Invisible Strings escrita por RKVERSO


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Cuttin' me open, then healing me fine



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805767/chapter/2

O restaurante Chumley’s não serve café da manhã, mas Tyler se contenta em pedir uma cerveja para si. Mallory hesitou em acompanhá-lo na bebida, afinal de contas era cedo e dificilmente o horário para estar bebendo. Mas caramba, eles estão vivenciando uma manhã muito incomum e pro inferno quem fosse julgá-los por uma cerveja de manhã.

Tyler, agora parecendo mais hipnotizado que nervoso, percebe que Mallory não consegue parar de esfregar as mãos uma na outra, um sinal de que o frio de Nova York a afeta mais do que a ele. Ele assopra as próprias mãos e alcança as dela em seguida, aquecendo as pequenas mãos da mulher entre as suas.

Mallory estranha a intimidade do gesto, e ao mesmo tempo inveja a facilidade que ele teve de iniciar contato físico, essa havia se tornado uma das muitas coisas que seu passado havia quebrado dentro de si, mas ela preferia não pensar sobre aquilo no momento.

─ Então, você é escritor... – ela inicia, expulsando sua antiga profissão da mente ao trazer a dele em foco.

─ Sou, mas você já sabia disso... – ele devolve.

─ Como decidiu que era isso que queria fazer?

─ Eu sempre gostei de ler, escrever acabou se adicionando a isso com o tempo. Tem algo extremamente reconfortante no propósito das coisas, sabe?

“Os acontecimentos do dia a dia... um sinal vermelho, um metrô lotado, um cachorro bravo que te faz atravessar a rua, e eu sei que na vida as coisas parecerem nunca ter sentido e se tem nós quase nunca descobrimos. Mas no mundo da fantasia, no mundo dos livros, tudo tem uma causa e consequência, e absolutamente tudo precisa ter um propósito. E é por isso que eu escrevo.

─ Você soou tão poético agora.

─ Ah! C’mon, por que você decidiu trabalhar com livros então?

─ Inglês me parecia ser a única matéria que eu conseguiria fazer sem reprovação. Eu acabei gostando do mundinho editorial quando trabalhei no jornal da universidade, e aí foi só somar dois mais dois e chegar à conclusão mais óbvia.

Tyler se sentiu um pouco decepcionado, ele imaginava que ela tivesse uma paixão por aquilo, era uma das coisas que mais admirava nas pessoas, paixão. Quando existe uma coisa para alguém que faz com que a vida tenha sentido, que faz com que ela se mova, com que ela exista. Porque era assim que ele funcionava, mas Mallory não.

─ Parece ser uma pessoa prática – ele responde, e ela consegue sentir o julgamento em sua voz.

Mallory vinha de uma vivência extremamente diferente, onde só o fato de que seu futuro não seria mais uma overdose na banheira de um traficante parecia improvável. Ter uma paixão automaticamente implicava uma vida que ela não ousava pensar em ter, implicava sonhar e pensar no futuro. Coisas que ela não podia se permitir desejar, mas que agora pode, porque aquela não é mais sua vida. Exceto que isso nunca ocorreu a ela até agora.

─ Eu não queria desperdiçar o dinheiro dos meus pais adotivos, eles queriam tanto pagar a faculdade que eu aceitei, e não queria que tivessem pagado pra eu fracassar. Então só decidi apostar naquilo que eu era boa, e fiz o mesmo quando escolhi minha carreira. E é por isso que eu sou editora, porque sou boa nisso.

Ela pode ter soado um pouco defensiva, e ele pode ter se arrependido imediatamente de ter assumido coisas sobre ela. Talvez ela tivesse uma paixão, talvez não tivesse tido o mesmo privilégio que ele tinha, de trabalhar fazendo aquilo que ama, ou pior, talvez não tivesse tido a oportunidade de adquirir uma paixão. Não nos momentos que tinha entre um uso e outro, ou nas pausas entre clientes, não com a responsabilidade de conseguir um teto para si e comida na mesa. Mas claro, Tyler não pensou na última opção.

─ Eu tenho certeza que é – garante, e realmente tem. Tyler sabe disso, de alguma forma sabe que não deveria ter esperado diferente, porque ele sente que já passou por aquilo antes, que já pensou em tudo isso antes, mas dentro de um sonho.

Um longo e desconfortável silêncio se forma, ambos começam a vasculhar a mente em busca da coisa certa a se dizer, o que perguntar e de que forma. Fazia muito tempo que Mallory não se sentia assim, desde que desistiu de encontros, ela se lembra, desde a terrível pandemia. Há 3 anos Mallory não consegue sequer suportar a ideia de um encontro, talvez há muito mais tempo, mas ela prefere não pensar naquilo.

Tyler não para de pensar que o desconforto dela era sua culpa, que seu jeito antissocial e recluso, combinado há um vírus fatal que forçava as pessoas à um distanciamento, havia destruído suas habilidades de conversar com mulheres. E talvez com humanos em geral.

─ Posso ser brutalmente honesto aqui? – questiona, após um generoso gole no copo de cerveja.

─ Por que não? – replica Mallory, espelhando o gesto.

─ Você ouvir falar que na pandemia o índice de divórcios aumentou?

─ E casamentos – itera, assentindo com a cabeça.

─ Bom, você pode me contar na porcentagem de divórcio – revela, aguardando a resposta da mulher.

Wow. Que merda, há quanto tempo?

─ Um ano e meio.

─ Espero que não seja porque você disse meu nome durante o sexo – brinca, arrancando dele a mais sincera gargalhada que já ouviu.

─ Você... – ele precisa fazer uma pausa para tentar se recompor, Tyler não consegue parar de rir – Você é engraçada – ele é capaz de dizer após um tempo.

─ Não é intencional – garante, tomando o último gole de seu copo. – Você traiu?

Nop.

─ Ela traiu? – ela questiona, ele balança a cabeça novamente.

─ A gente era uma droga juntos, só isso – resume, com sinceridade. – Não foi sempre assim, mas acho que o tempo acabou estragando nós dois em particular.

Mallory ergue as sobrancelhas, se perguntando o porquê de Tyler estar trazendo esse assunto à tona, ele está tentando rejeitá-la? Ela nem havia decidido se queria tentar algo com ele.

─ Enfim, eu não vou à um encontro há muito tempo, e não faço ideia de que tipo de coisa se fala nessas coisas mais – explica, se arrependendo logo em seguida. – A não ser que você não queira que isso seja um encontro, pode ser um “não-encontro”, uma conversa, não sei...

─ Tyler Hawkins – ela chama, e seus olhares se encontram. – Relaxa. Não é um encontro. Você já foi ao Luna Park?

─ Quando eu tinha uns 15 anos...

─ Ótimo, eu nunca fui, quando abre? – ele faz uma careta confusa, o que faz com que Mallory revire os olhos, em uma falsa impaciência – Google!

─ Você não tem trabalho?

─ Estou trabalhando! – diz em tom de obviedade. – Estou cortejando você para minha editora.

─ Está me cortejando? Mas isso não é um encontro?

─ É um não-encontro. Muito menos genérico, não é todos os dias que você encontra o cara dos seus sonhos, precisamos de definições mais originais.

─ Justo – ele diz, soltando ar pelas narinas em uma curta risada.

Mallory se ofereceu a pagar, e em seguida sugeriu que fossem de metrô, já que com o trânsito de NYC a linha subterrânea seria bem mais rápida que os carros que usaram para chegar ao Chumley’s. Ela oferece a Tyler a garagem de seu vizinho, que está em Chicago a trabalho, já que não poderia deixar seu carro estacionado na rua.

#

Na caminhada até a estação de metrô, Tyler comenta com a morena a respeito de seus anos de faculdade, quando vivia de baixo pra cima entre o centro e a NYU, e seus únicos meios de transporte eram suas pernas e uma bicicleta.

A conversa se mantém leve, e flui naturalmente no metrô até a estação mais próxima do Brooklyn, onde preferiram seguir o caminho de ônibus. Para a infelicidade de ambos, o ônibus para Coney Island estava lotado.

Tyler não conseguiu deixar de notar a inquietude de Mallory, seus olhos passeavam de um lado para o outro e suas mãos apertavam as barras do ônibus com força. Um minuto mais tarde ele repara no homem parado logo atrás dela, muito próximo.

Todos os assentos estão ocupados, ele sabe que muitas pessoas estão de pé, mas a proximidade desse rapaz é extremamente desnecessária. Ele olha nos olhos de Mallory e sabe que há algo de errado, nesse exato momento o ônibus faz uma freada brusca e os olhos da mulher à sua frente se arregalam.

─ Mallory

─ Hm?

─ Você se importa de trocar de lugar comigo? – ele quase consegue ver o alívio em seu rosto, os lábios que ele conheceu em seus sonhos se curvando em um discreto sorriso.

Ela avança em direção ao lugar de Tyler, e ele consegue ver o olhar do rapaz acompanhando o distanciamento da moça. Tyler compõe sua melhor encarada, fechando a expressão para o estranho antes de virar as costas para o tal.

Mallory percebe o motivo da movimentação, sorrindo satisfeita em resposta ao ato. Ela silenciosamente forma a palavra “obrigada” entre os lábios para Tyler, ele responde com uma expressão de falsa irritação indicando o homem atrás de si com os olhos.

O restante da viagem segue pacificamente, e quando os dois finalmente chegam ao destino, já são cerca de 8h30. Segundo o Google, o Luna Park abre às 9h00 então Tyler sugere uma caminhada na praia.

Mallory é uma companhia silenciosa, ele percebe, mas agora aquele silêncio não é incômodo, é mais uma das coisas que ele estava recordando sobre ela. Mallory passa a recolher conchas na praia e Tyler começa um discurso ambientalista sobre o motivo de levar as conchinhas da praia ser prejudicial ou algo assim.

Os dois apreciam a presença um do outro, Tyler gosta de como ela o faz sentir próximo dela, como se eles se conhecem há muito tempo. Mallory gostava de como ela a fazia se sentir jovem novamente, algumas inseguranças e frios na barriga, um gosto do que deveria ter sido sua adolescência.

─ Quantos anos você tem? – a curiosidade fala por ela.

Oh wow! Tyler Hawkins você é velho.

─ Sério? E quantos anos você tem? – ele diz, fingindo estar ofendido.

─ 30! A idade do sucesso, baby – seu tom faz com que Tyler não consiga conter o sorriso – É claro que eu não sucesso nenhum, ainda. Mas você vai me ajudar a chegar lá... Você e um original da Kiara Santana, mas isso é ambição demais.

─ Eu senti sua falta, Mallory Riley – confessa, e ele não precisa se explicar.

─ Eu senti sua falta, Tyler Hawkins ─ responde, porque ela sabe exatamente o que ele quer dizer.

#

Português

Saudades: sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências já vividas

Inglês

To miss someone: Sentir a falta de alguém.

 

O não-encontro de ontem foi dia mais perfeito que já vivi em anos, as sensações que Tyler causa em mim me fazem sentir medo de mim mesma, e ao mesmo tempo eu nunca pensei que pudesse me sentir assim. Tentei me convencer de que isso era apenas o resultado de um pouco de conexão humana depois de tanto tempo de distanciamento, uma consequência daquele vírus terrível.

Mas entrando na Tino’s esta manhã, com a visão dele em minha frente, o quão clichê e ridícula me sinto ao ver seu sorriso ao me ver, me fazem ter certeza de que isso é muito mais. Eu senti a falta de Tyler, senti a ausência dele em minha vida desde que o vi pela primeira vez, é a sensação mais estranha do mundo, mas ele também a sente.

O jeito como as coisas acabaram ontem me deixa hesitante. Ele me deixou em casa às 23h00, e antes de ir até a garagem para levar seu carro tentou me dar um beijo de despedida. Um beijo, eu não estava pronta para um beijo, a lembrança de o que beijos já significaram em minha vida me fez entrar em pânico, então eu desviei rosto e ele beijou minha testa por acidente.

─ Hey! – ele saúda, sorridente.

─ Oi...

─ Bom dia – ele diz, entregando um copo em minhas mãos. Era o meu pedido de ontem, Tyler se lembrou.

─ Como soube que eu estaria aqui?

─ Palpite – responde, parecendo orgulhoso de si mesmo.

─ Olha Tyler eu tenho que trabalhar hoje – aviso, tentando manter os sentimentos ausentes de minha voz.

─ Oh...okay – por sua expressão, ele parece surpreso.

Ele esperava que eu deixasse de trabalhar outra vez?

─ Você decidiu sobre a nossa proposta? – questiono, e ele parece confuso – De assinar com a minha editora?

─ Certo, uhm, deixe eu pensar no assunto, okay?

─ Eu te ligo mais tarde pra saber a resposta.

 

Não muito tempo depois, recebo minha assistente no escritório, aparentemente aquele escritor que eu sugeri na reunião está aqui pra me ver. É Tyler, e ele tem na mão dois saquinhos de papel da Tino’s.

─ Eu trouxe donuts! – ele anuncia, mais como um pedido de desculpas.

─ Tyler – digo, surpresa.

─ Mallory, o que está acontecendo? – questiona, e seu tom é sério.

─ Mr. Hawkins, de que, exatamente, você tá falando?

─ Oh, é Mr. Hawkins agora? – ele espera uma resposta, mas eu não faço ideia de como confrontá-lo sem parecer uma babaca. – Okay. O que aconteceu em Vegas fica em Vegas certo? Exceto que nada aconteceu – ele ri, sarcasticamente.

─ Me desculpa, mas você realmente está bravo porque eu não quis te beijar?

─ É claro que não – responde, derrotado – Não importa, eu vou pra casa pensar na proposta e te ligo com a resposta. Tenha uma boa tarde.

E foi assim que eu estraguei tudo com Tyler Hawkins, antes mesmo de termos a chance de construir alguma coisa, ou pelo menos eu pensava ter estragado tudo. Mas, surpreendentemente, quando chego em casa essa noite há um envelope preso à porta.

Mallory Riley,

Até dois dias atrás eu poderia jurar que seu rosto não tinha um nome, mas hoje eu estou aqui, escrevendo para você, com papel e caneta emprestados do vizinho e o apoio de sua porta. Eu sei que isso é bem dramático de minha parte, escrever um recado assim à mão, esperando que o destino o entregue a você. Se é que isso existe.

Mas como, Mallory Riley, pode o destino não existir? Como, se agora eu sei seu nome? Se existe destino, e estou quase certo de que exista, eu sinto que meu dever é ajudá-lo a impedir que se afaste de mim.

Pensei em milhões de coisas, e perdoe a minha hipérbole, mas a única coisa que me parecia decente foi ideia sua. Eu sou escritor. Eu escrevo. Então decidi apostar naquilo que sou bom: escrever.

Esse foi o melhor gesto romântico que pude pensar em fazer em tão pouco tempo, mas se não for suficiente permita-me oferecer mais uma coisa. Esqueça o romance, se não é o que você quer. Eu quero estar na sua vida muito mais do que nos seus sonhos, mas se me permitir estar em ambos, eu aceito qualquer posição disponível.

Por isso, Mallory, e apesar das outras três companhias que me “cortejam” no momento, eu decidi aceitar a proposta da sua editora. Ao menos assim, se não podemos ser amigos, amantes, ou dois estranhos em um não-encontro, eu posso ser o escritor que fez a sua editora crescer.

O homem dos seus sonhos,

Tyler Hawkins

Procuro seu contato em meu smartphone imediatamente, disco e ele atende em questão de segundos.

“Hey” – ele atende, sua voz expressa ternura, como se assim pudesse amolecer meu coração.

“Vamos conversar. Pessoalmente. Eu te devo uma explicação”

“Onde e quando?”

“Aqui e agora” – respondo, com um sorriso – “E eu estou em casa, caso estiver se perguntando”

#

─ Quando você tentou me beijar... eu entrei em pânico.

─ Você... não pensou que eu fosse te pressionar a nada, achou?

─ Pra ser sincera, eu não sei.

─ Eu fiz alguma coisa?

─ Tyler, eu já fui...problemática. Você não entenderia!

─ E se eu te disser que eu não falo com a minha família há uns 15 anos?

─ Isso não é nada comparado a quantidade de problemas em que já me meti.

─ Mallory – ele diz, incapaz de acreditar.

─ É sério Tyler, eu...

─ Eu nem falo com a minha irmã mais nova mais, eu sou uma pessoa detestável.

─ Você nunca vai ser detestável, Tyler Hawkins – tento confortá-lo. Ele parece bastante afetado pelo assunto, e eu decido que não haveria melhor distração que falar dos meus fantasmas, já que ele havia mencionado os dele – Eu era prostituta.

Ele não disse nada, não olhou pra mim por pelo menos um minuto, mas depois que ele o fez entendi exatamente o que estava fazendo. Tyler não olhou para mim até que sua expressão estivesse livre de julgamentos, preconceitos, qualquer coisa exceto interesse. Ele queria que eu contasse o porquê, a maioria das pessoas não se permitia chegar à essa parte.

─ Eu tinha 16 anos – começo, e seu rosto se contrai em uma expressão de lamento. Da forma como as pessoas fazem quando ficam sabendo de algo trágico – Minha mãe estava devendo um traficante e eu não conseguia pagar, obviamente. Parecia dinheiro rápido e eu só queria me livrar dele... e eu fui estúpida, e ingênua, mas eu só queria que ele sumisse da nossa vida sabe? Esse cara ele, matou a minha mãe.

─ Oh, Mallory, eu sinto muito! – Tyler diz, parecendo sincero.

─ Bom... ele não a matou exatamente, ela teve uma overdose. Mas ele traficou pra ela, mesmo estando endividada com ele – prossigo, ainda tentando entender o que ela havia feito para convencê-lo.

“Eu acabei passando a usar também, não conseguia atender nenhum cliente sem uma cheirada. Eu acabei trabalhando pelas drogas, e naquele ponto não seria surpresa pra ninguém seu eu morresse exatamente como a minha mãe. Exceto pelo fato de deixar uma filha adolescente pra trás.

─ Então como acabou com sua família adotiva?

─ Eu conheci o Doug primeiro, e eu agradeço todos os dias que ele nunca foi um dos meus clientes. Ele me ajudou demais, a sair daquele lugar daquela situação... Depois eu conheci a Lois, a esposa. Os dois gostavam tanto de mim, eu achei bizarro no começo, dois adultos desconhecidos me fazendo tantos favores, me ajudando a sobreviver!

“Mas eles precisavam tocar a vida, ir embora sabe? Eu recebi uma oportunidade, eles me prometeram que me acolheriam contanto que fosse o que eu queria. Eu estava a caminho da autodestruição, para Los Angeles... e então mudei de ideia, e Doug e Louis Riley salvaram minha vida.

Eu viro a taça de vinho em minhas mãos, esvaziando o recipiente na boca. Não há segredo que um bom vinho não revele, eu acho. Recosto na cadeira, observando a vista da sacada, onde Tyler e eu bebíamos.

─ Você não precisa responder se não se sentir confortável, e eu não sei se deveria perguntar, mas... você já foi... forçada a...?

─ Sim – eu respondo, interrompendo sua pergunta. – É por isso que- Tyler eu acho difícil me relacionar com homens assim, eu não queria afastar você, mas... foi uma reação. Eu entrei em pânico e eu não queria que você tivesse a ideia errada, então te dei um gelo, e eu sei que fui incrivelmente rude com você, eu sei!

─ Você não foi rude.

─ Mas se você realmente quis dizer tudo o que disse na carta... – eu paro por um segundo. – Eu posso me arrepender mais tarde, e talvez seja extremamente precipitado dizer isso, mas nada nessa situação é comum. Então fique com a posição que quiser, Tyler Hawkins. Seja meu amigo, meu amante, o homem dos meus sonhos, meu não-encontro, foda-se, seja o que quiser ser! Mas tenha paciência comigo.

─ Toda a paciência do mundo – anuncia, em tom de promessa. E dessa vez eu permito que ele me beije.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PARTE 3 EM BREVE!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invisible Strings" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.