Todos estavam recebendo cartões de São Valentim. Tinha contado todos da Rose, entre primos e amigos, já tinha quinze. Não me chame de obcecado, mas era um vício descobrir e entender tudo sobre ela. 

— Quantos recebeu? - perguntou. 

Mesmo não admitindo, me sentia mal em ser o único a não receber nenhum cartão. 

Rose me entendeu, mesmo sem falar, mais tarde um cartão, cheio de rosas laranjas e escorpiões cinzas desenhados a mão, chegou até mim:

"Rosas são laranjas,

Escorpiões são cinzas,

Se completam deixando o mundo menos ranzinza".  

Sorri, assistia Rose dirimir meu inverno cinza, transformando-o em laranja.