Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 78
Setenta e Dois


Notas iniciais do capítulo

TAMOS CHEGANDO NO FIM



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"Can you feel it now?

These walls that they put up to hold us back will fall down"

(Change)

 

SEBASTIAN

Estava sendo um período incrível.

Pelo menos, na área profissional.

Usando todos os malabarismos possíveis para fazer o meu trabalho e o de Olivia, eu havia conseguido fechar o mês com uma queda mínima.

Nosso grupo ainda era um dos que davam mais lucros no país, o que não era um feito qualquer.

Metade da equipe me odiava e era estranho perceber aquilo, considerando que eu apenas estava pedindo que fizessem seus trabalhos.

Havia cochichos e olhadelas, e por um momento pude ver como tinha sido boa parte dos últimos anos de Olivia ali. Como ela tinha mantido a compostura e não ficado completamente louca?

O mais impressionante era que ela também não parecia ter ressentimentos com ninguém, enquanto eu tinha umas três pessoas que jogaria de um prédio sem nem pensar duas vezes se tivesse a oportunidade.

Olivia era mesmo uma pessoa melhor que eu. Sempre soube.

Depois da minha declaração para o suposto número de Olivia, não tivemos mais nenhum contato, embora tudo que eu fazia ou via me lembrava, de alguma forma, dela.

Pedro Sartori havia me mandado uma mensagem me agradecendo por ter estado ao lado de sua filha quando ela precisou.

Fiquei desnorteado por alguns instantes, mas acabei concluindo que Olivia devia ter contado sobre sua dificuldade para ter um bebê.

Eu estava...genuinamente feliz por ela. Não deveria ter sido um momento fácil, mas eu sabia que sua família a trataria com o carinho que ela precisava no momento.

O que não impedia que eu sentisse a vontade de estar com ela, de segurar sua mão...

Mas nada daquilo era possível. Não por enquanto.

Apesar do amigo de Mia estar fazendo de tudo para conseguir chegar a algum lugar, não havíamos tido nenhum avanço.

Hunter, que já tinha me ajudado bastante a esclarecer de uma vez por todas como Sartori foi forçada a não se casar comigo, havia me pedido um tempo fora disso.

Disse que precisava focar no trabalho já que o pai havia ficado furioso com a semana de sumiço dele enquanto meu amigo tentava arrancar alguma informação de Patricia.

No entanto, eu sabia que o pai dele não era o problema, Hunter não poderia se importar menos com o que o senhor Constantini ou a madrasta pensavam, mas se recusava a soltar qualquer detalhe do que havia acontecido enquanto estava na cidade de Olivia.

Julie depois que tinha ido embora no fatídico dia que Olivia nos encontrou no apartamento, não havia forçado contato novamente. Eu sabia que deveria chamá-la e colocar tudo em pratos limpos, mas, do jeito que havia simplesmente mentido da minha cara, eu sabia que se não tivesse nenhuma prova, ela apenas negaria tudo até o fim.

Depois da minha separação de Olivia, aquela situação com Julie era uma das coisas que mais doíam em mim.

Nós nos conhecíamos há tanto tempo, confiei tanta coisa a ela e apesar de nunca termos dado certo, Julie definitivamente sempre teve um lugar especial no meu coração.

Imaginar que ela estava por trás de tudo aquilo com Eloise e Olivia era...assustador e decepcionante.

Como alguém poderia ter estado ao seu lado por tanto tempo e mesmo assim você não conhecer nada sobre a pessoa?

 

OLIVIA

Eu estava arrumando minhas coisas ao final do expediente quando ouvi alguém tentando controlar a respiração no corredor.

A sala que eu dividia com os outros aprendizes já estava vazia, exceto por mim. No meu costume de verificar múltiplas vezes minha tarefa para ver se não tinha nada errado, eu geralmente ficava por último e saía quase quando não havia mais ninguém para me acompanhar.

Coloquei a cabeça para fora, verificando o corredor e vi, no final dele, uma mulher com uma mão segurando uma caixa e a outra na coluna.

Ela usava um vestido florido horrendo e parecia murmurar raivosamente consigo mesma.

Depois de trancar a porta da sala, me aproximei com cuidado.

Percebi que ela estava parada em frente a sala do senhor Marchando, que estava aberta.

— Oi, precisa de alguma ajuda?

Ela se virou para mim e eu a reconheci das fotografias na sala de Marchand.

Seus cabelos estavam num tom mais escuro e agora chegavam ao meio das costas, o rosto com algumas sardas estava mais arredondado provavelmente devido a barriga enorme que estava sob o vestido.

— Na verdade, eu preciso de uma coluna nova. Essa aqui está podre. — ela disse, tentando se esticar. — Não consigo carregar uma caixa comum, tudo culpa de quem? Benjamim, claro. Tudo culpa dele. Olha o tamanho disso aqui.

Ela apontou a si mesma.

— Eu não consigo andar direito, nem dormir direito, nem vestir uma roupa decente. — ela estava falando tão fervorosamente que nem notou quando eu tirei a caixa de suas mãos, apoiando em uma das cadeiras. — Sabe o que ele me diz? Que estou linda, mais do que nunca. Mas eu vejo ele rindo às vezes quando eu empaco no sofá. Contudo, eu te digo, juro que Benjamim nunca mais vai chegar perto de mim dessa forma. Não vai adiantar palavras doces, nem conversas sobre como seria bonitinho ver mini-versões minhas correndo pela casa. Eu não vou cair nessa de novo.

Eu sorri.

— Está de quantas semanas?

— Eu não faço a mínima ideia. A médica sempre fala, mas eu simplesmente viro para Benjamim e pergunto: quanto tempo mais terei que me sentir como um vilão do Power Rangers andando no meio da cidade? Sabe o que ele faz? Ele ri, como se a vida fosse maravilhosa. Na verdade, claro que é, não é ele que está grávido de seis meses e carregando quase mais de dois quilos na barriga.

Arqueei uma sobrancelha.

— Já sabem se é menino ou menina? — Ou os dois?, perguntei. Notando que havia outras caixinhas que provavelmente ela estava tirando da sala, me adiantei para ajudá-la.

— Minha melhor amiga disse que para eu manter a minha paz e não surtar a cada cinco minutos, era melhor que eu vivesse essa gravidez da forma mais natural possível. Eu ainda estava tão chocada com a notícia de que teria um bebê que concordei com essa loucura. Agora a única coisa que sei é que há seis meses tem um serzinho saudável crescendo na minha barriga. E perceba, eu continuo surtando! — Ela suspirou. — Enfim, desculpa o falatório, sou Rachel.

Apoiando a última caixa do lado de fora, estendi minha mão em cumprimento:

— Olivia. Olivia Sartori.

— Ah, a menina nova! Ouvi falar de você no último jantar em família. Eu não entendo nada dessa empresa, o título de presidente é uma formalidade enquanto meu pai está de férias, mas ouvir dizer que você era da nossa concorrente.

— Isso, trabalhei na B&T por alguns anos.

— Nossa, acho que escuto o nome dessa empresa desde que me entendo por gente. — Ela rolou os olhos verdes. — Está se adaptando, estão te tratando bem? Apesar de não me envolver em quase nada daqui ainda posso encher o saco do meu marido caso alguém esteja pegando no seu pé. Aqui na Hensey a rivalidade com a B&T é uma disputa de décadas e pode ser bem doentia, às vezes.

— Eu não fazia a mínima ideia. — falei, começando a entender melhor o jeito que algumas pessoas me olhavam quando me viam nos corredores.

— Bem, você verá na conferência da semana que vem. Você vai, não é?

Fiz uma careta de incerteza.

— Não sei, não. Sou muito nova por aqui. O pessoal da minha equipe já está muito bem entrosado e eu ainda estou...conquistando meu espaço aos poucos.

— Ah, o que é isso! Geralmente eu nunca entendo nada do que estão falando, mas o evento em si não é ruim. Bebida à vontade (não que eu possa beber), comida à vontade e carinhas bem gatinhos de terno. Não que eu deva prestar atenção nos gatinhos, já tenho o meu e ele tende a ser meio ciumento. — Ela riu e eu estava achando divertidíssimo como havia a conhecido há dez minutos e já sabia um bom tanto sobre sua vida. Rachel continuou: — Além disso, é sempre bom ver homens patéticos disputando para ver quem tem o ego maior do que o outro e, confie em mim, tem muitos desse tipo por lá.

— Hm... Eu não sei. Acho que não vai ter muito para eu fazer. Gosto de me sentir útil.

A realidade era que todos os aprendizes tinham sido convidados para a conferência, mas eu não me sentia exatamente enturmada. Era uma ótima oportunidade para fazer networking, mas tudo ainda parecia surreal para mim. Depois de anos na B&T, onde eu sabia exatamente o que fazer, eu não estava acostumada a não saber meu lugar naquele tipo de evento.

— Vamos lá...Soube que está competindo para assumir o lugar do Mendes com os outros aprendizes. A conferência gera assunto por meses! Quem falou com quem, quem recebeu uma proposta absurda, qual empresário apareceu com uma amante em vez da esposa...Fofoca das boas. — Nós duas rimos um pouco. — Você vai ter a chance de mostrar desenvoltura e, apesar do ambiente competitivo, é um evento legal: uma desculpa perfeita para comprar sapatos caríssimos e ainda usar roupas de gala. Prometo que se você sentir que está sobrando, serei sua fiel escudeira e obviamente estarei grudada na mesa de comida.

— Aí, está você! — Alguém disse atrás de nós e me virei para ver Benjamim Marchand vindo na nossa direção. — Pedi para esperar no carro.

— E desde quando eu faço o que você pede? — Rachel disse quando ele se inclinou para lhe dar um selinho.

Benjamim soltou o ar, resignado.

— Tem razão. — E reconhecendo minha presença, falou: — Olá, senhorita Sartori, como vai?

— Muito bem e...

Rachel me interrompeu:

— Estava tentando convencê-la a ir na conferência conosco. Diga a ela, Ben, o quanto é importante.

— Por mais que me doa dizer isso quando há a possibilidade de Rachel estar me gravando: Ela tem razão, seus colegas estarão a todo vapor tentando provar o valor deles. Mendes me disse que você anda tendo resultados impressionantes e que gosta muito do seu jeito de trabalhar. Ele iria achar incrível esfregar na cara de Boscher que você está conosco agora.

Eu paralisei.

— A B&T vai estar lá?

Benjamim assentiu.

— Boa parte da equipe, na verdade. Eles foram sortudos e conseguiram ficar na nossa frente esse trimestre, acho que é até um deles que vai falar um pouco sobre esse resultado. — O senhor Marchand procurou algo dentro do paletó, tirou um encarte e me entregou. — Essa será a programação e, não se preocupe, ninguém da Hensey vai te colocar em alguma saia justa por você ter saído da B&T, eu garanto.

Rachel me olhou como quem diz: Tá vendo?

— Prometo que vou pensar a respeito. Obrigada, senhor e senhora Marchand.

Ela fez uma careta, enquanto Benjamim fechava a porta da sua sala e, com uma facilidade impressionante, carregava sem ajuda as caixas que tínhamos trazido para o lado de fora.

— Isso quer dizer que vemos lá, então, hein? — Rachel comentou.

Eu apenas sorri e me despedi.

Enquanto caminhava no corredor, escutei as vozes de Rachel e Benjamim:

— Eu deveria ter pensado melhor quando deixei o meu Hensey ficar na frente do seu Marchand. Todo mundo agora me chama de senhora Marchand isso, senhora Marchand aquilo, quando obviamente meu Hensey é muito mais bonito.

Benjamim riu.

— Minha querida Chelly, você deveria ter pensado nisso antes de assinar os papéis.

— Você é um cretino.

— E o que seria da sua vida sem o seu cretino favorito?

— Eu estaria nesse momento usando um salto bonito e não me sentindo um balão vestindo uma toalha de mesa praiana.

A gargalhada do senhor Marchand ecoou pelo andar.

Sorri comigo mesma e entrei no elevador, observando o encarte da conferência pela primeira vez.

Benjamim e Rachel estavam certos. Pela quantidade de empresas importantes que estariam presentes era imprescindível que eu fosse.

Eu nunca tinha sido o tipo de garota que se deixava intimidar pela concorrência nem que se acomodava em vez de ir atrás dos meus objetivos.

E o meu objetivo era, sem dúvidas, conseguir aquela vaga como aprendiz oficial do senhor Mendes. Nada ficaria no meu caminho.

O elevador chegou na garagem ao mesmo tempo que eu virei o papel na minha mão.

Embaixo do nome da B&T, estava o funcionário destaque que faria os agradecimentos.

Ninguém mais, ninguém menos que:

Sebastian Ferrante.

Ao chegar em casa, pronta para pedir um conselho para Patricia sobre o que deveria fazer, ela me ligou no mesmo instante em que eu discava seu número.

— Patty, tá tudo bem?

Ela respirou fundo do outro lado da linha.

— Eu preciso te contar uma coisa. — minha amiga disse pesadamente. — Prometa que não vai querer me matar, já estou com essa vontade por mim mesma.

Eu tinha percebido como ela estava estranha quando passamos o dia seguinte ao meu aniversário juntas. Mais calada, pensativa. Como se apesar de estar ali do meu lado, ela não estava totalmente presente. Quando perguntei se havia algo errado, ela me disse que não era nada.

— Sebastian entrou em contato com você nessas últimas semanas?

Franzi a testa.

— Não, por quê?

Eu ainda não tinha contado sobre a ligação que havia feito para ele no dia do meu aniversário, das coisas que Ferrante me disse. Como eu sentia que nunca estaria à altura de receber aquele amor dele.

Patrícia soltou o ar do outro lado da linha e resmungou baixinho algo como:

— Talvez ele não tenha contado, talvez...

— Patty? Você está me assustando.

— Desculpa, desculpa. É que Hunter veio aqui.

Assimilei suas palavras.

— Hunter? O que ele foi fazer aí? — perguntei desconfiada.

— Me ver. — ela disse baixo, como se estivesse contando um segredo. — Quer dizer, foi a desculpa que ele me deu.

Soltei a respiração aliviada.

— Quando foi isso?

— Mais ou menos uma semana antes do seu aniversário.

Dei um risinho.

—Bem, para ser honesta, não estou surpresa, amiga. Vocês dois meio que tinham uma energia bastante pesada quando estavam juntos. E não era uma energia ruim. Vocês...hm...como posso dizer?

Tentei escolher minhas palavras com cuidado porque sabia como assuntos daquele tipo eram delicados para Patricia.

— Ele ficou aqui por uma semana.

Arqueei as sobrancelhas, ainda que ela não conseguisse me ver.

— Na sua casa? Com os seus pais?

— No porão. — E então acrescentou rapidamente. — Mas minha família sabia que ele estava lá.

Eu comecei a rir.

— Você deixou o cara no porão, Patricia? Pelo amor de Deus.

— Deveria ter deixado no meio da rua.

— O quê? Por quê?

— Não aconteceu nada...sério entre a gente. Mas... a questão não é essa, eu deveria ter sido mais atenta, mais esperta.

— Patricia, — falei com um tom sério. — O que houve?

— Não quero que culpe Sebastian porque ainda deveria ter sido Hunter a não se prestar a esse papel.

Sebastian?

— O que Ferrante tem a ver com Hunter no seu porão?

Patty respirou fundo.

— Vi uma mensagem de Sebastian no celular de Hunter, perguntando se ele havia conseguido alguma informação comigo.

Senti minhas mãos gelarem.

Ah não, Hunter.

Ah não, Patty.

— E ele conseguiu? Hunter, quero dizer.

Minha amiga ficou em silêncio do outro lado da linha e eu respirei fundo.

— O quanto ele sabe, Patty?

Mais silêncio.

— Tudo, Liv, eu contei basicamente tudo. Pedi para que ele não contasse para ninguém, mas...

Soltei o ar, começando a sentir minha cabeça doer.

— Quanto acha que Sebastian sabe nesse momento? — perguntei, mas eu já sabia a resposta.

Parte de mim queria acreditar que Sebastian tinha percebido que a minha escolha era a melhor para nós dois, mas eu o conhecia melhor do que aquilo.

Sabia que seu silêncio não significava que tinha deixado para lá.

Lembrei novamente da ligação no dia do meu aniversário.

Sebastian já sabia do meu acordo com o senhor Boscher, sabia da escolha que fiz...E me disse que ainda acreditava na gente.

Queria dizer que eu estava com medo do que aquilo significava para nós, mas a verdade é que, pela primeira vez desde que o deixei no altar, eu sentia, uma fagulha perigosa de esperança crescer no meu coração.

 

SEBASTIAN

 

De: juliemancinipub@gmail.com

Para: rick.boscher@gmail.com

Assunto: Chá Beneficente

Olá, sr. Boscher!

Aqui é Julie, filha de Linda e Bernie Mancini. Acho que o senhor se lembra de mim. Meu pai me passou seu e-mail, pois me disse que o senhor e sua esposa ficariam muito felizes se eu acompanhasse Richie no chá beneficente da B&T. Eu ficaria honrada mesmo de acompanhá-lo. O problema é que um amigo meu está na corrida para achar um estágio para a faculdade e eu prometi que iria nas empresas com ele.

Ele também está estudando na área de Publicidade, mas seu foco é mais artístico, ele tem A visão, sabe? Cria projetos e campanhas sensacionais e é super elogiado pelos professores. Acho até que meu pai já falou sobre ele com o senhor, a pedido de Caleb Ferrante.

Imagino que a B&T esteja cada dia mais concorrida e por isso, acho que um universitário não é bem o que vocês estão procurando no momento.

Mas enfim, como disse, eu adoraria fazer companhia para o Richie no chá, mas Sebastian, meu amigo, precisa dessa força e eu faria qualquer coisa por ele. Ele é muito esforçado e é um grande amigo. Estou anexando o currículo dele, se o senhor puder fazer a gentileza de encaminhar para alguma rede de empresas.

Manda um beijo para o Richie,

Julie M.

 

De: rick.boscher@gmail.com

Para: juliemancinipub@gmail.com

Assunto: RE: Chá Beneficente

Olá, querida!

Vejo que herdou a persistência e a lábia do seu pai. A beleza, é claro, veio toda da gentil Linda.

Meu Richie aprecia muito todas essas suas qualidades e ficou de coração partido por saber que você já tem um compromisso. O garoto está tão impossível que não aguento mais vê-lo andando contrariado pela casa.

Disse que todos os garotos vão estar com uma companheira bonita, mas que nenhuma se igualaria a você. Eu não posso discordar.

Façamos assim: Admiro muito seu empenho em ajudar seu colega, vou dar uma chance e chamá-lo para uma entrevista na empresa, segunda-feira, por que não o convence em se preparar nesse fim de semana enquanto você aproveita o chá?

O currículo dele é promissor, mas não posso fazer promessas.

Att,

Henrique Boscher.

 

De: juliemancinipub@gmail.com

Para: rick.boscher@gmail.com

Assunto: RE: RE: Chá Beneficente

O senhor sempre é muito gentil.

Mas não sei se Sebastian se aquietaria tão fácil com uma entrevista — e não posso discordar dele — ele ainda iria querer a garantia de colocar o currículo em outros lugares e nós voltamos ao nosso impasse inicial.

Diga a Richie que ele é um fofo, eu tinha planejado chamá-lo para ir ao cinema essa semana, mas essa entrega de currículos está insana.

Agradeço muito sua generosidade,

Julie M.

 

De: rick.boscher@gmail.com

Para: juliemancinipub@gmail.com

Assunto: RE: RE: RE: Chá Beneficente

Igualzinha ao seu pai! Impressionante... e digo isso com o maior afeto! Hahaha

Vou pedir para alguém ligar para o garoto ainda hoje para marcar a entrevista por mera formalidade. Analisei direitinho o currículo dele e vai ser bom colocar mais gente jovem no time.

Richie vai ficar animadíssimo para ser sua companhia no chá e nessa sessão de cinema. Acho que vocês dois vão se dar super bem.

Até mais, senhorita Mancini.

Henrique Boscher.

 

Eu estava encarando a tela do meu computador enojado. Aqueles eram e-mails de cinco anos atrás entre Julie e o meu chefe.

Richie era um dos amigos de Julie que eu e Hunter só tínhamos visto de longe. Alguém que ela garantia que era só amigo e nada mais do que uma "caridade" ao se dignar fazer companhia para ele.

Sempre que eu tentava rebater ou sair em defesa do cara, Julie dizia que ele era um idiota estúpido com quem ela só falava ainda porque os pais dele eram amigos da família dela.

E agora...ali estava os e-mails dela e do senhor Boscher, ambos tentando manipular a situação para conseguir o que queriam.

Eu não tinha nada contra indicações, mas sempre achei que minha entrada na B&T tinha sido pelos meus próprios méritos e não porque a mulher que eu achava que era minha melhor amiga tinha praticamente vendido sua companhia para que eu fosse contratado.

Eu, ela e Hunter ficamos dias ansiosos para receber a resposta de uma entrevista que nem mesmo tinha sido real. Porque era a única coisa boa que eu poderia me agarrar desde que Eloise tinha ido embora. Porque era a única coisa que manteria minha cabeça no lugar e não me faria ir atrás da minha ex-noiva.

Julie me abraçou na época e disse que tinha muito orgulho de mim. Foi a primeira a dar a notícia aos meus pais. Foi a pessoa que conseguiu a vaga de Eloise de volta. Foi ela que me colocou na B&T.

Manipulação mascarada de boas ações.

Faria qualquer coisa para o seu bem, Sebastian.

Meu bem?

Mia encarava as mãos, parada ao meu lado na mesa. Ela tinha lido tudo antes de passar para mim.

Eu estava me sentindo traído de tantas formas, envergonhado até. Como não pude ter visto aquele lado dela? Como não suspeitei uma única vez?

Ainda lembrava de Julie me falando que não acreditava que os sentimentos de Olivia eram sérios e como Sartori iria me machucar. Como ela era egoísta e só visava seus próprios interesses.

Tudo aquilo para Olivia desistir de tudo que tínhamos com medo de prejudicar a mim e à minha família, mas sem que eu pudesse saber.

Era para que eu pensasse que ela tinha mesmo escolhido seus próprios interesses. Para parecer que Julie tinha apenas feito um presságio de algo que já era iminente.

— Meu amigo encontrou um e-mail de um remetente diferente, mas do mesmo IP do email dessa Julie. — Mia disse pegando o mouse e rolando a tela para baixo. — E é mais recente, de apenas algumas semanas atrás. Tem o seu nome e o de Olivia nele. Não tive tempo de ler tudo.

Respirei fundo.

 

De: manju-1234@gmail.com

Para: rick.boscher@gmail.com

Assunto: Um favorzinho para mim e para o senhor...

Anexo (1): Contrato-de-Casamento.jpg

 

Então, eu comecei a ler como uma das pessoas em quem eu mais confiava havia virado minha vida de cabeça para baixo.

✥✥✥


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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores!

FINALMENTE TODAS AS CARTAS NA MESA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

BEN E CHELLY CASADINHOS E GRAVIDINHOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

POSSÍVEL ENCONTRINHO DO NOSSO CASAL SOFREDOR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

4 CAPS TO GO!!!(é possível q essa conta passe um pouquinho, mas n vou garantir kkkk)

ME CONTEM O QUE ACHARAM!!! nessa reta final eu estou em estagio de surto constante, quase arrancando os cabelos da cabeça!! e vcs? estão bem?

acho, achoq vcs não estão preparados proximo capítulo

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A gnt se vê em breve!!

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