— Você é a Bunnyx? – Luka piscou desnorteado. – A Bunnyx mesmo? Tipo... A Bunnyx!?

É claro que Luka sabia sobre a Bunnyx. Havia sido uma notícia e tanto logo quando Ladybug e Cat Noir derrotaram o Tagueado do Tempo junto com uma heroína desconhecida que se intitulava Bunnyx. Mas saber que aquela heroína, na verdade, era uma cópia futurista daquela menina maluquinha a sua frente, era quase irônico.

— O que foi guitarrista? – Alix esboça um sorriso debochado. – Acha que é tão impossível assim eu ser uma super-heroína?

— Não, não é isso... Claro que não! – Luka balança a cabeça, ainda levemente chocado.

Mas, para alguém que descobriu que sua ex o deixava de lado para salvar o mundo, descobrir que sua nova-melhor-amiga também seria uma heroína num futuro não tão distante era quase algo normal em seu dia a dia.

Luka só despertou de sua incredulidade quando algo, aparentemente vermelho, chamou sua atenção.

Era Ladybug.

Ela estava no telhado de uma casa, fazendo sinal para que ele a seguisse. Era óbvio que ela precisava da ajuda de Viperion.

Luka então entrou em um impasse, ele não queria deixar Alix sozinha no meio de um ataque, mas sabia que não podia fazer nada por ela como Luka, só como Viperion ele poderia salva-la se a situação se complicasse.

— Ah! Ok, mas você ainda não o tem. Então fique aqui enquanto eu vou chamar ajuda – Luka disse, quase tendo um déjà-vu de todas as vezes que Marinette teve que deixa-lo para ir salvar o dia.

Ele ficou se perguntando se ela também sentia aquele misto de sentimentos entre querer fazer o certo e, ao mesmo tempo, odiar ter que deixar as pessoas que mais prezava de lado.

Ainda pensando nisso, ele saiu correndo na direção da qual havia visto Ladybug indo. E não olhou para trás em nenhum momento.

— Ah, tá – Alix resmungou - Mas nem pensar!

Ainda resmungando sobre o quanto ele era imbecil, ela saiu correndo atrás dele.

Seguindo-o a vários metros distância, ela viu quando ele virou a esquina entrando num beco. Porém, ela não foi rápida o suficiente para alcançá-lo.

Quando virou no beco, Alix ficou congelada no lugar, vendo Luka murmurar algo antes de sumir, dando lugar a um globo de luz que durou poucos segundos antes que Viperion aparecesse em seu lugar.

Viperion.

Luka era Viperion.

A ruiva levou à mão a boca, com medo de poder fazer algum som escandalizado que a denunciasse.

Nunca, em toda a história, ela poderia imaginar que aquele idiota de cabelo colorido pudesse ser Viperion.

O rosto dela esquentou ao lembrar de que tinha um poster do herói escondido na parte detrás da porta de seu guarda-roupa.

Ainda chocada e corada, ela o viu saltar para o telhado, indo atrás de Ladybug.

Quando enfim encontra novamente a sua voz, Alix só consegue dizer:

— Não é possível! Maldito seja!

Com isso, ela sai correndo novamente, dessa vez indo atrás de Viperion e Ladybug. 

Seu ato impensado a coloca no meio do confronto novamente.

O senti-pirulito estava atirando em todas as direções, tentando acertar Cat Noir, que bravamente rebatia ou desviava.

Ladybug se juntou .a ele na luta enquanto Viperion ativa a sua Segunda-Chance.

— Me diga que tem um plano infalível, My Lady? – Cat Noir pede, usando o bastão para rebater uma esfera-ácida, como se estivesse num jogo de baseball.

— Quase – Ladybug responde, olhando para a imensa bola de futsal em suas mãos, antes de analisar tudo a sua volta.

Com o seu sensor-Ladybug, ela detecta uma das mãos de Cat Noir, Viperion e seu próprio ioiô.

Certo. Ela já sabia o que fazer.

Esboçando um singelo sorriso satisfeito, Ladybug lançou a bola que rolou por vários metros.

— Cat Noir, se prepara – ela diz ao parceiro, antes de correr em direção ao Senti-pirulito.

O monstro atira com seu canhão, mas a heroína vermelha desvia habilmente das rajadas. O garoto akumatizado parece já ter se cansado daquela brincadeira, tanto que está quase esperneando de seu trono, ordenando aos gritos que o monstro acerte Ladybug.

O Sentimonstro cambaleia, também indo em direção à heroína. Sem sequer perceber, ele acaba pisando na imensa bola de futsal.

A bola, por sua vez, quase é achatada pelo peso do Sentimonstro, porém, como é uma bola mágica, ela não fura sob o peso do gigante.

Pelo contrário, o gigante é quem sucumbe à bola. Ele perde o equilíbrio e começa a se inclinar para frente, tentando se equilibrar antes que possa perder todo o seu centro de gravidade.

Ladybug, já pronta para a ação, lança o seu ioiô que se agarra ao pulso do senti-pirulito, tirando o frágil equilíbrio que o mostro ainda possuía.

Alix assistia aquela cena quase que em câmera lenta, vendo o monstro cair lentamente, sucumbindo à força do ioiô mágico de Ladybug.

Mas, o que a Guardiã não previu é que o Sentimonstro cairia lutando.

Antes de chegar ao chão, o monstro lançou uma última rajada de ácido.

A esfera grudenta e quase fluorescente percorreu o ar numa velocidade impressionante. Cortando o vento como se não houvesse atrito algum, num arco quase que perfeito.

Em menos de um instante, no que pareceu um piscar de olhos, a esfera-ácida acertou a pessoa que estava mais próxima do canhão do Sentimonstro.

Justamente Cat Noir que se preparava para usar o seu cataclismo no canhão-ácido do monstro.

O grito de horror de Ladybug misturado com o de dor de Chat cortou o ar.

A heroína caiu de joelhos, esquecendo-se completamente de que estava em meio a uma luta. Tudo o que importava naquele momento, tudo o que ela conseguia ver era a imagem de Cat Noir derretendo como a Bruxa de Oz.

Como um gato escaldado.

Agora ele era pretérito.

Cat Noir não existia mais e, em seu lugar, só restava uma poça ácida.

Pelos e ossos.

Morto.

Morto.

Morto.

Morto.

MORTO!