Lua de Sangue escrita por Bruxa Azulzinha


Capítulo 9
A alegria de te encontrar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vão? chegando com mais um capítulo! Boa leitura!



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/ Rin /


— Kagome, vamos te tirar daqui!
— Rin, você tem que sair agora - ela, de repente, começou a tremer - ele vai voltar logo.
— Ele quem? - perguntei.
— Mukotsu. O homem horrível que me mantém aqui e fica me vigiando - ela disse chorosa.
— Nós vamos sair daqui juntas Kagome, eu só tenho que pedir ajuda para abrir essa cela. Está muito bem fechada - falei segurando o enorme cadeado que mantinha a porta lacrada.


Pensei em sair pela janela que entrei, mas talvez alguém poderia aparecer nesse meio tempo e levar Kagome dali.

"Não, eu não sairei do lado dela até que esteja segura".

Então me lembrei do meu celular que estava no bolso da calça.

"Posso ligar para o Sesshoumaru" - pensei, mas só tinha um probleminha: eu não tinha o telefone dele - "Droga. Estou há dois dias na casa dele e esqueci de pegar o número de celular".

"Ahh... Miroku"!

Ele me deu seu telefone quando sai da delegacia naquele dia.
Liguei para ele.

— Rin - Kagome sussurrou com desespero na voz - ele está vindo. Rápido, se esconde atrás do sofá!

Afastei o aparelho do ouvido para escutar o som de passos pesados vindo do teto. Diante disso, fiz o que Kagome mandou.

— Alô? - Miroku atendeu.
— Miroku! Eu encontrei a Kagome, venha rápido, eu estou com ela no quart... - me calei e desliguei a ligação quando vi a portinha quadrada no teto se abrir e uma escada de madeira ser colocada no chão do quarto.

Um homem baixo e gordo desceu os degraus. Ele era estranho, tinha um rosto que não parecia humano, com olhos muito grandes e uma boca tão larga que lembrava um sapo.
Ele foi direto até a cela da Kagome e começou a abrir o cadeado.

— Menina, parece que vieram te resgatar - sua voz parecia com um som de sapo também - vou te colocar nas minhas costas e vamos até o outro esconderijo. He he, não foi dessa vez panacas...
Cerrei os punhos aos ouvir isso e quando o homem abriu o cadeado... me coloquei de pé e me joguei em cima dele.
— Ahhh - ele assustou - quem é você?

O impacto do meu salto sobre ele, fez com que caíssemos no chão. Agora eu estava em cima dele dando tapas e socos com toda a força que eu tinha.

— Kagome - eu gritei enquanto batia nele - sai daí, o cadeado está aberto!
— Garota idiota! - ao dizer isso, ele abriu sua enorme boca e bufou uma fumaça escura no meu rosto, me fazendo ficar zonza e cair para o lado.
"Urgh... O que é isso? Veneno?" - pensei vendo tudo girar.
— Rin! - consegui enxergar o vulto de Kagome saindo da cela e pulando nas costas do homem, mas ele a derrubou no chão também e bufou o veneno em seu rosto.
— Vocês duas não podem lutar contra um youkai, suas idiotas - ele disse, se aproximando de mim para acariciar meu rosto - agora, eu vou te levar comigo, junto com sua amiga.

Uma onda de náuseas começava a me atacar e minha visão era um borrão de cores.

"Droga... E agora?"

De repente, escutei um som de algo quebrando no teto e alguma coisa fazer um baque forte no chão, bem ao meu lado.

— Argh! Como você... - o homem com cara de sapo parecia amedrontado - aaahhh... 
— Seu verme! - era Sesshoumaru...
— Rin! - escutei a voz de Miroku se aproximar também - graças a sua ligação, conseguimos achar esse quarto. Oh.. Kagome... Minha nossa, finalmente te achamos.
Ei! Sesshoumaru! Não o mate ainda, temos que interrogá-lo.
— Eu sei disso - disse Sesshoumaru com o que eu pensei ser um rosnado - se não fosse por isso, você morreria agora mesmo, seu imundo. Tome, coloque logo a algema nele, vou tirar as duas daqui.

Logo em seguida, senti Sesshoumaru me levantar em seus braços.

— Por que você não ficou lá como eu mandei? - ele falou no pé do meu ouvido.
Eu estava enjoada demais para conseguir falar, então só deitei a cabeça em seu ombro como resposta.
Depois ele pegou Kagome com o outro braço, deixando nós duas descansando em seus ombros até chegar ao seu carro e nos acomodar no banco traseiro.

***
***

/Sesshoumaru/


— Taisho! - disse Miroku - temos que levá-las ao hospital. Elas estão sob efeito de veneno.
— Não vai precisar - respondi, abrindo a boca das duas e colocando lá dentro duas folhas da planta mestre contra venenos do meu país - Mastiguem isso, vai melhorar na hora.

Eu sempre andava com um pouco dela na carteira.

Miroku colocou o youkai dos venenos dentro do seu porta malas, inconsciente com o golpe que lhe dei e devidamente algemado.

— Sesshoumaru, o que aconteceu aqui foi grave... Além da tentativa de mais um sequestro, tivemos uma luta com um monstro. Terá que me explicar isso tudo depois, mas antes, vou levar Kagome para casa e fazer um relatório da história toda.
— A minha equipe vai cuidar da sujeira - falei, olhando o resultado da luta contra Ryokusei. O chão do galpão e da garagem estava cheio de pedaços do dragão e sangue - e quanto a esse cara?
— Nós vamos interrogá-lo para descobrir para quem ele trabalha e se sabe algo sobre as outras vítimas.
— Ele é um dos sete zumbis - murmurei.
— Sete zumbis?
— Sim, é uma gangue de sete youkais mercenários e criminosos.
— Certo - Miroku suspirou pesadamente - ah, acho que as meninas já melhoraram.

Olhei em direção ao meu carro e vi as duas se abraçando. 
Uma parte de mim sentiu alívio ao ver a humana viva, ela parecia ser uma amiga muito preciosa para Rin.

— Agora que me dei conta... - disse Miroku - por que a Rin está aqui? Eu estava tão chocado com o dragão que só me toquei com a presença dela depois.
— Ela está sob meus cuidados agora e fez questão de vir junto para o resgate.
Contei a ele toda a história da tentativa de sequestro na frente da cabana dela e o delegado fazia caras e bocas de espanto.
— Ótimo... Mais uma na lista. Vamos ter que manter a casa da Kagome e da Rin sob proteção policial - disse ele, massageando as têmporas.
— Para a Rin não vai precisar - eu olhei no meu relógio, já era madrugada - ela vai ficar na minha casa até pegarmos quem está por trás disso. Proteja a família Higurashi. Talvez tentem pegar a Kagome de volta.
— Está bem... - disse Miroku, tirando a jaqueta de couro que estava usando - amanhã pode ir até a delegacia para depor sobre o ocorrido. Leve Rin com você, ela presenciou bastante coisa.
— Ok.

O delegado então foi até o meu carro, colocou a jaqueta em volta dos ombros da Kagome e a trouxe para a viatura.

— Tchau Rin, até amanhã e obrigada... - a humana falava com uma voz fraca e cansada, depois disso ela olhou para mim - obrigada também moço. Muito obrigada mesmo!
Depois que o carro se afastou, voltei para ver como Rin estava. Ela parecia muito melhor, graças a planta.
Dei ordens para a minha equipe limpar o local cuidadosamente e voltei ao carro para irmos embora.

**


/ Rin /


A viagem de volta para casa foi muito tranquila. Eu me sentia feliz agora que sabia que Kagome estava a salvo e o efeito do veneno havia passado, porém Sesshoumaru não me dirigiu uma palavra desde que entramos no carro.

— Sesshoumaru?
— Sim?
— Ah... obrigada, por nos salvar - murmurei - se você não tivesse aparecido...
— Sim, se eu não tivesse aparecido... essa é a questão - ele ralhou - eu mandei você ficar atrás dos entulhos! Imagine se eu não tivesse aparecido. Você se coloca em perigo muito fácil.

Aquelas palavras me indignaram.

— Ei, eu não sou uma criança Sesshoumaru. Sei que não sou forte como um youkai, mas eu não ia ficar parada vendo todos lutando. Minha amiga precisava de mim!
— Estava tudo sob controle, assim que o dragão fosse morto, voltaríamos para o resgate.
— Até lá aquele Mukotsu já teria levado ela dali - cruzei os braços, agora irritada - não pode mandar em mim como se eu fosse seu cachorrinho. Eu agradeço por ter me salvado, mas também não me arrependo de nada.

Percebi que ele apertava as mãos no volante, irritado.


**


Quando chegamos na casa dele, notei que estava tudo muito quieto.

— Onde estão Jaken e Miuga? - perguntei.
— Estão dormindo - Sesshoumaru respondeu bruscamente - disse que não precisavam nos esperar.

Ele então caminhou até a sala, acendeu a lareira e se sentou no sofá.

— Vai dormir Rin, daqui algumas horas vamos até a delegacia.

Me mantive calada. Estava pensando em tudo que havia acontecido, também pensei no quanto eu estava aliviada, então agradeci. 
Agradeci pela vida da Kagome e da sua família, pela minha, a do Sesshoumaru, Inu, Izayoi e InuYasha e também a do delegado. Eu estava grata por todos que nesse curto tempo já haviam feito muito por mim e aos poucos conquistavam parte no meu coração.
Decidi então fazer uma coisa que, na minha cabeça, era mais do que necessária.
Fui até a cozinha e abri os armários a procura de uma caneca. Assim que a encontrei, peguei leite na geladeira, uma caixa de chocolate em pó na dispensa, açúcar, amido, chantilly e canela.

**

Depois de dez minutos, voltei para a sala com duas canecas fumegantes de chocolate quente.
Sesshoumaru estava concentrado no celular e ficou surpreso com o que viu.

— O que é isso?
— Chocolate quente. Minha mãe dizia que esse é o melhor remédio para um dia exaustivo - estendi uma caneca para ele, que pegou com um pouco de receio.
— Eu nunca bebi isso... 
— Sério? 
— Sempre fui mais de beber café preto. Isso para mim é coisa de criança - ele estava analisando o conteúdo da bebida antes de provar e então bebericou... e seu rosto antes relutante, foi suavizando.
— E ai? O que achou? - perguntei dando uma golada no meu.
— Até que não é ruim... - confessou o youkai, agora dando um gole maior.

Sorri e me sentei ao seu lado no sofá. Ele não pareceu se incomodar com minha aproximação, então fiquei ali com ele, vendo as chamas na lareira, até acabar o meu chocolate.

— Sesshoumaru... - eu o chamei baixinho - como é ser um youkai? 

Ele me olhou com curiosidade quando fiz a pergunta e depois de pensar um pouco, falou: - É muito gratificante, exceto pela parte de ter que se controlar entre os humanos.
— Deve gostar de ser forte e ter muitos poderes...
— Sim - ele disse calmamente - mas o melhor é a longevidade.
— Longevidade? Como assim?
— Eu vivo por muito tempo Rin. Estou neste mundo há muito tempo.

Fiquei de boca aberta quando ele disse isso.

— Séculos? - perguntei arrepiada.
— Sim, muitos séculos, mas se eu fosse um ser humano, iria ter mais ou menos a sua idade.
— Ah...
E então, ele me contou mais sobre sua vida e seu trabalho na empresa Taisho e eu contei a ele sobre a minha história e, de algum modo, aquela madrugada não poderia ter terminado melhor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e obrigada pelos comentários! ♥



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