A Blue Criminal escrita por Mayara Silva


Capítulo 5
A Máfia Escarlate - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Continuação do arco da dangerous girl com o nosso lindo rusbé ♡

Ô mulher safrada, viu? >:D

Enfim, espero que gostem u3u



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Era madrugada quando Michael acordou.

 

Calíope ainda estava em sono profundo. O rapaz sorriu ao abrir os olhos e ver sua amada tão serena. Beijou o topo de sua cabeça e lentamente se afastou, a permitindo continuar o seu sonho. Michael foi ao banheiro e tomou um banho rápido, limpou os fluidos de seu corpo, as marquinhas de amor que fizeram, não fez mais que isso. Saiu, enxugou-se, vestiu-se. Como estavam sós em casa, ele apenas colocou a calça e vestiu sua camiseta branca básica. Colocou a arma na cintura, não queria que esse objeto tão letal ficasse à mercê, poderia causar algum acidente.

Após isso, saiu do quarto. Foi dar um passeio tranquilo pelo jardim enorme de sua amada. Ele não foi muito longe, ficou apenas na área da piscina, observando de longe o bosque particular que ela tinha. Inspirou e expirou o ar gostoso daquela madrugada fria, tudo parecia muito tranquilo…

 

… porém, Michael não esperava encontrar uma terceira pessoa na casa.

 

Despertou de seu transe, sentiu uma presença extra. Virou-se rapidamente e olhou, com espanto, um homem alto, forte e mais velho próximo à porta de retorno à mansão. Pelo jeito que aquele coroa o encarou, ele também parecia não esperar encontrá-lo ali.

 

Aquele homem estranho levou a mão à cintura, e Michael, em sua pouca experiência como um fora da lei, já sabia do que se tratava. O que aquele homem não contava era com a agilidade jovial do rapaz, que empunhou a arma mais rápido e, assustado, deu-lhe dois tiros à queima roupa.

 

Calíope acordou com o barulho. Vestiu um roupão de banho e correu para ver do que se tratava. Ao se deparar com a cena, encarou o rapaz com raiva.

 

— Olha o que você fez!! Você sabe o que você fez??

 

Ela correu na direção do homem no chão, que à essa altura já havia partido. Michael guardou a arma, ainda assustado, estava muito chocado com o que tinha acontecido para prestar atenção nos detalhes, mas uma coisa martelava em sua mente...

 

— Quem é ele…?

 

Calíope ficou em silêncio, ainda examinando o homem. Ela o encarou em seguida.

 

— Ele é o seu chefe!

 

Ali, as fichas do rapaz caíram. Era bem como ele havia desconfiado, lá no princípio: se ela não era elite, era companheira de um.

 

— Você mentiu pra mim…

 

— Isso não importa agora, você matou o seu chefe!! Vão caçar a sua cabeça!!

 

Calíope se levantou e, ainda com as mãos sujas de sangue, se aproximou do rapaz. Propositalmente o segurou pela roupa, deixando que o sangue daquele homem manchasse a sua camiseta branca.

 

— Eles vão te matar, Michael…

 

— Por que isso importa pra você?

 

Ele afastou as mãos da mulher.

 

— Você nunca me amou.

 

— Eu amei sim…

 

— Você me usou! Você era casada e não me disse nada!! Quantas vezes eu vim à sua casa?? O que você fazia, escondia as fotos dele de mim??

 

— Me escuta! Você sabe o que é se relacionar com o chefe de uma máfia? Você não tem escolha, você aceita calada! Eu não podia me separar dele, eu não podia me divorciar enquanto ele não quisesse isso! Eu queria sair dessa relação, porque eu encontrei em você o amor que não havia nele, Michael…

 

Aquelas palavras mais uma vez… Michael se sentia em uma montanha-russa de sentimentos. Suspirou, o silêncio aos poucos despertava o seu desespero. Ele encarou aquele corpo morto, já empalidecendo, e lentamente levou as mãos à cabeça.

 

— Me desculpa, Calíope…

 

— Shh… há males que vem para o bem, meu amor. Você me libertou, não se esqueça disso…

 

Ela sussurrou, o encarando com melancolia. Levou as mãos ao seu rosto, manchando suas bochechas de sangue e, sem pensar duas vezes, beijou seus lábios. Michael retribuiu, aos prantos.

Após aquele pequeno momento, lentamente se afastaram. Ele enxugou as próprias lágrimas.

 

— O que eu faço…?

 

Ela parecia pensar.

 

— Faça o seguinte: fuja, saia daqui, deixe o prazo em flagrante passar. Eu vou sacar um dinheiro, me encontre mais tarde, bem cedo, na estação de trem. Eu vou te dar esse dinheiro e quero que você se esconda até a poeira abaixar, ouviu?

 

Ele assentiu, as lágrimas desceram novamente, silenciosas.

 

— Me perdoa…

 

— Shh… tá tudo bem, meu amor, tá tudo bem…

 

O beijou mais uma vez, Michael adorava quando ela o fazia, esses carinhos acalmavam o seu coração aflito.

 

— Vá, vá, faça o que eu falei e não conte a ninguém! Nos vemos mais tarde.

 

x ----- x

 

Era 05 da manhã quando Michael estava prestes a sair de casa. Sentado na beira da cama, com a arma em mãos e pensamentos perturbadores, temia nunca chegar à estação naquele dia, mas a doce voz da sua Calíope, em sua mente, o fazia mudar de ideia.

 

Se levantou, preparou uma pequena mochila e partiu. A única pessoa a quem contatou foi Chris. Não lhe contou os detalhes, apenas disse que havia feito uma coisa imperdoável e que sumiria temporariamente. Deixou essa mensagem no correio eletrônico e partiu.

 

O tempo estava muito frio e cinzento naquela manhã. Michael cobriu-se com um casaco de frio e foi em direção à única estação de trem da cidade na época. Lá, aguardou por Calíope.

 

Ela não demorou. Ao vê-lo, correu em sua direção e lhe deu um abraço.

 

— Onw, meu amor! Você vai ficar bem, logo tudo isso vai passar…

 

Ela sussurrou. Michael mordeu os lábios, iria segurar as lágrimas dessa vez.

 

— Eu vou voltar logo pra você, não se preocupe…

 

— Não vou…

 

Ela sorriu, por fim lentamente se afastou.

 

— Eu te amo, Michael… mas o que você fez foi errado.

 

De repente, policiais surgiram de todos os cantos, e aquela estação deserta se tornou um filme de ação. Michael, assustado, buscou a sua arma na cintura, mas era loucura contra tantas pessoas apontando armas para si próprio. Ele encarou Calíope com incredulidade.

 

— Você armou pra mim??

 

— Você é bem lentinho, hein...?

 

Ela sussurrou. Assim que os policiais chegaram perto, avançaram sobre o rapaz e o desarmaram.

 

— Você matou meu marido. Eu não posso perdoar isso.

 

Ela comentou, já perto dos oficiais, o olhar cinicamente melancólico. Foi naquele dia, a partir daquele ponto, que Michael havia entendido como as pessoas daquele meio eram cruéis, e que ele precisaria ser muito pior para dar a volta por cima.

 

x ----- x

 

Michael não ficou muito tempo na cadeia.

 

Felizmente, no meio de tanta escuridão, o único amigo a quem contatou acabou se tornando sua luz. Chris foi atrás de seu paradeiro, estava preocupado de que Michael tivesse tentado tirar a própria vida ou cometido outras atrocidades, mas ficou aliviado ao ver que ele estava apenas detido.

Foi fácil lhe tirar da cadeia, era procedimento básico para mafiosos. Seu crime era inafiançável e o levou para a prisão imediatamente devido ao prazo de flagrante ainda estar em vigor. Por isso, Chris armou sua fuga. Ele e mais uns parceiros gangsters Escarlate ajudaram em todo o processo. Ainda no dia da fuga, ele levou seu amigo até uma de suas moradias em um bairro isolado. Mafiosos de nível baixo como o dele não recebiam muita grana, mas era o suficiente para comprar pequenos quartos em apartamentos variados.

 

Todo o grupo entrou no apartamento. Para além de uma fuga trivial, eles precisavam resolver um lance.

 

— Você matou o chefe?

 

Indagou Chris. Outro se aproximou.

 

— É, porque é isso que tá circulando por aí…

 

Michael suspirou.

 

— Foi um acidente, um acidente… foi… Calíope armou pra mim...

 

Aquele dia estava tão agitado, seus sentimentos estavam tão bagunçados, que ele sequer conseguiu se defender direito. Os homens se encararam por um tempo, apenas Chris sabia quem era Calíope, então os demais apenas deram ombros.

 

— Cara, se você matou o chefe… você é o novo chefe.

 

Michael estava muito abalado para prestar atenção naquilo. Ele custou a levantar a cabeça e os encarar, confuso.

 

— Eu…?

 

— Sim, é uma regra velha. Se você mata o líder, você toma o lugar dele.

 

Michael ficou em silêncio, Calíope tinha lhe dito outra coisa, mais uma de suas mentiras repulsivas. Sem saber como reagir àquilo, ele encarou seu amigo, que apenas acenou a cabeça positivamente, lhe dando apoio.

 

— Parabéns, chefinho!

 

Brincou para quebrar o gelo. Pela primeira vez naquele dia, Michael sorriu, mesmo que muito fracamente, havia finalmente levado aquela situação como uma coisa boa.

 

— Vocês acham que todo mundo vai apoiar isso?

 

Indagou um dos rapazes, o que foi suficiente para levantar a famigerada questão. Logo, todos ali começaram a conversar, dando seus pontos de vista. Chris e Michael se olharam por um tempo, até que, enfim, o novo líder falou.

 

— Silêncio.

 

Disse. Foi o suficiente para que se calassem.

 

— Bom, já que sou o novo chefe da Escarlate, vamos anunciar isso. Contudo, eu quero deixar algumas coisas claras…

 

Os homens se entreolharam, em seguida prestaram atenção, mesmo Chris estava curioso.

 

— Não existe mais Escarlate.

 

Aquela pequena frase foi suficiente para fazê-los pensar se tinham ouvido direito. Michael prosseguiu.

 

— A partir de hoje, eu declaro fim ao império Escarlate. Seguirão apenas aqueles que quiserem se juntar a mim: vocês e quem mais desejar. A única regra para entrar na nova máfia é a lealdade. Gravem isso na mente e no coração. Vocês já se provaram leais quando se arriscaram para me tirar da prisão, portanto, serão a minha elite.

 

Michael encarou Chris mais uma vez, que estava com um sorriso genuíno no rosto. Ele fez um sinal de joia, incentivando-o a prosseguir. O rapaz retribuiu o sorriso, embora de maneira mais discreta, e prosseguiu.

 

— A máfia Escarlate está morta. Nós somos os gangsters Azuis.

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:

Michael suspirou e descansou um pouco. Sentiu vontade de tomar uma bebida, não queria mais cantar por hoje. Felizmente uma funcionária se aproximou.

Era uma loira de cabelos curtos e pele bem clara. Ela se aproximou e apenas passou um pano em sua mesa de vidro. Michael arqueou a sobrancelha e aguardou que ela terminasse seu serviço, pelo visto era uma caloura.

[...]

— Qual o seu nome?

— Er… Annie.



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