Scientist escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 22
Capítulo 22 – Ainda namorados


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que faz uma eternidade que não posto, mas isso aconteceu devido a um evento geek da minha cidade que me fez parar quase tudo por um mês enquanto eu enlouquecia tentando terminar o cosplay a tempo. xD Mas finalmente estou retomando, e peço perdão a quem acompanha a história por esse atraso. Em breve postarei também uma fanfic menorzinha de caminho alternativo pra "Homem Aranha - Sem Volta Para Casa", e Peter e Gwen são novamente o foco. E logo também retomarei "É só uma coisa implícita" e "Cada dia da minha vida".



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Capítulo 22 – Ainda namorados

 

Peter acariciou o cabelo da esposa enquanto os dois continuavam abraçados, cobertos por nada além do lençol, e os créditos finais de La La Land passavam na tela da televisão do quarto, através do serviço de streaming oferecido pelo hotel. Ele sentiu as lágrimas de Gwen molharem seu ombro e virou o rosto para beijar o topo da cabeça dela. Ela tinha chorado quando os dois viram esse mesmo filme no cinema, e continuava chorando em algumas vezes que o viam de novo. Essa era Gwen Stacy, com um gênio mais forte que o de muitas pessoas poderosas, e com o coração mais doce que Peter já vira. Não era raro ela se comover com histórias tocantes, ainda que não chorasse toda vez.

I'll be here, and you'll be alright...— Peter cantou baixinho em seu ouvido, satisfeito ao vê-la rir em resposta – Just where I will go, all that I need's this crazy feeling— continuou, combinando os trechos para se encaixarem perfeitamente na história dos dois – Bom saber que você ainda se emociona com isso. Mas da última vez achei que você fosse desidratar de tanto chorar.

Gwen gargalhou antes de responder.

— Eu tava grávida de quase cinco meses e com as emoções à beira da loucura.

— Isso é um bom ponto. Eu vou aceitar como desculpa – Peter sorriu ao ver o sorriso radiante que surgiu no rosto da amada - Ainda temos algumas horas antes de voltarmos pra casa. Você quer testar a banheira comigo? Que nem na nossa lua de mel?

— Quero, garoto inseto – Gwen respondeu antes de beijá-lo.

Peter sorriu, empurrando o lençol para longe e se levantando sem soltar a mão da esposa, ficando de frente para ela quando ambos estavam de pé e secando as marcas de lágrimas em seu rosto com o polegar da mão livre.

— Ei... Já pensou que nós podíamos ser iguais a Mia e Sebastian? – Peter perguntou, mantendo a mão no rosto da amada para acariciar sua bochecha.

— Como assim?

— Se você tivesse vindo pra cá sem mim. Se nada daquilo tivesse acontecido, não que essa parte seja boa... Se não houvesse um engarrafamento naquele dia, se eu não tivesse chegado logo em casa pra tia May me dar seu recado, se não tivesse dado tempo você ver minha mensagem na ponte... E eu decidisse não seguir você. Ou você me dissesse não e que não aguentava mais ficar comigo por causa de todas as vezes que eu falhei com você.

Ele fez uma pausa, vendo os olhos claros da esposa percorrerem seu rosto e o encararem enquanto ela absorvia as informações.

— Só se eu estivesse louca.

Peter riu.

— Nenhuma dessas hipóteses aconteceu. Nós escolhemos arriscar o sonho juntos, mesmo se tivesse sido como planejamos incialmente, com você vindo antes de mim. Nós tivemos as duas coisas. E temos três filhas – disse com um sorriso ainda maior.

Gwen riu com alegria e Peter achou que ela fosse chorar de novo, mas a esposa apenas se atirou em seus braços com um abraço apertado. Peter a segurou contra ele e acariciou seu cabelo louro.

— Nós arriscamos e conseguimos. Deviam fazer um filme com a nossa vida.

Gwen riu outra vez, sem se desvencilhar do abraço. Peter não resistiu brincar com ela, e beijou seus cabelos, depois sua bochecha, empurrando os dois de volta para a cama e fazendo-os cair sobre o colchão enquanto Gwen gritava de surpresa e gargalhava. Peter ficou de quatro sobre ela, observando-a com um sorriso enorme enquanto a esposa parava de rir e olhava para ele, acariciando seu rosto com ambas as mãos.

— Achei que íamos tomar banho.

— Nós vamos – Peter respondeu, inclinando-se para beijar sua testa e saindo de cima dela, depois estendendo a mão para ajudá-la a levantar e puxando-a para o banheiro.

Os dois encheram a banheira com água quente, e sentaram-se juntos nela.

— As meninas estão com saudades de nós.

— Você sente?

— Sim.

— Eu também. Mas estaremos com elas logo – respondeu, beijando o ombro nu da esposa, e levando as mãos até ali, começando a massagear levemente.

Gwen soltou um suspiro e relaxou, inclinando levemente a cabeça para trás.

— Não pare de fazer isso.

— Seu desejo é uma ordem, senhora Parker.

Ela riu baixinho, e Peter se deleitou com os suspiros de satisfação dela conforme suas mãos se moveram dos ombros para o pescoço, e depois para suas costas. Ele sabia que às vezes Gwen também sentia as costas um pouco travadas por causa de seus voos de teia, e costumavam ajudar um ao outro com isso, mas não era o caso por enquanto, uma vez que suas férias forçadas ainda não tinham acabado, mais algum tempo até discutirem isso, até pelo menos seu sentido aranha voltar ao normal, e as crianças se tornarem bebês mais independentes.

— Gwen...

— Hum...? – Ela questionou de olhos fechados.

— Eu sei que a mutação te privilegiou com poucas dores e sofrimentos na gravidez, além de quase nenhuma dor nas pernas ou nas costas como tantas mães reclamam, mesmo carregando três bebês. Mas agora, você sente alguma coisa incomodando? Eu realmente não te machuquei nas nossas atividades à noite? Sua médica disse...

Gwen o interrompeu, dando-se por satisfeita e segurando as mãos dele nas suas para beijá-las, depois relaxando contra o peito do marido e virando-se até achar uma posição confortável de lado para conseguir olhar para ele enquanto Peter a abraçava.

— Eu me lembro do que ela disse. Realmente nos primeiros dois meses, meu corpo não parecia ter muita reação pra isso. Que nem o sentido aranha que por enquanto quase só quer saber das meninas, apesar de eu nunca parar de te desejar, quero que saiba disso.

Ele sorriu em resposta.

— Eu sei – falou para ela.

— Eu continuo não sentindo muita coisa que incomode. Só sinto contrações às vezes quando tô amamentando as meninas. E meus seios tão incomodando um pouco agora, mas ainda não é dor, só... Muito tempo sem elas mamarem.

Peter beijou sua têmpora em compreensão.

— E ontem, você foi tão bom pra mim, como sempre. Você teve tanto cuidado e me deixou decidir tudo. E não, você não me machucou. Eu diria a você, e nós nos ajustaríamos. Só foi... Intenso. Como na nossa lua de mel, mas sem dor. Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu sei que dizer isso é tão clichê quanto se esconder no armário de manutenção, mas...

Peter riu encantado, não conseguindo conter as emoções em seu peito, e a beijando profundamente, mas rápido, sentindo Gwen rir contra seus lábios quando se afastou um pouco. Sorriu junto com ela antes de retomar o beijo, demorando-se no contato dessa vez.

— Sem pressa dessa vez – ele sussurrou ao se afastarem para respirar.

— Eu te amo. Devia ter dito isso naquele dia no armário. Eu queria ter dito.

— Eu também.

— Mas você disse, mesmo sendo sem querer. E eu ainda quis fugir.

— Mas eu te peguei. Porque eu te amo.

Gwen riu junto com ele, lhe dando outro beijo demorado e finalmente afastando-se para realmente tomarem banho.

— Ontem de manhã, mamãe me disse que é importante manter o namoro depois do casamento, que isso mantém a relação forte. Acho que estamos fazendo isso bem.

— Mas somos casados, faz anos que mudamos isso. Porém... – ele se ajoelhou dramaticamente na banheira, tomando uma das mãos dela e a encarando enquanto Gwen ria – Gwen Stacy Parker, você quer ser minha namorada pra sempre? O anel já tá no seu dedo, então é só dizer sim.

Gwen riu mais uma vez, quase chorando de felicidade enquanto Peter beijava o anel dourado em seu dedo.

— Sim... Sim, Peter Parker!

— Eu sabia. Eu sou irresistível – ele disse com um sorriso enorme.

Gwen gargalhou e se abraçou a ele, enredando os dedos de uma mão em seus cabelos castanhos, e suspirando de alegria com o afago suave em suas costas e o sorriso de Peter contra seu ombro.

******

— Como você descobriu que elas estariam aqui? – Gwen perguntou quando escalaram juntos uma parede do aeroporto.

— Danny me disse. Ela acabou ouvindo alguém dizer isso ontem, disse que eu podia contar só a você e a mais ninguém. E elas disseram naquele dia que gostariam de conhecer a Mulher Aranha, então... Estamos aqui.

Os dois procuraram na área dos voos que sairiam dentro das próximas horas, e encontraram as cantoras junto com a mesma assistente que fora com elas visita-los no hospital, numa área externa mais afastada da multidão dentro do aeroporto. As cinco estavam conversando despreocupadamente, talvez não precisando se preocupar com o voo ainda.

— Vamos dar um oi – Peter falou baixinho para a esposa quando os dois se esgueiraram pela parede, a fim de se aproximarem do grupo.

Se prenderam de cabeça para baixo no teto do local e desceram o suficiente para serem notados.

— Ei! Homem Aranha! – Mel C sorriu ao vê-los.

— E a Mulher Aranha! Como é linda! – Mel B disse caminhando para se aproximar dos dois.

Gwen riu com alegria.

— Obrigada – respondeu, tentando não deixar sua voz muito aparente.

— Estamos com muita sorte mesmo. Foi um dos melhores shows que já fizemos e ainda recebemos uma vista ilustre na chegada e na partida – Emma brincou.

— Ei, por onde você esteve? Todos dizem que sumiu por meses – Geri perguntou – Queríamos muito vê-la antes de ir.

— Estamos aqui – Peter falou com simpatia.

— Por acaso será que vocês não viram nosso show? – Victoria perguntou.

— Vimos sim, e foi incrível! – Gwen respondeu – Motivos de força maior me deixaram de férias, mas estou retomando o trabalho aos poucos.

— O Casal Aranha é nosso fã – Emma falou com alegria e todas as cinco exclamaram juntas em comemoração enquanto os dois e a assistente riam.

— Elas não pararam de falar de como conheceram você por dias – a mulher disse a Peter – Vi a hora de criarem um clipe sobre vocês.

— Ainda não descartamos essa possibilidade – Mel B falou, levantando uma onda de risadas.

— Riley, já que estamos em boa e segura companhia, você pode verificar uma última vez se tá tudo certo? – Emma pediu à assistente.

— Claro, Em. Foi uma honra conhecer vocês – ela sorriu e acenou para o Casal Aranha, que acenou de volta enquanto ela entrava no saguão do aeroporto novamente.

— Não sei quanto tempo temos, mas podemos conversar melhor agora – Emma falou para os dois, sua baixa estatura fazendo-a curvar mais o pescoço para olhá-los.

— Pra nossa sorte nenhum criminoso tá aprontando agora, então temos tempo – Peter falou.

— Espero que levem as meninas num dos nossos shows quando elas tiverem idade – Emma falou com o mesmo sorriso radiante, fazendo o coração de Peter e Gwen falhar uma batida e quase os derrubando de onde estavam quando se sentiram ligeiramente tontos com a revelação.

— Meninas? – Ele tentou ganhar tempo.

— Peter – Mel C chamou – Não é muito difícil pra nós gravar e reconhecer vozes. E depois que visitamos vocês e fizemos os cálculos, foi fácil ligar os pontos.

Dessa vez os dois se entreolharam e decidiram ter o solo firme abaixo de seus pés antes que realmente caíssem.

— Nossa... – Gwen disse apenas, não sabendo como reagir.

— Nós somos muito fãs de vocês – Geri falou.

— E esperamos poder nos encontrar mais vezes no futuro – Mel B falou.

— Mesmo que Emma seja sua favorita – Victoria brincou, fazendo todos riem juntos novamente.

Os dois levantaram as máscaras brevemente para que as cantoras pudessem vê-los sorrindo, mas logo voltando a se esconderem.

— Então vocês nos pegaram... – Peter refletiu – O que fazemos com isso agora?

— Nós guardamos o segredo de vocês, e vocês guardam o nosso – Mel B sugeriu.

— Que segredo? – Gwen perguntou.

— O que todo mundo quer saber, porque raramente aparecemos juntas em algum lugar sem um grande motivo como shows ou entrevistas.

— E por que é? – Peter perguntou.

— É uma estratégia de marketing. O mistério faz todos sempre se lembrarem de nós enquanto passam a vida tentando decifrar – Geri falou.

— Sério? – Peter quis saber – Faz sentido agora que você falou.

— Mas é mais porque não estamos juntas o tempo todo mesmo, essa ideia do pessoal do marketing veio quando todos começaram a perguntar – Mel C lhes disse.

— Então está feito? Um guarda o segredo do outro? – Victoria perguntou com diversão.

— Fechado – Peter falou.

— Eu não acredito.

— No que, querida? – Perguntou à esposa.

— Desde pequena eu nunca achei que um dia fosse sequer conhece-las pessoalmente, e agora temos segredos compartilhados.

As cantoras riram e Emma abraçou a heroína, que a envolveu de volta prontamente.

— Você também é minha favorita, mas não deixe o Homem Aranha saber disso – Emma fingiu sussurrar.

— Ei!! – Peter reclamou, rindo junto com as mulheres.

Os sete puderam conversar e aproveitar mais alguns momentos emocionantes e fofos, nos quais Gwen chorou de emoção outra vez, conseguindo ganhar outro abraço coletivo das novas amigas, e deixando-as presenciar um momento exclusivo do Homem Aranha abraçando e beijando o topo da cabeça de sua esposa, mesmo com a máscara, algo que ninguém havia visto antes, as pessoas sequer sabiam que eles eram realmente um casal. Não deixaram de tirar algumas fotos também, ainda que Peter e Gwen fossem guarda-las apenas para eles mesmos.

— Danny nos deu os contatos de vocês – Emma lhes disse – Agora podemos conversar de vez em quando, e trocar as fotos que temos.

— Eu vou amar isso! – Gwen falou.

Riley os encontrou rindo e se divertindo quando voltou, e também aproveitou para tirar uma foto com o casal de heróis antes de todos se despedirem com mais abraços e risos e os dois voltarem para o alto, observando as Spice Girls entrarem em uma das aeronaves com Riley.

— Eu ainda nem acredito que nós vivemos tudo isso.

— Temos as fotos pra provar – Peter respondeu – Tá sentindo aquela depressão pós-evento de novo? Até eu tô agora.

Gwen riu.

— Um pouco. Mas acho que não temos tempo pra nos preocuparmos com isso agora – ela disse apontando um homem de atitude suspeita caminhando entre as pessoas que entravam e saíam.

— Parece um...

— Batedor de carteiras.

Peter suspirou.

— Esses caras nunca aprendem. Vamos nessa, amor. Tô com saudade das meninas. E acho que você e elas já estão há um tempo precisando uma da outra.

— Estamos mesmo.

Os dois saltaram na direção do infrator, prendendo-o por teias e pendurando-o no teto no exato instante em que puxara a carteira do bolso da calça de outro homem sem que ele percebesse. O berro do criminoso chamou a atenção das pessoas em volta, fazendo-as parar o que faziam e se virarem para olhar. Peter cruzou os braços e balançou a cabeça ironicamente repreendendo o ladrão.

— É muito feio pegar coisas dos outros sem permissão.

— Sim, isso não é seu – Gwen disse tirando a carteira das mãos dele e a devolvendo ao dono, que pareceria tão chocado quanto os demais em volta, tanto pelo acontecimento repentino quanto por ver a Aranha Fantasma depois de tantos meses desaparecida sem explicações.

— Obrigado – ele finalmente disse – É bom ver você de novo – ele sorriu, vendo Gwen acenar positivamente antes de se virar e continuar seu caminho.

As pessoas em volta sorriam, outras olhavam surpresas, e um garotinho correu para Peter e Gwen, abraçando os dois pelas pernas ao mesmo tempo, que era a altura que o pequeno conseguia alcançar.

— Ei, campeão – Peter falou, pegando o menino no colo – Você não tá sozinho por aqui, não é? É perigoso.

— Não, mamãe tá ali – ele apontou um casal se aproximando, que acenou com um sorriso.

— Eu fiquei com saudade de você – o menino disse a Gwen, estendendo os braços para abraça-la pelo pescoço.

— Mesmo? Eu fico feliz em saber disso – ela respondeu, um sorriso transparecendo através de sua voz quando retribuiu o gesto da criança.

Os dois seguraram o garoto juntos quando seus pais pediram por uma foto, o filho de seis anos sendo um grande fã do casal. Acenaram para os três quando se afastaram, e olharam uma última vez para o criminoso suspenso no teto.

— Ei! Me tirem daqui!

— Não precisa se preocupar – Gwen respondeu – Os seguranças do aeroporto vão tirar você daí daqui a pouco.

                - Ei! – O homem gritou novamente, mas sendo devidamente ignorado quando ambos saíram do saguão e voltaram para o alto, fazendo seu caminho de volta para o hotel, onde poderiam pegar suas coisas e seguir finalmente para casa.


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