As Long As I Have You escrita por Buttercup


Capítulo 10
Enquanto Eu Tiver Você




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POV BUTTERCUP

O tempo passou, eu e Butch nos aproximamos… Assumimos publicamente nosso namoro. Eu detesto manter as coisas em segredo. E se o próprio Ace, seja aonde ele estiver, está torcendo por nós.

Certo dia, estávamos voltando de um passeio no parque de diversões, de mãos dadas. Era fim de tarde, umas 18:15 e o céu estava rosa alaranjado. Estava fresquinho, nem calor, nem frio. Estava um clima perfeito.

— Nem acredito… - Suspirei, aspirando ar puro. - Estou com alguém que não é o Ace...

Butch sorriu, apertando firme minha mão. Aquela mão dele era grande, quentinha e ossuda. Adorava segurá-la, assim como adorava segurar a mão do Ace.

— Vê como são as coisas… - Ele sorriu e continuou. - Eu nem pensava em namorar alguém quando conheci o Ace. Sempre achava que romance não era coisa para mim.

— Eu pensava o mesmo… Até vocês dois aparecerem na minha vida. - Confessei, meio envergonhada. - Posso ser eu mesma se estou do seu lado. Assim como era com o Ace.

Ele beijou o topo da minha cabeça, me deixando ruborizada mais uma vez. Desviei o olhar e fiz uma careta.

— Pois eu sinto o mesmo quando estou com você, sabe. - Butch dizia, enquanto voltava a pegar na minha mão e balançá-la com leveza. - Antes, eu me sentia sozinho, mesmo com meus irmãos em casa. Mas agora, me sinto tão completo com você, Butter… Parece que fui eu quem voltei à vida.

Eu ouvia tudo aquilo, admirada. Nunca pensei que alguém fosse gostar de mim assim tanto quanto o Ace. Mas parece que encontrei esse alguém. E eu gosto dele na mesma intensidade.

—Butch… - Murmurei, ainda que hesitante.

— Hum?

Com muita vergonha, fiquei na ponta dos pés para alcançá-lo. Dei um pequeno selinho e sorri para ele, que estava pasmo.

— E-Eu amo você.

Ele sorriu, ruborizando de leve. Bagunçou meu cabelo e disse:

— Também te amo, minha baixinha.

— Ei! Eu sou quase da sua altura! - Me enfezei. Eu não era tão baixinha como ele dizia, mas era uma forma carinhosa de me chamar - e irritar também.

— Quase, mas não é da minha altura! - Ele mostrou a língua e saiu correndo na frente. Eu retruquei, mas corria atrás dele, com a barriga doendo de rir.

Nunca pensei que fosse ter outra chance de rir e me divertir daquele jeito de novo.

x x x

O Professor e minhas irmãs notaram minha mudança desde que começamos a namorar. No começo, eu negava até a morte. Mas aos poucos, fui me soltando e contei. A princípio ninguém acreditou, então o Butch teve que ir jantar lá em casa para confirmar. Bubbles e Blossom davam gritinhos de alegria e me cutucavam, como forma de provocação. O Professor ficava dizendo que eu cresci e não sei se estava chorando ou rindo. Ainda bem que o Butch lidou bem com a minha família.

Eu sonhei algumas vezes com o Ace. Ele parecia feliz ao me ver tão bem assim. Diria que ele se sentia aliviado ao me ver daquele jeito.

— Docinho… Você finalmente entendeu. - Dizia ele, nos meus sonhos, tocando meu rosto. - Butch é o melhor substituto para mim.

— Substituto não… Ninguém pode substituir ninguém. - Eu disse, mas sem remorso. - Ambos são ótimas pessoas e eu gosto dos dois igualmente. Não estou com ele como forma de esquecer você. Eu… Simplesmente gosto dele, sinto meu coração disparar perto dele, me sinto à vontade e tão completa como há muito tempo não sentia...

Ele sorriu, apalpando o topo da minha cabeça.

— Eu sei disso. Vejo a forma como interagem. - Dizia ele. - Não vou me esquecer de você. Mas não quero prendê-la comigo. Vá em paz com ele, meu anjo.

— Obrigada por tudo, Ace… Obrigada!

Assim que disse isso, tudo ficou embaçado e depois, tudo ficou branco. Eu acordei sobressaltada, meio ofegante e assustada. Era só um sonho. E foi o último sonho que tive com o Ace naquele ano.

Passei a não pensar mais nele quando estava com o Butch. Não era justo com ele também. Agora eu estava inteiramente naquele relacionamento com ele. E cada dia mais sentia que o amava verdadeiramente. Era genuíno, puro e sincero.

x x x

Quatro anos se passaram… Eu tinha acabado de fazer 22 anos. Ele era dois meses mais velho, então, já tinha feito 22. Naquele dia, estava muito quente. Era primavera e eu suava pra caramba. Eu estava feliz, iríamos nos formar naquele ano.

— Feliz aniversário, meu amor. - Murmurou Butch, passando a mão pela minha nuca, afastando meu cabelo. - Te desejo tudo de melhor.

— Obrigada, Butch. - Respondi, dando um selinho rápido no meu namorado.

Tínhamos feito uma festinha simples em casa. Eu iria comemorar numa rave mais tarde. Mas, naquela hora, tudo que eu queria era curtir com a minha família e meu namorado. Não me acostumo a falar isso sem corar. Como eu sou bobona.

— Abra meu presente primeiro, maninha! - Bubbles pulava no mesmo lugar com empolgação. Me lembrei de quando ela tinha seis anos e fazia isso.

— Primeiro o meu! - Retrucou Blossom, empurrando seu presente pra mim, com um enorme laço vermelho semelhante ao que ela costumava usar quando mais nova.

— Que tal o meu primeiro, querida? - O Professor mostrou uma caixinha pequena.

— O meu eu quero deixar por último. - Butch deu de ombros, todo misterioso.

Eu ri com toda a cena deles. Resolvi abrir o da Bubs antes. Era um estojo de maquiagem. Não sei se vou usar muito, mas valeu a intenção.

— Hãã… Valeu, Bubs.

— Eu sei que você não liga muito para essas coisas, mas achei que poderia te dar algumas dicas! - Explicou ela, toda empolgada.

— Obrigada, irmã. - Consegui sorri com a intenção dela.

O próximo que eu abri foi o da Blossom. Era um planner verde cheio de coisas para anotar, desde contas (que divertido) a compromissos, além de marcar filmes que vi e dar nota, etc.

— Isso é bem a sua cara, Bloss. - Eu sorri, mostrando o presente para os demais. - Valeu mesmo.

— Eu achei que você precisava se organizar melhor. - Explicou minha irmã ruiva, ajeitando o rabo de cavalo que descia até sua cintura.

— Pode deixar, vou usar bastante.

O próximo era a humilde caixinha preta do Professor. Mas o que tinha dentro não tinha nada de humilde!

— Caraca, Professor! Isso é sério?! - Eu peguei o presente e mostrei a todos, sem acreditar.

— É sim, meu anjo. Já está pronta para ter um carro. - Sorriu ele, me dando um abraço caloroso.

Dentro da caixa, só estava a chave do carro, com um chaveiro de bola de futebol, o que é a minha cara. Eu tinha tirado minha carteira no ano passado, mas agora eu ganhei um carro que é, tipo, SÓ MEU! Cara, eu tô muito feliz, sério!! Ahhhh! Ele era verde-metálico e dentro, tinha aquele cheiro de novinho. Como eu quero sair viajar com essa belezinha!!

— Vai me dar uma carona quando eu precisar, né, Butter? - Piscou Blossom, me provocando como sempre.

— Pra mim também!! - Completou Bubbles, toda animada.

Por ser mais velha, Blossom já tinha ido morar sozinha. Terminou a faculdade de direito e já exercia a profissão. Acredita que ela até está namorando com o Brick? Pois é, as coisas mudam… Já a Bubbles continua morando comigo e o Professor e percebo que ela tem uma queda pelo Boomer, o outro irmão do Butch. Ironia do destino, os irmãos acabarem juntos, né?

Por fim, era hora do presente do Butch. Eu nem fazia ideia do que poderia ser. Poderia ser qualquer coisa. O sorriso disfarçado dele me deixava meio desconfiada. O que aquele moleque poderia estar escondendo?

Abri o embrulho da caixinha verde e preta e quase caí dura ali mesmo quando vi o que havia dentro. Comecei a tremer que nem vara verde, fiquei meio tonta e senti um buraco abaixo dos pés. Butch tinha me dado um anel de noivado. NOIVADO, COMIGO!!

— B-B-Butch! Isso é o que eu acho que é? - Eu senti os olhos arderem e as lágrimas teimosas quererem sair.

Minhas irmãs deram gritinhos de felicidade e o Professor estava chorando, não sei se era de tristeza ou felicidade. Eu estava com a maior cara de boba, mas muito feliz. Nunca imaginei que isso aconteceria comigo. E eu sentia que era a pessoa certa.

— O que você acha que é? - Ele piscou, tirando o anel de dentro da caixa. A pedrinha do anel cintilava em vários tons de verde, deixando nós todos admirados.

— Isso deve ter sido caro… - Comentei, me sentindo meio culpada.

— Eu não vejo preço se é por você… E mais, eu comprei porquê quero ter um compromisso sério com essa pimentinha aqui. - Ele bagunçou meu cabelo todo brincalhão como sempre e eu senti apenas uma lágrima escorrer.

— S-Seu bobão! - Eu bati de leve no braço dele. - Cara, eu não queria chorar...

Butch sorriu e se ajoelhou, mostrando o anel para mim.

— Buttercup Utonium, meu docinho de limão… - Ele sorriu. Seus olhos brilhavam como mil esmeraldas. Acredito que os meus também estivessem assim. - Aceita ser a garota mais feliz ao meu lado?

Tapei a boca com as mãos e senti agora mais lágrimas sendo despejadas na minha bochecha.

— Claro que eu aceito, seu mané! Só você mesmo pra me fazer chorar! - Eu sorri e chorei ao mesmo tempo, uma loucura.

Sorrindo, ele colocou o anel no meu dedo e nos abraçamos. Minha família bateu uma salva de palmas para nós dois que nos desgrudamos um pouco envergonhados, mas um poço de felicidade.

Nós nos aproximamos ao ponto dos lábios se tocarem suavemente e com muita alegria. Até esqueci que minhas irmãs e meu pai estavam ali. Só queria curtir o momento que era só nosso. Agora éramos um só. Eu amava aquele cara, aquele bobão, aquele que conseguiu consertar meu coração e a minha vida.

— Eu te amo, Butch, obrigada por tudo que vem fazendo por mim… - Eu disse, beijando a bochecha dele, fazendo-o corar como um garotinho do primário.

— E eu também te amo, baixinha. Você também me ajudou em muitas coisas, por isso, eu agradeço. - Ele me aconchegou ao peito dele, onde pude ouvir as batidas de seu coração, todas entrecortadas.

Blossom e Bubbles choravam e soltavam gritinhos ao mesmo tempo. O Professor ficou só nos observando com cara de pai triste que estava perdendo a filha para outro homem.

Na minha cabeça, algo me dizia que eu estava fazendo a coisa certa. Tudo estava se encaminhando. Naquela hora, fechei os olhos e vi o Ace no lugar de Butch. Me assustei na hora, mas Ace (Butch) piscou pra mim, assentindo com a cabeça. Isso significava que nós já tínhamos a benção do Ace!

— Esse é o melhor aniversário de todos! - Eu disse, bem mais alto do que a música que estava tocando. - Muito obrigada por tudo! EU AMO VOCÊS!

— Uau, se está dizendo que ama, tem que estar muito feliz mesmo… - Provocou Blossom. - O que está querendo, Buttercup?

— Nada. Eu realmente amo vocês. Meu pai, minhas irmãs e… agora, meu noivo. - Corei ao dizer a última parte, ainda mais quando todos bateram palmas e deram vivas.

— E nós amamos você. - Disse meu pai, me abraçando por trás, todo paternal e choroso. Blossom e Bubbles se juntaram a ele, deixando Butch só brisando, mas sorrindo.

—Talvez eu não seja tão bom quando o Ace, mas… Faço o que eu posso para te fazer bem, te fazer feliz… Porque eu realmente amo você. - Ele disse, encolhendo os ombros.

— Seu bobo. Você é tão bom quanto ele! - Eu dei um peteleco na manga do moletom verde de Butch. - Não quero mais que se compare ao Ace. Sabe que vocês são diferentes! O amor que sinto por vocês é diferente! Eu o amava quando era adolescente!

— Eu sei, pimentinha. Era só para provocar mesmo. - Disse ele, entrelaçando os dedos nos meus e eu sorri ao ver nós dois com os anéis.

— Bobo.

— Mas você me ama.

— É, eu amo mesmo. - Mostrei a língua, o que fez todos rirem e Butch beijar minha testa, todo respeitoso perto do meu pai.

x x x

Dezembro

Era véspera de Natal e todos estávamos reunidos na casa da Blossom e do Brick. Acredita que eles se casaram também? Pois é, nem eu acredito. A Bubbles e o Boomer por enquanto só namoram, pois segundo o Professor, ela ainda é nova para casar. Mas ela quem sabe, né? Enfim, faz alguns meses que eu e Butch nos casamos. O Professor cada vez que nos vê com os meninos, começa a chorar. Acho que ainda não se acostumou, tadinho. Para ele, sempre seremos as menininhas dele.

Ah! Nem contei a novidade. Estou grávida! Pois é… Durante a lua de mel, eu engravidei. O bom é que eu não enjoo tanto, mas esse bebê chuta tanto quanto eu! Espero que seja jogador ou jogadora como a mãe e o pai.

Naquela noite do dia 24, estava dançando uma música com o Butch, sem fazer muito esforço, já que eu estava grávida. Ele segurava minhas costas com delicadeza e não desgrudava seus olhos dos meus. Sempre gostei de olhar para aqueles olhos verdes profundos e misteriosos dele. Meu coração sempre acelera ao fazer isso.

Solto um longo suspiro em uma dessas olhadas, o que faz Butch estranhar.

— Que foi, docinho de limão? - Indagou, tocando meu rosto de leve.

Eu sorri e simplesmente disse:

— Nada, só estou feliz.

— Que bom, eu também estou muito feliz. Ainda mais que eu tenho a pessoa que eu amo todos os dias comigo. - Continuou Butch, acariciando meus cabelos curtos e eu senti um arrepio na nuca.

— Quem? Eu ou o bebê? - Brinquei.

— Os dois! - Respondeu aquele bobão, dando um sorriso daqueles de quando eu conheci ele.

Dá para acreditar que eu conheci alguém tão especial quanto o Ace? Eu sei que quem morre não fica santo, mas esse amor que eu sinto pelo Butch é mais intenso do que antes com o Ace. Eu era muito imatura na época e agora, eu tenho certeza que o Butch Jojo é minha alma gêmea.

Observando a lareira acesa na casa de Blossom, ela e Brick brindando com vinho e conversando sobre alguma coisa, Bubbles e Boomer, aninhados no sofá vendo algum filme na TV e eu e Butch, dançando sobre a luz do luar. Lá fora, fazia muito frio. A neve caía, bem branquinha e macia. No outro dia, queria brincar de guerra de neve e fazer um boneco de neve. E tudo isso com as pessoas mais especiais para mim. O Professor tinha ido jantar com sua nova namorada, Melanie. Ele precisava aceitar o fato que éramos adultas e que tudo bem se ele não estivesse sempre com a gente.

— Você não está com medo? - Questionou Butch, de repente, parando de dançar.

— Do que? - Também tinha parado de dançar.

— Sei lá… Dá um nervoso de saber que tem uma vida dentro de você e que será nossa responsabilidade daqui pra frente.

— Dá sim. Não vou negar. Mas… - Toquei em seu ombro e beijei sua ponta do nariz. - Enquanto eu tiver você, nada mais importa. Não temerei a nada.

Ele sorriu, me abraçando ternamente, me aconchegando em seus ombros fortes como de costume.

— Eu também, Docinho. - Sussurrou ele. - Enquanto eu tiver você, tudo será possível.

Eu sorri, assentindo com a cabeça. Quando nos desgrudamos, olhamos um no olho do outro.

Lá do céu, tenho certeza que Ace está nos aplaudindo. Até parece que consigo ouvi-lo.

— Feliz Natal. - Falamos em uníssono e rindo logo em seguida. - Eu amo você, meu pequeno milagre.

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