Destino escrita por Winchester B


Capítulo 9
VIII - Where I try to be normal...


Notas iniciais do capítulo

Música: 18 and life - Skid Row



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Capítulo 8 - Where I try to be normal...

 

Entrei e casa, que estava muito silenciosa por sinal. Fui para a cozinha e vi que tinha um bilhete em cima da mesa

 

Liz

Fui ao mercado comprar ingredientes para o jantar. Você vai adorar o pessoal que vem jantar conosco. Espero que tenha convidado alguém.

Amor, vovó.

Ps: seu almoço está no microondas; espero que goste de lasanha. A sobremesa está no forno.

 

Esquentei a lasanha e comecei a comer. A diferença da comida de bares e restaurantes baratos, para a de vovó, era (no mínimo) humilhante. Como alguém pode cozinhar tão bem? Tenho um pressentimento de que irei engordar...

Abri o forno e quase encharquei o chão de saliva; que cheiro maravilhoso! Um pedaço enorme de torta de frutas vermelhas me esperava. Comi tudo rapidamente e fiquei totalmente lotada. Caí no sofá esgotada de tanto comer e liguei a televisão.

Jornal. Jornal. Série. Desenho. Jornal. Desenho. Pornografia. Jornal. Série. Série. Jornal... Nada que realmente prestasse e pudesse ser aproveitado no dia a dia. Desisti de ver televisão e subi para o meu quarto que, por coincidência, era o de meu pai quando solteiro. O quarto era pequeno, mas tinha lá o seu charme; mil vezes melhor do que os milhares de quartos de hotéis por onde passei.

Pôsteres de bandas e adesivos forravam as paredes do quarto, o guarda-roupa – felizmente – estava intacto. Tinha uma cama nova – que vovô J fez em sua marcenaria – muito bonita e elegante, todinha de mogno. Todas as minha coisas já estavam em seus lugares – coisa de vovó Dul, obviamente – menos minhas armas, pois ela confiscou tudo e trancou no porão – salve a faca na minha bota e um revólver pequeno.

Peguei algumas roupas, a toalha e fui tomar banho de banheira. Demorei pelo menos uma hora ali dentro, levando em conta que – geralmente – eu tomava banho em hotéis baratos com chuveiros duvidosos; o tempo até que foi pouco.

Sai do banheiro já trocada e desci as escadas para utilizar o telefone. Liguei para Sam para convida-la para jantar, no que ela disse que não poderia vir pois um primo da Irlanda estava hospedado na casa dela, mas que agradecia o convite. Eu até disse pra ela trazer o cara, mas ela não quis; acho que ela gosta dele. Suspirou umas três vezes ao dizer o nome do cara.

Desliguei o telefone e sentei no sofá da sala com um livro que tinha achado no chão, “Crepúsculo”. Li rapidamente alguns capítulos e vi que falava de vampiros HÁ HÁ, se é que essa tal família Cullen pode ser considerada assim. Qual é... eles realmente brilham? Fala sério, vou ler Anne Rice que eu ganho muito mais.

Ouvi ao longe o barulho do motor do carro de vovô J e fui olhar pela janela. Ele e vovó Dul pararam o carro no jardim da frente e acenavam para que eu os ajudasse com as compras. Sem escolha, tive de ir

 

- Liz querida – disse vovó Dul me beijando- Você poderia pegar as sacolas? Não se esqueça dos pães italianos no banco da frente.

 

 E entrou em casa sem nem me dar o direito de réplica. Acabei tendo de pegar tudo sozinha e fui para a cozinha. Mal coloquei as compras na mesa e a campainha tocou.

 

- Os mais jovens atendem, normas da casa – berrou vovô J da sala.

 

Abri a porta e logo fui abraçada por um ser de smoking e com um buquê de rosas nas mãos.Se alguém adivinhar quem era o ser, ganha uma bala. Sim, é claro que era o Tom.

 

- Meu Deus, como você está linda – disse ele me soltando do abraço de urso.

 

- Claro Tom, claro – uma camisa do Led e uma calça jeans, só na terra dele que é lindo – Mas o quê você está fazendo aqui? Ainda são quatro horas. E porque você está de smoking? Não é um jantar de gala- pelo menos eu acho que não.

 

- Saudades – disse e sorriu – E também por causa da minha ansiedade, claro.

 

- Você não respondeu o porque do smoking...

 

- Para causar boa impressão, obviamente – disse galanteador, mas eu ainda acho que ele é bipolar.

 

- Liz, quem está na porta?

 

- Vovó Dul! - Tom praticamente berrou e passou pela porta (por mim também) correndo em direção da cozinha, comigo logo atrás – Tudo bem com a senhora? - disse dando um beijo nela.

 

- Tom, mas que surpresa agradável! Você já conhece minha neta?

 

- Claro que conheço essa coisa fofa – e apertou minhas bochechas – Ela me chamou para jantar, mas acho que está cedo demais... - disse fazendo o biquinho irresistível de criança manhosa. Farsante.

 

- Oh não meu querido, está tudo bem – disse ela caindo nas manhas dele – Fique na sala enquanto Liz se troca.

 

- Me trocar? Porque?

 

- Comprei um vestido lindo para você ontem Liz, acho que é perfeito para a ocasião – fez uma cara de mandona e me apontou a colher de pau – Pode subir e se trocar querida.

 

Sem escolha, subi para colocar a porcaria do vestido. Abri o guarda roupa e tirei um saco de roupas de uma tal loja Dolce e Cabanna, Folce e Tabana, ah sei lá. Abri o saco e tirei o vestido de dentro. Era verde esmeralda com um decote modesto; muito bonito, mas não para mim. Sem contar a sandália que – percebi depois embaixo da cama – tinha o salto muito alto e fino.

Conformada com a situação, coloquei o vestido e a porcaria da sandália e me olhei no espelho. Até que não fiquei tão mal assim. Não fiquei muito feia com o vestido, mas aquela sandália estava me irritando.

Desci as escadas – quase caindo – e fui para a sala. Tom e vovô estavam conversando animadamente. Me sentei no sofá ao lado de Tom.

 

- Err... Vovô – disse interrompendo a conversa dos dois e fazendo com que eles prestassem atenção ao que eu dizia – Que horas são?

 

- Liz! Como você está bonita. Bem melhor do que a camiseta do Ted. - Tom concordou.

 

- É Led vovô.

 

- Isso, Led – disse abanando a mão em um gesto de tanto faz, sua marca registrada – São 5:30 hs ainda, porquê?

 

- Nada – me levantei – vou ajudar vovó na cozinha.

 

Apesar de ter dito que iria ajudar na cozinha, acabei indo pro meu quarto ouvir música, coisa que raramente fazia. Liguei o rádio e coloquei o cd do Nirvana.

Deitei na cama e fechei os olhos, enquanto cantava a música. Senti alguém deitando do meu lado e abri os olhos. Era Tom, que estava deitado e olhava para o teto, como eu.

 

- O que está fazendo aqui? - indaguei de olhos fechados.

 

- Despistei o seu avô e vim fazer companhia. Se quiser posso descer – disse, mas continuou deitado sem se mover.

 

- Não, tudo bem. Sei o quanto vovô J pode ser irritante quando começa a discutir sobre o canal do tempo.

 

Ficamos em silêncio, os dois encarando o teto enquanto a música rolava. Passamos um bom tempo assim, até que Tom levantou, desligou o rádio e deitou na cama novamente.

 

- Você é bem chato sabia? Por que desligou a música?

 

- Porque eu não gosto. Seu gosto musical é péssimo.

 

E começou a falar sobre tudo e todos. Sobre a escola – onde todos eram hipócritas e falsos -, sua família e a cidade. Tom era o tipo de cara que sabe ser engraçado e sério ao mesmo tempo, sem deixar de lado a malícia e o bom senso quando necessário.

Ficamos conversando um bom tempo até que ouvi a campainha tocar.

 

- Liz! Venha abrir a porta, os convidados chegaram.

 

Desci quase caindo – porcaria de salto alto – e Tom veio logo atrás. Vovô olhou feio para Tom, que acabou sentando no sofá – bem longe de vovô por sinal. Abri a porta.

 

- Boa noite, você deve ser Elizabeth, certo? - disse uma senhora de cabelos loiros e curtos, acompanhada de um homem bonito ao seu lado.

 

- Me chame só de Liz – disse e a mulher abriu um sorriso de orelha a orelha – Entrem.

 

- Obrigada. Sou Camille, mas pode me chamar de Cam. E este é o meu marido Charles.

 

Eles entrara, e eu já ia fechando a porta, sem prestar muita atenção ao lado de fora, mas uma mão impediu a porta de ser fechada.


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Notas finais do capítulo

Ok, ok. Não me soquem por ter falado mal de Crepúsculo, eu até gosto da saga, mas não sou aficcionada por ela. Fãs da saga não me atirem pedras. XD
Reviews?
obs: leitores fantasminhas, comentem por favor...



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