dela e beijou sua testa – Anne, eu não quero deixá-la ir embora. Preciso de você. Você é o ar que respiro. Eu fico com medo de acordar e você não estar mais aqui. Tem ideia de como fico louco para ir para casa e vê-la sobre meu teto? Como tenho medo de que você se apaixone por outro homem e me deixe? Não, o melhor é que se case comigo e assim ficara para sempre ao meu lado.

Ela negou com a cabeça.

— Não, Henry – ela disse, firme.

— Não? – ele repetiu, surpreso – Por que não? Me dê um bom motivo para isso.

— Henry, está tarde e você está movido pela paixão. Além da novidade que isso representa a você. Eu sou a novidade. Sou alguém que apareceu para você em meio ao tédio. Com certeza sou uma distração bem-vinda – ela se afastou dele, tentando impor uma distância segura. Ele permitiu.

— É mais que bem-vinda. Mas, é mais que uma distração, Anne. É meu amor – ele levou a mão dela aos lábios, beijando o dorso.

Anne suspirou, irritada. Ele estava desviando do assunto e isso a deixava nervosa.

— Henry, pare e pense nas consequências. Eu sou uma governanta. Eu não tenho nome. Não tenho conexões – Ela estava mentindo, pois havia um parente distante com um título, mas ele precisava ver a razão naquele momento. Pois, se ela aceitasse a proposta dele, um dia ele iria acordar e perceber que cometera o maior erro da vida dele. E isso ela não poderia suportar – Você seria motivo de chacota. Seria desrespeitado. Ninguém iria querer você em eventos sociais. Iriam apontá-lo por ter se casado com uma governanta. Eu nem tenho sangue azul. Mas, você tem. É filho de um visconde. Tem uma linhagem nobre.

Ele negou com a cabeça.

— Eu sou simples, Anne. Sou um médico. Apenas isso. Meu sangue é tão azul quanto o de qualquer um. Isso é esnobismo. E eu não sou esnobe. Não olho para os outros por cima e não me importo as classes sociais impostas pelo nascimento. Eu sempre agi pela lógica. Eu sei que hoje estou deixando minha paixão falar mais alto, mas eu não vou me arrepender de ficar com você. Não importa se você tem ou não sangue azul. Não me importa sua linhagem. Se você fosse uma meretriz, eu me casaria com você. Pois, no fim, essas distinções que a sociedade faz são imaginárias. As pessoas são mais do que seu bom nome e sua reputação. Lembra que eu disse que por dentro somos todos iguais – Ela assentiu. Ele tocou a base da garganta dela com o polegar e os dedos dele fecharam e volta do seu pescoço, sem apertar. Apenas acariciando. Ela não iria conseguir pensar direito com ele a tocando daquela maneira. E ele pareceu perceber sua vulnerabilidade ao seu toque, pois lhe deu um sorriso malicioso – Eu sei que você está tentando negar o que temos, Anne. Mas, eu sei que você me quer. Se não, seu coração não estaria disparado. Se não, você não corresponderia a meu toque. Diga que não quer isso. E eu saio agora mesmo.

— Eu não quero pensar nisso agora – ela respondeu, fracamente – Não quando você me toca desse jeito.

O sorriso dele aumentou e ele aproximou os lábios do queixo dela, beijando.

— Então, eu a deixo sem raciocínio? Isso é um elogio e tanto – ele sussurrou contra a pele dela.

Ela estremeceu, deixando que ele a levasse até a cama e a deitasse. Ele se deitou por cima dela, levando a mão ao seu seio, tocando com hesitação. Ela suspirou e isso pareceu encoraja-lo. Ele beijou o pescoço dela e voltou aos seus lábios. Seu beijo se tornou faminto, insistente. E ela se sentiu mergulhar, como se todos os seus sentidos estivessem embotados pelo toque exigente de sua língua contra a dela. Ele a tocou com familiaridade, sem a hesitação inicial. Parecia feroz e avido em possui-la. Ela sentiu que precisava sair daquele torpor. Precisava afastá-lo. Para então proteger seu coração. Ele iria se arrepender em breve do que estava fazendo e ela não poderia suportar a rejeição. Ela o empurrou pelo ombro. Ele parou, respirando fundo, com as mãos apoiadas ao lado da cabeça dela.

— Anne, não me quer? – ele perguntou, com a voz rouca.

— Eu preciso pensar, Henry. Isso, nós...não está certo...Eu quero um tempo para tomar uma decisão – ela disse, insegura.

Ele assentiu, ainda respirando em golfadas. Não era muito diferente dela. Ele se levantou, hesitante, ficando ao lado da cama. Ela se sentou, ajeitando a camisola e cerrou os punhos ao lado do corpo. Precisava se segurar para não o abraçar e pedir que ele ficasse.

— Tem certeza de que quer pensar? – ele perguntou, com nota de decepção na voz. Ela assentiu – Eu temo quando você pensa, Anne. Eu sinto que você vai me afastar de novo. Que vai se fechar como uma concha. E eu não vou conseguir abrir mais. Não vou conseguir vislumbrá-la. Não negue o que temos, Anne. É muito mais do que já tive em toda minha vida.

Ela queria dizer que o queria também. Que estava apaixonada. Mas, paixão só trouxe problemas a ela. Ela foi amante de um homem, perdendo seu conforto, reputação e sua família. Talvez, Henry fosse honrado e se casasse com ela. Mas, depois a relação iria esfriar e ele se afastaria. Pois, um casamento não deve ser baseado somente na paixão que os dois sentem. Nem nas posses, riquezas e títulos, mas na confiança mútua e na parceria. E no amor verdadeiro. Aquele amor que tem renúncia, abnegação e companheirismo. Ela acreditava nisso. Era uma tola romântica. Ela não queria um casamento como os dos seus pais e nem como o que ela teve, mesmo não tendo se casado com Thomas. Eles viveram uma vida de casados e foi baseada na paixão que os dois sentiam. Mas, Thomas era egoísta demais para arranjar um trabalho e guardar o dinheiro que tinham. Ele apenas apostara tudo, acreditando na sorte. E isso os deixou em apuros e no final, foi a derrocada deles.

Não, dessa vez ela iria seguir sozinha. Mesmo que doesse. Mesmo que a solidão fosse insuportável. Ela não sabia se iria encontrar alguém que a amasse tanto. E não acreditava que Henry fosse capaz disso. Ele não a conhecia completamente. Fazia somente um mês que estava trabalhando para ele. Não era possível ele a amar com tão pouco tempo de convivência. Isso era tolice pura e digno de um romance, que ela lia frequência.

— Henry, eu acho que precisamos pensar. Por favor, entenda – ela insistiu.

Ele assentiu, parecendo contrariado.

— Eu já pensei – ele disse, resoluto – E eu quero você. Agora, só preciso convencê-la de ficar comigo. E como é teimosa, vou precisar de todos os meus esforços.

Ele se afastou, destrancando a porta e pegando o lampião do chão.

— Henry, você não está agindo com a razão. Pense a longo prazo. Lá na frente, quando sua paixão sumir. E ela vai sumir. Vai acabar. É como fogo que se alastra, mas se apaga sem deixar vestígios. E você vai se ressentir de mim. Vai perceber que está preso em uma armadilha.

Ele se virou para ela.

— Eu sei muito bem o que é paixão – ele respondeu calmo e concentrado – Eu já senti isso e o que sinto é além da paixão Anne. Mas, você não está preparada para saber ainda - eles ficaram em silêncio por alguns instantes. Ela tentava entender o que ele acabara de afirmar - Vejo você amanhã.

Ele saiu, sem dar tempo de ela protestar. Fechou a porta atrás de si. Anne deitou na cama, sentindo o coração confuso e a mente mergulhada em incerteza. Poderia confiar no que ele estava dizendo e propondo? Não sabia o que pensar e dormir era impossível. Queria calar sua mente, para não ter que pensar nos últimos acontecimentos, mas toda vez que fechava os olhos, lembrava das palavras dele, dizendo que gostava dela. E mesmo que isso tudo fosse passageiro, que o sentimento dele não fosse algo que iria durar para sempre, era reconfortante saber que Henry sentia isso por ela. E ela passou a perceber que também gostava dele. Gostava muito. 


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