Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 18
Capítulo 16 - Cidade do (Des) Amor




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Colégio Françoise Dupont

Os alunos não tiveram o segundo tempo naquele dia, o que fez com que se dispersaram rapidamente. Alya saiu arrastando Nino, enquanto murmurava alguma desculpa sem nexo. Mas Marinete tinha certeza que aquilo tudo era para deixa-la sozinha com Adrien.

— Então... Até amanhã? – Mari murmurou, se arrependendo do que havia dito no momento que aquilo saiu de sua boca.

Parecia mais uma pergunta e não uma despedida de verdade.

Morta de vergonha, Mari se virou para ir embora.

— Mari? – ele chamou, fazendo a parar.

— Sim? – ela se virou para ele, com um leve sorriso de nervoso no canto dos lábios.

Ele abriu a boca, mas nenhuma palavra foi dita. Voltando a fecha-la, ele balançou a cabeça, tentando afastar a dúvida de seus pensamentos.

Dava para notar que ele estava em meio a uma luta interna. E Mari pacientemente esperou até que ele entrasse num concenso consigo mesmo.

Demorou alguns instantes antes que ele respirasse fundo e criasse coragem para perguntar:

— Você quer ir na sorveteria comigo?

Mari piscou, surpresa com o nervosismo na voz dele.

Vendo que a amiga estava incrédula, Adrien prosseguiu, passando a mão pela nuca:

— É que, bom, eu... eu gostaria de passar mais tempo com você. Só nós dois. Se estiver tudo bem para você, é claro.

Marinette, que já estava surpresa, ficou por um momento paralisada. Isso fez Adrien interpretar seu silêncio de forma errada:

— Mas se tiver outro compromisso eu entendo...

O semblante dele caiu, como um gatinho tristonho, e Mari enfim saiu do transe:

— Não. Não. Tudo bem! É que eu... só fui pega de surpresa.

Adrien nada diz enquanto aguarda a resposta dela.

— Claro que eu... Aceito sim – ela diz, virando o rosto para que ele não veja o quanto ela está vermelha. - Eu também gostaria de passar mais um tempo com você.

Sem dizer nada, Adrien abriu a porta do carro para que ela pudesse entrar e, assim, logo o carro partiu.

Ambos observavam a vista de suas próprias janela. Havia cerca de trinta centímetros de distância entre ambos, mas pareciam haver mais do que isso. Uma galáxia de afastamento.

Mas o silêncio não era incomodo, pelo contrário. Era estranhamente confortável.

Em pouco tempo, Gorila já estava encostando o carro e Adrien corre, sorridente, para abrir a porta do carro, dizendo:

— Então podemos ir? - ela diz sorrindo enlaçado o braço dele:

— Sim.

Sorveteria

Adrien não sabia o porque, mas enfim havia criado coragem e convidado Marinette para a sorveteria.

Bom, na verdade, ele já havia convidado só reinterou o pedido já que não teriam o segundo tempo e poderiam passar um tempo de qualidade conversando. E ela aceitou, o que o fez extremamente feliz internamente. Estar perto de Marinette lhe fazia muito bem.

Ali estava Mari, depois de um pequeno surto interno e tendo aceitado o convite de Adrien para irem a sorveteria.

Ela se perguntava no que havia se metido. Será que iria conseguir conversar descentemente com ele, sem parecer estar tendo um aneurisma? Ela esperava que sim, apesar de que, das ultimas vezes que ficaram sozinhos tudo havia ocorrido bem.

Bem até demais.

O que era estranho para os padrões dela.

E foi neste instante que ela se deu conta que lá estavam eles dois, entrando na sorveteria. Não era um sonho afinal.

Adrien, obviamente, insistiu em pagar para os dois, o que deixou Marinette meio constrangida. Mas no final ela aceitou quando ele deixou bem claro a “regra dos Agrestes” que afirmava que a pessoa quem convidava era quem devia pagar a conta.

Mari acreditava cegamente que ele havia inventando aquilo, mas não iria discutir com ele por algo tão pequeno.

Os dois se sentaram num canto um pouco mais afastado para poderem conversarem em paz, sem serem perseguidos pelas fãs dele.

Pouco tempo depois, Luka e Alix entram na sorveteria que virou seu point de atualizações e encontros para colocarem o plano em dia. Como sempre, Luka pagou pelos sorvete e os dois escolheram uma mesa.

O jovem então explicou para Alix sobre o que teriam que fazer para despistarem Alya. Logo depois, ambos começaram a conversar sobre gostos em comum.

No começo, saber um sobre o outro era uma obrigação. Mas agora eles estavam se divertindo com seus gostos em comum e até zoando um ao outro quando um deles tinha um gosto um tanto estranho para comidas ou filmes.

Alix gargalhava junto com Luka quando o rapaz avistou duas pessoas familiares ao fundo na sorveteria, rindo e brincando também. Imediatamente ele fechou a cara.

Alix achou estranha a mudança repentina de humor dele e questionou:

— Ei que foi?

— Nada – ele respondeu, carrancudo.

Pouco acreditando, ela olhou para onde ele estava olhando e viu Marinette e Adrien conversando animadamente em outra mesa.

— É, parece que o plano está dando certo! – ela disse, animada.

— Rápido até demais para o meu gosto! – ele responde num tom azedo.

— Luka! – ela o repreende. – Achei que você tinha entendido a importância disto!

— E eu entendo Alix – ele diz. - Realmente entendo, mas vê-los assim... faz sangrar cada partícula do meu coração.

Alix então fica boquiaberta.

— Eu sinto muito! – ela murmurou.

— Sente mesmo, Alix? – ele ironizou. – Você nunca se apaixonou para saber como isso pode ser doloroso. Você realmente não entende nada, Alix.

— Você não tem o direito de falar assim comigo Luka! – ela se irritou.

O que havia dado nele? 

Havia ficado louco?

— Você mesma me disse que nunca namorou ninguém, ou mentiu sobre isso? – ele arqueou a sobrancelha, em zombaria.

— Apesar de não ser da sua conta, guitarrista, isto não quer dizer que eu nunca tenha gostado de alguém. E, para sua informação, eu posso não ter sido correspondida e sei o quanto é doloroso isso.

Ela estava de pé agora, com as mãos espalmadas sobre o tampo da mesa, as unhas cravando na madeira.

— Estar lá o tempo todo e ver os dois felizes juntos – ela continuou, com um nó em sua garganta. – Ver o amor e carinho dos dois crescendo mais a cada dia. Incentiva-los sempre que possível porque são seus amigos e estão felizes juntos. Fazer isto tudo mesmo tendo que sufocar o que sente, ignorando a dor de seu coração todo remendado. E mesmo assim ter que sorrir como se estivesse feliz.

Passando as mãos pelos olhos, eliminando as lágrimas não derramadas, ela concluiu:

— Então sim, seu idiota de merda, eu sei muito bem como você se sente.

Luka fica espantado com essa declaração, nunca havia imaginado isto. Juleka sempre dizia que Alix não era este tipo de garota que sofria por garotos bobos.

Arrependido, ele tentou voltar atrás em suas palavras:

— Me desculpe.

Ele também ficou de pé, tentando alcançar as mãos dela, mas ela já estava se afastando.

— Eu vou embora – ela disse, a voz rancorosa e barganhada.

— Não, espere – ele adiantou o passo e segurou o braço dela, a puxando para si.

Quando seus olhos se encontraram, havia dor nos dela. O azul cristalino havia sido manchado por lágrimas. Lágrimas essas que ele havia causado.

— Eu... eu não sabia. Por favor, me perdoa. Vamos conversar – ele tentou se explicar, mas ela se soltou de seus braços, correndo porta a fora.

Sozinho, Luka olhou ao redor, vendo que haviam chamado atenção a sua volta, inclusive de Adrien e Marinette que estavam olhando para ele com espanto em seus rostos, murmura baixinho se amaldiçoando:

— Droga! – Luka amaldiçoou baixinho antes de ir atrás da ruiva, a culpa pesando em seu peito.

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Adrien e Marinette se entreolham.

— O que será que aconteceu? – Adrien pergunta.

— Não tenho certeza, mas tenho a impressão de que eles brigaram – Mari responde, preocupada

— Estranho, pareciam tão felizes – uma ruga surge na testa do loiro.

— Vai ver é coisa de namorado.

— É vai ver é isso.

Não demorou muito para eles retornarem ao assunto de onde tinham parado, mas Adrien ainda sentia que havia algo mais nisso, algo fora do lugar. Porém, afastou este pensamento por enquanto, pois queria desfrutar a companhia dela.

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Luka saiu correndo pela rua, ficando cada vez mais ansioso ao não vê-la em lugar nenhum.

Como aquela criaturinha minúscula conseguia ser tão rápida?

Ele tentou ligar para ela, mas ela não atendeu. Foi ai que ele decidiu ir até o apartamento no Louvre.

Ao tocar o interfone, o pai de Alix saiu com cara de poucos amigos. O jovem imaginou que, se ele não fosse um arqueólogo conceituado, com uma imagem a zelar, o homem daria um belo sumisso nele. Talvez até o trancando num sarcófago.

— Desculpe, Sr. Kubdel – Luka pediu, tentando não entrar em desespero. – A Alix está? Eu... eu preciso falar com ela, por favor.

Alim o olhou de cima a baixo - um olhar que fez Luka tremer de medo - antes de se afastar um pouco da porta lhe dando passagem:

— Ela está no quarto.

— Obrigado.

— Cuidado com o que vai dizer – Alim falou, as suas costas.

Um conselho. Um aviso. Uma ameaça.

Tentando ignorar isso, Luka subiu as escadas. Mas não antes de encontrar Jalil, que se colocou na frente dele, fazendo um sinal ameaçador de que está de olho nele.

Pelo visto, Luka havia conquistado um par de inimigos naquele fatídico dia.

— Jalil deixe-o em paz! – Alix gritou ao seu socorro, do alto da escada.

Ele se afasta do falso cunhado, tentando não fazer movimentos brusco, e se aproxima dela. Alix indica o seu quarto e tranca a porta logo depois dele passar por ela.

— O que você quer? – ela diz, num tom irritado, de braços cruzados.

— Me desculpe, eu sou um idiota. Eu não imaginei... eu não sabia... Me desculpe! – ele suspira, em total frustração. – Eu sou um completo idiota!

— Sim você é um idiota, mas não tinha obrigação de saber.

— Você me desculpa? – ele pediu, parecendo realmente arrependido de tudo.

Ela suspira, resignada, e se senta na cama:

— Tá tudo bem, guitarrista. Mas você tem que se conter, sei que dói, mas eles foram feitos um para o outro e você sabe disso.

Ele suspira, também resignado, e se senta ao lado dela.

— Infelizmente, eu sei – ele diz, engolindo em seco.

Vendo o baixo astral dele, ela o abraça forte, como se pudesse tirar a dor dele e tranferir para o próprio peito.

Quando o abraço se desfaz, ele pergunta:

— Amigos e parceiros no crime?

Ela solta uma risada, dizendo:

— Sempre!


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