Complexos (de) Filhos do Meio escrita por Siaht


Capítulo 1
U: complexos (de) filhos do meio


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!!!
Tudo bem com vocês?
Chegamos ao último dia do Pride e fico muito feliz e orgulhosa e encerrar esse projeto maravilhoso. Agradecimentos especiais às adms (prongs, noora, red hood e violet hood) por serem tão incríveis e dedicadas. E à Callie por ter feito essa capa perfeita. ♥
Espero que gostem! ♥



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Complexos (de) Filhos do Meio 

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Aquilo era tão típico de Victoire! Dominique pensou revoltada, enquanto acendia um cigarro com a ponta da varinha. Lançou um olhar por cima do ombro, apenas para ter certeza de que nenhum dos familiares estava por perto, mas sabia que era uma perda de tempo. Enquanto ela se abrigava em um canto afastado do jardim, os Weasley celebravam n’A Toca. E por que não celebrariam? Após anos de namoro, Victoire Weasley e Teddy Lupin finalmente iriam se casar.

O anúncio fora feito naquele domingo, aproveitando o início do verão e a presença de toda a família na casa dos avós. Bem típico de Victoire querer ser o centro das atenções. E ainda mais típico da irmã anunciar um noivado menos de 24 horas após Dominique ter tido seu coração partido e terminado com a namorada. É claro que Victoire não sabia desse fato. Ninguém sabia, na verdade. E talvez Dominique estivesse sendo um tanto injusta em sua raiva. Honestamente? Ela nem se importava. A garota apenas precisava se afastar daquele circo de abraços e amor verdadeiro ou iria vomitar. Então, se esgueirou para fora da casa e se abrigou abaixo de uma velha árvore com seus cigarros e sua amargura.  Cigarros e amargura, que boa forma de definir Dominique Weasley! 

— Você deveria estar fumando? — uma voz entediada soou atrás dela, a fazendo saltar assutada. A última coisa que a moça precisava naquele dia era de um sermão familiar sobre seus vícios. Um único olhar, no entanto, foi o bastante para que encontrasse olhos verdes, cabelos escuros e semblante mal humorado. Um suspiro de alívio escapou da jovem. Albus Severus Potter sempre fora um guardião de seus segredos e alguém que não costumava julgar. Também era um pirralho melodramático e pretencioso, mas, bom, ninguém era perfeito. 

Dominique sabia que não deveria ter favoritos entre seus familiares, ainda assim, Albus Severus era inegavelmente seu primo favorito. Talvez fosse o fato de ambos serem filhos do meio, existindo eternamente entre a perfeição primogênita de Victoire e James Sirius e a fragilidade caçula de Louis e Lily Luna. Talvez fosse o fato de ambos serem os únicos sonserinos da família, as serpentes prateadas e astutas em um covil de leões (e uma ou duas águias e texugos). Talvez fosse o fato de  ambos estarem longe de serem as pessoas mais agradáveis do mundo e se reconhecerem em seus péssimos temperamentos. O motivo importava? Dominique achava que não. 

— Você quase me matou do coração, Potter! O que você quer? 

— Relaxa, Domi. Só estou fugindo do festival do amor verdadeiro que está acontecendo lá dentro. É nojento. 

— Me fale mais sobre isso… 

Mas Albus não disse nada, apenas ficou em silêncio por um longo tempo. Dominique nunca gostou muito de silêncio, então aquilo a deixou inquieta. Em algum ponto a garota resolveu apagar o cigarro, se lembrando que, mesmo que Al soubesse de seus vícios, ela ainda era a adulta ali (e uma quase auror, pelo amor de Merlin!) e o primo um mero adolescente de 16 anos. 

 — Você vai falar alguma coisa ou só vamos ficar nos encarando em silêncio. Porque isso está começando a ficar estranho.

— Como você descobriu que gostava de meninas? —  Al finalmente questionou, desviando os olhos a prima. 

Porra! Dominique pensou. O silêncio, de repente, não parecia tão ruim. Ela não estava preparada para aquele tipo de conversa.   

— Eu não sei, Al. Eu simplesmente olhava para garotas e pensava: “PUTA QUE PARIU!!!”. Em letras maiúsculas e seguido de muitas exclamações. E então olhava para garotos e pensavam “puta que pariu”. Em letras minúsculas e decepcionadas. Isso faz sentido? 

— Não. Você é péssima nisso. — o Potter resmungou. Não que fosse alguma novidade, Albus estava sempre resmungando. 

Dominique sentiu vontade de acender um novo cigarro, apenas para apagá-lo na cara daquele pequeno insolente. Lidar com adolescentes em crise não estava em seus planos para aquele domingo. 

— Sim, eu sou. Mas foi você que veio me pedir os meus conselhos, seu bastardo mal agradecido. 

— E assim você pode mensurar o tamanho do meu desespero… 

Dominique suspirou. Victoire, com sua gentileza e compreensões naturais, certamente saberia lidar melhor com um primo pedindo conselhos ou com a perspectiva de ser um bom exemplo. Mas Victoire, com toda sua heterossexualidade ridícula, não teria qualquer experiência naquele departamento. Dominique, com seu desajeito mal humorado, teria que servir. 

— Olha, Al, se você está se fazendo essas perguntas, é provável que já tenha suas respostas. Mas você tem o direito de experimentar e tentar se descobrir. Na verdade, é algo que deveria fazer. Você tem o direito de ter dúvidas, se questionar, levar um tempo para se entender. Acho que algumas coisas a gente simplesmente sabe, só precisa de um tempo para digerir e aceitar. Não precisa ter presa. No fim, suas vivências serão apenas suas e você tem o direito a elas também. 

Albus suspirou. 

—  Acho que você tem razão... —

—  Eu sempre tenho. 

O garoto a enviou um olhar homicida. Dominique sustentou o olhar. Os dois eram bons naquele jogo. Sempre haviam sido. A garota, no entanto, era um pouco mais experiente, o que a levou à vitória. Ela sorriu satisfeita. O primo bufou contrariado. 

— Sabe, Al, a nossa família pode ser um saco às vezes. E eles realmente se superam em serem cafonas e emocionais, mas também são pessoas maravilhosas e que sempre vão te aceitar e te amar. E se alguém, qualquer pessoa, falar ou fizer alguma coisa desagradável, me avise. Porque eu vou mata-lo. Lenta e dolorosamente. —  ela não estava brincando.

Albus sorriu.  

— Além disso, não posso carregar sozinha o fardo de ser a prima lgbt, descolada e gostosa da família. Fica bem em mim, é claro, mas não me importo de dividir essa glória com você. 

—  Obrigado, Domi. 

—  É bom agradecer mesmo. Eu não sou sempre tão altruísta assim. 

—  Não, não só por isso. Por tudo. Você é uma boa conselheira. 

Aquilo era definitivamente uma novidade e era provável que tais palavras jamais fossem direcionadas novamente à Dominique Weasley.

— Faço o meu melhor. —  ela afirmou, dando de ombros de forma presunçosa. A pose e a oportunidade de se gabar não eram coisas que a moça perderia. 

Albus riu.

— Acho que a gente deveria voltar para A Toca. — ele sugeriu.

Dominique suspirou.

— É, eu tenho que deixar de ser uma imbecil e parabenizar minha irmã pelo noivado.

— Você é mesmo uma imbecil.

— Olha quem fala...


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Notas finais do capítulo

Ok, essa fic não saiu exatamente como eu queria, mas não estou muito bem esses dias. Queria escrever algo maior e mais detalhado, porque o rei e a rainha do Pride mereciam, mas foi o que consegui.
Ainda assim, espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís



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