Problemáticos escrita por Ghostwriter


Capítulo 1
Problemática


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha segunda tentativa de retomar uma história que eu comecei a escrever aqui em 2013. Espero que seja legal pra mim e pra vcs que estiverem lendo.



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“Um breve resumo sobre mim é que eu sou uma pessoa problemática. Eu sou órfã, meus pais morreram num acidente de carro quando nós estávamos voltando de uma viagem na praia, o carro desceu a serra e meus pais, que estavam no banco da frente morreram na hora. Eu não morri, mas tive sérios problemas por meses, além do claro problema de estar sozinha no mundo. Bom, quase sozinha… Eu tenho um irmão. Um meio irmão, filho do primeiro casamento do meu pai. Ele tem 22 anos agora, finalmente o suficiente pra poder ter a minha guarda.” 

O nosso tempo está terminando, mas vamos retomar daqui na semana que vem! - Sorriu a psicóloga, Dra. Mônica. Ela até que não parecia tão ruim quanto a última, que falava que tudo isso era falta de Deus. “Veremos”.

 

Sai da sala, passando pela recepção e indo direto para fora do prédio. Minha tia me esperava do lado de fora.

— E então? - Perguntou ela, como quem não quer nada. A verdade é que tia Verônica só me traz nessas consultas porque acha que a qualquer momento a psicóloga vai me decretar um perigo para todo mundo e me mandar para o hospital psiquiátrico mais próximo.

— Foi ok, ela parece legal… - Respondi.

— Se você diz. - E me indicou o carro com a cabeça. 

O caminho de volta foi tranquilo, no sentido de que  nenhuma de nós falava. O rádio, no entanto, estava alto, pois tia Verônica, uma mulher muito devota e no começo da surdez, tinha aumentado o volume da rádio gospel para ouvir as orações da manhã. Tia é uma expressão não literal aqui, já que ela é a prima mais velha da minha mãe. Tia Verônica, uma mulher de 65 anos, roupas nas cores mais chatas que você já viu e um nariz aquilino me olhava com o canto dos olhos. Parecia querer dizer alguma coisa mas abria e fechava a boca como um peixe.

— O que foi? - perguntei.

— Seu irmão me ligou esta manhã. Ele disse que você pode ir, se quiser…

— Hm, será que eu deveria? A senhora não vai sentir a minha falta?

Claro que eu vou! - Mentiu. Tia Verônica não tem talento para mentir, ela torce o nariz e arregala os olhos. Uma das coisas que me faz problemática é que o trauma do acidente me faz ter pesadelos terríveis, dos quais eu acordo gritando. Tia Verônica crê fielmente que isso é influência do Maligno e por isso me quer fora da casa o mais rápido que der.

— Bom, então eu vou ter que ficar um pouco mais com a senhora! - Olhei para ela tentando parecer tão sincera quando fosse possível. Os cabelos da sua nuca se arrepiaram.

— Bom.. ahn… Você é sempre bem vinda - Os olhos se arregalaram, o nariz torceu. - Mas minha querida, o seu irmão deve sentir a sua falta, não? Vocês não se veem desde antes do acidente… Seria bom pra vocês dois, não acha?

— Pode ser que você tenha razão… Vou refletir sobre o assunto. - Brinquei. As mãos dela tremeram no volante. Abafou uma reza e respirou fundo. 

A verdade é que ir embora para viver com o meu irmão sempre fora o plano. Tia Verônica era legal o suficiente para me deixar ficar mas ela não me conhecia, não combinamos no mínimo nem nos entendemos nas coisas básicas. Não, morar com Hugo é a melhor solução. Pra começar porque nós nos dávamos muito bem quando crianças e também porque sendo mais próximo em idade ele me entende muito melhor. Ao chegar em casa, subi ao meu quarto e mandei uma mensagem para Hugo, concordando em mudar para a sua cidade e marcando um dia para a mudança. "Em um mês eu vou me mudar para Dulce Amori, a cidade natal da minha família."

 


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Notas finais do capítulo

É isso aí, se você leu até aqui deixa um comentário pra eu saber se estamos indo bem.



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