San'Nen - Humanos de outra Terra escrita por Mahii


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Seja bem vindo!

Eu espero, e eu acho, que a história vai te cativar, mas, mesmo que em algum momento não goste de algo, me conte hein!
Esse é um enredo que sempre quis escrever, tanto o "extraterrestre" quanto o "omegaverse", finalmente! Não é à toa que demorou, me deu muuuito trabalho pra escrever! Todas as informações históricas/científicas são verdadeiras ou baseadas na verdade, ou pelo menos encaixam com a verdade rsrs.

Boa leitura!



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Os seres humanos foram programados para reconhecer rostos. Rostos, especialmente, os atraem. Sejam rostos bonitos, rostos feios, são até capazes de enxergar rostos em objetos, manchas, e nuvens. E não somente veem feições, também reconhecem sentimentos, intenções e personalidade. São capazes de se apaixonar por uma pessoa inteira apenas pelo que seu rosto significa. 

Ainda assim, cruelmente, esquecem rostos com uma tremenda facilidade. 

Não raro, mesmo alguém importante cai no esquecimento. O rosto, antes familiar, aos poucos se torna um frustrante borrão. Avós, a professora do jardim de infância, o primeiro melhor amigo, em suas memórias não tem rostos. 

Daniel se apaixonou pelo seu primeiro rosto quando tinha apenas 5 anos. Naturalmente, alguns meses depois já havia esquecido seus magníficos traços. Não se esquecia, no entanto, da atmosfera e das sensações e pensamentos que teve enquanto admirava e tentava se comunicar com a distinta figura. Ficara impressionado com as roupas brilhantes e chiques bordados, os cabelos longos da cor do ouro, os lábios em formato de coração, longos cílios... Ao longo dos anos, repetiu tanto essas palavras que quase podia sentir um rosto se formar em sua mente. 

Mas a memória visual não vinha. Era como se fossem apenas textos. 

Seus pais diziam que tinha inventado a história, coisa que tinha mesmo mania de fazer nessa idade. Na ocasião, estava com a mãe, visitando o pai que trabalhava, já por alguns anos, numa escavação arqueológica na Turquia. Daniel se lembra de ter, propositalmente, se separado do grupo. Entrou em uma área restrita, porque sabia que era restrita. Seguia o corredor mais escuro de todos, porque tinha curiosidade. Se sentou no chão da sala grande porque ficou impressionado com o número de portais, que não davam em lugar nenhum. Uma sala vazia, cheia de portas. Se lembrava de ter testado todos, mas eram simplesmente como corredores fechados com tijolos. Batentes enfiados no meio de uma parede. Decoração cenográfica. 

De repente, as luzes se acenderam e alguém entrou ali. Aquela pessoa, ela tinha o rosto mais lindo que já havia visto. Provavelmente, o rosto mais lindo que já havia existido. Alta, se parecia com um homem, mas também poderia ser uma mulher, a voz de um anjo, poderosa porém delicada. A sensação lisa e macia da pele do seu rosto quase formigava em suas mãos, mesmo quase 20 anos depois. Falava coisas que não entendia, e parecia não entendê-lo também. Brincaram de ciranda-cirandinha, recebeu cócegas, ficou com vergonha pelo beijo na testa, pegou o seu colar nas mãos. Uma pedra tão linda quando aquela pessoa. 

De repente, desapareceu. 

Os pais repetiam: era invenção do filho. Naquele dia, o pequeno Daniel sumiu por apenas meia hora, sequer haviam dado sua falta. Apareceu chorando alto, incapaz de pronunciar uma palavra. Devia estar assustado por ter se perdido, e, envergonhado, criou aquela história fantasiosa. 

Por vários anos, a criança insistia ser verdade, desenhava a mesma figura, completamente obcecado com o colar que agora levava em seu pescoço. Quase como se tivesse um “amigo imaginário”. 

Daniel, uma hora, cresceu, esqueceu dos detalhes, dos sentimentos, duvidava se havia sequer acontecido. Nem mesmo a linda pedra que ainda carregava lhe fazia voltar a acreditar. Em tons amendoados de amarelo e laranja, com veios dourados, transparente, era única na Terra, assim como a sua “figura mágica”. Mas, se convenceu de que era “só mármore”, depois de ouvir os pais repetirem isso umas mil vezes. 

Aos 11 anos, parou completamente de falar do incidente. Não mencionava, não importava o quê. Não desenhava mais. Não procurava mais aquele rosto no meio de multidões. Viveu como se nunca tivesse visto, ainda assim viveu para o que tinha visto. Daniel não conseguia se livrar do pingente dourado, e nem da esperança reprimida no fundo do peito. Fingia que não, mas enquanto seguia a mesma carreira que o pai, procurava por algo que provasse sua sanidade e... Ansiava, nem que apenas uma vez, poder ver novamente aquele rosto. 

Um rosto que mudou e deu rumo à sua vida.


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Notas finais do capítulo

Que emoção!
Eu não acreditava na possibilidade de esquecer rostos, mas, reparei que apesar de eu "achar" que me lembro de alguém, se for pra colocar no papel ou fazer um retrato falado, é uma decepção total! kkk.
Essa é a hora deixar o seuu hello e avisar que existe como leitor,

Até o próximo!

^3^ Kisus~~



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