As Long As I Have You escrita por Buttercup


Capítulo 1
Pesadelo




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— Ace, cuidado! – Foi a única coisa que a morena pôde dizer antes de ver o namorado ser atropelado por um caminhão cargueiro.

Os dois estavam namorando fazia uns dois anos. Ace tinha 24 anos e Butter, 17. Sim, ele era muito mais velho que ela. Mas não importava, desde que o sentimento fosse mútuo.

Naquele dia, um sábado nublado e até um pouco frio foi fatal para aquele casal. Ace e Buttercup estavam num encontro em uma praia, mesmo com o clima não tão agradável. Ace fazia palhaçadas e Buttercup ria, pois adorava quando ele fazia aquilo só para animá-la, mesmo esta tendo um humor seco às vezes.

Seu namorado começou a recuar para poder fazer mais alguma piadinha, não olhando para a estrada. Quando percebeu, era tarde demais. Só ouviu a buzina no caminhão que não conseguia frear e os gritos da namorada.

Quando olhou para trás, o farol do caminhão foi a última coisa que o jovem vira. Depois disso, estava estirado no chão, com sangue jorrando de seu corpo.

— NÃOOOO! – Gritou a morena Buttercup, correndo até ele, abaixando-se e tentando reanimá-lo. – Meu Deus, Ace, acorda! Não tem graça, seu bobo!

Achando que não passava de mais uma brincadeira de Ace, ela tentou não parecer tão desesperada.

— Fala comigo, Ace! – Lágrimas escorriam pelo rosto da jovem, enquanto sentia o namorado apertar sua mão de leve. Estava vivo ainda.

— B-Butter... – Ele falou com dificuldade e sorriu. – Que bom... que não foi com você.

— O quê? – Agora Buttercup chorava copiosamente.

— Eu... Amo você. – O garoto tossia sangue, para o horror da namorada. – Nunca esqueça disso. Sempre estarei ao seu lado de alguma forma...

Os olhos negros de Ace foram se fechando e Buttercup chacoalhou o namorado, a fim de tentar reanimá-lo.

— Não! Não se vá, Ace! Preciso muito de você! – Implorou ela, com muitas lágrimas nos olhos.

— Adeus... – Foi a última coisa que ele disse, mesmo estando fraco demais.

Depois daquilo, Ace não acordou mais. Seus olhos fecharam-se para sempre. Ver todo aquele sangue após tal cena deixou a morena traumatizada.

— NÃO! Ace! Volta pra mim!! – Gritou ela, soluçando sem parar.

Ela o abraçou no meio-fio, mesmo este estando cheio de sangue. Uma fina e fria chuva começou a cair e misturou-se com suas lágrimas, deixando o momento mais triste.

— Nunca me esquecerei de você, Ace... Não vou amar nunca mais! – Prometeu ela, toda cheia de revolta e angústia.

Abraçada ao namorado já sem vida, Buttercup ficou um tempo chorando naquele local que jamais iria querer voltar.

Foi a partir daquele dia que a garota boazinha e doce virou amarga e revoltada com a vida, não querendo mais se apegar a ninguém, a não ser suas irmãs Blossom e Bubbles.

Muitos se perguntavam o porquê da garota ser daquele jeito explosivo e de poucos amigos. Mas só suas irmãs entendiam sua dor. Quase todos os dias, sonhava com Ace. Ele dizia que estava bem, mas ela não estava. Seu amor fora arrancado dela brutalmente. Ela nem pôde se despedir. Como ela queria ter dito que o amava mais uma vez...

Os flashbacks de tal dia, 1 de outubro, a assombravam. Havia se passado quase um ano após tal acontecimento e a garota estava totalmente diferente do que conheciam.

Quando Buttercup voltou para casa naquele dia, estava pálida e sem expressão. Estava encharcada da chuva, mas não ligava. Queria apenas Ace de volta. Estava suja de sangue, o que assustou seu pai, o Professor Utonium. Seu rosto estava inchado de tanto chorar e ela estava traumatizada, falando coisas sem sentido.

— Nunca mais... Nunca mais vou amar... – Repetia a verde. – Nunca mais...

— Meu doce, o que houve? – Perguntou assustado seu pai, abraçando-a.

Ela não esboçou nenhuma emoção, apenas uma lágrima solitária e quente, escorrendo por seu rosto gélido.

— Meu sonho acabou, Professor... – Ela estava com a voz um pouco rouca pois havia gritado muito, xingado muito ao vento.

— Do que você está falando?

Ela o olhou e agora derramando lágrimas significativas, disse:

— O Ace. – Ela começou, derramando as lágrimas teimosas. – Meu namorado morreu.

A reação de seu pai foi a mesma que ela achou que seria. Olhos arregalados e uma cara de compaixão.

— Meu amor, eu sinto muito... – Ele tentou abraçá-la, mas esta se devencilhou. – Como foi que isso aconteceu?

— Não quero compaixão... – Ela respondeu, tendo horror a quem tem pena dela. – E não quero falar mais nisso.

— Mas... Querida...

— Quero ficar sozinha. – Ela fitou o chão e foi até seu quarto, trancando a porta.

Estava no escuro, sentada na cama, com a cabeça nos joelhos, chorando de soluçar. Ela jurou para si mesma que jamais amaria alguém. Pois caso o perdesse, doeria demais. E como ela nunca superou a perda de Ace, temia que acontecesse de novo e se machucasse mais uma vez.

Daquele dia em diante, ela era uma nova Buttercup. Na segunda-feira mesmo, foi até o salão de beleza e cortou seu cabelo bem curto, deixando a nuca à mostra e uma franja jogada de lado. Ela sempre teve o cabelo um pouco abaixo dos ombros e quando esta apareceu com o cabelo curto daquele jeito, sabiam que havia algo errado.

Não foi só a aparência que mudou, mas sua personalidade também. Já tinha feito 18 anos em abril e seu pai queria que ela entrasse em uma faculdade. Mas ela estava rebelde demais para pensar em alguma coisa. Sua família temia que entrasse em depressão, mas o psicólogo da família disse que isso poderia demorar um pouco parar passar. Foi um choque, afinal.

A pergunta é: Quando ela deixaria o passado para trás e olharia para frente? Ela poderia voltar a ser uma menina doce e ser capaz de amar novamente?


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