Atos 4 escrita por Bia
Notas iniciais do capítulo
Obrigada aos que leram e, principalmente, aos que comentaram.
Ato IV - Granger Hermione
A Insegura
Foi Harry quem a buscou.
Parecendo o garoto desorientado de antigamente, solicitou a ela ajuda com a gravata borboleta, mesmo que outros homens estivessem próximos e dispostos.
— Pronto. — disse gentilmente, sorrindo, depois de arrumar com as próprias mãos.
Ele agradeceu com a voz carregada de emoção e os olhos brilhando com intensidade:
— Obrigado, Hermione. Obrigado.
O coração deu um coice selvagem e subversivo em seu peito, mas foi rápida em domá-lo. Fingiu dar um último aperto no tecido para poder se desviar da luz verde - ainda que por alguns segundos - e refazer mentalmente as mesmas ponderações de anos.
Era o dia do casamento de Harry e ele se casaria com a mulher que sempre sonhara: bonita, desinibida, apaixonada por quadribol e ela… Bem, ela era mais insípida. Gostava mesmo dos livros e, honestamente, assistia aos jogos em Hogwarts em consideração ao amigo e a casa.
A inteligência de Hermione nunca permitiu que se iludisse. Não era o tipo de garota que atrairia alguém como Harry Potter.
Foi cedo que notou a preferência do ex-apanhador por jogadoras desenvoltas e de personalidade ardente. Em outras palavras, parecidas com ele. Tinha sido esse o caso com Cho, basicamente era esse o caso com Gina. Ambas admiráveis, influentes, seguras, dominantes. A Granger não se enxergava em nada nesse quadro. Ah, não! Era inteligente, sem dúvida, mas acreditava-se muito mais passiva, respeitadora, cautelosa - insegura não lhe faria justiça - submissa.
Qualidades que, sabia, o Potter não achava muito charmosas.
Não era do tipo que contava mentiras para os outros e menos ainda para si. Dizer que nunca imaginou uma relação amorosa entre eles seria falsidade demais. Imaginara sim e mais de uma vez, porém logo via-se novamente racional listando e detalhando todos os porquês do impossível. Não poderia dizer que desistiu, simplesmente porque nem chegou a lutar; sua mente lógica chegando à conclusão de que os motivos eram parcos e a batalha perdida. Harry a via como uma irmã e fim.
Claro, o tempo em que ficaram sozinhos testou sua determinação e quase cedeu, quase abriu o jogo, inúmeras vezes. No entanto, forçava-se a pensar no amigo procurando o nome de Gina no Mapa do Maroto e a desagradável sensação vinda das insinuações de Rony. O Potter tinha ficado revoltado, horrorizado, com as palavras do amigo enquanto a Granger sentia-se dividida entre um constrangimento intenso e uma frustração sombria. Aparentemente, para ele, seria o oitavo pecado capital imaginar qualquer tipo de envolvimento romântico com ela.
Já tinha entendido antes, entretanto esse episódio ajudou a enterrar bem fundo quaisquer pequenas esperanças mais obstinadas. E não permitiria que nada as trouxesse de volta a vida, nem mesmo o novo e óbvio favoritismo dele.
Repentinamente, sacudiu a cabeça. Que pensamentos mais terríveis para um dia tão lindo.
Por fim, chegou a hora. A senhora Weasley acenava.
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