O Desabrochar de Uma Dinastia escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 20
Capítulo XIX.




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Já faziam quase dois meses que foi declarado que uma comissão seria feita para avaliar o pedido do marquês de Bristol. Durante esse tempo os membros da comissão foram escolhisdos, e como o esperado, eram lords que tinham um bom relacionamento com os Tudor-Habsburg, ou que pelo menos não os odiavam.

Vendo então isso, estar sempre em bailes, jantares, ópera, saraus e outros eventos foi muito bem útil, como o planejado. 

Tudo na verdade parecia estar indo muito bem.

Mas como a vida de um Tudor-Habsburg não seria a mesma sem tragédias, nesse meio tempo chegou uma horrível notícia. A mentora e boa amiga de Catherine, Elisabeth Vernon a condessa de Penryn, morreu.

Isso foi um grande abalo a Catherine, nem em momentos de alegria a dela era plena. E sua tristeza era ainda mais grande por ela não pode estar com Lady Penryn em seus últimos momentos, assim como não poder deixar sua filha, Lady Lovell, também fazer o mesmo. Mas a notícia chegou tão rápido quanto a morte dela.

Era muito doloroso pensar que a mulher que guiou Catherine pela sociedade londrina em 1721 deixou de existir, e faziam poucos anos.

E se não fosse apenas isso, logo depois a querida viscondessa Lovell, Amélia, renunciou a suas funções como dama das vestes.

  – Eu as vezes não entendo porquê todos me deixam.- Catherine se lembrava muito bem de falar isso para William, em seu momento de tristeza. Mas era uma verdade, todas as pessoas que Catherine amava deixavam ela, não importava se era seu pai, amigos ou filhos.

  – Não veja isso como o abandono de uma amiga, mas a começou de uma nova amizade, Lady Dover será uma ótima amiga para você, tenho certeza.‐ Catherine naquela momento pensava se William estava certo. Mas para saber ela deveria fazer seu melhor para ver Lady Emerald Carley, a viscondessa Dover, como uma amiga.– E lembre-se que eu e nossas filhas não vamos lhe abandonar.

Deveria ter uma pequena correção, onde ele deveria dizer que só a morte os iria separar. Mas isso não vinha ao caso.

Mas apesar da tristeza Catherine tinha outras coisas para resolver, então a tristeza logo foi deixada de lado, e ela voltou a suas funções.

  – As príncesas são muito belas não é mesmo miladys?‐ A pintura de Lord Gerald foi finalmente finalizada e apresentada, e Catherine não poderia deixar de pedir a opinião de suas damas.

 – Elas são lindas minha senhora, irradiam honra, beleza e bondade.- Era impressionante o que uma pintura poderia mostrar, mas Lady Quenberry conhecia suas filhas, então poderia ser suspeito.

 – Estão lindas. Mas eu não posso deixar de comentar que elas estão muito continentais.- A anos atrás Catherine não imaginava que Lady Cambridge tinha tanto amor pela Inglaterra.– O cabelo delas está empoado como se fossem francesas.

  – Minha querida Elizabeth, acho que esse era o objetivo, deixá-las mais comuns ao gosto do continente.- As vezes Catherine imaginava que Lady Wiston era a única de suas damas que não tinha aversão a moda continental.

  – Eu agradeço sua ajuda milady.‐ Para falar a verdade isso era uma imensa besteira, na Inglaterra se usava a mesma silhueta, e os mesmos penteados do continente apenas o que mudaria era a simplicidade inglesa.– E minhas outras? O que acham?

Lady Clasterberg e Lady Berland, que eram as damas mais antigas de Catherine, apenas concordaram. Mas a resposta da viscondessa Dover não foi a esperada.

  – É lindo. Mas minha marquesa não acha que a senhora e o marquês gastam muito com arte?- Gastar com arte nunca era demais, mas Catherine nunca havia observado isso, e olhando para suas propriedades, Catherine infelizmente poderia concordar.– Há também o auto custo de suas propriedades.

Isso não era desconhecido de Catherine. Reformar um castelo, comprar duas casas de campos, reformar uma, construir um mausoléu, tudo isso foi muito caro e gerou preocupação em relação às finanças. Mas ninguém nunca iria saber disso, continuaria sendo apenas um capricho dos Bristol.

Lady Dover parecia se preocupar muito com economia, apesar de ela mesma se vestir na última moda.

  – O que então a milady sugire que eu faça?

 – Minha senhora é uma mulher muito boa com os pobres e necessitados. Todos ficam encantados pela senhora abrir suas portas na Páscoa e no Natal para os mais pobres.‐ Na Áustria Catherine foi ensinada que deveria práticar o bem e ser misericordiosa. E uma lembrança disso era o costume de na Páscoa lavar os pés de alguns pobres trazidos a Hofburg.– Por que minha senhora não ajuda o projeto do hospital para enjeitados.

Catherine tinha ouvido falar desse hospital. Seria um orfanato para crianças e órfãos que não pudessem ser devidamente cuidados. Mas antes que Catherine pudesse responder qualquer coisa, o mordomo entrou e disse para Lady Clasterberg, que o marquês estava chamado Catherine. Mas ela iria pensar no assunto do hospital depois, era interessante.

Catherine como dito encontrou William na sala de leitura, e quando Catherine entrou na sala, ela pode ver pela expressão no rosto de William e pela sua inquietação que era algo envolvendo a Casa dos Lords.

Outra amostra da seriedade do momento foi que William a chamou para caminharem pelos jardins, as conversas que William não queria que ninguém ouvisse eram todas em jardins.
Nos jardins de Hampton Court, os primeiros momentos da caminhada não foram nada importantes. Eles apenas apreciaram o lindo jardim. Mas por mais que o laranjal da rainha Mary II, com suas laranjeiras e plantas exóticas fosse muito belo e impressionante, esse não era o momento de as apreciar.
— Eu recebi uma mensagem de Westminster. Mas não posso dizer que é uma notícia inteiramente boa.- Isso não era bom, mas também não era uma surpresa.– O comissão de lords decidiu que é do interesse britânico que Anne se torne marquesa.
— Isso é muito bom.
— Sim é. Ouve porém algo que não estava em nossos planos, algo que pode fazer todo o nosso trabalho ser em vão.- Só havia uma coisa que poderia ter acontecido.– A comissão apesar de aceitar nosso pedido, afirmou que uma nova comissão com mais lords deve ser feita para decidir esse assunto.

Isso com toda a a certeza não foi planejado. Catherine queria protestar, mas William parecia não desejar ouvir.

  – E essa nova comissão será feira em janeiro, aparentemente os lords tem assuntos mais importantes a tratar.

 – O que acontecerá se não acontecer como desejamos?

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William não sabia se estava com raiva ou frustrado, apenas sabia que não eram bons sentimentos. O parlamento praticamente decidiu a seu favor e depois anulou isso. As vezes crescer um uma nação sem parlamento parecia ser muito melhor.

Pelo menos estar no laranjal com as várias e impressionantes plantas da rainha Mary, ajudava William a se acalmar. E também lembrava a William que se Mary II conseguiu torna-se rainha, mesmo tendo um irmão homem, sua querida Anne poderia ser marquesa.

Mas a pergunta de Catherine fez William pensar no que estava em jogo. E pensar nisso nunca era agradável.

  – Você poderia me responder William. Pare de olhar para essas orquídeas e me diga!

  – A história da minha família vai se repetir. A mais de cem anos atrás, William Tudor o 4° duque de Avon morreu, e como ele e sua esposa Anna da Suécia não tinham filhos homens, o ducado morreu com ele. Então sua única filha Anne, por ordem do rei, se casou com o arquiduque Maximilian Ernest, esse é o fim dos Tudor. Então Catherine você pode imaginar como a história vai se repetir?

  – William Tudor-Habsburg o 1° marquês de Bristol e sua esposa Catherine da Áustria não tiveram filhos homens que sobreviveram a infância, apenas filhas. Então quando ele morreu o marquesado morreu junto. Suas filhas se casaram com príncipes alemães e tuda sua riqueza se juntou. Esse é então o fim dos Tudor-Habsburg.

 – Exatamente Catherine. No passado os Tudor deixaram de existir, e o mesmo pode acontecer conosco. Mas temos uma coisa que eles não tinham. Eles eram considerados traidores, nós somos símbolos da paz e união.

  – Então o que faremos?- Era uma boa pergunta, mas William tinha uma resposta.– Acho que deveríamos pedir que meu tio mostre seu apoio.

  – Vamos fazer isso Catherine. Também já pedi que chamassem o duque de Devonshire, assim como o Lord Hertford e Lord Carlisle, eles saberão nos ajudar.- William pelo menos esperava que pudessem, mas todos eles eram políticos experientes que já sentaram nas duas casas do parlamento.

  – Há algo que ainda desejo saber. Você me chamou aqui, isso geralmente significa que você pensou em algo que ninguém deve saber.- William não pode deixar de sorrir com isso, Catherine o conhecia muito bem.

  – Parabéns Catherine, você me lê muito bem. Acho que nossos queridos lords precisam irão precisar mais do que discursos e amostras de apoio. Você sabe o que estou falando Catherine?- Nesse momento William apenas desejava que Catherine não falasse suborno ou ameaças.

 – Vamos usar então o medo?- William apenas assentiu para Catherine. Se William III e Mary II ganharam um trono pela ameaça de guerra, Anne também poderia – Mas como?

William então explicou para Catherine o que eles fariam. Logo depois disso os três lords chegaram e explicaram como William e Catherine deveriam agir. A parte parlamentar eles mesmo iriam cuidar, caberia o marquês e a marquesa usarem seus contatos e suas filhas para conseguir o apoio continental.

  – Ainda não acredito que teremos que pedir o apoio dos príncipes que desejam se casar com nossas filhas.- Catherine realmente não gostava de fazer pedidos, era claramente um reflexo de ser filha de um imperador.

 – Um casamento é acima de tudo uma aliança que deve beneficiar os dois lados. Em nosso caso vamos nos beneficiar antes do casamento.‐ Levando em consideração que suas filhas eram príncesas insignificantes, e apenas príncipes insignificantes as queriam, era a melhor opção.

  – Eu certamente me lembro disso. Só não entendo o porquê de começarmos hoje. Eu queria apreciar a peça.- William concordava que sua decisão de começar isso na mesma noite era um pouco apressado.

Mas eles estavam no teatro, haviam muitas pessoas e algumas dessas pessoas eram enviados do continente. William e Catherine já haviam conversado com os enviados de Saxe-Gotha-Altenburg, de Hesse-Kassel, de Brunswick e de Orange-Nassau. Não eram muitas opções mas serviriam para seu propósito.

  – Você ganhou então Catherine. Vamos logo para nossos lugares que... Aquele é o enviado da Prússia?- Ele certamente era o enviado e ele estava bem perto do lugar deles.

  – Vamos fingir que não o vimos. Não quero casar minhas filhas com prussianos nem desejo a ajuda prussiana.- William só poderia concordar, a Prússia não era uma aliada nem da Áustria nem da Grão-Bretanha, então sua ajuda apenas iria atrapalhar.

Para a alegria de William e Catherine o enviado não os viu, ele parecia mais interessado na esposa do conde de Knolly.

A peça então se seguiu calmamente. E isso foi refrescante, por um momento William pode esquecer que o futuro de sua família estava em jogo, mas quando não esteve?

Só não era muito bom, quanto eles observavam os olhares e os cochichos que as pessoas em volta davam. Aparentemente fazer o que eles fizeram foi muito mal visto por alguns nobres. Mas isso poderia ser ignorado.

 – Foi um ótimo espetáculo, deveríamos ter trazido Anne também, ela iria amar. Para falar a verdade devemos pedir que o rei a convide com Catherine para visitar a corte, elas já tem idade o suficiente.- Isso era uma verdade, além de ser bom para elas seria bom para a família toda.

  – Você está certa, vamos providenciar isso. Devemos mostrar a todos a futura marquesa.- Catherine assentiu em consentimento. Eles deveríam fazer assim. Mostrar sua glória, confiança e fazer alianças. Isso seria cansativo, mas William já podia ver a vitória.


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