Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 30
Capítulo 28 - Dúvidas




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Havia se passado uma semana desde o show e Alix estava extremamente desanimada. Suas olheiras eram mais que visíveis, o que chamava cada vez mais a atenção de seus amigos.

Alix não queria conversar mais e, nos últimos dias, estava sempre com fone de ouvido. A ruiva sempre se esquivava das investidas das amigas que tentavam leva-la para sair ou simplesmente tentar fazê-la rir.

Mylene estava preocupada com a amiga, ela sabia sobre a briga de Alix e Luka, apesar da ruiva não querer falar sobre isso, quem dirá compartilhar o que estava sentindo.

Até a professora Bustier percebeu, pois, o seu rendimento em sala caiu bruscamente.

Naquele dia Kim estava decidido a animar sua melhor amiga. Ele tinha queimado boa parte dos seus poucos neurônios nos últimos dias pensando em um ótimo desafio. Alix sempre ficava animada com novos desafios e iria ficar ainda mais com esse, ele tinha certeza.

Alix estava arrumando suas coisas para sair quando Kim apareceu, animado:

— Ei Alix! Tenho uma novidade!

— Ah é? – ela respondeu sem olhar para ele.

Kim foi até perto dela antes de falar:

— Eu tenho um desafio beeeeemmmm... – antes que ele terminasse a frase ela disse:

— Passo.

Ele tem uma expressão confusa:

— Hein?

Sem olhar para ele, ela repete:

— Eu disse que passo.

Kim, incrédulo, basicamente grita:

— Como é que é?

Alix suspira, derrotada. Ele havia chamado a atenção de toda a sala, inclusive da professora, ela então diz:

— Eu não estou no clima hoje, Kim.

Terminando de arrumar seus pertences na mochila, ela tenta sair o mais rápido dali, mas Mylene segura suavemente em seu braço, não a deixando escapar.

— Você está bem? – Mylene pergunta. – Tem estado tão quieta ultimamente... se eu puder te ajudar de alguma forma...

Bruscamente, Alix se solta e diz num tom triste:

— Tá tudo bem.

— Não está não! – Alya grita, já cruzando a sala em direção a elas. – Você nunca recua em um desafio. Tem algo errado sim!

Todos concordam com ela e Marinettte pergunta:

— Podemos ajudar de alguma forma?

Para desespero de metade da turma, Alix apenas suspira. Parecia que ela nem mesmo tinha se irritado com os comentários. O que não era de seu feitio.

A sala recaiu em silêncio por um momento, todos chocados e preocupados. Até que Max quebrou o silêncio:

— Tem, em média, 90% de chance de ela ter sido trocada por um alienígena!

— Não sou um alienígena, Max. E também não estou doente. – ela rebate num tom impaciente e melancólico. – Eu estou bem, é sério. É só que... – ela suspira – Desculpe Kim, eu só não tô afim. Fica para próxima.

Com isso ela sai da sala, deixando todos com semblante preocupados. Até Chloe que solta o seu habitual ridículo, totalmente ridículo, mas seu semblante também demonstra preocupação.

Juleka, Rose e Nath trocam olhares.

Definitivamente aquilo tinha ido longe demais e eles precisavam tomar uma atitude, não dava para esses dois continuarem assim.

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No mesmo dia naquela manhã

Luka voltou de sua turnê, havia sido legal até certo ponto, pois ele não conseguia tirar uma certa ruiva marrenta de sua mente de jeito nenhum.

Ele estava com um humor terrível, isso vinha piorando nos últimos dias, estava consciente de que andava só resmungando feito um velho rabugento e por mais que ele não quisesse admitir sentia muita falta daquela ruiva marrentinha por perto, ele tinha se acostumado com a presença dela, e se sentia feliz quando estava perto dela, talvez sua irmã estivesse certa, ele havia desenvolvido sentimos por Alix.

Ele se lembra do dia em que ela viu a sua “nova” música, como de costume Alix havia invadido seu quarto parecendo um miniTAZ sorridente, e se jogou na cama arrancando o papel que está em sua mão.

E por causa dela, ele havia conseguido terminar a musica a tempo, ele sorri relembrando aquele dia, a musica que ele havia ajudado seu pai a fazer para o casal Ladynoir, foi a que acabou por ser a musica que ele se lembrava dela, na verdade ele sentia como se tivesse sido feita para eles, principalmente por ela ter sido a primeira que ouviu.

Ele balança a cabeça tentando tirar essas lembranças da sua mente, precisava se concentrar em terminar a nova musica, mas não conseguia, as notas pareciam totalmente erradas.

Ele solta um palavrão chamando a atenção da Capitã que estava no corredor o observando ela o adverte:

— Que palavreado é este Marujo? – ele diz num tom arrependido:

— Desculpa mãe! Eu só... – ele suspira – Me desculpe.

Ela entra e senta em sua cama:

— Que você tem Luka? Você anda tão mal-humorado, isto antes mesmo de ir com seu pai, você não é assim.

— Não é nada.

— E esse nada por acaso seria Alix?

— É tão obvio assim?

— Para mim é marujo, você não para de resmungar desde quando ela deixou de vir aqui, eu estranhei, mas não quis perguntar, o que aconteceu?

Ele diz desanimado:

— Nós nos desentendemos. E eu disse coisas que não deveria, e pela primeira vez não sei como resolver.

— Que tal ir conversar com ela?

— Marinette me disse a mesma coisa, mas fico pensando e se ela não quiser falar comigo?

— Só vai saber se tentar – Anarka se levanta e da porta se vira para ele – Não importa quem começou um tem que dar o primeiro passo, não cometa o mesmo erro que eu filho.

— Ok! Vou pensar no assunto mãe.

Ela sorri.

— Espero que tome a decisão certa.

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Alix chega da escola, seu pai e irmão estão na sala.

Ela diz num tom desanimado:

— Oi, Papa. Jalil

Sem esperar resposta, ela começa a subir as escadas para o quarto. Alim e Jalil trocam olhares, no que Alim pergunta preocupado:

— Chegou mais cedo, que houve?

— Nada. Só não teve segundo tempo hoje. – ela responde, já na metade dos degraus.

— Está tudo bem, Alix? – ele pergunta, fazendo a congelar no lugar.

Ele notou quando ela respirou fundo antes de responder:

— Sim. Tudo bem. Vou para o meu quarto.

— Não vai comer querida? – ele insiste em manter uma conversa.

— Não, estou sem fome – ela diz e continua subindo as escadas até chegar ao seu quarto.

Lá, ela joga os patins num canto e desliza para baixo dos cobertores. Se encolhe como uma bola, como se nada pudesse alcançá-la a partir de então.

Com a determinação de um pai preocupado, Alim sobe atrás dela. Ele sabe que ela não está nada bem e isto já tem algum tempo. Ele tentou não se intrometer e deixá-la resolver suas coisas sozinha, mas pelo jeito nada estava indo bem.

Ele abre a porta e a vê naquele bolinho, ela sempre fazia isto, desde de pequena, quando não está bem e nem com disposição para conversar, ele não consegue conter a risada que chega até ela, apesar da parede de cobertores.

Ela geme em desalento, não queria falar com ninguém muito menos com seu pai, ele chega próximo da cama e se senta, puxa levemente a coberta para revelar o cabelo bagunçado de Alix.

— Ei que houve? Faz dias que você está assim.

— Nada. Tá tudo bem.

— Esse nada por acaso se chama Luka?

Alix bufa. Alim diz num tom amoroso:

— Sabia! O que ele fez? Preciso joga-lo no Sena?

Alix dá uma risadinha e olha para ele por fim decide conversar:

— Não, Papa... Tá tudo bem... – ela se senta e olha para as mãos – Nós só nos desentendemos e não nos falamos há alguns dias... – ela suspira resignada e ele completa:

— Você sente a falta dele e não quer dar o braço a torcer.

— Talvez. Sabe fico pensando porque devo ir atrás dele quando não fui eu a errada e me perguntando por que tenho que me desculpar por algo que não fiz e na verdade eu nem sei como consertar tudo... entende? – ele ri dizendo:

— Nenhuma palavra. Mas se sente falta dele deveria ir até ele e conversar!

— Se ele quisesse conversar teria me procurado.

— E se ele estiver pensando como você?

Ela o olha espantada, não havia pensado nessa hipótese, no que ele continua:

— Não importa quem começou, filha, mas alguém precisa dar o primeiro passo. – Alix olha para o pai em duvida, ele sorri dizendo:

— Nenhum relacionamento é simples e sempre alguém tem que ceder mesmo não querendo. Pense nisso meu amor, e vou buscar algo para você comer. Não pode ficar assim. – ele disse enquanto se aproximava da pequena pilha sob as cobertas e beija a cabeça dela e sai do quarto a deixando sozinha repleta de dúvidas.


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