jenta som ikke klarte å holde pusten under vann escrita por Mirtle


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Quebrei meu longuíssimo hiato de 3 anos especialmente para esse Jilytober. Espero que vocês gostem ♥

Às minhas meninas do MPF, sempre a referência número um na minha vida quando penso em Harry Potter. Obrigada por toda a empolgação com o mês mais sofrido do ano. Amo vocês. Sempre.

Às minhas meninas do Ladies Club, que me ouviram surtar o dia todo enquanto eu me agarrava com todas as forças às palavras da Taylor Swift pra fazer essa história acontecer (I come back stronger than a 90's trend). Amo vocês. Incondicionalmente.



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Publicamente Lily Evans culpava Marlene McKinnon.

Era, obviamente, a opção mais sensata e menos vergonhosa.

Várias pessoas tinham sido testemunhas, por meses a fio, da insistência de Marls. Todo aquele papo de hormônios, sedentarismo, ataques cardíacos na casa dos quarenta anos e, por fim, como “uma boa rotina de exercícios vai deitar a sua ansiedade na porrada”. Não dava pra dizer não pra isso, né?

O fato de Lily Evans fazer hidroginástica às seis da manhã numa turma para idosos na Academia de Natação de Hogsmead não tinha nada a ver com o fato dela secretamente adorar as velhinhas fofoqueiras da cidade e o ritmo da aula adaptado para a terceira idade. Não mesmo.

Ela morreria de pés juntos afirmando que a culpa era da influência dramática da sua melhor amiga que, não coincidentemente, calhava de ser instrutora de natação.

Lily tinha se adaptado muito bem àquela rotina maluca nos dias de segunda, quarta e sexta. Acordar às cinco horas da manhã era definitivamente um sacrifício, e só Merlin sabia como ela ainda não tinha atropelado ninguém ao dirigir de um jeito que oscilava entre o sonambulismo e o piloto automático até o ginásio.

(Provavelmente porque Lady Di, seu Austin Mini dos anos 70, apesar de dourado e encantador, mal chegava aos quarenta quilômetros por hora nos dias bons. E também porque não havia uma única alma viva além de Lily nas ruazinhas de Hogsmead tão cedo. Nunca.)

Mas era tudo relativamente agradável, de um jeito meio caótico e meio libertador: beber meio litro de café pingando de sono, perambular pelas vielas cheias de neblina se sentindo a única pessoa do mundo e, no fim das contas, dar carona para a melhor amiga até o trabalho quase que diariamente.

Depois de empurrar a porta dos funcionários e rezar para todos os deuses que ela abrisse sem a ajuda de um chaveiro (normalmente bastavam dois solavancos na maçaneta e um chute perto do trinque inferior), Marlene sempre tinha um milhão de coisas pra fazer: descobrir as piscinas, ligar as luzes e aquecedores, organizar os brinquedos aquáticos e implicar com Lily por qualquer motivo pertinente.

(Pelo amor de Morgana, Lils, porque é que você não deixa esse carrinho de chá de lado e implora por uma reavaliação física? Se você tiver sorte e a McGonnagal estiver se sentindo caridosa ela pode te colocar em um horário em que alguém tenha menos de 120 anos.)

Lily geralmente se ocupava em organizar os biscoitos e saquinhos de chá (de acordo com a preferência da turma com a qual ela tinha aula, é claro) na área de confraternização em frente os vestiários e retrucar sempre que possível.

(De que outra maneira você planeja que eu conquiste as idosas de Hogsmead? Eu estou presa a elas e esses pacotinhos de Yorkshire Tea são tudo o que eu tenho a meu favor.)

Era um caso perdido e Lily sabia disso. (A aula, felizmente, não o chá.)

McGonagall, e nenhum outro instrutor com bom senso, sejamos honestos, deixaria Lily mudar de turma ou horário, simplesmente porque ela não conseguia acompanhar os outros alunos. Não é como se ela tivesse a capacidade pulmonar e a coordenação motora necessárias para se juntar às turmas noturnas, cheias de pessoas convencionalmente atraentes e com idade próxima à dela.

McKinnon já tinha tentado trocar o turno de trabalho três vezes, mas era impossível achar outro instrutor que topasse chegar às cinco e quinze da madrugada no trabalho para abrir o complexo de piscinas de Hogsmead. O seu último apelo tinha sido convencer Lily a fazer aulas de natação, mas até isso tinha dado errado.

(Como Lily prevera. Pelo amor de Merlin, Marlene deveria saber que o condicionamento físico de sua melhor amiga de infância era risível.)

Então, por mais que Marlene sonhasse em ter uma desculpa razoável para ficar na Academia até as oito da noite e assistir ao treino da Equipe Feminina de Natação de Hogwarts, Lily já tinha aceitado que aquele não seria um ambiente onde ela poderia… apreciar os atributos físicos dos universitários das redondezas.

Elas estavam destinadas à monotonia e a segurança das aulas matinais. Sem nenhum colírio para os olhos (bem o contrário, em alguns casos) e com uma quantidade exorbitante de andadores aquáticos e meias para piscina com antiderrapante. E, sinceramente, Lily nem odiava toda a situação tanto assim.

(Ela achou que odiaria mais, na verdade. A parte dos exercícios, em especial.)

Porque, de fato, a rotina de exercício físico estava dando uma surra nos transtornos psicológicos de Lily. Ela gostava da aula, de Marlene e das fofocas compartilhadas com metade da população senil de Hogsmead, é claro, mas o que tinha a impedido de desistir no primeiro mês fora a melhora drástica na sua rotina de sono.

Lily não se lembrava da última vez que tinha vivido como se insônia não fosse um problema. Ela estava significativamente menos ansiosa e, Evans ousaria dizer, beirando um estado inusitado de proatividade.

Quem diria que o que todo mundo fala e comprova cientificamente seria verdade? Incrível.*

Lily definitivamente não era o tipo abominável de pessoa com o costume de ver o lado bom da vida (pelo amor de Deus, ela era melhor que isso). Mas ela tinha que admitir que, de uma maneira esquisita e aparentemente contraditória, tudo aquilo era quase… razoável.

Pelo menos levando-se em consideração que ela morava em um vilarejo minúsculo e esquecido do Reino Unido, onde a média etária da população era, provavelmente, responsável pelo colapso previdenciário do país.

Sem a menor sombra de dúvidas o maior atributo de Hogsmead era ser a única cidadezinha afastada o suficiente do restante da civilização e insignificante o bastante para ser vizinha de uma das universidades mais prestigiadas e caras do território Europeu.

Hogsmead: Um lugar onde todos os grandes acontecimentos simplesmente nunca aconteciam.

A monotonia e o conforto aterrador da mesmice eram conhecidos antigos de Lily e ela sabia lidar muito bem com eles, obrigada. E tudo bem.

As coisas (o romance, a faculdade, a carreira, as grandes ambições e a vida) começariam assim que ela decidisse (o que fazer, pra onde ir, como sair dali e os motivos certos pra fazer tudo isso).

Lily Evans não precisava ter pressa. Não é como se, dentro de um complexo de piscinas na cidade mais monótona num raio de oitocentos quilômetros, todas essas questões tivessem qualquer relevância.

(Lily Evans não precisava ter pressa. Não é como se todos os grandes acontecimentos que nunca acontecem fossem se esquecer de que ela estava ali. Esperando.)


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Notas finais do capítulo

*Essa frase maravilhosa de uma genialidade tremenda (que me fez rir por dez minutos) pertence à minha gêmea MaeveDeep e aqui estão os devidos créditos.


See ya,
Mirtle.



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