PARADOXO - Seson 3 escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 13
Capitulo 11 - Laços que prendem


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
Então segunda né, como vcs já sabem, não sou boa nessas notas de introdução, o que me faz voltar ao de sempre, que na verdade é o mais importante, agradecer a galera mais linda do mundo que tira um tempo para comentar e me manter motivada a continuar contando essa história. Obrigada gentes, vcs são demais!



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LUNNA

Sou tomada por um sentimento delicioso de solidão ao passar pela porta do meu apartamento. Não que estivesse sozinha, Connor estava bem atrás tão satisfeito quanto eu. Deus sabe que amo o Wally, mas me livrar de sua voz em minha cabeça foi como receber um presente de natal antecipado. Tiro meus sapatos e vou direto para o chuveiro, precisava muito relaxar. Fico por muito tempo apenas sentindo a vibe de satisfação, deixando a água lavar a exaustão e resquícios de vômito de mais cedo. Tão feliz que poderia fazer um musical sem nenhuma razão aparente, como esses que acontecem nas comédias românticas.

—Não sei dizer pelo que sou mais grata nesse momento, Senhor -me pego falando baixinho com Deus, o que me faz abrir um largo sorriso enquanto a água cai sobre minha cabeça. -Só quero que saiba que foi muito melhor do que imaginei que seria. Obrigada por trazer Isis e Wally para casa, por ter me feito sobreviver a todo o inferno em minha adolescência e não me abandonar, mesmo minha solidão estava cheia da sua presença -me sinto vinte quilos mais leve e passo mais cinco minutos me lavando e curtindo meu tempo sozinha.

Saio do boxe enrolada em um roupão e vejo Connor, encostado na parede perto da pia, com os cabelos molhados e uma calça de moletom que usa para dormir. Parecia estar chorando a pouco, ele me olha admirado por um momento, antes de caminhar em minha direção. Abro um sorriso cheio de satisfação quando seus braços me rodeiam, me sinto tão pequena e protegida dessa forma que chega a ser surreal.

—Você voltou a fazer orações no chuveiro -sussurra em meu ouvido, sem me soltar. -Sentia falta de escutá-las.

—Sentia falta de ter um pouco de paz, não tem como procurar a Deus sentindo tanta culpa -confesso.

—Acho que consigo entender -seus braços me apertam um pouco mais forte. -Parece que nós vamos ter no mínimo uns dois dias de paz. -brinca com um sorriso em sua voz. -Sinto falta desses dois dias em paz. Da nossa casa, Phillippe e Isis, sinto falta de você -puxa meu rosto de leve e deixo que me beije como queria, com tanto cuidado e amor que quase me constrange. Adoro isso, mesmo e de verdade, mas não quero só carinho, tenho sido frágil por tanto tempo que preciso de desejo, simples e puro.

—Sabe do que eu sinto falta -me afasto um pouco para o ver, ele nega afastando meu cabelo do rosto. -Do meu marido, na verdade, sinto falta do meu namorado, aquele que me pegava de jeito e me fazia esquecer meu próprio nome -digo sugestiva, o fazendo gargalhar tombando a cabeça para trás.

—Está tudo bem para isso? -ele estuda meu rosto, procurando qualquer indicio de doença, fraqueza ou qualquer coisa.

—Sério, Connor? -reviro meus olhos soltando meu roupão é como mágica, por algum motivo bobo ele não se acostuma com meu corpo e sempre me olha cheio de fascinação.

—Amor, você é a mulher mais linda que existe e sempre vou querer fazer amor com você, mas podemos fazer com carinho... -blá, nem continuo escutando o que ele dizia.

—Connor -fecho meus olhos e respiro fundo ao dizer seu nome, e quando volto a falar, quase pareço ele em um interrogatório. -Você vai me levar para aquele quarto agora e se eu não esquecer o meu nome, pode apostar que vou fazer com que se arrependa disso -ameaço no limite da minha abstinência.

—Por um segundo, cheguei a pensar que você pudesse mesmo me bater -debocha, mas seus olhos já estavam no modo predador. Quase grito um “Eba!” ao ver isso.

—Viu o quanto estou rápida? -questiono ainda séria, ele balança a cabeça. -Você pode ser grande, treinado e forte, mas posso muito bem bater e sair correndo! -agora ele se esforça para não rir. -Então o que está fazendo parado ainda? -quase consigo gritar, mas parece ser o suficiente para que ele se livre do restinho de autocontrole que restava.

Connor me joga sobre seus ombros, como se fosse um saco de batatas, me fazendo gargalhar. Sinto um tapa em minha bunda enquanto ele caminha comigo em direção a cama. Agora sim! Sorrio feliz o vendo se livrar das calças.

—Vai ser o seguinte -começa a dizer me chamando, engatinho até a beirada da cama e me levanto sobre meus joelhos para ficar em sua frente. -Primeiro, foi você quem pediu, é bom se lembrar disso -adoro sua voz desse jeito, chega a ser áspera. Confirmo, exultante. -Boa garota, agora vira!

Então, alguns minutos depois não sabia meu nome, não sabia de nada que não fosse ele e o que estava me fazendo sentir. Apenas Connor existia a minha volta, suas mãos grandes em meu corpo, sua voz rouca e firme me fazendo delirar com cada toque. Nessas horas eu posso entender as garotas que o ligavam feito loucas, é como uma droga extremamente viciante e quase não posso acreditar na sorte que tive por ter comprado o estoque completo dela.

Acho que passavam das quatro horas da tarde, estou jogada com metade do meu corpo repousando sobre o corpo dele. Ficamos nessa toda a manhã. Pedi comida quando não tínhamos mais forças, apenas por uma recarga necessária, ele atendeu a porta, comemos na cama e voltamos ao que interessava. Agora sou incapaz de sentir minhas pernas, exausta, mas tão satisfeita quanto se pode ser. Resolvemos ignorar nossos problemas por esse dia, a noite começamos a lidar com eles, mas na vida que levamos pequenas vitórias devem ser comemoradas.

—Ah, você quer me matar! -reclama com sua voz rouca, quando traço beijos por seu pescoço, me fazendo dar risada.

—Connor Hawke, pedindo arrego? -me levando sobre meus cotovelos para ver seu rosto lindo, suas bochechas estavam rosadas pelo excesso de exercício, mas fazia tempo que não parecia tão feliz assim. -Se eu conto ninguém vai acreditar -ele sorri tombando a cabeça no travesseiro. -Acho que estamos vivendo um momento histórico! -debocho.

—Bom, se disser que foi a mulher com quem me casei que conseguiu alcançar essa façanha, vai tudo fazer muito mais sentido -pronto, meu coração dispara como se não estivesse com ele mais do que dois dias. -Como no mundo pude ser tão sortudo? -me olha e vejo o desejo queimando em sua face. Acaricio seu rosto, e beijo o canto de seus lábios. -Eu te amo, Lu.

—Eu te amo -respondo com um sorriso largo.

Em algum momento nós dormimos, acordei com o dia claro e a cama vazia ao meu lado. Visto uma de suas camisas e saio a procura dele. O vejo de costas, apenas com a calça de moletom, cozinhando. Tudo se revira dentro de mim, seus músculos se contraem quando ele lança as panquecas no ar para virá-las com uma só mão, enquanto pega os temperos que precisava com a outra. Sabe bem que estou aqui e está dando um show particular como cortesia. Seria muito rude ignorar um esforço desse tamanho, então me sento na bancada e fico vendo, como um cão em frente a uma máquina de frango assado.

—Como eu consegui fazer isso por quatro anos, sem fraquejar nenhuma vez? -tento fazer auto analise e Connor se vira, colocando um prato com panquecas a minha frente.

—Cuidado com exposição corporal e um autocontrole invejável -responde sorrindo. -Bom dia -se inclina sobre a bancada para me dar um selinho. -E nós fraquejamos, umas três... -parece contar mentalmente.

—Tudo bem, formam 1461 dias -começo a montar nossa defesa. -E nos beijamos em cinco situações diferentes. Seria uma fraquejada a cada 292,2 dias, o que dá 5% um número incrível, considerando a forma que nos afetamos.

—Amor, ainda bem que você é gostosa, por que minha cabeça está doendo só de saber que fez todas essas contas enquanto falava -debocha dando a volta na bancada para me beijar de verdade. -Tão nerd. -diz com seus lábios nos meus, me pegando no colo, e então estou sobre a bancada com ele entre minhas pernas. Acho que vamos mesmo compensar o tempo perdido, não que me importe.

Entro na caverna a tarde, Felicity ficaria por conta da empresa essa semana, disse que merecia a folga depois de tudo. Connor também ganhou dois dias no gabinete do pai, eles estão mesmo querendo nos compensar e não vamos ser idiotas de ficar protestando. Ele brinca com a aliança em meu dedo enquanto procuramos alguma alma viva dentro da caverna. Sara e Wally estão no tatame, sentados de frente um para o outro, tão imersos em seus sentimentos que nem percebem nossa presença, os observo se inclinarem em direção ao outro, fascinada. Connor finge uma tosse quando estavam prestes a se beijar.

—Onde está Damian? -olho em volta, vendo Connor colocar minha mochila sobre uma cadeira.

—Sério Lu, vai me trocar mesmo? -então Wally está na minha frente com a maior cara de traição possível, me fazendo gargalhar em resposta. -Foi brincadeira? -pergunta confuso olhando para os outros dois. -Ela estava brincando, não estava?

—Saudades do seu drama -murmuro feliz e ele parece esquecer o dilema, me abraça apertado, tirando meus pés do chão.

—Sinto muito por tudo -sua rara seriedade me emociona. Nego com a cabeça incapaz de falar sem gaguejar e o abraço novamente. -Foi bem dificil te ver se culpando e não poder fazer nada.

—Está tudo bem agora que voltou. Obrigada por voltar -sinto um beijo no alto da minha cabeça. -Mas agora é sério, Isis e Damian, onde estão? -olho para Sara me soltando de Wally.

—Isis está com Laurel, disse que precisava resolver umas coisas com ela sobre seu tratamento -verdade, me esqueci que tinha isso também. -Depois parece que nossos pais querem dar uma festa e ela vai precisar organizar algumas coisas com Thea. Mas vai chegar antes da ronda, Damian...

—Chegou -escuto a voz grave dele, que ergue o braço a caminho de onde estávamos. Joga a mochila de qualquer jeito, perto de onde a minha estava e estende a mão para o Wally, com um sorriso contido nos lábios. -Cara, podia ter voltado antes -implica, mas seus olhos brilhando acabam com a pose indiferente que queria mostrar.

—Dam, minha criança mais doce -Wally o abraça como Sam naquele episódio de supernatural, só faltou dizer que ele é precioso demais para esse mundo. E fico rindo entre Sara e Connor, assistindo o olhar de desespero no rosto do nosso morcego. -Nunca mais, nunca mais vou deixar que te chamem de demônio na minha frente! -minha barriga já estava doendo a esse ponto, Dam por fim percebe que se não retribuísse ficaria naquela tortura para sempre e abraça o Wally que se dá por satisfeito e o solta.

—Onde está a Nina? -pergunta tentando tirar o foco dele, fofo, mas inútil.

—Com meus pais. -Sara responde. -Então, como vai ser isso de treino agora que meu marido voltou -enche a boca.

—Não sou territorialista, mas estou morando em Star City e fica mais fácil eu treiná-la ao Wally que tem toda a Keystone para cuidar -argumenta sem nenhuma expressão, depois se vira para me olhar. -Se sente melhor, pareceu ser bem dificil se livrar dele ontem? -aponta para Wally que revira os olhos, mas já conheço o suficiente de Damian para saber que não foi uma cutucada.

—Muito bem -garanto.

—Dam, eu sou um velocista, posso literalmente estar em dois lugares ao mesmo tempo -reclama me puxando para o lado dele, olho para Connor e Sara clamando por socorro, mas os dois tinham sorrisos divertidos nos lábios como quem assiste seu programa preferido na televisão. -Posso treinar a Lunna como sempre fiz, sou grato por ter cuidado da minha amiga, mas agora eu voltei...

—Só eu que acho que esse discurso não está sendo usado da forma certa? -pergunto a minha melhor amiga e meu marido que não se importavam.

—Consegue se ouvir, West? -Dam pergunta, começando a perder a paciência.

—Tudo bem. -Connor me tira do meio deles e fico atrás de seus ombros encarando os dois irritada. -Vamos fazer assim, temos que treinar com toda a equipe uma vez por semana, isso vai passar a incluir a Lunna, as terças continuam sendo do Wally e Damian fica com as quintas -faz careta para os dois. -Não vou ficar negociando minha esposa com vocês, então é isso ou nada.

—Pode ser. -dizem ao mesmo tempo.

—Idiotas -murmuro e Sara joga o braço em meus ombros, rindo, tudo e qualquer coisa pareciam a fazer rir hoje.

—Sabe, eu quero mesmo é saber o que Connor recuperou! -fala encarando o amigo.

—São só algumas habilidades de luta, nada demais -ele minimiza o fato, o que nos faz ficar ainda mais curiosos.

—Qual é Con, o papai tá querendo mesmo um bom treino. -Wally o chama já no centro do tatame. -Sem velocidade, prometo -agora Connor parece se animar.

Eles enfaixam as mãos com habilidade, demoro uns três minutos para fazer o que eles fizeram em segundos. Sara, Damian e eu nos afastamos para assistir, animados demais com tudo. Wally e Connor sempre ficaram empatados quando lutavam sem a vantagem da velocidade do Wally, mas o que vimos a seguir foi completamente novo. Era como ver uma espécie de dominó de movimentos. Wally fazia e Connor reproduzia a perfeição.

—Irado! -Damian exclama ao meu lado como se fosse um menino ganhando uma bicicleta nova. -Deixa eu tentar? -pergunta correndo para eles, Connor sorri e assente para que entre.

Nenhum dos dois o tocava, ele revertia os golpes antes mesmo dos meninos conclui-los. Não sei se é possível me sentir ainda mais atraída por alguém, mas nossa, como queria que essas pessoas desaparecessem e me dessem dez, não, vinte minutos com ele. Acho que Connor acaba de atingir um nível novo de gostosura que até então era impossível a um ser humano.

—Vou entrar! -Sara grita sem poder mais se conter, e passa a fazer a retaguarda do Connor por reflexo, lutando com Wally que sorria sempre que era atingido pela esposa, o que ela tem de bonita tem de assustadora ao lutar. Dam parecia estudar a técnica do líder com um interesse que só o vi ter antes quando tento explica-lo teorias que está estudando ou novas formas de remodelar a interface de um vírus para não deixar rastros.

—Anda Lu -grita para mim, que estava apenas admirando os quatro. -Vem ajudar seus treinadores!

—Vamos ser massacrados -murmuro correndo até eles que me deixam de imediato cara a cara com Connor.

—Pode dar o seu melhor, gata -sorri de lado, me fazendo querer ainda mais aqueles vinte minutos.

—Pega ele pitbull! -Wally debocha no que ele acredita ser um incentivo.

Minha velocidade não é algo que controle como o Wally, ela acontece como uma espécie de mecanismo de defesa. Connor estava se controlando, mas não poderia o acertar sem que ele deixasse. Sorrio ao perceber que isso estava me divertindo, e ele sorri da mesma forma. Wally e Damian me usam como distração, mas Sara ainda o cobria e Wally não vai com tudo para cima dela, foi quando conseguimos reverter. Con estava muito perdido em mim, Wally se controlando para não liberar velocidade com Sara, então Damian consegue passar e dar uma rasteira em Connor. Comemoramos ao pensar que ele cairia, mas a queda se transforma em um salto e ele pousa perfeitamente com um sorriso sereno no rosto.

—Por isso ele não sentia falta de nada. -Dam joga as mãos para o alto demonstrando sua frustração.

—Que merda é essa, Connor? -Wally exclama tão frustrado quanto. -Você é meta ou algo assim? -meu marido dá risada de sua conclusão.

—Isso é só treinamento e muita disciplina -dá de ombros e vejo Sara segurando um Damian além de seu limite de frustração. -Passei anos aprendendo, foi o que me levou a escolher o mosteiro de Ashram. O que faço é ler a forma de combate de um oponente e recriá-la, como a memoria fotográfica da Lu, só que muscular.

—É bem legal! -Sara diz e os meninos murmuram um “é mesmo” emburrados demais para assumir.

Somos interrompidos por meus computadores e quando dou por mim estou na frente deles. -Que bosta, eu ainda tinha mais um dia! -reclamo olhando para várias certidões de óbito.

—O que aconteceu? -sinto a mão de Connor em meu ombro.

—Lembra daquelas pessoas acusadas de roubar as empresas que trabalhavam, que não tinha rastros, só os reféns?

—Não desapareceram? -Dam pergunta ao lado dos outros.

—Sim, mas deixei um programa espião no sistema da polícia, para ser alertada a qualquer movimentação do caso -saio da frente dos computadores para que eles possam ver. -Todas foram encontradas mortas.

—Precisamos dessas autopsias -escuto o Wally dizer, mas já estava digitando. Leio os relatórios sem acreditar.

—Suicídio -murmuro em choque. -Se enforcaram, todos os funcionários que se beneficiaram com o roubo -volto a conferir os relatórios e vejo os horários. -É como um dominó de mortes -mostro para eles. -Começaram as seis da tarde, com meia hora de intervalo terminando meia noite de hoje.

—Parece histeria em massa. -Dam comenta e concordo com um aceno. -O que fazemos, ligamos para o Constantine voltar? Por que isso parece ser o tipo de coisa que ele resolve.

—Ele está com Ravena. -Sara responde, descartando a ajuda. -Vamos ter que nos virar. Isis está com Laurel, talvez elas consigam falar com as famílias.

—A promotoria nem mesmo sabe como tratar esse caso -conto lendo os relatórios. -Posso tentar ver qual empresa andou fazendo aquisições anônimas e cruzar informações, talvez consiga um nome.

—Lúcios mandou um relatório para nossos sistemas na caverna, se quiser posso te dar acesso... -Dam começa a dizer se aproximando. -Mas, você já está lá -conclui e se não estivesse assustada com esse caso macabro, riria da incredulidade dele. -Esses -aponta para uma pasta.

—Não tenho esses dois -aponto para a lista imensa. -Vou levar um tempo tentando chegar à raiz disso -aviso pedindo espaço.

—Vamos nos dividir e investigar. -Con orienta. -Wally e Sara podem ir a funerária, tentar ver alguns dos corpos -os dois se afastam de imediato. -Nós vamos as famílias. -diz a Damian. -Lunna, o que provoca histeria em massa?

—Basicamente um lugar com pessoas -não tem como explicar em termos completamente leigos, então me viro para os dois e passo a dizer calmamente. -Existem casos de ataques de risos que demoraram meses para passar, um aluno começou a rir dentro da sala de aula e um após o outro se juntou a eles. Claro que tem histórias mais macabras como o dos aldeões que dançaram literalmente até a morte, ou uma sala de cinema em que todos entraram em pânico e vários morreram pisoteados em meio ao caos.

—Não tem um padrão, é o que quer dizer? -simplifica, mas não é exatamente a resposta.

—O padrão é o descontrole geral, nesse caso o suicídio. -Dam diz por mim. -Não temos mais do que isso.

—Mas eles não estão juntos – observo incomodada com toda a situação. – Histerias em massa se originam em um só lugar, e essas pessoas foram encontradas cada uma em sua própria casa – Precisam encontrar um ponto em comum – suspiro me virando para o time. – Qualquer coisa em que eu possa trabalhar.

—Então procuramos ligações entre essas pessoas, e Lunna procura entre as empresas -parece um começo, Damian se afasta e Connor toca meus ombros. -Vai ficar bem?

—Claro -sorrio para ele, que se inclina me dando um beijo rápido nos lábios, seu polegar acaricia levemente minha bochecha. -Vou dizer a Isis para encontrar vocês -acrescento quando ele se afasta, o que o faz se virar para me olhar. -Desculpa amor, mas se não forem mulheres, ou homens que se interessem por vocês, você e Damian não tem o semblante assim... -Tento encontrar a palavra. -Amigável? Convidativo?

—Tudo bem -sorri do meu esforço. -Mas só se ela quiser ir.

—Sim senhor! -finjo uma continência e ele sorri com seus olhos brilhando em resposta, então se afasta com um sorriso sereno na face.

WALLY

—Odeio necrotérios – estremeço ao pensar em todas as pessoas congeladas dentro daquelas geladeiras horizontais. -No fim das contas, foi o motivo de me decidir por engenharia. Posso lidar com um corpo isolado, mas pensar em um lugar em que eles literalmente os estocam me provoca calafrios.

—É um sentimento único, meu amor. – Sara implica, enquanto descíamos pelo duto de ventilação, poderia vibrar e atravessar as paredes, mas ela sempre passa mal quando precisa passar por algo assim. – O resto da humanidade acha mais divertido que um passeio no parque.

—Pensou se de repente rola um apocalipse zumbi, somos os primeiros a virar refeição?

—Sério baby, precisa mesmo fazer novas amizades, não está te fazendo bem só ser amigo de nerds do cinema – dá de ombros. – E de qualquer maneira, você é o homem mais rápido do mundo, não seria pego por humanos normais, quanto mais por mortos vivos que arrastam as pernas – faz uma careta. – Também estou precisando fazer novas amizades -pulamos dentro da sala gelada.

—Linda, não está levando em consideração o tempo que travaria com o susto. Pensou nos dois segundos de guarda baixa? -reclamo enquanto abro a primeira gaveta, pobre mulher, poderia ter a vida toda pela frente. – Heleonor Pakens – começo a ler o atestado de óbito. - Quarenta e dois anos, 1,68m, cinquenta e sete quilos. Causa da morte, asfixia –deixo a ficha de lado e espero que Sara comece, mas apenas me olha como se fosse obvio que não irá mexer no corpo a nossa frente. – Amor, quando quiser.

—Por que tem que ser eu? – reclama com um bico que a faz parecer nossa filha.

—Por que é uma mulher, não vou mexer em uma mulher desconhecida, é muito invasivo para a pobre Heleonor – sorrio sabendo que tinha vencido.

—Merda – reclama abaixando o lençol do rosto da vítima. Fico cantando mentalmente The Power Off Love, desde que voltei no tempo a primeira vez, essa música ficou presa na minha mente como se tivesse sido tatuada, bom pelo menos a música é boa. –Além da marca da corda, e uma tatuagem do lado interno do pulso direito, nada demais. Próximo –aponta para a próxima geladeira de defunto. Pega o obituário. -  Andrew Martinelli – começa a ler com um sorriso de vitorioso e totalmente inapropriado enquanto puxa a gaveta. – Trinta e sete anos, 1,83m, noventa e quatro quilos. Causa da morte: rompimento da medula espinhal por forte contusão. Sua vez, querido.

—Sua vez... – remendo enquanto ela se vira. – Esse aqui tem várias tatuagens, nenhum padrão certo, uma cicatriz no joelho -o viro para conferir se a luxação em sua coluna, mas com todas as tatuagens é complicado ter certeza, Sara me entrega um par de luvas e constato por fim o rompimento. -É isso – cubro o corpo e o volto para a geladeira. –O próximo é com você – indico a próxima gaveta.

—Você não deveria estar tão feliz – implica comigo por puro costume.

—Não estou – finjo indignação. – Podemos voltar ao que interessa? – não espero sua resposta e pego o prontuário. – Lara Harier, quarenta anos, 1,75m, cinquenta e nove quilos, meio magrinha, mas não tem nada além do suicídio...

—Ela tem a mesma tatuagem da Helenor, só que em outro lugar, dessa vez é no tornozelo. Olha.

—Eu não! – parecia muito invasivo olhar uma mulher morta e nua.

— Já cobri o corpo dela – juro que posso ver os olhos de Sara virando mesmo estando de costa. Com relutância me viro e lá está uma pequena ampulheta no pulso de Lara, e o mais estranho que Andrew tem uma igual. Puxo novamente ele para fora para que Sara veja, a de Andrew fica na lateral do pescoço sobre algumas outras tatuagens.

—Qual a probabilidade? – questiono pensando que Lunna com certeza teria uma resposta exata para essa pergunta retorica. Começamos a olhar corpo por corpo, e em cada um havia em alguma posição a mesma ampulheta.

—Tirei algumas fotos e mandei para Lunna, nunca vi nada parecido. – Sara fala quando já estávamos fora no IML. – Será que eram parte de uma seita?

— Tipo a Cientologia? Sabe das estrelas de cinema... – dou de ombros.

— Sei, sei – me olha, como se esperasse alguma coisa, só então percebo que era minha deixa para esticar os braços e ela pular para eles.

—Desculpa linda, algum tempo afastado, preciso pegar de volta os velhos e bons costumes – e logo estávamos em cima de um prédio no centro de Star.

—Você quer conversar? -senta no beiral do prédio e indica com a cabeça para ocupar o lugar ao seu lado.

—Não, não ainda. E você? – ela nega e beijo o alto da sua cabeça passando meu braço por sua cintura. Então tudo parece estar apenas certo no mundo, a maldita certeza que antecede toda grande merda. 

ISIS

            -Se me pedir perdão mais uma vez, vou chutar essa bundinha fofa sua. -Laurel diz apertando minhas bochechas entre as mãos como se eu fosse um bebê, com um sorriso doce nos lábios. -Acho que todas as vezes que já repetiu suas desculpas, foram mais do que suficiente.

            -Mas...

            -Percebeu que Tommy fugiu de você, não é? -reclama apontando para a porta. -Temos uma geladeira cheia, não tem o que buscar na padaria. Mas me fala logo o que veio me pedir.

            -Como sabe que não vim só pelos apertos de bochechas e ameaças de espancamentos -dou a ela meu melhor sorriso que a faz dar risada, me puxando para seus braços. -Me desculpa... Ai! -exclamo me afastando e esfregando minha cabeça onde ela me deu um safanão.

            -Qual é Pequena Queen, sabe que a tia Laurel não repete as coisas -me dou por vencida e volto a me recostar nela. -Sentimos sua falta, todos nós -sinto um beijo no alto da minha cabeça e dou um breve abraço antes de me afastar. -Agora desembucha.

            -Eu posso falar sobre minhas visões -murmuro olhando para nossas mãos.

            -Fel me contou, isso é bom. Você se afasta quando não pode ser honesta.

            -Por que todos dizem isso? -reclamo por pura manha e Laurel ignora. -Eu vi uma versão sua em que era casada com meu pai -ela ergue a sobrancelha com um ar de desconforto. -Eu era a pior pessoa do mundo, Laurel, juro que se aquela garota aparecesse em sua frente você a faria virar algo tragável em dois tempos! -exclamo e ela dá risada da minha indignação.

            -O que houve com a Felicity? -suspira com tristeza a olho e vejo compreensão passando por sua face. -Por que não consigo imaginar um universo em que ela exista e Ollie se case com outra pessoa -acrescenta.

            -Bom, parece que Moira ofereceu dinheiro quando soube que ela estava gravida de mim, e vocês estavam de casamento marcado. Conhece minha mãe, deve a ter mandado a minha avó enfiar o cheque em um buraco bem feio! -fazemos careta ao mesmo tempo. -Depois ela se mudou com o tio John, eles foram para Gotham e minha mãe arrasou se tornando o braço direito do Bruce.

            -Não poderia ser diferente.

—Mas todos eram infelizes, Tia. Apenas sobreviviam, e apesar de ninguém ter que combater o crime, não existia alegria. Bom, talvez Damian fosse, mas sinto que mesmo ele não parecia completo. Connor também estava prestes a começar a ser feliz, estava no meio de um projeto pessoal de fazer a Lunna se apaixonar por ele – a escuto dando risada então continuo. – E teve um momento em que colocou a Enjoada Queen no lugarzinho dela! -comemoro.  

—Enjoada Queen? -repete erguendo a sobrancelha e aponto para meu peito.

            -Você passou por muita coisa. -diz com carinho. -Mais do que deveria lidar sozinha -dou de ombros. -Posso entender por que trancou a adaga, tudo isso é assustador e traumatizante. Ver seus pais separados, ou um universo em que um deles morra, assistir a morte de Sara. Só o que quero te dizer é que ninguém te julga, você ainda é jovem e agora é o momento de cometer erros. -me olha como se visse através de mim. -Tem que aceitar que errou Isis, para poder entender que faz parte da vida.

            -Vou fazer meu melhor -prometo. -Mas não era sobre isso que vim conversar.

            -Vai meu bebê, pode pedir! -exagera me fazendo dar risada.

            -Lunna -digo simplesmente e o rosto de Laurel fica sério. -Ela vem...

            -Sei o que vem acontecendo. -diz se levantando e mexe em alguns papeis em um armário. -Acompanhei as primeiras semanas com Connor, seus pais não estavam então estive por perto -explica e me passa os relatórios médicos dela. -Não vai encontrar nada, tudo perfeito. Lunna tem uma saúde de ferro.

            -Mas o que ela precisa é acompanhamento psicológico -argumento lendo os relatórios de psiquiatras e psicólogos vareados. -Nada.

            -Na vida que levamos, não tem muito que se possa abrir para os outros.

            -Por que você não a trata? Já faz isso pelo Time -pergunto.

            -Lunna é minha família, Isis. -Laurel diz calmamente. -Casada com meu sobrinho, irmã do ex namorado da minha filha adotiva. E bem, é a Lunna. Não vou me sentar e ouvir seus traumas sem me afetar ou fazer da minha próxima missão de vida caçar cada pessoa que a machucou até o inferno se preciso.

            -Verdade -suspiro com tristeza e um aperto incomodo em meu peito.

            -Por isso pedi ao J’onn para fazer -ergo meus olhos para ela que tinha um sorriso de satisfação estampado no rosto.

—Melhor pessoa do mundo! -exclamo beijando seu rosto. -Obrigada! Obrigada! Obrigada! – saltito feliz pulando em seu colo a beijando ainda mais.

—E bom te ter de volta baixinha – me abraça forte e me sinto em paz ao saber que tinha o seu perdão, o que me deixa mais leve talvez o motivo de ser inundada por uma imensidão de sentimentos.

—Obrigada -minha voz sai embargada, segurando o choro para não desabar ali.

‘Isis?’ escuto Lunna em meu comunicador. ‘Os meninos vão precisar de um toque de doçura feminina.’ Por algum motivo aquilo soava divertido em sua voz.

Me despeço correndo da minha mentora e encontro Tommy com os lanches na entrada, agradeço pela comida, não antes de roubar um pãozinho recheado de um dos pacotes, beijo o seu rosto e saio em direção do carro, mas ainda consigo o ouvir falar com a Laurel.

—É como um mini furação, mas sentia falta disso.

Lunna me fala tudo o que preciso saber sobre o caso que vinham enfrentando. Os suicídios em massa, empresas falidas, e de como não há nada que os ligasse, mas mesmo assim, mais e mais pessoas estavam morrendo sem um motivo aparente. Passo rapidamente em minha casa, troco meu vestido azul por um tubinho preto a baixo dos joelhos, um casaco e saltos também pretos. Paro o meu carro logo atrás do carro de Connor, na entrada de uma casa do subúrbio de Star.

—Oi rapazes –cumprimento normalmente, talvez animada demais para uma visita fúnebre.  -Oi, rapazes -tento novamente com a voz mais baixa e um ar mais sofrido. Damian ergue uma sobrancelha e Connor franze a testa, parecendo decidir por não dar corda.

—Acho que ainda está cheio lá dentro. -Con, indica a casa no fim da rua. -Algumas famílias optaram por não fazer autopsia. Liberaram alguns corpos hoje cedo.

—Deve ter muita comida. -Damian comenta. -Wally ficou com a pior parte.

—Quem somos? - questiono.

—Representantes das Industrias Wayne e Queen Consolidation -conta enquanto andamos em direção a casa -Vamos oferecer apoio, várias dessas famílias perderam a principal fonte de renda. Lunna já encaminhou a papelada para a abertura de uma nova ONG para nos dar suporte.

—Qualquer dia desses vamos afundar as nossas empresas só para nos encobrir nas missões – paramos no caminho que atravessava o jardim florido no exato momento em que a chuva começa a cair. -Sinistro. –Damian fala enquanto nos três encaramos o céu por um momento, sem querer dar o primeiro passo. – Falar com a família da vítima sempre é o mais difícil.

Essa é realmente a pior parte. Luto é algo individual e sagrado, e entendemos isso. Mesmo sendo um meio para salvar pessoas, esse tipo de triagem sempre me incomoda. Mas curiosamente não era o caso dos que estavam presentes. Se não soubéssemos que aquilo se tratava de um funeral, nunca chegaríamos a essa conclusão. Cada um tem uma maneira de enfrentar a tristeza, mas ainda acho muito invasivo ser rodeado em um momento tão difícil. Uma senhora com roupas pretas luxuosas que carregava uma travessa de vidro cheia de comida para ao nosso lado nos olhando por um minuto.

—Entrem meninos –sorri como se aquilo fosse uma festa. Nós a acompanhamos pela casa, em cada local mais e mais pessoas conversando, algumas com sorrisos, outros com lagrimas nos olhos compartilhando a tristeza.

—Eles deveriam respeitar a família. –Connor fala baixinho só para que eu e Damian o ouvisse.

—São as fases do luto, Connor, uma lida de uma maneira -aponto discretamente para um casal, o senhor cuidava da mulher que chorava e fazia que não com a cabeça. – Negação – do outro lado um cara fumava um cigarro atrás do outros com a expressão irritada. – Raiva. Aqui tem todos os estágios.

—O marido da Marry está ali. Se chama Alan. –Connor aponta discretamente, mas olho além do homem destruído, na parede estava uma foto dele com a esposa Marry e uma garotinha de pouco mais de dez anos.

—Falem com ele, mas tentem ser mais gentis do que acreditam que podem ser com esforço –acaricio o braço do meu irmão, e os deixo. Algo me diz que deveria estar em outro lugar.

Subo as escadas vendo toda a história dessa família exposta nas paredes. Desde o casamento, que não parece ter mais do que seis anos, Marry era uma mulher bonita, com a aparência serena. A beira do mar com um grande sorriso no rosto, depois o que parece ser sua gravides e por fim todo o corredor estava cheio de fotos de uma linda garotinha de cabelos negros como os da mãe e olhos verdes tão expressivos quanto os do pai.  Samanta, leio em uma porta de bailarina.

Sinto Katoptris emanando energia no bolso interno do meu casaco. Empurro a porta e me deparo com algo que não esperava ver. É como ver a torre onde uma princesa repousa, as paredes estavam cheias de bailarinas e estrelas. Bonecas e ursinhos dentro de um saco plástico em um armário aberto, como se estivesse embalando tudo para a mudança, de um quarto que já deve ter sido mágico. Mas no lugar da cama de princesa, estava uma maca hospitalar, com aparelhos e fios demais para sobrar espaço para magia.

 ‘Minha linda bailarina, a mamãe já cuidou de tudo, você vai ficar bem.’ Marry estava deitada ao lado da filha na cama, a abraçava como se a vida das duas estivesse presa naquele afeto. Samanta estava fraca, seus equipamentos mostravam que ela não suportaria por muito tempo. Começo a escutar a voz de alguém desesperado.

‘Como assim vocês a mandaram voltar para casa?’ passa algum tempo, como se esperasse uma resposta. ‘Ela não vai ficar mais confortável em casa.’ vocifera como só um protetor desesperado é capaz de fazer. ‘Vocês não vão largar minha garota para morrer, ela é a minha filha!’ Marry com dificuldade levanta e encosta a porta para não ouvir o que se passava lá em baixo.

‘Vai ficar tudo bem.’ volta para o lado da garotinha. ‘Bebê, preciso que preste atenção agora, juro que vai ser rápido.’

‘Mamãe estou tão cansada.’ Samanta quase não consegue abrir os olhos, deixá-los aberto é uma luta que a criança não parece capaz de enfrentar.

‘Eu sei meu amor, mas é só um pouquinho.’ beija o alto da cabeça da filha e enxuga as lagrimas que começavam a cair teimosas. ‘Preciso que seja boazinha com o papai. Ele não vai entender algumas coisas que você vai passar, por isso precisa ajudar ele a achar uma boa mamãe para ajudar vocês dois. Ela tem que ser boa para você e para ele. Nunca deve esconder nada do papai, ele sempre vai acreditar em você, ele é a melhor pessoa do mundo e sempre vai ser. Seu pai vai te proteger, e você vai precisar protege-lo também. Entendeu Sammy?’

‘Tá mamãe.’ a voz da criança sai como um sopro, quase sem forças. Marry se levanta dá um último beijo, na filha sem olhar para traz, e abre a porta.

‘Estou pronta.’ e como em resposta, os equipamentos de Sammy mostram uma melhora sutil.

A menina, estava deitada na cama, sua cor era melhor do que antes, dormia tranquila, alheia de tudo lá fora. As maquinas que a monitoravam mostrava quase uma pessoa diferente de antes, batimentos, temperatura, quase tudo nos níveis normais.

—O que você fez Marry?

—Isis? – Damian me chama a porta. – Sara está nos chamando. – Conseguiu alguma coisa?

—Vamos, Sammy precisa dormir. –o puxo dali sem entender o que aquilo significava.


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Notas finais do capítulo

Bom galera, as coisa começaram a se apertar agora...
Espero que tenham gostado, e não deixem de me contar o que acharam.
Bjnhos!!!



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