Titanium Man escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 6
Capítulo 6




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Após quase cinco horas, finalmente Márcio Sterling havia saído da tal cirurgia secreta que havia pedido para Lorenzo, ambos haviam conseguido marcar um dia que Lorenzo teria ao menos um tempo antes de começar outra cirurgia, havia dado uma desculpa para seus pacientes para poder ficar à sós com o amigo.

— Bem, eu espero que agora o senhor consiga ter a tal vida que tanto sonha. - disse Lorenzo.

— Eu também espero... Tomarei mais cuidado a partir de agora. - sorriu Márcio.

— O senhor não gostaria de deixar conosco uma amostra da sua fórmula? Ela poderá salvar muitas vidas no futuro.

— Se o senhor quiser, eu trago sim, farei mais algumas doses e lhe entregarei.

— Ótimo, até qualquer dia, Homem Titânio. 

Ambos riram, Sterling pagou pela consulta, ambos se despediram com um aperto de mão e ele estava saindo do hospital com seu Agera pelas ruas de São Paulo. Quando estava chegando em casa, o rádio, que estava ligado, interrompeu a música.

Interrompemos nossa programação musical para dar uma notícia importante e ao mesmo tempo, preocupante: Diversus, famoso herói paranaense, foi sugado por um portal que surgiu inexplicavelmente em uma praça. Segundo relato da namorada, ambos estavam em um piquenique, quando o mesmo se abriu, a polícia ainda chegou para ajudar, mas infelizmente, não houve nada que pudesse ser feito.

Curioso, Márcio aumentou o volume do rádio.

Demorou quase vinte minutos para que a garota se acalmasse, mas segundo o que ela explicou, foi um portal branco e brilhante. Tão brilhante que quase a cegou, o herói ainda se levantou para tentar ver o que estava acontecendo, mas foi sugado pelo mesmo, ela e a mãe do herói estão arrasadas, não se conformam com a falta de notícias dele.

Ouviu-se um chiado, logo depois veio outra voz.

Todos fazem a mesma pergunta: aonde Diversus foi parar? E a cidade? Como ficará sem os atos heróicos dele? Quem impedirá a criminalidade de continuar subindo?

Puto da vida, Márcio trocou a estação de rádio, colocando na JB FM, que tocava músicas direto. 

Chegando em casa, foi surpreendido pela voz de Marina, correndo em sua direção.

— Papai! - ela disse, animada.

— Oi princesa. - sorriu ele, a pegando no colo.

Só então ele percebeu Lúcio e Luísa no sofá.

— Oi, surpresa em vê-los por aqui. - ele disse, colocando Marina no chão.

— Desculpe senhor, mas decidi tomar conta de sua filha enquanto não chegasse. - respondeu Lúcio.

— Sem problemas meu caro, fez o certo. - sorriu ele.

— Sim, mas agora preciso ir, há cinco minutos me ligaram da empresa me pedindo para levar um funcionário de lá. - disse Lúcio.

— Deve ser o Ednaldo, não gasta um tostão pra comprar um carro, por mais mixuruca que seja. 

— Pois é.

Luísa se despediu de Marina e saiu de casa com Lúcio, quando se viu sozinha com Marina, ele se aproximou da filha.

— Onde o senhor esteve papai?- quis saber ela.

— Fui para uma reunião de negócios de última hora. - mentiu ele.

— Ah sim, vem brincar comigo.

Depois de um tempo, Marina foi cuidar das tarefas escolares e então Márcio finalmente se viu sozinho. Sentou-se no sofá, pegou um drink e colocou em um copo médio. Enquanto bebia, ligou a televisão, mas quase se engasgou com o que viu.

"Parece que não há sossego na favela, crianças, adolescentes, famílias ficaram trancadas em suas casas, correndo perigo, desesperadas com o denso tiroteio ocorrendo nesse momento durante uma guerra de milicianos e bandidos que defendem a favela. Ao que parece, segundo o que o helicóptero pode mostrar pelas câmeras, todas as ruas foram cobertas por barricadas, fogo, jacarés e tudo quanto é tipo de coisas" - dizia a reportagem.

Pelo que estamos podendo ver, tudo foi um plano comandado pelo miliciano conhecido como "Driver73" um dos mais perigosos da região

Assim que a câmera de um close no rosto do tal miliciano, Márcio sentiu seu sangue ferver, rapidamente ele se lembrou de quando chegou no cativeiro onde sua filha ficou mantida por horas, ele estava junto com outro bandido do lado de fora do carro e foi conferir o que estava acontecendo, no momento exato em que o garoto estava lutando contra os comparsas. Rapidamente, desligou a televisão, levantou-se e caminhou para seu laboratório, estava com a cabeça pensando sem parar, não havia mais Diversus para ajudá-lo naquela situação, mas ele precisava dar um jeito, principalmente agora que suas pernas e seus braços estavam praticamente indestrutíveis. Provavelmente aquela gangue de milicianos estava querendo recuperar o prejuízo que tiveram no dia que falharam no sequestro de Marina. 

Chegando no seu laboratório, chamou IAMS para mais perto.

 - Preciso de algo indestrutível para me proteger de tudo que tentar me atingir. - disse ele.

No corpo inteiro senhor? - perguntou IAMS.

Isso mesmo. Quais as opções temos?

Ele então, apertou um botão na parte superior direita do seu telão, aproximou-se e ali tinha várias opções para que ele pudesse escolher.

— Que tal aquele projeto de armadura que vínhamos trabalhando antes de eu quebrar a perna mais uma vez? - pediu Márcio.

Bem lembrado senhor, está 90% completo

— Vamos terminar os 10% agora. 

Em apenas uma hora, a armadura prateada estava pronta, Márcio pôde ver perfeitamente quando a mesma desceu, presa por várias pilares de metal, foi descendo até ficar bem na sua frente, depois se dividiu em duas, uma delas ficou atrás de si. Sterling abriu os braços e a parte de trás da armadura veio até ele, o fixando nas costas com algumas engrenagens que eram fixadas através de IAMS. Em seguida, a parte da frente grudou ao peitoral de Márcio e as engrenagens se fixaram com as de trás, deixando a armadura cobrindo todo o seu corpo. Depois, um capacete completamente prateado, com detalhes em verde, veio cobrindo seu rosto, primeiro as bochechas, depois a boca e os olhos. 

— Ótimo, agora vamos testas o quão inteligente ela pode ser. - sussurrou ele - Voar em três, dois, um...

E assim foi feito, foguetes apareceram debaixo dos pés e fizeram a armadura flutuar. Márcio sorriu e então calculou a rota para o local onde desejava. Quando finalmente saiu voando de casa, subiu até sete mil pés de altura, pois para o primeiro vôo, precisava tomar cuidado, não sabia ainda os limites daquela coisa.

Enquanto isso, o caos reinava na tal favela que a televisão mostrava, tiro para todos os lados, transeuntes desesperados. Uma família vinha tentando se abrigar em uma padaria que fechou por precaução, mas o bandido pegou o pai bem na hora.

— Me solta! - disse ele.

— Não, você vem com a gente. Nos dê seu isqueiro para podermos atear fogo em mais uma rua. - exigiu o bandido.

— Não tenho isqueiro, esqueceu que parei de fumar há cinco anos? - resmungou.

— SEU FILHO DA MÃE, SE NÃO PODE NOS AJUDAR, NÃO NOS ATRAPALHA!!! - berrou ele, o jogando no chão e dando-lhe chutes, enquanto sua mulher e filhos pediam-lhe para parar.

Quando estava mirando na cabeça do pobre homem e pronto para atirar, ele viu a armadura prateada pousar bem do seu lado e apontou a arma pra ele, mas nem pôde pensar muito porque um de seus capangas começou a atirar, mas as balas nem sequer perfuravam a armadura de tão resistente que ela era. Márcio, enfurecido, usou seu repulsor da mão para atirar contra o carro que o bandido estava protegido, arremessando-o na sua direção e sendo esmagado através da parede. Depois, virou-se para três da gangue que insistiam em gastar balas com ele e disparou rajadas no bandido à esquerda, no centro e à direita, onde um comboio vinha, mas ele usou a armadura para flutuar e depois disparou rajadas de laser no mesmo, explodindo e matando todos os bandidos a bordo.

Ao se virar para atirar nos milicianos restantes, eles seguraram algumas pessoas.

— Não atire, senão vamos explodir os miolos deles! - gritou um.

Márcio baixou a guarda, precisava pensar em como derrubar aqueles milicianos desgraçados sem atingir os inocentes. Então, ele teve uma ideia, usando um sensor de detecção de bandidos, dos seus ombros, saíram duas pequenas pistolas, que ao invés de lançarem balas, lançavam raios de choque que imediatamente acertaram os milicianos. Eram tantos volts dentro daqueles raios que os bandidos desmaiaram na hora. Márcio os recolheu e então, o filho do primeiro homem, que estava sendo espancado, correu até ele o ajudou a se levantar. 

Depois disso, Márcio saiu voando à procura do rei. Após uns minutos voando, o helicóptero finalmente o flagrou.

É impressionante, um novo herói acaba de surgir, parece um robô indestrutível que veio pôr ordem na casa - dizia a repórter.

Nesse momento, Márcio é atingido por um míssil, caindo alguns metros à frente de um caverão que estava por ali, naquela mesma rua. Márcio se levanta, a armadura já um pouco danificada, mas nada sério. Ainda funcionava de boa, somente alguns arranhões. O caverão tentou acertá-lo com uma bola de canhão, mas Márcio, segurou-a nas mãos, arrastando metros para trás. Segurando a bola firmemente nas mãos, ele hackeou o sistema eletrônico contido dentro do caminhão e isso fez com que a bola voltasse a voar, mas agora na direção do caminhão, o acertando e explodindo completamente.

Todos os transeuntes e moradores da favela que viram aquilo, ficaram impressionados, principalmente quando o suposto "robô" ficou cercado por três cinco caminhões.

— Renda-se robô maluco, não tem escapatória! - exigiu o tal Driver 73 com um megafone, do lado de fora do caminhão.

Como ele não se mexeu, todos abriram fogo contra ele, mas ele permaneceu imóvel, pois sabia que a armadura aguentaria as balas sem sofrer um único dano. 

Depois de alguns segundos, eles pararam, foi a deixa para que Márcio voasse novamente e acionasse, nas suas costas, vários lasers azuis esbranquiçados, que cortavam tudo como navalha. E claro, com isso, os caminhões acabaram sendo partidos ao meio, assim como todos os seus tripulantes. Quando as partes superiores dos caminhões caíram no chão, os moradores aplaudiram e Driver 73 saiu correndo, mas Márcio foi atrás e o pegou por trás do colarinho, segurando-o por alguns instantes para deixá-lo sufocado, depois o jogou uns metros atrás, onde umas pessoas que antes estavam tremendo de medo, se reuniram em volta dele, prontos para dar o troco.

Diante da televisão, os espectadores ficaram impressionados com o que viram, seria mais um herói predestinado a se consagrar?

                                                                         ***
Levou alguns minutos para que Márcio voltasse para casa. Ao chegar, desfez de sua armadura, a guardou e foi tomar um banho. Quando saiu, já com uma roupa mais fresca, foi ao quarto da filha e viu que a mesma dormia feito um anjo. 

Indo para seu quarto, ouviu a campainha tocar e foi atender.

— Karen? - ele disse, surpreso.

— Olá senhor, desculpa chegar assim, sem avisar. - ela respondeu, vestindo uma blusa branca e um short preto.

— Sem problemas, se veio aqui, é porque está com notícias importantes, eu espero...

— Sim e não.

Confuso, Márcio a deixou entrar e a convidou para sentar no sofá.

—Espero que não fique bravo mas... Vim contar que aquele sequestro de sua filha foi tudo muito planejado pelo Seu Adamastor. - revelou ela.

— O Adamastor? Por quê? - perguntou ele, chocado.

— Isso eu ainda estou investigando, mas parece que ele está em dívida com aqueles milicianos que sequestraram sua filha e o dinheiro do resgate seria para pagá-los.

Olhando tudo pelo monitor do notebook, Márcio pôde ouvir as fotos que Karen tinha. Uma delas, Adamastor e Driver73 apertando as mãos, selando um acordo.

— Ainda preciso descobrir o que ele quer. - bufou ele.

— Pode deixar que continuarei investigando. - garantiu ela.

— Não precisa, eu tenho condições de enfrentá-lo agora.

— Ah é? - riu ela, debochando - Como?

— Vem comigo.

Márcio a levou até seu porão, mostrando-lhe todo o processo que durou e tudo que havia feito enquanto planejava a construção de sua armadura. E ao fundo, em uma vitrine de vidro, ela estava lá, parada.

— Tudo isso estava sendo planejado tempos atrás, antes de eu quebrar a perna, me ausentar e você ser contratada. Convencida agora? - gabou-se ele.

— Uau, o senhor deve ser um homem muito ocupado, gastando várias horas do seu dia isolado nesse porão. - sorriu ela, impressionada.

— Não me incomodaria de gastar mais algumas horas com você... Em um outro lugar. - ele respondeu com um olhar malicioso.

E logo, ambos estavam na cama, fazendo coisas de adultos.


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