Serein escrita por Lady Anna


Capítulo 1
I. I’ve got a war in my mind


Notas iniciais do capítulo

Julia/Felina/Ravena,
Oiii! Saiba que eu fiquei muito feliz quando vi o seu nome no sorteio, eu queria muito escrever algo que você gostasse. Eu sabia que isso seria um desafio porque romance com altas doses de drama não é muito o que eu escrevo, né? Mas então veio a ideia desse plot e foi tão fácil e natural escrever que até mesmo eu fiquei surpresa! Também é a primeira vez que escrevo Tedromeda (eu nunquinha esperaria terminar esse ano assim hahaha) e, nossa, como eu amei desenvolver a Andy/Drômeda aqui!
Enfim, só queria dizer que te acho uma fanfiqueira maravilhosa e uma pessoa incrível♥ Você merece ganhar uma fic perfeita e espero te dar um pouquinho disso aqui! Você tinha pedido músicas somente no caso de ser Scorose, maaas como eu sei que você ama Lana Del Rey, cada capítulo é inspirado em uma música!
Bom, por agora é só hahaha
Boa leitura e beijooos



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❝I am alone in midnight
Been trying hard not to get into trouble, but I
I’ve got a war in my mind
So, I just ride, just ride
I just ride, I just ride❞

▪︎♤▪︎

♦ 20 de Junho de 1971

Casa e lar não são a mesma coisa.

Observando o céu estrelado diante da Torre de Astronomia, Andrômeda percebeu o quão estranho era ela nunca ter pensado nisso. Apenas naquela semana, durante uma aula de Estudo dos Trouxas, enquanto a professora falava sobre o sentimentalismo que os trouxas associavam a objetos especiais. Os bruxos também faziam isso, é claro, entretanto, quase sempre o objeto era uma relíquia de família, passada de geração em geração. Aquilo estava associado a uma casa e a tradição daquela família, não ao significado especial que alguém lhe conferia. Já os trouxas, madame Prougrut explicou, possuíam o peculiar costume de tornar qualquer objeto especial bastasse que ele estivesse associado a um bom momento ou a alguém amado. Era por isso que eles tiravam mais fotos que os bruxos e tinham mais bugigangas inúteis.

Andrômeda imediatamente achou esse costume fascinante e, com o fascínio, veio o perturbador pensamento de que casa e lar não eram e nunca poderiam ser a mesma coisa. Pelo menos, não para ela. A mui antiga e nobre casa Black era sustentada por tradições, ouro e sangue derramado. Nada mais. Não havia amor, compreensão ou todos esses sentimentos que ela apenas conheceu de longe, em outras famílias, nunca na sua. Eles possuíam muitos objetos ditos especiais, mas especiais para quem? Certamente não para ela. A grande tapeçaria dos Black 's era um belo exemplo de algo especial para eles, para os outros, mas nunca para ela. Aquilo poderia queimar que Andy ficaria feliz, detestava seu nome naquele símbolo de preconceitos.

Entretanto, para os trouxas os objetos possuíam um valor sentimental diferente. Podia ser apenas uma xícara quebrada para ela, mas para alguém poderia ser o símbolo de um amor imensurável. Era lindo, encantador e invejável. Porque aquilo era lar. Era segurança e amor, coisas que Andrômeda sempre quis.

Foi por querer desesperadamente se sentir amada e respeitada, em um mundo melhor onde sua família não destilaria aquele preconceito nojento aos quatro cantos, que Andrômeda Black sempre soube que fugiria de casa. Por isso, arquitetou um plano de como  o faria. Ela possuía tudo planejado, só não esperava que uma nova variável entrasse na equação: Edward Tonks.

Ele entrou em sua vida e fez uma bagunça enorme em seu coração. Andrômeda sabia que também havia feito uma bagunça enorme no coração dele e, nesse momento, apenas esperava conseguir consertar tudo.

Ouviu um barulho atrás de si e, agindo por reflexo, sacou sua varinha e apontou para o ser que ainda estava encoberto pelas sombras da noite.  

— Por mais sexy que você fique com essa cara surpresa e irritada, eu gostaria que você não apontasse essa varinha para mim. – Jeremy disse, sentando-se ao lado de Andrômeda.

— Você me assustou.

— E você teoricamente quebrou meu coração. Acho que estamos quites. – Sincero, como sempre. Jem tirou uma garrafa de whisky de fogo do sobretudo. – Aceita?

— Acho melhor não.

Ele deu de ombros, abrindo a garrafa e bebendo o líquido direto do gargalo.

— Eu vou precisar, pelo menos. Então, queria conversar comigo, – com o típico sarcasmo sonserino, ele acrescentou: – noivinha?

— Não me chame assim. – Resmungou, aceitando um gole da bebida.

O álcool desceu queimando por sua garganta, o que a fez ficar em silêncio por alguns minutos. Por fim, quando sentiu seu corpo mais leve e mais preparado para aquela conversa, Andrômeda encarou Jeremy Burke. Seu melhor amigo. Seu ex-noivo. Seu primeiro amor.

— Ele foi embora? – Jem perguntou enquanto ela bebia mais um gole do whisky de fogo.

— Sim.

— Eu também iria.

— E por que ainda não foi? – A pergunta de Andrômeda saiu áspera.

— Porque você foi minha melhor amiga, Andy. Talvez ainda seja. – Ele bebeu um longo gole da bebida fogosa. – Acho que nós merecemos conversar antes que o mundo caia mais uma vez sobre nossas cabeças.

Ela assentiu, sentindo-se grata pela sinceridade. Seria uma conversa franca, permeada de sentimentos confusos e não correspondidos, o que tornava tudo difícil e complicado. Mas seria bom, para ambos.

— Ele me detesta. Você me detesta. Eu me detesto. – Resmungou. – Todos me detestam.

— Não todos, acho que Bellatrix te odeia. É diferente.

Apesar do lembrete da relação conturbada com a irmã, Andrômeda riu. Não era engraçado, pelo contrário, era um completo desastre, entretanto, o desespero possuía uma comicidade inebriante.

— Não seja dramática, Andy. – Ele disse, o semblante sério. – Se vocês não se acertarem ele é um completo idiota.

Ela sorriu, apesar de não acreditar que aquilo era verdade.

— Sobre nós… – Jem engoliu em seco. – Acho que não daria certo. Sempre fomos melhores amigos, próximos demais, mas nunca nos declaramos. Poderíamos ter feito isso, esse… relacionamento poderia existir em outra época. Eu… ainda gosto de você. Porra, gosto demais. 

Andrômeda segurou a mão dele, por todas as vezes que ele lhe apoiou, por todas as noites rindo no salão da Sonserina e por toda aquela amizade e cumplicidade. Seu coração se expandiu um pouco ao sentir os dedos de Jem apertarem sua mão.

— Você não gosta de mim, Andy, não assim. Não estou te culpando por isso, não é algo que você possa controlar. Por isso que não quero que você se sinta culpada. – Jem olhou no fundo dos olhos dela. – Porém com toda essa confusão, eu… tive esperanças por um momento, mesmo que não fizesse sentido. Isso te machucou e machucou o Tonks ainda mais.

 – Me desculpe, Jem.

— Não é culpa sua se sua família é surtada. – Ele riu, o som saindo quebrado. 

Andrômeda não chorava facilmente. Talvez por ter se acostumado a esconder seus sentimentos da família, as lágrimas não vinham com facilidade para ela. Mesmo que estivesse desolada, não chorava. Se tivesse essa capacidade em si, estaria chorando naquele momento, pensou.

— Você merece mais do que isso que sua família quer para você, mais do que só um casamento por conveniência. Você merece aquelas malditas borboletas no estômago que o Tonks provoca em você e aquela rubor nas bochechas que as piadinhas indecentes dele causam. Eu também mereço mais, Andy. Alguém que retribua verdadeiramente meus sentimentos, pois eu sei que em algum momento você gostou de mim, mas não é assim que você se sente agora.

Apertando mais a mão dele, Andrômeda o puxou para um abraço. Aquilo se parecia demais com uma despedida definitiva, o que formava um bolo em sua garganta. 

— Você é meu melhor amigo e sempre vai ser.

— Eu sei, ex-noivinha, eu sei. – Jem a apertou mais forte, sorrindo. 

Eles passaram alguns minutos em silêncio, apenas fazendo companhia um para o outro. O whisky de fogo havia acabado e Andrômeda sentia que sua cabeça estava mais leve devido ao álcool – o que também poderia ser relacionado com a reconciliação com o amigo – e sabia o que deveria fazer.

— Para onde você vai? – Perguntou, curiosa.

— Para a América Latina. Acho que consegui convencer Dumbledore a confiar em mim o suficiente para me enviar para uma missão, a qual espero que não seja algo suicida.

— Jeremy Burke! – Andrômeda exclamou, preocupada.

— Não precisa se preocupar, Andy, eu ainda sou o sonserino mais inteligente depois de você. Vou voltar inteirinho dessa missão.

▪︎♤▪︎

Andrômeda olhou para as estrelas por mais alguns minutos após Jem ir embora. Ao longe, viu o amigo sair do castelo e se tornar uma sombra na floresta, impossível de ser reconhecida. Imaginou o que a família Burke pensaria quando descobrisse que seu herdeiro estava em uma missão pela ordem da fênix, afinal aquilo logo seria de conhecimento geral. Pela manhã, quando Andrômeda e Jem não voltassem no expresso para suas casas e para a festa de casamento que os esperava, o boato se espalharia mais rápido do que visgo do diabo.

Levantou-se para deixar a Torre de Astronomia, sendo surpreendida pelo movimento de uma sombra perto da porta. Aparentemente mais pessoas do que ela gostaria sabiam que ela estava ali. Pescando a varinha do bolso de novo, Andrômeda controlou a respiração e se aproximou da parede, escorando-se nela para ir até à porta. Mais cedo, já estava esperando por Jem e seu susto fora apenas por distração, entretanto, agora não fazia ideia de quem poderia ser.

Virando rapidamente a porta, viu-se apontando sua varinha para um garotinho de longos cabelos bagunçados e sorriso sem graça no rosto. Aquilo não estava acontecendo!

— Que merda você está fazendo aqui, Sirius? 

— Oi, Andy. Está encantadora hoje! – Ela até poderia acreditar se não tivesse com enormes olheiras no rosto. – Que coincidência te encontrar aqui.

Ela semicerrou os olhos, nem um pouco convencida pelo garoto.

— É madrugada e você está na Torre de Astronomia, Sirius. Vai me contar o que está aprontando ou não?

— Acho melhor não, – ele deu de ombros. – mas se eu fosse você não iria para a sala comunal da Sonserina. 

— O que você aprontou?

Desde que entraram em Hogwarts e foram selecionados para a Grifinória, Sirius e seus amigos eram conhecidos como Marotos, devido às frequentes pegadinhas que aprontavam. Andrômeda até mesmo gostava daquelas brincadeiras quando elas não a deixavam coberta com alguma gosma ou cheirando a algo questionável. Os Marotos possuíam uma tendência a aprontar com sonserinos e Andy não queria nem pensar no que eles haviam feito dessa vez, apesar da curiosidade a consumir.

— Digamos que seus colegas de casa estarão com uma aparência especial em seu casamento. – Ela gargalhou. – Só espero que Jem não esteja lá, detestaria deixar seu noivo irreconhecível.

Dando um leve tapa na cabeça de Sirius, Andrômeda sentou-se no corredor e escorou a cabeça na parede.

— Por Merlin! Você é inacreditável.

— Vou considerar isso um elogio. Amanhã você vai ver o quão genial foi essa pegadinha. Quem pensou em tudo foi o Remus, você sabe o quão inteligente ele é, James e eu fizemos a maior parte da execução porque Peter estava com medo.

Ela sorriu para o primo, ouvindo-o contar sobre aquela travessura. Apesar da diferença de idade, de personalidade e de casas, ela e Sirius eram muito próximos e, desde que ele entrara em Hogwarts, conversas como aquela eram comuns. 

— Lamento te desapontar, mas não verei os resultados da sua travessura. – Diante da confusão dele, Andrômeda explicou: – Não vou me casar amanhã, Sirius. Vou fugir.

O jovem Black ficou alguns segundos com os olhos arregalados e a boca aberta, sem palavras. Quando ela já estava pensando se foi uma boa ideia lhe contar aquilo, Sirius disse:

— Isso é incrível, Andy! Não vejo a hora de ver a cara de tio Cygnus e tia Cruella. – Ele riu. – Será que consigo uma daquelas coisas trouxas que gravam? Preciso registrar esse momento!

Rindo, ela bagunçou os cabelos do primo, gostando do bom humor que ele emanava.

— Nada disso, mocinho! Você tem que fingir que não sabe de nada, entendeu?

Sirius assentiu, ficando sério em seguida.

— Queria poder ir com você. Não aguento eles, Andy, não mesmo. Tudo que falam e fazem é tão horrível e baixo.

— Eu sei, Six. – Ela o abraçou. – Saiba que sempre pode contar comigo, ok?

Ele assentiu, fungando em seguida. Para evitar despedidas dolorosas, Andrômeda bagunçou os cabelos negros e encaracolados como os seus mais uma vez antes de se levantar. 

— Eu preciso ir. Já está quase amanhecendo.

Sirius concordou, surpreendendo-a com mais um abraço rápido.

— Vou sentir sua falta, Andy. – Antes de sumir nas sombras novamente, Sirius acrescentou: – Se for do seu interesse, Ted Tonks está na floresta proibida, ao lado da árvore com flores roxas.

Surpresa, Andrômeda indagou:

— Como você sabe que eu estava procurando… Como você sabe que ele está lá?

Sirius riu, um sorriso travesso aparecendo em seu rosto.

— Eu sou um maroto, Andy. 

Sem dizer mais nada, Sirius correu pelas escadas. Fazendo o mesmo, Andrômeda sentiu o vento gelado bater em seu rosto e abriu um pequeno sorriso. Mesmo que não se resolvesse com Ted, aquela era sua oportunidade de esclarecer tudo entre eles e ela não a desperdiçaria. 

▪︎♤▪︎

♦ 1 de Setembro de 1964

Andrômeda estava ansiosa para ir para Hogwarts, como qualquer criança de 11 anos naquela plataforma. Sua irmã, Bellatrix, tinha ido para a escola de magia e bruxaria dois anos antes e, desde então, Andy sonhava com os escassos relatos que a irmã fazia. 

Sobre as aulas, as casas e os amigos. Principalmente, esses últimos. Bella não era uma pessoa muito sociável, mas ela facilmente havia se encaixado na Sonserina e possuía toneladas de amigos puros-sangues, o que deixava seus pais muito satisfeitos.

Andrômeda já era conhecida como a rebelde da família. Quando sua mãe lhe disse que ela precisava fazer amizades estratégicas, apenas com bruxos bem nascidos e relacionados, ela prontamente não aceitou. E quando após o castigo físico de sua mãe, seu pai veio conversar com ela e tentar convencê-la que amigos não eram sobre sentimentos e sim sobre interesse, Andrômeda ainda não concordava com isso. Mas ela era inteligente e não queria apanhar mais, então, fez o que logo se tornaria uma ação frequente: ela fingiu. Fingiu que faria amizades por interesse e que concordava com os ideais preconceituosos dos pais. 

No fim, aquilo era uma máscara de autoproteção. Em sua família, ninguém conhecia a verdadeira Andrômeda Black. Eles conheciam a filha do meio de Druella e Cygnus Black, a irmã mais nova de Bellatrix Black – que sempre estava alinhada com as causas puro-sangue – e a irmã mais velha de Narcissa Black – que sempre aceitava os ideais dos pais sem questionar. Para eles, Andy era uma rebelde sem causa. Ter essa percepção aos 11 anos era assustador.

Quando chegaram à plataforma, Andrômeda olhava as outras crianças e adolescentes com olhos curiosos, mas a mão de seu pai em seu ombro a impedia de ir se enturmar. Bella logo segurou sua mão e lhe disse que elas iriam até o grupo puro-sangue, no qual certamente teria alguém adequado da idade dela. Andrômeda não queria ir, mas nunca fazia o que queria mesmo.

Logo que chegaram ao grupo, espaço foi aberto para Bellatrix e, quando ela apresentou a irmã mais nova, todos sorriram em aprovação diante da próxima adição à Sonserina. Porque obviamente essa seria sua casa. Ela se sentia deslocada ali, não queria participar de conversas preconceituosas – na verdade, queria gritar com cada um deles.

Percebeu que um garotinho franzido e com feições duras a olhava de lado e, por nenhum motivo específico, ela o encarou de volta. Em um ato corajoso, ele se aproximou e estendeu a mão.

— Sou Jeremy Burke. Parece que nossas irmãs são amigas. – Andrômeda segurou a careta e apertou a mão dele. Entretanto, ao ver o sorriso de escárnio do garoto, percebeu que não havia escondido seus pensamentos bem o suficiente. – Vai ter que fazer melhor do que isso se não quiser que eles descubram que não é assim como eles, Black.

— Assim como, Burke?

— Uma completa babaca preconceituosa.

Ele piscou e Andrômeda imediatamente gostou dele. Ao longe, viu o sorriso de aprovação do pai e gargalhou diante da ironia. Se Cygnus Black soubesse o conteúdo daquela conversa, os afastaria o mais rápido possível. Esse pensamento só fez com que ela gostasse mais do garoto. 

Entraram no trem juntos e procuraram um vagão para se sentarem. Bellatrix havia saído de seu pé ao perceber que fizera amizade com um puro-sangue, o que deixava Andrômeda feliz e indignada ao mesmo tempo. Sua família vivia apenas de aparências. 

— Não há nenhuma cabine vazia. – Jeremy suspirou. – Vamos ter que sentar com nossas irmãs.

Andrômeda mordeu o lábio, pronta para sugerir que procurassem mais uma vez. Entretanto, essas palavras não saíram de seus lábios, afinal um garoto sorridente, aparentemente da idade deles, colocou a cabeça para fora do vagão no qual estava e disse:

— Tem lugar aqui. Vocês não querem ficar?

Quando entraram, Andrômeda percebeu que haviam outras duas crianças no vagão, as quais olhavam para eles com curiosidade.

— Essas são Hellen e Lizzie. – O garoto sorridente disse, sentando-se ao lado de Andrômeda. – Eu sou Edward, mas vocês podem me chamar de Ted.

— Esse é Jeremy e eu sou Andrômeda. – Ela respondeu com um pequeno sorriso.

— E quais são seus apelidos? – Ted perguntou. – Os nomes são muito formais e grandes.

Jeremy disse “Jem" em voz baixa e desconfortável. Ela entendia a reação do novo amigo: as famílias puros-sangues tratavam os nomes como uma extensão da tradição familiar, por isso a maioria deles não possuía apelidos e, quando eles existiam, eram apenas para os familiares mais próximos. 

— Eu não tenho apelido - Andrômeda respondeu, por fim.

— Podemos te chamar de Drômeda, então.

— Ninguém me chama assim. – Ela fez uma pequena careta. – Às vezes, minha família me chama de Andy.

— Ah, você tem um apelido. Andy ou Drômeda? 

Parecia uma pergunta simples, mas ela refletiu um pouco antes de responder. Ali, queria ser a Drômeda, amiga de pessoas reais, sem nenhum interesse envolvido.

— Drômeda.

No fim, realmente não importou qual apelido ela escolheu. Lizzie e Ted foram para a Lufa-Lufa e assim que souberam das famílias supremacistas de Jem e Andrômeda, logo se afastaram. Ela não os culpava, afinal, se pudesse também não teria nenhuma ligação com aquilo. 

Entretanto, Hellen foi uma surpresa bem-vinda. Ela foi selecionada para a Grifinória e toda sua coragem e lealdade ficaram evidentes no dia em que chegou perto da Black e simplesmente perguntou o que ela realmente pensava e queria. Andrômeda ficou tão surpresa que sua falta de reação foi o suficiente para a outra começar um sermão sobre o quanto aquelas ideias preconceituosas eram inaceitáveis e sobre como a Black deveria se envergonhar daquilo. Quando percebeu que Andrômeda realmente se envergonhava dos ideais da família, elas se tornaram melhores amigas inseparáveis, simples assim. Seus pais não se importavam tanto com isso, apesar de fazerem comentários negativos frequentemente, porque Andrômeda era amiga de um descendente das 28 famílias sagradas.

Assim como ela, Jeremy foi para a Sonserina, como era esperado. Sempre que não estava com Hellen, Andrômeda estava com ele, debochando dos irmãos e seus amigos idiotas. Aprontando pelos cantos. 

Quando o primeiro ano acabou e eles embarcaram de volta para casa, Andrômeda se sentou em um vagão com Jem e Hellen. Mesmo não entendendo porque, sentiu falta de Ted ali, com todos os seus sorrisos sinceros e piadas bem-humoradas.

▪︎♤▪︎

♦ 30 de Novembro de 1969

A guerra realmente se aproximava. Andrômeda podia sentir isso enquanto caminhava pelo castelo. Nas expressões receosas e no clima pesado que envolviam os alunos. Hogwarts nunca fora tão escura e fria, o que a deixava ainda mais alerta.

Nas aulas de Estudo dos Trouxas, ela aprendera sobre a Primeira Guerra Mundial e como antes do conflito estourar houve um período denominado “Paz Armada”, no qual todos sabiam que o combate começaria em breve e, por isso, já procuravam armas e alianças. Estudar história era essencial, percebeu Andrômeda quando se deu conta de que aquilo acontecia no mundo bruxo naquele exato momento. A guerra poderia estourar somente dali há dez anos ou dez meses, o fato era que aconteceria e essa consciência deixava a todos alertas.

Seus pais e grande parte da família Black já haviam declarado apoio extraoficial ao Lorde das Trevas – exceto Sirius, o qual dizia o quanto desprezava tudo aquilo. Sirius era seu primo favorito e, às vezes, ela sentia inveja dele, pela coragem e honra que cercavam suas ações. Ele era apenas uma criança, com dez anos, entretanto, seu descontentamento com os ideais da família era evidente. Já ela, não conseguia ser tão corajosa assim, considerava-se mais calculista do que isso. Andrômeda não conseguiria ajudar ninguém se declarasse estar contra sua família, afinal, não encontraria nenhum abrigo. A família de Hellen, que certamente a acolheria de braços abertos, estava ocupada demais procurando se esconder – a proximidade da filha com uma Black atraiu a atenção dos seguidores de Voldemort e, agora, a família Bedwyn sofria por culpa dela.

Andrômeda não queria colocar mais ninguém em risco e era por isso que se mantinha aparentemente neutra, entretanto, sempre convencia os babacas supremacistas a não incomodarem os nascidos trouxas, além de ajudá-los sempre que podia. Era pouco, mas era o que ela poderia fazer no momento. Porém, isso não queria dizer que ela não sonhava em fazer mais. Andrômeda Black tinha um plano e não via a hora de colocá-lo em ação.

Jem era seu melhor amigo e compartilhava de seu nojo pelas ações dos familiares. Eles eram próximos e se divertiam juntos. Em algum momento, ficou subentendido entre suas famílias que eles se casariam um dia, conservando a linhagem puro-sangue. Andrômeda nunca protestou contra isso porque não havia sentido. Sabia que assim que se casasse receberia um dote enorme e, com esse dinheiro, ela e Jem poderiam finalmente mandar suas famílias para o inferno e lutar pelo que acreditavam.

Eles já haviam planejado tudo: assim que o ano letivo acabasse, o casamento aconteceria e já no dia seguinte à cerimônia, assim que o dinheiro caísse na conta dela, procurariam o professor Dumbledore e o convenceriam que queriam lutar do lado certo. Ela sabia que isso não seria fácil, afinal demoraria para que os considerasse confiáveis, mas queria fazer aquilo. Com um sorriso, imaginava se seria tirada da árvore genealógica da família e a certeza de que isso aconteceria apenas lhe dava mais forças para seguir em frente.

Porém, antes disso tudo acontecer, precisava concluir mais dois anos em Hogwarts, o que parecia tão longe e ao mesmo tempo tão perto. Sentiria saudades de tudo o que aquele castelo representava, entretanto, estava cansada de ficar parada enquanto o mundo a sua volta ruía.

— Pronta para a aula de feitiços? – Jem perguntou, jogando um dos braços sobre seus ombros.

Eles sempre andavam juntos pelo castelo, em parte por não confiarem na maioria dos colegas, em parte por gostarem da companhia um do outro. Andrômeda tinha certeza que mais do que gostava da companhia dele, mas não queria bagunçar a relação com sentimentos agora. Era tudo muito confuso e complicado, o casamento arranjado tornando tudo possivelmente pior. Não era hora de demonstrar o que sentia.

Ela já havia beijado muitos garotos e garotas pelos corredores de Hogwarts, em salas escondidas, festas clandestinas e talvez até mesmo um ou outro armário de vassouras, todavia, nunca sentiu mais do que atração por nenhum deles. Não era sentimental. Porém, sentia de alguma forma que, se beijasse Jem, se sentiria diferente. Talvez seu coração entrasse na equação, o que a assustava, mas também a atraía. Sentimentos não eram o forte de sua família e ela queria experimentar todos, especialmente o amor.

— Não, mas eu não tenho escolha. – Deu de ombros, jogando em sua mesa costumeira enquanto observava Jem sentar logo atrás.

— Prometo que contrabandeio alguns doces para você depois. 

— E whisky de fogo.

— É claro.

Ela riu diante do sorriso convencido do amigo, mas o riso morreu em sua garganta ao ver seu parceiro de aula entrar na sala. O professor Willians havia escolhido as duplas no início do ano, colocando-a ao lado de Edward Tonks. Andrômeda não poderia negar a forma como se sentia atraída pelo sorriso de lado e as feições maliciosas, além dos cabelos constantemente bagunçados, os quais ela queria pentear até colocar no lugar ou bagunçá-los mais – não conseguia se decidir. Entretanto, o Tonks não compartilhava da mesma atração que ela, haja vista que sempre a olhava com o cenho franzido, isso quando simplesmente não a ignorava.

— Bom dia. Black. Burke.

Andrômeda acenou em resposta, observando os dois garotos iniciarem uma conversa polida sobre o quadribol. Aquele era provavelmente o único tópico que possuíam em comum. O professor Willians logo chegou e a aula passou estranhamente rápido, o que talvez estivesse ligado ao fato de que ela ficou concentrada em retirar o esmalte preto das unhas durante todo o horário.

Ela saiu da sala sozinha, pois Jeremy queria tirar algumas dúvidas com o professor. Estava tão entretida consigo mesma que não percebeu que alguém estava parado à sua frente até trombar com essa pessoa.

— Me desculpe.

— Tudo bem.

Ela finalmente levantou o olhar, encontrando Edward a tirando, atento. O cenho franzido e a irritação não estavam lá, entretanto, os lábios crispados escondiam o sorriso que ele sempre mostrava para os outros, nunca para ela. Por que não? Ignorando esse pensamento, Andrômeda diz:

— Com licença?

Ao invés de liberar o caminho, Tonks franziu o cenho e, no momento seguinte, está um passo mais próximo.

— Qual o seu problema? – Antes que Andrômeda conseguisse expressar sua perplexidade, ele continuou: – Eu simplesmente não consigo te entender e isso é exasperante! Eu reparei em suas ações, Black, e elas não fazem o mínimo sentido! Você não se mistura com os filhos da puta racistas e até mesmo impede os ataques deles dentro de Hogwarts, mas não escolhe um lado nessa guerra. Simplesmente fica apática, escondendo-se atrás do nome de sua família. Até mesmo se afastou de Hellen, que era sua melhor amiga.

— Você não deveria falar sobre o que não sabe, Tonks. – Andrômeda sussurrou, sentindo a raiva se remexer dentro de si. Ela queria gritar que se afastara da amiga para protegê-la, para que os comensais parassem de caçar a família dela.

— Você é inteligente o suficiente para saber que não escolher um lado já é uma escolha. – Os olhos azuis de Ted brilham. – Ou você já escolheu?

— Por que você se importa? – respondeu, entre dentes. – Não preciso me justificar para você.

Eles se olharam por alguns segundos, a tensão palpável no ar ao seu redor. Andrômeda observou-o engolir em seco e o franzido de sua testa retornar. 

— É claro que não precisa.

Antes que ela pudesse responder, passos no corredor a despertam daquela redoma que se construíra ao redor deles. Jem arqueia uma sobrancelha ao ver as expressões desconfortáveis e irritadas de ambos. Andrômeda não queria explicar ao amigo o que havia acontecido e tampouco queria finalizar aquela conversa. Às vezes, era difícil simplesmente fingir que não se importava e agora, quando fora confrontada sobre isso pela primeira vez, sentia uma necessidade enorme de se explicar.

— Está tudo bem aqui?

— É claro. – Ted abriu um sorriso falso, acenando para eles antes de sumir no corredor, deixando para trás uma Andrômeda confusa e exasperada.

▪︎♤▪

♦ 6 de Dezembro de 1969

Cygnus e Druella detestavam o fato de Andrômeda participar das aulas de Estudo dos Trouxas, entretanto, não implicavam com isso desde que a filha se sentasse ao fundo da sala, escondida de todos, e não comentasse sobre isso com ninguém. Ela sabia que, se desrespeitasse essas regras, os pais a proibiriam definitivamente de frequentar as aulas. Então, sempre se sentava sozinha na última mesa da sala e usava um capuz, o que, no início, gerou desconfiança e estranhamento na professora. Mas madame Prougrut logo se acostumou com a presença e o interesse da Black, chegando até mesmo a se divertir explicando algumas coisas para a garota após a aula.

Andrômeda adorava a cultura dos trouxas e tudo o que eles inventavam para suprimir a falta de magia. Desde os brinquedos infantis até as novas tecnologias, tudo a encantava. Costumava ser a primeira a chegar na sala e a última a sair, fazendo com que seus colegas não a notassem. A aula não era muito frequentada, de modo que ela se sentia muito confortável ali.

Com poucos alunos, a professora gostava de reunir algumas turmas, o que, no geral, agradava bastante a todos. Essa aula também juntava todas as casas, o que fazia com que Andrômeda passasse ainda mais despercebida. 

— Hoje aprenderemos sobre alguns brinquedos trouxas. – A professora iniciou. – As crianças trouxas possuem formas de se divertir que são ao mesmo tempo bem diferentes e muito parecidas com as nossas. O quadribol, por exemplo, eles possuem uma versão chamada futebol. Eu trouxe aqui alguns objetos que as crianças usam para se divertir e veremos se vocês conhecem ou sabem como são usados.

Madame Prougrut foi interrompida por Edward Tonks, o qual estava atrasado. Os sorrisos e acenos animados dele fizeram Andrômeda revirar os olhos, por mais que aquilo a lembrasse do garotinho que conhecera no trem. Os cabelos castanhos quase loiros e os olhos azuis juntamente com o sorriso de lado lhe davam uma aparência magnífica. Era impossível não se sentir um pouco atraída por ele, mas, desde a discussão no corredor na semana passada, tudo que Andrômeda conseguia nutrir por ele era raiva.

Se Edward Tonks não gostava dela, o problema era totalmente dele. Ela não ligava para suas opiniões sobre como ela deveria agir, haja vista que ele nem mesmo a conhecia. Não eram amigos próximos, no máximo colegas. 

Como sempre, Tonks se sentou em uma das carteiras da frente, prestando muita atenção na aula. Pelo que Andrômeda sabia, a mãe dele era trouxa enquanto seu pai era bruxo, o que deveria significar que Ted fazia aquela aula apenas por gostar, afinal já devia conhecer todos aqueles costumes e objetos incríveis.

— Vocês devem fazer duplas, – Explicou Prougrut após mostrar-lhes pequenas caixas com brinquedos trouxas. – e descobrirem junto com os seus parceiros como manusear esses pequenos objetos. 

Andrômeda não costumava participar das aulas em dupla, afinal ficava apenas ao fundo observando. Portanto, se surpreendeu quando Ted atravessou a sala e sentou-se no local vago ao seu lado, colocando uma das caixas de Prougrut em cima da mesa. Ele abriu um pequeno sorriso e a incentivou a abrir a caixa com um gesto da mão. Dessa vez foi ela quem franziu o cenho e crispou os lábios.

— O que você está fazendo aqui? O que quer, Tonks? 

— Faz pouco tempo que eu descobri, percebi na verdade, que você faz essa aula. – Ele esparramou-se na cadeira, à vontade. – Tudo isso de se sentar atrás, escondida, ajudou. O capuz e toda a aura de sonserina fria e calculista fazem parte do estilo misterioso, eu acho. 

Andrômeda arregalou os olhos, sem palavras. Aquele garoto não podia ser real. A menos de uma semana, havia a interceptado no meio de um corredor e, agora, tentava se aproximar. Quem não fazia sentido era ele!

— Você pode me dar licença?

O sorriso dele vacilou um pouco, mas Ted continuou ao seu lado.

— Certo, eu posso parecer um pouco inconveniente…

— Você é.

— Ok, eu supostamente sou. Mas você não gostaria de participar da aula? Posso te ajudar a descobrir como essas coisas funcionam, a maioria delas fez parte da minha infância. 

Imaginar o quão diferente sua infância havia sido em comparação a infância dele fez um arrepio percorrer a espinha de Andrômeda. Apesar de ter duas irmãs com idades bem próximas da sua, elas dificilmente brincavam juntas, ainda mais com objetos trouxas. Sua vida antes de Hogwarts foi permeada de aulas de etiqueta, dança e línguas; nada para diversão, tudo para manter a nobreza de seu sangue. Queria ter se divertido e tido uma infância normal, mas até mesmo brincar com outras crianças foi impedido por seus pais, a não ser que elas fossem tão puro-sangues quanto ela. 

Estava curiosa para descobrir como aqueles objetos funcionavam, mas refletiu se valeria a pena aturar o Tonks para isso. Talvez, sim. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Edward continuou:

— Você está chateada pelo que aconteceu semana passada? Me desculpe, eu não tinha a intenção de ser um idiota mal-educado. 

— E intrometido.

Ele riu, concordando com ela. Andrômeda queria se levantar e ir embora, não porque não estivesse interessada, mas por estar interessada demais naquela conversa. Bufou para si mesma, não entendendo o porquê queria rir junto com ele. Ted interpretou o som de outra forma e logo ficou sério pela primeira vez desde o início da conversa, alguns vincos se formando em sua testa.

— Andrômeda…

— É Black para você, Tonks.

Black, — Ele repetiu, debochado. 

— Você não tem nada a ver com a minha vida. Quer, por favor, sumir daqui? Pode levar essa caixa com você. – Não valia a pena aturá-lo por alguns minutos de diversão, concluiu. Andrômeda não queria ser uma pessoa rancorosa, mas não conseguia evitar. Ele a insultou e criticou há menos de uma semana, não seriam alguns brinquedos muito interessantes e desconhecidos que a fariam mudar de ideia. – Você não tem nada a ver com a minha vida.

— Eu, não, mas Hellen, sim.

— Como assim? – Ela arqueou uma sobrancelha. – Não sabia que vocês eram próximos.

— Não somos, ou éramos. Enfim, o fato é que ela está namorando com Lizzie, minha melhor amiga, e constantemente eu vejo o quanto essa distância que você colocou entre vocês a afeta. – Mesmo que ele tentasse esconder, dava para perceber o quanto a julgava com o olhar. – Por quê você fez isso, Black? Só por causa de sua família que se acha melhor do que os outros por limpar a bunda com dinheiro? Ou por eles serem seguidores de Você-Sabe-Quem?

Ninguém nunca falara tão sinceramente com ela sobre sua família. A maioria das pessoas considerava a família Black um tópico delicado e preferiam não comentar sobre, seja por medo ou admiração. A forma descarada como Tonks os descreveu fez com que uma gargalhada baixa brotasse da garganta de Andrômeda.

— Pelos dois motivos. – Disse, por fim. – Não quero colocar Hellen, nem ninguém, em perigo.

— Uma guerra está vindo, Black. Não é sua amizade que a colocará em perigo. Qualquer um que não seja puro-sangue está em perigo.

— Mas andar comigo a colocará ainda mais na mira dos seguidores de Voldemort.

— Ela é uma mestiça que namora uma bruxa nascida trouxa. Você acha mesmo que esses homofóbicos racistas do caralho já não estão atrás delas? – Ted a olhava atentamente. – Hellen precisa do seu apoio.

— Eu vou…

Ela não pôde concluir, madame Prougrut havia se aproximado da mesa deles e, apenas nesse momento, Andrômeda percebeu que os outros alunos já haviam saído da sala.

— Vejo que encontrou companhia hoje, senhorita Black. – Andrômeda não esboçou nenhuma reação, mas Ted abriu mais um de seus irritantes sorrisos. – Fico feliz com isso. Não é bom ser sozinha demais em tempos como esses.

Piscando para eles, Prougrut saiu da sala. Andrômeda estava levantando para também sair quando ouviu a voz animada de Ted:

— Então, ainda quer saber como esses brinquedos funcionam? Isso aqui é um ioiô. 

Ela o observou pegar um brinquedo achatado e redondo, com uma cordinha no meio, fazendo-o subir e descer em movimentos ritmados e suaves. Hipnotizada pela simplicidade e beleza daquilo, a Black decidiu que não faria mal ficar ali mais um pouco. 

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Notas finais do capítulo

Perceberam o Sirius chamando a Druella de Cruella? KKKKKKKKKKKKKKKKK o contato com a cultura trouxa fez bem demais para ele!
Daqui a 4 dias tem mais! Os outros capítulos são menores que esse, com mais ou menos 3k. Espero que tenham gostado desse início e deem uma chance para essa fic♥
Beijooos



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