O Conto do Cão Negro escrita por BlackLupin


Capítulo 10
Capítulo 10: O Grande Cão Negro




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Nos dias que se seguiram ao término, Sirius nunca estivera tão perturbado. Azarava qualquer um que o olhasse atravessado, pouco se importando em ser flagrado, o que acarretou em sua expulsão do time de quadribol e detenções severas, além de dois berradores de sua adorável mãe, que foram devidamente ignorados e colocados para explodir ao lado da mesa da Sonserina.

Ele nunca se sentira tão furioso e arrasado quanto naqueles dias. Como Flori pudera ter a coragem de dizer que ele era mau? Logo ele, que abominava tudo que tinha parte com as Artes das Trevas, inclusive a própria família! A injustiça daquelas palavras lhe causavam ondas poderosas de raiva, fazendo com que ele fosse obrigado a extravasar em quem aparecesse primeiro. Passou a odiar tanto a garota, que às vezes se pegava tentado a enfeitiçá-la ou lhe gritar, enquanto passava pelo corredor, que jamais gostara dela e só saíra com ela por conta de uma aposta que perdera. Em momentos como esse só queria lhe causar a máxima quantidade de dor que conseguisse; queria que ela sentisse o que ele sentia, porém, logo voltava à razão e agradecia internamente por ela não ser capaz de ler sua mente, devido ao constrangimento que sentia.

As aulas chegaram ao fim e com elas a ira de Sirius também. Quando sua raiva arrefeceu, enfim conseguiu compreender o porquê de Flori ter terminado com ele e agora tudo o que sentia era remorso pelo que havia feito e saudades dela. Sentia tanta falta da garota que certo dia decidiu se transformar no enorme cão negro e visitar sua casa.

Como imaginou, Flori adorava cachorros e após se recuperar do susto que havia levado ao ver um animal de seu tamanho atrás dela, tratou de conquistar sua afeição. Como recompensa, Sirius a seguiu até em casa. Ela até tentou espantá-lo com algumas batidinhas de pé, porém, ele sentava-se sobre os quartos traseiros e inclinava a cabeça, olhando-a de um jeito curioso.

— Ah, tudo bem. Venha. – Chamou, após perceber que não teria coragem de afugentá-lo com mais veemência.

Ao chegarem à casa de Flori, Sirius temeu que seus pais corressem com ele de lá e o pai dela até tentou, mas aparentemente não parecia fazer parte de sua natureza negar os pedidos de sua única filha, que acabou apelando para a consciência dele, ao pedir que a deixassem ficar com o cão, como presente de aniversário. Sirius gostou dele; seu ex-sogro era um homem calvo e de estatura mediana, corpulento como um lenhador e com uma barba castanha enfeitando o queixo que lhe dava um ar severo, mas que se quebrava sempre que seu sorriso bondoso aparecia. Quanto à mãe dela, também lhe pareceu uma pessoa gentil. Possuía os cabelos castanho-claros e ondulados e os olhos castanho-avermelhados como os da filha, que ficavam parcialmente escondidos por trás dos óculos que usava. Sirius desconfiava que, assim como os olhos de Flori haviam feito com ele, os da Sra. Corbyn também deviam ter hipnotizado o homem.

— Eu não acho que seja uma boa ideia, Florzinha. Esse bicho deve comer um boi inteiro todos os dias! – Argumentou o Sr. Corbyn.

— É claro que não, papai. Ele é bonzinho, não é?

Ela olhou para o cachorro e Sirius confirmou com um latido, guardando aquele recém-descoberto apelido para quando tivesse a oportunidade de usá-lo.

Após os pais de Flori cederem ao seu pedido, Sirius foi levado até o banheiro que ficava ao lado do quarto da garota. Ele a observou enchendo a banheira e mesmo sabendo o que estava por vir, sentiu-se contrariado; nunca havia tomado banho na forma de cachorro, mas imaginou que seria estranho. Enquanto preparava tudo, Flori conversava com ele, como se soubesse que conseguia entendê-la.

— Eu sei que cachorros não gostam de tomar banho, mas se quiser ficar aqui, terá de submeter a isso. Não quero pulgas no meu quarto. – Brincou.

Sirius abanou o rabo e latiu de maneira animada, feliz por descobrir que ficaria o tempo todo com ela.

— Que bom que estamos de acordo. – Ela se sentou na borda da banheira e experimentou a água com a ponta dos dedos. – Acho que já está bom. – Ela se ergueu. – Está na hora de entrar, ééé... acho que precisamos de um nome. O que você acha de... Snuffles? – Perguntou, olhando-o com expectativa, esperando que o animal lhe respondesse.

Por um momento, Sirius ficou espantado, o que num cachorro daquele tamanho deve ter gerado uma expressão estranha, pois ela acabou rindo.

— Eu sei que é um nome idiota, mas... por maior loucura seja você me lembra alguém. Alguém bobo e babão como você. – Flori riu. – Olhe só pra mim, conversando com um cachorro. E depois os outros é que são bobos. – Ela balançou a cabeça.

Sirius latiu novamente e girou pelo banheiro, como se tentasse perseguir a própria cola. Ela riu novamente e acariciou-o entre as orelhas e ele fechou os olhos de deleitamento.

— Agora chega de enrolar, Snuffles. Já pra dentro! – Ordenou ela, indicando a banheira.

Ele se jogou na banheira, encharcando-a de propósito. O grito surpreso de Flori se transformou numa risada de prazer, enquanto ela jogava água no cão. Como pensara a princípio, era estranho tomar banho naquela forma, mas um estranho bom, que o fazia sentir-se culpado por estar se aproveitando de seus afagos; sabia que se ela descobrisse que estava dando banho no ex-namorado transmutado em cachorro Flori entraria em choque, porém, tratou de deixar tais pensamentos de lado, já que era extremamente divertido. Sempre que o ensaboava, Sirius sacudia-se inteiro e a enchia de espuma e água.

— Para com isso, Snuffles! Desse jeito eu vou ter que tomar outro banho! – Lamentou-se.

Sirius não achava aquela uma ideia tão ruim, mas tornaria tudo definitivamente ainda mais estranho. Ao final do segundo enxágue, Flori tirou o tampão do ralo e esperou que a banheira se esvaziasse para secá-lo. Adivinhando qual seria o próximo passo do animal, protegeu-se com uma toalha quando ele se sacudiu, respingando gotas de água por toda a parede.

— Achou que ia me pegar, não é? – Provocou a garota, abaixando a toalha.

Contudo, Sirius já esperava por algo do tipo, por isso, voltou a se sacudir com força tão logo ela baixou a toalha.

Depois de vários minutos em que Flori teve de correr atrás do cão pelo banheiro, tentando secá-lo, finalmente foram até o seu quarto. Sirius sentiu-se eufórico por estar adentrando em lugar tão íntimo. Enquanto ela se trocava – o que ele evitava encarar, pois sentia-se esquisito fazendo aquilo como cachorro -, passou a observar o lugar com atenção.

Não foi surpresa alguma encontrar duas grandes estantes repletas de livros, já que a garota sempre gostara de ler. Havia uma escrivaninha de madeira sob a janela, cheia de papéis amassados, alguns papéis de cartas e páginas do Profeta Diário avulsas. Uma lixeira abarrotada de embalagens de doces; algumas ele reconhecera, como as de Sapos de Chocolate, Feijõezinhos de todos os sabores e Chiclés Baba-bola, porém, outras ele nunca havia visto, por isso imaginou que fossem doces trouxas. Na extremidade esquerda do quarto havia um armário de mogno, onde Flori agora procurava suas roupas, e no meio do recinto estava à cama, e o fato que mais lhe chamou a atenção era que parecia ser grande o suficiente para mais de uma pessoa. Sobre o leito ainda havia duas prateleiras na parede, com alguns bichos de pelúcia e grandes quadrados de algo que parecia ser papelão. Sirius reconheceu aquilo como discos de vinil; não eram muito comuns entre a comunidade bruxa, mas ele já havia visto lojas que os vendiam em Londres. Aquilo era realmente interessante e se sua visão fosse normal como era quando humano, tentaria ler quem eram os artistas, pois com as idas aos pubs trouxas no último verão aprendera a conhecer alguns de quem gostara.

Sua atenção foi desviada dos discos por algo que se mexia à sua direita. Ele virou a cabeça e seu coração errou o compasso por um momento ao ver que, em cima do criado-mudo, havia um porta-retratos com a sua figura abraçada à de Flori. Ele reconheceu imediatamente a foto; lembrava-se que Marlene havia os surpreendido à margem do lago, enquanto se beijavam fervorosamente debaixo da sombra de uma das árvores.

Por que aquilo estava ali? As coisas entre ambos haviam terminado tão mal, que ele jamais esperaria encontrar algo como isso no quarto dela, especialmente ao lado de sua cama, onde sempre que apagasse as luzes do abajur estaria em seu campo de visão. Se aquela foto estava ali então significava que ela ainda sentia algo por ele? A sua versão do retrato se levantou e olhou com curiosidade para o cachorro, na época em que a foto havia sido tirada já conseguia se transformar em animago. Ficou se perguntando se aquele Sirius estaria se reconhecendo. Ouviu passos se aproximando e viu Flori olhando na mesma direção que ele.

Ela pegou o porta-retratos e sentou-se na cama, olhando as figuras que voltavam a se beijar com um olhar triste.

— Eu ainda não sei por que insisto em guardar isso. – Suspirou, devolvendo o objeto de volta ao seu lugar. – Deveria ter jogado fora ou, no mínimo, escondido no meu armário, mas não consegui.

Sirius sentiu-se extremamente triste e decidiu pousar a cabeça em seu colo. Aquela era a única forma que tinha de consolá-la. Ele ganiu; nunca ouvira um tom tão triste na voz de alguém. Seu desalento se transformou num pequeno sorriso, quando notou que o cão também parecia angustiado. Ela afagou sua cabeça.

— Ele teria gostado de você, sabia? – Disse. – Ele adora cachorros. – Sirius abanou o rabo lentamente. – Era ele quem eu chamava de Snuffles. É um apelido bobo para um namorado, eu sei. – Reconheceu. – Mas sei que no fundo ele gostava.

Ele ergueu a cabeça e balançou-a, querendo que ela soubesse, de alguma forma, que gostava quando o chamava assim, mas sabia que não havia como ela se dar conta disso, já que ele era apenas um cachorro.

— Assim como eu também gostava quando ele me chamava pelo meu. – Continuou. – Era um apelido realmente ridículo, que ele inventou só porque uma vez me escondi debaixo de várias cobertas, como uma toupeira que se esconde no solo, mas havia um carinho inconfundível na voz dele quando me chamava assim e até disso sinto falta.

Ela olhou para o retrato, onde Sirius acariciava sua bochecha e seus olhos se encheram de lágrimas. Aquilo partiu seu coração e, num gesto muito humano, Sirius ergueu-se nas patas traseiras e apoiou as dianteiras nos ombros da garota, o que considerando sua altura não foi desafio algum. Se Flori achou seu comportamento estranho, não demonstrou. Ela escorregou para o chão e abraçou seu pescoço.

— Eu sinto tanto a falta dele, Snuffles. – Soluçou. – Nunca deveria ter dito aquelas coisas horríveis a ele, eu não penso nada daquilo! Eu só estava tão decepcionada com o que Lily me disse, que não pensei no que dizia, mas não queria que as coisas tivessem terminado daquele jeito!

Sirius precisou dar tudo de si para não se revelar naquela hora. Era angustiante vê-la chorando daquela forma por sua causa, sem poder confortá-la. Ao invés disso, porém, permaneceu parado ao seu lado como cão, enquanto Flori colocava sua mágoa para fora. Aquela foi à coisa mais difícil que já teve de fazer. Porém, não havia como voltar a sua forma natural sem causar mais problemas e discussões, por isso procurou ignorar aquela ideia tão logo ela surgiu.

Naquela noite, quando Flori enfiou-se entre os lençóis, Sirius decidiu arriscar e pulou para cima da cama, abanando o rabo alegremente e forjando sua melhor expressão de inocência canina. A garota riu e, antes de apagar as luzes, recomendou em voz baixa:

— Se você ouvir um dos meus pais passando perto do nosso quarto, pule para o chão imediatamente, você me entendeu? Se eles o pegarem aqui, o farão dormir do lado de fora.

Sirius respondeu com um latido muito baixo, indicando que havia compreendido, o que a deixou momentaneamente espantada, contudo, mais uma vez um sorriso surgiu em sua face e logo que o enorme cão encontrou um lugar confortável do outro lado da cama, ela apagou as luzes.

Sirius não estava acostumado a dormir naquela forma. Cada barulho, por menor que fosse, o despertava e ele acabava erguendo a cabeça, procurando a origem do som. Por outro lado, descobrira que adormecer como cão era muito mais fácil do que como humano, e por conta disso, aprendeu a ignorar os ruídos da noite e da cidade ao longe e dormiu profundamente até o dia seguinte.

Nos dias que se seguiram ele passou praticamente o tempo inteiro com Flori. Tudo o que a garota fazia, desde as atividades domésticas que sua mãe lhe passava, o cachorro a seguia, rindo daquele jeito comum aos cães e abanando a cauda com alegria, tentando tornar as tarefas mais chatas como varrer e espanar a poeira mais divertidas ao tentar atrapalhá-la, roubando o espanador e ficando no caminho da vassoura.

Durante a tarde, quando liberada de seus “serviços”, Flori saía para caminhar com Snuffles, mostrando-lhe seus lugares favoritos e apresentando seus vizinhos e antigos colegas de escola, quando os encontravam pelo caminho. A princípio ela tentara encontrar uma guia e coleira para ele, mas vendo que o cachorro não os apreciava, deixou-os de lado, já que ele simplesmente a acompanhava de bom grado.

Terminavam seu ritual diário em uma clareira dentro de um pequeno bosque, onde Flori costumava se sentar para mandar cartas aos amigos, adiantar alguns deveres ou ler algum livro.  Ficou contrariado ao ver que Pedro estava entre esses amigos, mas não podia fazer nada para impedi-la de escrever a mensagem e contentou-se em observá-la. Um dia ela chegara a começar uma carta para ele mesmo, e Sirius temeu, por um momento, que seu disfarce fosse descoberto por uma coruja que esvoaçasse ao seu redor com a carta, porém, a garota mudou de ideia no último instante e rasgou o papel.

Quando estavam ali, ele gostava de andar pela clareira para explorar o local e espantar algum pássaro ou animal menor, simplesmente para ver se suas habilidades caninas continuavam as mesmas, e também porque aquilo parecia diverti-la. Quando se cansava, deitava-se ao lado dela e aguardava até o momento em que Flori decidisse voltar.

A única ocasião em que optava por não segui-la era, logicamente, quando a ex-namorada tomava banho. Nesses momentos, ele punha-se perscrutar a casa, observando como os trouxas geralmente viviam. Concluiu que havia algumas coisas que pareciam com magia, como a espantosa televisão e, é claro, a famosa energia elétrica. Constatou que os trouxas não levavam uma vida tão ruim, como a maioria dos bruxos preconceituosos acreditavam.

Uma coisa que o deixou quase maluco quando viu pela primeira vez foi a motocicleta do pai de Flori guardada na garagem. A primeira vez que vira uma dessas, Sirius tinha uns doze anos e achou-a fantástica, como se fosse um hipogrifo mecânico, só que sem as asas. Desde então passara a pesquisar tudo o que podia sobre as motos, chegando a colar pôsteres em seu antigo quarto. Sua maior ambição atualmente, tirando acabar com Voldemort com as próprias mãos, era conseguir uma delas e fazê-la voar, porém, nunca conhecera alguém que tivesse uma, já que grande parte da bruxidade preferia vassouras, aparatação e a Rede de Flu.

Ficara tão obcecado por aquela moto, que uma noite, aproveitando-se do fato de que Flori não fechara a porta de seu quarto completamente, esgueirou-se até a garagem e, transformado em humano novamente, passou a examinar a motocicleta com excitação e em detalhes, procurando identificar todas as suas peças e já maquinando formas de fazê-la voar com feitiços que conhecia. Ficou tentado a dar uma volta com ela, porém, a possibilidade de fazer isso sem que nada de errado acontecesse eram ínfimas, por isso mudou de ideia e, após lançar um último olhar de desejo à máquina, voltou ao quarto.

 

***

Foi com muita dor no coração que ao amanhecer do sexto dia na casa de Flori ele partiu. Não sentia vontade alguma de ir embora, contudo, mesmo a poucos meses de sua maioridade, sabia que o Sr. e a Sra. Potter mostrar-se-iam preocupados se não  voltasse logo. Havia dito que passaria uns dias na casa de um tio quando saíra e que não demoraria a voltar.

Apesar de não se importar, tinha consciência de que não poderia passar suas férias escolares inteiras como cachorro ou então passaria a se comportar como um mesmo quando humano. Ficou cerca de dez dias na casa de Tiago, até que a saudade de Flori se tornou insuportável e precisou retornar.

Acreditou que ela o receberia com raiva e o tocaria para fora a vassouradas quando o visse se achegando de mansinho, como se nada tivesse acontecido, porém, a garota pareceu imensamente feliz que ele estivesse de volta e o brindou com um abraço e outro banho. Disse que pensara que ele havia fugido e que não voltaria mais e que até tentou procurá-lo pelas redondezas, mas ao fim do terceiro dia desde sua partida, acabou desistindo e conformando-se que havia ido embora. Sirius pediu desculpas esfregando o focinho em seu pescoço e por um momento um sorriso triste e melancólico surgiu em sua face, mas logo foi substituído por uma risada e ela se desvencilhou.

Seu verão seguiu daquela forma, alternando semanalmente entre a casa dos Potter e a de Flori. Tiago ajudava a encobri-lo, inventando vários parentes bonzinhos de Sirius que queriam reencontrá-lo, embora os pais dele não parecessem totalmente convencidos e desconfiassem, no fundo, que havia alguma garota envolvida. Quanto a Flori, ela parecia ter simplesmente aceitado as frequentes ausências do grande cão negro, imaginando que talvez ele tivesse outra família para visitar quando sumia e assim Sirius deixou de se sentir culpado quando partia.

No último dia de agosto e, consequentemente, de suas férias, Sirius ficou com ela até de noite. Esperou que ela estivesse dormindo para então sair e voltar para a casa de Tiago; ainda precisava colocar algumas coisas em ordem antes da partida para Hogwarts. Lamentou que ainda não havia completado dezessete anos, pois assim poderia acompanhar Flori até a estação como cachorro e desaparatar em segurança na casa dos Potter, juntar suas malas e aparatar novamente na estação. Ao invés disso, porém, escondera sua vassoura no bosque em que ele e a garota costumavam passear e gastou quase duas horas voando de volta, escondido entre as nuvens.

Chegou por volta da uma hora da manhã e quando terminou de guardar seus pertences e organizar tudo, já era quase a hora dos pais de Tiago se levantarem e por isso a ideia de um rápido cochilo foi logo descartada. Na verdade, o rapaz sentia-se tão agitado que não conseguiria dormir nem se tivesse três horas de folga pela frente.

Havia pensado durante aquele verão que estava na hora de deixar o orgulho de lado e falar com Flori. E tendo visto em primeira mão que a garota parecia se arrepender de como as coisas haviam terminado entre eles, sabia que teria boas chances de se reconciliarem. Estava decidido, a primeira coisa que faria logo que pusesse os pés no Expresso de Hogwarts seria procurá-la para conversarem. Ele olhou para o relógio em seu pulso e suspirou; tinha ainda cinco horas de espera pela frente até que isso acontecesse.


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