A Jornada da Fênix: O Ressurgir das Cinzas escrita por FoxFlameWarrior


Capítulo 22
Back Home (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Gente, de verdade, espero que vocês gostem porque me deu um trabalhão para formatar e deixar tudo certinho para que vocês tenham a melhor experiência que eu posso oferecer. Sério, preciso do meu word de volta!
Hoje teremos a volta de uma personagem que conhecemos há vários capítulos atrás, mas caso alguém não reconheça, vou deixar nas notas finais quem é.
É sé isso mesmo.
Boa leitura, amores.



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Eles atravessaram o Caminho do Trovão um a um, Fênix foi na frente olhando para ambos os lados garantindo que um monstro não viria e a atropelaria de novo, assim que chegou do outro lado, se virou para seus companheiros e deu um aceno de cauda para que a seguissem, Hunter foi o primeiro a segui-la, trotou rapidamente até a metade do chão cinza, mas algo o fez parar instantaneamente no meio do caminho.

—Fênix: Hunter, qual é o problema? (Falou gritando o perceber o que se passava com o gato prateado).

—Hunter: Tem alguma coisa vibrando no chão. (Falou gritando meio apavorado).

O gato prateado abaixou a cabeça e encostou uma orelha no chão, tentando ouvir melhor o que estava acontecendo, as vibrações no chão continuavam a se intensificar, suas almofadinhas das patas estavam formigando, Hunter ouviu um estrondo vindo de sua direita, se virou e viu um monstro com os olhos acesos vindo contra ele, a claridade dos olhos da criatura o cegou e o prateado acabou ficando paralisado.

—Fênix: Hunter, se mexe! (Gritou).

—Andy: Hunter, sai daí! O monstro vai te atropelar! (Gritou apavorada).

—Abaddon: O que está... (Pausou ao ver o que se passava). Hunter, o que você está fazendo? (Correu em direção ao prateado). Sai daí, homem! (O empurra da frente do monstro, ambos rolam pelo Caminho do Trovão até Fênix os puxar de uma vez para fora de lá).

Hunter olhou para o Caminho do Trovão e viu o monstro passar pelo lugar onde estava paralisado, viu um galho ser completamente destruído pela criatura, que não diminuiu a velocidade nem por um instante, o gato prateado estremeceu ao ver que poderia ter sido ele no lugar daquele galho, nunca havia ficado tanto tempo fora do eco e não sabia ao certo sobre os perigos do território dos Duas Pernas.

—Fênix: Você teve sorte de Abaddon ter te tirado de lá a tempo, ou você teria virado picadinho. (Se sentou recuperando o folego depois do susto).

Aos poucos e atentamente, os outros gatos atravessaram, felizmente nenhum monstro passou. Quando todos estavam do outro lado, Fênix os guiou para a floresta, precisava aprender a chegar na mata sozinha, mesmo que fosse longe e de difícil acesso, lá era o único lugar que encontraria recursos para ajudar aqueles gatos.

Conforme caminhava e olhava para as copas das árvores, a gata de olhos roxos tinha profundos sentimentos de nostalgia da época em que saía com Poça de Folhas para pegar ervas medicinais, também se lembrava de Pé de Seixo, seu mentor do Clã do Rio, e de seus sábios conselhos sobre ser um nobre guerreiro, se eles a vissem agora, com certeza ficariam muito decepcionados, era como se Fênix estivesse
esquecendo tudo o que lhe ensinaram, abrindo mão de uma vida em um clã e se dedicando a liderar gatos de beco resmungões. Que bela vida escolheu, não é?

E ainda pensava sobre a proposta do tal Garra de Cardo, o gato que conhecera na Floresta das Trevas, sua cabeça lhe dizia que o lógico seria parar com tudo o que estava fazendo e voltar para o Clã do Trovão, onde sabia que seria aceita de volta, mas seu coração lhe dizia que seria muito errado abandonar gatos que já estavam com altas expectativas de se libertarem do sofrimento. Fênix sempre ouvira mais a cabeça do que o coração, mas, dessa vez, queria escolher o que achava certo, o que lhe desse algum sentimento de satisfação por ter feito algo direito e afastasse a culpa que carregava pelo que havia feito nas últimas luas.

Por um momento, quis ir até o acampamento do Clã do Trovão e conversar com Estrela de Fogo, se explicar era só o que queria, não
precisava ser perdoada, só queria ser ouvida, ela sabia que o líder rubro a entenderia, e quanto a Estrela de Leopardo, Fênix sabia que essa nunca teria a capacidade entender o lado de um traidor, muito menos um que fosse de sangue de gatos de gente.

—Andy: Fênix? (Perguntou quebrando o silêncio). O que foi?

A gata negra reparou que estava parada na frente de um rio, fitando o nada, sem dizer uma só palavra, pelo menos os outros puderam saciar a sede nesse meio tempo, era difícil encontrar água não contaminada no ninho dos Duas Pernas.

—Fênix: Não é nada. (Respondeu de imediato). Só... achei ter visto uma coisa. (Se virou e voltou a caminhar).

Na verdade, não sabia ao certo pra onde estava indo, esperava que alguma presa passasse no caminho ou algo assim, não podia andar livremente pela floresta considerando que poderiam topar com uma patrulha de clã a qualquer momento e em qualquer lugar, se seu nariz estivesse certo, estavam pisando nas terras do Clã das Sombras, o odor deles era fresco e possivelmente trombariam com alguns deles.

—Fênix: Tenham cuidado, todos! (Falou em um tom que todos puderam ouvir). Os gatos desse território não são amigáveis e teremos uma luta perigosa se nos pegarem aqui.

Seus companheiros trocaram olhares preocupados, nunca haviam enfrentado gatos selvagens antes e estavam em um terreno desconhecido, a desvantagem era só o que lhes passava pela cabeça, Andy deu uma curta corrida par mais perto da mentora em busca de proteção, Abaddon analisou a retaguarda por alguns instantes e voltou a trotar atrás do seu grupo. A tensão em seus músculos era visível.

—Abaddon: Fênix, se algum ataque acontecer, nós não teremos chance de lutar, não estamos em grande quantidade para enfrentar um clã. (Falou quase em um sussurro no ouvido da gata negra).

—Fênix: Eu sei, mas não enfrentaremos um clã inteiro, apenas uma patrulha e, geralmente, elas tem apenas três ou quatro gatos. (Virou a cabeça para fitá-lo). Não se preocupe, ficaremos bem.

O gato marrom assentiu, deixando Andy passar na sua frente para que ficasse na retaguarda dela, afinal ela era só uma filhote e não teria força para enfrentar um guerreiro selvagem caso houvesse um ataque. A gatinha mais nova, por sua vez, parecia mais impressionada com a paisagem e o clima fresco da floresta do que preocupada com uma possível batalha de morte.

Um som de estalo preencheu o silencio, todos se viraram para direções diferentes com as garras pra fora, prontos para enfrentarem o
que estivesse por vir, já Fênix nem tencionou os músculos, seu olfato apurado e sensível lhe disse que era apenas um esquilo que devia estar comendo uma noz ou algo assim.

—Fênix: Podem relaxar, pessoal. (Falou em um tom alto, porém calmo). É só uma presa típica daqui. Um esquilo, pra ser mais específica. (Passou os olhos pela vegetação, avistando uma pequena movimentação a sua frente. Ficou em posição de predador e sussurrou voltando o olhar para eles). Fiquem aqui em silêncio, não se movam. (Voltou-se para a presa). Observem e aprendam.

Fênix rastejou lentamente até o mais próximo que pôde, mantinha os movimentos leves e a respiração lenta, inspirando e expirando o ar calmamente, expos as garras e impulsionou um pouco o corpo para trás, até que, em um tique taque de coração, avançou bruscamente contra o esquilo, que só teve tempo de dar dois pares de pisadas no chão até ser abocanhado pelas presas afiadas da gata negra, que o prensou contra a terra e usou as patas para lhe tirar a capacidade de respirar, ela podia sentir e ouvir o coração do pequeno animal batendo rapidamente, até finalizá-lo em um par de segundos.

Ergueu a cabeça e voltou-se para seus companheiros enquanto segurava o esquilo entre os dentes, caminhou até eles e colocou a presa aos pés de Andy, a filhote se agachou e cheirou a presa, logo voltou os olhos para a mentora com um olhar de quem quer experimentar um pedaço. Fênix entendeu o “pedido” e assentiu com um sorriso, sabia que a jovem estava com fome e que ansiava por uma boa presa há tempos.

—Fênix: O que acha? (Falou enquanto a mais nova abocanhava um pedaço do esquilo).

—Andy: Fantástico. (Falou empolgada com sua primeira refeição “decente”). Você tem que me ensinar a fazer isso. (Falou com mais  empolgação e ansiedade na voz).

Os demais ainda se mostravam meio ariscos e tensos por causa do lugar e dos tipos de ameaças que poderiam existir na floresta, mas não puderam deixar de se impressionar ao verem a facilidade com a qual Fênix caçou o esquilo.

Abaddon tomou a frente e passou a cheirar o ar, queria testar o olfato em um lugar que não houvessem cheiros fortes como no ninho dos Duas Pernas, mas ainda era difícil distinguir os odores que a floresta trazia as suas narinas, já que era a primeira vez sentindo-os. Fênix pareceu perceber o que seu companheiro estava tentando fazer, então trotou para o lado dele e começou:

—Fica mais fácil se fechar os olhos e deixar que o vento traga os cheiros. (Falou com uma voz calma, como se estivesse ensinando um aprendiz). Se ficar escolhendo qual cheiro quer sentir, então não vai encontrar nada.

—Abaddon: Eu não estava escolhendo cheiros. (Falou negando com a cabeça).

—Fênix: Estava sim. Eu sei. Os cheiros daqui são diferentes do ninho dos Duas Pernas, por isso está desacostumado e está procurando qualquer cheiro familiar, porque isso te faria se sentir menos inseguro. (Falou em um tom de quem tem experiência).

—Abaddon: Você é bem sabe-tudo, né? (Falou surpreso por ela saber exatamente o que se passava em sua cabeça).

—Fênix: Eu já fui uma gata de gente, lembra? Ainda me recordo de como foi meu primeiro dia de treinamento, meu mentor dizia que... (Sua voz foi perdendo o som conforme as lembranças desabavam pesadamente em sua mente). Desculpe, eu não... (Pausou de novo com um longo e pesado suspiro).

—Abaddon: Fênix? (Se aproximou tentando encontrar seu olhar). O que foi?

—Fênix: Desculpe. (Suspirou). Leve todos de volta para o beco, podemos continuar amanhã. (Se virou para um lado qualquer e passou por entre as árvores). Eu alcanço vocês. (Falou ao assumir um trote mais rápido).

Sem esperar resposta, Fênix passou do trote para uma corrida e sumiu entre as árvores. Sentiu falta de sentir o vento fresco da floresta atingir seu pelos e chacoalhá-los levemente conforme seu corpo se impulsionava para frente a cada vez que suas patas atingiam o chão, a grama macia deixava o ambiente mais fácil para correr, o gelo da estação sem folhas machucava e queimava um pouco suas almofadinhas, o que as dava algumas leves rachaduras e as faziam doloridas. Mas o clima fresco e ameno do começo da estação do renovo dava a gata uma sensação de liberdade e uma leveza tão grande que quase acreditava poder ser mais veloz do que o vento.

Apesar de estar novamente degustando dessa liberdade de correr  pelos terrenos da floresta, Fênix se dirigia até o único lugar onde sabia que nunca mais seria bem-vinda, era o último lugar em que os habitantes a tratariam como família de novo, ela sabia que sempre a veriam com ódio e a comparariam com Flagelo, afinal ela provou que era tão violenta e perigosa quanto ele.

Sim! Ela iria até o território do Clã do Trovão falar com Estrela de Fogo, depois veria se poderia falar com Estrela de Leopardo, mas, no momento, falar com o líder de pelo rubro era mais importante.

Passar pelo território do Clã das Sombras sem ser vista não era uma tarefa fácil, o sol a pino já havia passado e as patrulhas provavelmente estariam voltando ao acampamento, mas a brisa ainda poderia levar seu cheiro até os guerreiros do território, mas Fênix estava determinada a passar por qualquer coisa que ficasse em seu caminho.

Depois de uma longa corrida, a gata negra já estava quase atravessando a fronteira que dava para o território do Clã do Trovão, porém um ruído preencheu o ar, ativando os sentidos da guerreira, que se apressou a seguir para fora das terras do Clã das Sombras, mas foi barrada por uma gata de pelo malhado e olhos verde-escuro, que ameaçou:

—O que faz no território do Clã das Sombras? (Falou em um tom autoritário).

—Fênix: Eu só pretendo ir falar com Estrela de Fogo, por tanto não vou ficar no seu território por mais tempo. (Falou calmamente, mas já se preparando para um possível combate).

A gata malhada analisou a oponente de cima a baixo e continuou:

—Já não nos conhecemos antes? (Falou sem abandonar a posição de defesa).

—Fênix: Talvez em uma assembleia... (Analisou com cautela, então arregalou os olhos). Nariz de Oliva? (Falou surpresa).

A guerreira do Clã das Sombras arregalou os olhos e franziu a testa, finalmente reconhecendo a gata a sua frente:

—Pelagem de Carvão. (Falou deixando de lado o intuito de lutar e se aproximou). Eu devia ter te reconhecido.

—Fênix: Você não mudou nada desde a última vez que nos vimos, e isso já faz algumas luas. (Falou se sentando). Aliás, meu nome é Fênix agora.

—Nariz de Oliva: É bom te ver, mas... (Suspirou). Estrela de Leopardo disse, em uma assembleia, que você tirou uma das vidas de Estrela de Fogo, agora todos estão com medo de... (Hesitou).

—Fênix: De mim. (Deduziu com um suspiro). É por isso que estou indo falar com Estela de Fogo, preciso me explicar.

—Nariz de Oliva: Certo, se o conheço bem, sei que ele vai entender, mas não vá falar com Estrela de Leopardo em hipótese alguma, ela não aparentou estar muito bem na última assembleia. (Falou em um tom um tanto preocupado). E é melhor que saia daqui também, Estrela Preta não vai gostar de te ver aqui. Ele já está bem estressado com um tal de Sol.

—Fênix: Sol? (Falou não reconhecendo o nome).

—Nariz de Oliva: É uma longa história, não dá tempo de contar e você tem que sair da floresta antes que anoiteça, e eu preciso voltar ao meu acampamento agora de qualquer forma. (Se aproximou). Foi bom te ver. (Deu-lhe um rápido cumprimento de cabeça e correu para fora de seu campo de visão).


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Notas finais do capítulo

Pra quem não reconheceu (O que eu acho que não aconteceu) quem apareceu foi a Pata de Oliva. Lembra? Aquela aprendiz do Clã das Sombras que ficou amiga da Fênix e a Céu da Noite no capítulo "Gardering". Agora ela é chamada de Nariz de Oliva porque virou guerreira.
Enfim, 6 são espertos, então acho que todo mundo reconheceu, porém expliquei quem era assim mesmo.
Ai gente, tô' tão feliz por vocês estarem gostando da fic da Estrela de Raposa.
Feliz de verdade. 6 ñ tem noção!!
Obrigada por não desistirem de mim. Bjs.



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