Blindwood escrita por Taigo Leão


Capítulo 21
Holy Cross


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo pode possuir alguns gatilhos.



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A voz não era de Maria, Elaine teve a certeza disso.
Na realidade quem se aproximava, da direção das árvores, era uma pequena garota com roupas simples. Sua pele era clara e seu cabelo era loiro.
— Quem é você?
A garota correu até atravessar aquele campo. Elaine a seguiu, passando por um pequeno portão junto de uma grade e chegando até uma entrada abandonada do Parque Blindwood, assim como a outra que a mulher conhecia.
A garota havia sumido, mas agora Elaine estava dentro do parque.
Ela caminhou, passando por uma pequena árvore com cuidado, com medo de acabar entrando no lago por engano ou de encontrar algum monstro, até que chegou perto da estátua de Elisabeth Lee. Frente a mesma estava uma mulher sentada, escondendo o rosto com os braços nos joelhos. Era a mãe de Elisabeth Lee.
— Ei, você está bem?
— Hm...? Oh, é você. Pensei que seria um deles. Você encontrou o que estava procurando? Era a garota, não era?
— Da última vez que nos vimos eu descobri sobre sua filha... Sim, encontrei Maria. Na verdade aquilo já faz algum tempo.
— Faz...? Pra mim parece que você está me seguindo... Acabei de sair de casa, não faz muito tempo desde que você foi embora, mas... Bem... Não tenho mais noção do que é o tempo... Minha vida se resume a ficar em casa, vir até aqui e fugir desses malditos seres. Mas as memórias, oh, as lembranças... Elas estão acabando comigo. Você entende? O que eu posso fazer quando não vejo mais esperança ou uma forma de sobreviver? Eu perdi tudo, tudo mesmo. Não tenho mais marido, não tenho mais filha... Não tenho mais esperança. Tudo que me restou é a agonia. Ela é minha única companhia agora, sem esperança de dias melhores. Ela me consome e me faz queimar às vezes...
— Você vai ficar bem, não se preocupe... A culpa não foi sua.– Elaine colocou a mão no ombro da mulher, para a consolar.– Eu posso te ajudar de alguma forma?
A mulher moveu o ombro para Elaine tirar a mão e se levantou, ficando de frente para a estátua de sua filha. Ela estava agoniada e hiperativa.
— Não há futuro! Não há mais nada. Eles conseguiram o que queriam. Eles me enganaram. Foram cruéis demais... Me mandaram para essa dimensão para eu viver sozinha e perder tudo que me restava pela eternidade de minha vida... Eu não posso ir embora. Sei que não posso mais ficar aqui, e nem quero, mas quero ficar com minha filha... Existe algo que não lhe contei, então você não entende. Eu não sou pura... Quando soube o que meu marido fez, eu o matei. Sim... Na mesa de jantar... Peguei uma faca e tirei sua vida, perfurando até mesmo seu corpo sem vida. Essa foi minha vingança... Agora sou apenas eu e minha filha... Entende? Eu não sou inocente, então aceito meu castigo. Para cada crime, há um castigo, sempre se lembre disso. O meu castigo é o sofrimento eterno. Oh, céus... Que coisa... Minha filha morreu aqui, afogada. Agora estou aqui, sentindo como se estivesse queimando. Oh... Oh... Esse é o inferno, o meu inferno... EU ESTOU QUEIMANDO!
A mulher jogou suas costas contra a estátua e escorregou até cair no chão sentada, então ficou deitada na grama enquanto esfregava as mãos no rosto e em seu corpo, ela realmente estava agoniada como se estivesse queimando. Elaine não sabia o que fazer.
— Veja... Você logo encontrará a sua verdade...
— Eu posso te ajudar em algo?
— Não, você não pode! Em nenhum momento pedi sua ajuda! Agora eu entendo... Eu aceito o meu destino e irei ficar junto dela... Junto de Elisabeth Lee, para sempre.
Tão de repente quanto acordar, a mulher, que se esgueirava pela grama, enfiou a própria mão dentro de sua boca, quebrando o próprio maxilar. Seus olhos estavam arregalados e em lágrimas enquanto ela agonizava de dor e emitia sons parecidos com gritos. Essa cena foi chocante para Elaine que nada conseguiu fazer para impedir. Na realidade, Elaine se aproximou e tentou puxar a mão da mulher, mas a mesma chutou Elaine para longe com força e continuou empurrando sua mão para dentro de sua boca, abrindo seu maxilar cada vez mais enquanto sangue caía tanto de sua boca quanto um pouco de seu nariz, também.
Elaine estava desesperada pela cena que estava presenciando, mas os gritos abafados, emitidos pela mulher, havia atraído um ou dois seres, que se aproximavam com seus passos tortos.
A mulher tremia e gritava de dor e agonia enquanto fazia isso, mas continuou fazendo até que os gritos cessaram.
Subitamente Elaine percebeu seres vindo em sua direção pouco tempo depois do acontecido. Eram seres estranhos que se moviam com dificuldade, com braços e pernas tortos, como se fosse um boneco, movendo todas as articulações de seus corpos enquanto se moviam em sua direção.
Elaine correu dali sem entender por quê tantos seres deste mundo a perseguiam agora, quando ela estava sozinha. Nas outras vezes em que caminhou por Blindwood, nas duas dimensões, os seres não eram tão presentes como agora. Eram seres malignos e loucos, que poderiam tirar sua vida a qualquer momento. Nas mãos de alguns deles – principalmente nestes que pareciam manequins sem rosto –, Elaine jurava ter visto uma espécie de faca ou arma, embora não tivesse tanta certeza por conta da neblina, que atrapalhava a visão completa, mas lhe dava um vislumbre suficiente para fazê-la notar o perigo e querer fugir do alcance.
Elaine novamente viu a silhueta daquela garota correndo e a seguiu, passando por ruas das quais ela não se lembrava de ter visto antes. A mulher se cansou de perseguir aquela garota, e seus pedidos para ser esperada não eram atendidos, até que a garota entrou em um pequeno prédio. Elaine a seguiu.
A mulher parou em uma pequena recepção. Ali havia uma pequena planta morta, duas poltronas e uma mesa de centro, além de algumas revistas velhas em cima da mesa de vidro. A garota já não estava ali.
— Oi...? – Elaine não obteve uma resposta.
A mulher entrou na primeira porta que viu, chegando a uma secretaria. Mexendo nos armários e gavetas, ela encontrou uma pequena lanterna e alguns arquivos, dos quais ela conseguiu identificar o local onde estava. Era o orfanato Holy Cross. E ali havia um pequeno mapa. Era a planta do local.
Elaine se lembrava vagamente de ter visto um nome parecido com este no mapa que havia ganho de Sarah Bove, mas não tinha interesse naquele lugar. Agora ela estava ali. Elaine queria ir embora; ela não gostava de orfanatos, mas precisava encontrar a garota.
Elaine atravessou a recepção e entrou no primeiro corredor que estava em sua frente. Seguindo até o final deste, ela chegou até uma pequena escada pela qual subiu para o andar superior. Ali haviam algumas portas, mas em sua maioria elas estavam trancadas. A única que Elaine conseguiu abrir foi a de um pequeno depósito onde não havia nada de útil. Era apenas um quarto vazio. A segunda porta que abriu, não possuía nada além da entrada, apenas um muro, o que deixou Elaine confusa.
Enquanto caminhava pelo local, Elaine conseguia jurar que escutava vozes de crianças, então seguiu aquele som.
O local, em suma, lembrava o Chariotte. Eram corredores estreitos com portas muito semelhantes a anterior e a próxima.
Após virar em um corredor, Elaine conseguiu abrir uma porta que a levou a um pequeno quarto com duas camas de solteiro, separadas por um pequeno tapete retangular no chão. As camas eram iguais, inclusive os panos das camas. A grande janela continha tábuas em sua extensão e havia dois pequenos guarda-roupas. Na cama da direita, embaixo do travesseiro, com parte saindo para fora do travesseiro, Elaine conseguiu ver um pequeno pedaço de papel.
Quando se aproximou, viu que se tratava de algumas folhas arrancadas de algum diário. Eram algumas anotações.

"Eles disseram que Alex encontrou seu propósito e agora alegrará outras pessoas. Fico feliz por ele. Ele sempre foi incrível. Era como se tivesse um mundo alegre dentro de si. Muito diferente de mim. Confesso que senti inveja no começo, e agora esse quarto é solitário, já que Lúcio já adiantou que não colocará ninguém para me fazer companhia. Ele vem me visitar às vezes pela noite. Ele diz que, apesar de tudo, gosta de mim."

"Ando tão sozinho e choro muitas vezes pela noite e pelos cantos. As pessoas não entendem como sinto falta de Alex. Disseram que eu não posso mais falar com ele. Parece que tem algo de errado comigo e às vezes dói muito, mas disseram que isso é um dom."

"Ontem eu não chorei. Como recompensa, Lúcio pediu para mim o visitar. Mas teria que ser quando todos já estivessem dormindo. Preciso atravessar esse corredor na ponta dos pés, para assim não acordar ninguém. Ele diz que finalmente servirei para algo. Acho que ainda há esperança no céu, até mesmo para mim. Serei eu um escolhido?"

Quando terminou de lê-las, a porta do quarto se abriu e Elaine escutou passos. Ela se apressou até o corredor para tentar ver a origem esses sons, mas não conseguiu ver nada.
Algumas portas estavam trancadas. A próxima que Elaine conseguiu abrir levava para uma pequena sala de aula. As tábuas também eram presentes nas janelas deste lugar, mas a luz entrava pelas frechas, o suficiente para iluminar aquele lugar. O brilho permitiu que Elaine enxergasse um pequeno símbolo próximo do quadro negro. Era o símbolo triangular da religião.
O orfanato, ao que tudo indicava, também pertencia a religião.
Elaine não estava surpresa pelo símbolo. Não era certo, mas era de se esperar. Nesse momento ela tinha a ciência – ou a desconfiança –, de que tudo em Blindwood, até mesmo algumas pessoas, pertenciam a religião ou eram orquestradas por ela.
Elaine saiu daquela sala e subiu as escadas, indo até a sala de Lúcio, que era a primeira sala ao final do corredor do andar superior. Ela conseguia ver pelo pequeno mapa que carregava consigo, que possuía as nomeações de algumas salas.
Por alguma razão ela sentia como se houvesse outras pessoas ali com ela e até mesmo temia abrir algumas portas, com medo de que houvesse um perigo atrás das mesmas.
A maior parte das portas desse novo andar estavam trancadas, e as poucas que não estavam, não possuíam nada de importante. Eram apenas portas de quartos iguais os anteriores ou o de salas de recriação, com alguns tapetes, brinquedos velhos e alguns livros, ou até mesmo salas de aula. O orfanato estava abandonado. Embora nada tivesse um odor muito ruim, como algumas partes de Blindwood, o cheiro era de algo velho. As mesas da sala de aula estavam empoeiradas. As camas, em suma, estavam bagunçadas – enquanto outras estavam impecáveis –, e os brinquedos estavam sujos e rasgados, dando até mesmo uma aparência medonha. Elaine até mesmo conseguia ver alguns insetos pelos corredores em que caminhava.
Quando chegou até a sala de Lúcio, Elaine abriu a porta.
A sala parecia uma sala de diretor de uma escola qualquer. Possuía uma grande janela na parede frente a porta com uma cortina grossa na cor vermelha escura, e de costas para essa havia uma grande poltrona com uma mesa e duas cadeiras frentes essa mesa, virada para ela. Havia um grande tapete vermelho no chão, um armário do lado direito e um arquivo do lado esquerdo, com um quadro em cima desse. O quadro possuía um homem sentado em uma mesa parecida com aquela. Era um homem calvo, com pequenos tufos de cabelo apenas nas laterais de sua cabeça. Também havia um vaso com uma flor que já estava podre, e Elaine conseguia ver teias de aranha próximas deste vaso e nas extremidades do armário e do arquivo, além das pernas das cadeiras. Na mesa de Lúcio havia um grande computador antigo que parecia lento e complicado de se mexer, além de alguns papéis que possuíam amarelados, como se fossem velhos, acabados pelo tempo. Também havia alguns arquivos fechados e uma xícara vazia.
Na sala, Elaine não viu nada demais, além dos arquivos sobre algumas crianças, contando sobre suas vidas ali dentro, mas nada além de históricos comportamentais e notas acadêmicas, além das avaliações psicológicas. Ciente de que não conseguiria nenhuma nova pista naquele lugar, a mulher caminhou em direção a saída daquela sala, mas quando chegou no meio da sala, sentiu uma espécie de tremor pequeno, que quase a fez cair no chão, como se fosse um terremoto.
Mas apesar disto, nada havia saído do lugar e com medo de estar tendo alucinações, Elaine decidiu sair dali logo, pois odiava orfanatos.
Assim que deu o primeiro passo para fora daquela sala, Elaine notou algo diferente. Agora o chão do orfanato estava sujo e o papel da parede estava descascando em muitas partes. O cheiro também era ruim, o ambiente realmente estava fedendo. Sua lanterna estava falhando, e para seu espanto, Elaine escutou murmúrios de sofrimento vindos de sua frente, do corredor que ela havia acabado de vir.
Dando batidas para a lanterna voltar a funcionar, ela conseguiu iluminar aquela área a tempo de ver um homem. Mas não era um homem qualquer. Era um homem caído no chão, que usava seus braços tortos para se mover. Ele estava com arames presos no topo de sua cabeça e em volta de seus olhos, que fazia com que um pouco de sangue caísse deles, e além disso, arames juntavam seus pés para o alto, que de alguma forma, estavam presos ao arame da cabeça também. Assim a forma do corpo do homem era estranha e desconfortável. Ele cerrava os dentes com força e de alguma forma ainda tinha forças para se mover, se arrastando na direção de Elaine. A certeza que ela teve nesse momento era de que esse homem não estava realmente vivo; ele não era um homem comum. Era mais um desses monstros.
— Mia... – O monstro disse, e então gritou, usando tudo de si para perseguir Elaine, que corria dali.
Sem opção, Elaine correu pelo corredor a sua esquerda, que levava para áreas desconhecidas até agora pela mulher. Ela não tinha tempo para ver o mapa com precisão e saber para onde estava indo. Suas duas tentativas de abrir portas foram lamentavelmente impedidas pelas trancas das mesmas. A quinta porta pela qual passou, que Elaine também tentou abrir, causou mais pânico à mulher. A porta se abriu, mas revelou para Elaine apenas um muro de tábuas que impediam a passagem. A mulher continuou correndo em pânico enquanto aquele monstro a perseguia pelos corredores estreitos do orfanato. No meio da fuga, enquanto se desesperava e desejava ao máximo sair do local, Elaine chegou até mesmo a chorar, enquanto era perseguida por aquele ser. As próximas duas portas também estavam muradas, mas a última do corredor se abriu. Era a porta para a escada de emergência. Elaine entrou e bateu a porta com força, se afastando da mesma logo, com medo de que aquele ser conseguisse abrir a porta. A porta não possuía uma tranca pelo lado de dentro, talvez pela segurança dos moradores do orfanato, então ela representava apenas um curto indício de paz e segurança para Elaine.
Ela estava no terceiro andar do prédio e tentou descer, mas no meio do caminho entre esse andar e o segundo, haviam muitas coisas que impediam a passagem de uma pessoa, além de que, a escada estava quebrada em algumas partes, podendo causar acidentes. Mesmo assim Elaine quis se arriscar, mas ao se aproximar mais, viu que realmente era impossível passar por ali. Ela então subiu as escadas correndo, indo para a cobertura do orfanato.
Agora Elaine não conseguia ver nada, pois nesse momento a névoa estava extremamente densa.
Cercando o lugar havia uma alta grade de proteção. Atrás do lugar de onde Elaine veio, havia uma parte mais alta, onde ela teve a certeza de ver, no meio da densa neblina, uma pessoa.
Ela então foi até lá, mas não havia ninguém.
Não havia uma forma de sair dali agora, o que desesperou Elaine. Não havia escada de emergência pelo lado de fora ou algo do tipo. Só havia a porta que levava para as escadas de emergência e de volta para aquele ser estranho, que com certeza a mataria. Não havia uma forma, sequer uma única hipótese, de enfrentar aquele ser. A única opção seria fugir, da forma que fosse.
— Eu não queria que fosse desse jeito.
A voz era de Agatha.
A mulher estava com um vestido escuro que deixava seus ombros a mostra. Além disso, um batom vermelho brilhava em sua boca e ela segurava uma espécie de adaga pequena, ao qual, sem pensar muito e pegando Elaine de surpresa, perfurou a mulher próxima de seu ombro esquerdo.
Elaine deu passos para trás sem acreditar no golpe que havia acabado de levar. Ela começou a sangrar muito e levou a mão até o corte.
— Por quê...?
Elaine caminhou para trás até chegar próxima da grade, que ia se deteriorando conforme a mulher chegava perto.
Agatha caminhava lentamente na direção de Elaine, pronta para dar um fim nisso, mas da mesma forma em que parecia não sentir remorso por fazer isso, não era como se estivesse gostando. Agatha não demonstrava um único sinal de sentimento. Ela estava com uma feição neutra e fria e não tirava os olhos de Elaine nem por um segundo.
Elaine estava desesperada. Ela começou a escutar o chiado novamente, que logo foi substituído por um som alto que apenas ela escutava. Era como as batidas de seu coração, mas eram fortes e altas. Era como o som da alavanca de um pistão, subindo e descendo com força e decididamente.
Mesmo fugindo daqueles monstros, agora ela estava em uma situação de vida ou morte. Elaine não sabia se estava certa no que estava planejando fazer, mas agora não havia tempo para pensar. Quando chegou próxima o bastante da grade, Elaine esperou Agatha se aproximar para ataca-la novamente e revidou, segurando a mão da mulher e tentando desarmá-la.
Elaine estava em desvantagem, então partiu para o tudo ou nada. Ela usou toda a sua força para retirar a adaga das mãos de Agatha e deu mais um passo para trás, mas já não havia mais chão.
Agora Elaine apenas olhava para a névoa enquanto o barulho de seu coração, como o pistão, ecoava por todo seu corpo e seus ouvidos, como se fosse um som muito alto. Ela segurava a adaga que pegou de Agatha, mas não conseguia se equilibrar ou mover ao menos a cabeça. Elaine apenas olhava para o céu nublado; Para o céu silencioso, enquanto caia do prédio.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que continuem acompanhando o fim de Blindwood :)



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