Corvo Branco escrita por Costtolinana


Capítulo 3
02. Segundo Ano: Melhores Amigos


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Infelizmente ainda escrevo no celular e por isso,os capítulos vão ficar sem revisão até lá.

Espero que compreendam.

Obrigada e até mais.



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No meio da noite, Severus resolveu beber um pouco de água. Passando pelo corredor, resolveu entrar no quarto dos gêmeos e ver se estava tudo bem. Virou uma espécie de mania entrar em seu quarto e olhar para seus rostinhos em sono profundo, delicados com belas bochechas gordinhas, extremamente fofos. Era assim que ele se sentia mais tranquilo, olhar para os pequenos e perceber que estava tudo certo. Ao olhar para os berços, viu que os bebês não estavam lá. 

        Entrou em pânico. Eram pequenos e, mesmo que já soubessem andar, não era possível que eles saíssem do berço sem alguma ajuda. Correu para o quarto para acordar James. Precisava acordá-lo para pensar no que fazer.  

— James, acorde, anda, acorde! — Sacudia o mais forte que conseguia, ele sempre teve um sono pesado. 

— Vamos Sev, apenas volte para cama. — Respondeu grogue cheio de sono. 

— Levanta logo seu idiota, as crianças sumiram.

— Como assim? — Abriu os olhos o mais rápido que conseguiu e se levantou, sentiu tontura pelo ato.

— É isso que você ouviu. Fui conferir os gêmeos e eles não estavam na cama. — Desespero era sentido em sua voz. Não vê-los em seu quarto o deixou uma pilha de nervos. 

— Vamos olhar pela casa. — Se levantou já colocando suas pantufas e foi até a porta depois de seu esposo com a varinha na mão. 

A casa estava escura. A cada passo dado pelo casal era uma espécie de temor. A casa não era pequena mas também não era enorme. Os dois resolveram que morar na mansão Potter seria opressor para somente os quatro, mas, as crianças precisavam de espaço para brincar. Por isso, foram a favor de escolher um casarão perto de uma pequena cidade trouxa, com parquinho para as crianças, sala de treinamento, um laboratório de poções e mais alguns quartos para quando seus amigos, Sirius, Remus e Lily estivessem ali. Ficava ao lado de um vilarejo trouxa, tranquilo e hospitaleiro, longe dos olhares maravilhados do mundo bruxo. 

Descendo as escadas devagar, olhando todos os lados, decidiram verificar se alguém entrou pelo flu sem ser percebido. Até ouvirem um barulho alto e estridente. 

Agora na ponta dos pés,  buscavam o local do barulho. O que os deixou mais confusos foi a bela e gostosa gargalhada que se seguiu. Curiosos, perceberam que o som vinha da cozinha e, ainda na ponta dos pés, rumaram para o cômodo. Eles preferiam estar dormindo. 

Ao entrar, viram a melhor e pior cena de suas vidas: duas crianças cobertas totalmente de farinha, ovos quebrados e totalmente espalhados e um chão todo sujo de leite derramado. As duas crianças Rian enquanto mexiam no que parecia uma massa, divertidos com a aventura de fazer alguma coisa, não se importando com mais nada. Olhavam para os dois com desespero, observando toda a sujeira que foi feita. Estavam da cabeça aos pés sujos, com os cabelos endurecidos pela mistura criada por eles, rostinhos sorridentes enquanto batiam palmas. 

Severus travou cinco minutos antes de apertar a ponte do nariz e suspirou ao dar o primeiro passo em direção às duas pestinhas. James simplesmente caiu na gargalhada, chorando de rir, sem acreditar na pequena traquinagem que seus filhos fizeram. Desaparecendo toda a bagunça, Severus colocou os dois pendurados em seu colo, um de cada lado, e suspirou resignado de que mereciam um belo banho. James ainda ria, o que o fez levar uma azaração ferrante, soltando um grito estridente.

— Isso para você aprender a hora de ficar quieto. — Disse Severus com um tom mordaz. 

Levando os pequenos para um banho quente, foram limpos e trocados, exalando um maravilhoso cheirinho de bebê. Após inspirar bem o perfume do shampoo nos cabelos de Rose, James, totalmente relaxado, voltou para a cama junto ao marido, para descansar o resto da madrugada. 

 

Estava correndo por um corredor, não sabia dizer por quanto tempo. Suas pernas estavam cansadas, seus pulmões estavam em busca de ar, parecia que estavam sendo espremidos por alguma coisa. Parecia que o corredor não tinha fim e o desespero começou a tomar conta de seu corpo. Foi quando sentiu uma pancada, como algo pulando em cima de si. Seus sentidos ficaram estranhos e tudo foi saindo de foco. Quando voltou a consciência, continuou sentindo um peso em cima de si e, ao abrir os olhos, viu um pequeno corpo deitado, usando o seu como cama, dormindo um sono tranquilo. Sorriu, fez um leve cafuné na cabeça e suspirou olhando para o teto. Agora entendia o peso que sentia no sonho, era o peso de Harry em cima de si. Como se invocasse através do pensamento, o garotinho abriu seus olhos com uma cara inchada pelo sono, bocejando e fungando quando olhou para o pai. 

— Bom dia, papa — Sua voz era arrastada e preguiçosa, a coisa mais fofa que James poderia pedir pela manhã.

— Bom dia, meu amor, como chegou na cama do papai? — Perguntou enquanto penteava os cabelos rebeldes com os dedos, uma marca da família Potter.

— Dali — Apontou para a porta dando um sorriso sonolento. 

— Queria saber com quem você aprende a dar esse tipo de resposta. — Apertou a bochecha do garotinho enquanto ele dava uma bela gargalhada, principalmente pela careta que seu pai havia dado depois que falou. 

— Eu acho que a culpa recai apenas sobre você mesmo. — Respondeu Severus ainda sonolento, segurando uma bela menininha que ainda dormia em seus braços. 

— Ei! O rabugento desse relacionamento não sou eu, vou logo avisando. — Soltou um grito com o tapa que levou do seu esposo no braço, ainda murmurando um "violento" para o outro. — Desde que horas que esses dois estão aqui?

— Duas horas depois que você dormiu — Fazia agora um lento cafuné em Rose que ainda dormia pesadamente em seus braços. 

— E como eu não percebi? 

— James, o mundo pode estar virando do avesso que você ainda dorme como se estivesse morto. — Virou e olhou para ele com um sorrisinho de desdém em seu rosto. — Não era como se fosse esperado que você percebesse. 

— Eu sou atento sim, isso é injusto. 

— Você é atento em seu trabalho meu amor, quando se trata de sono você é um alvo fácil. — Severus beijou seu rosto e começou a se levantar com a pequena Rose em seus braços, a ninando enquanto sussurrava em seu ouvido palavras de conforto para ajudá-la a acordar. 

— Bom, parece que alguém é igual a mim nesta casa — Sorriu para a bela cena protagonizada pelo seu marido, enquanto ele mesmo pegava Harry em seus braços e se levantava da cama. 

— Ao menos temos um madrugador com eu — Apontou para a criança no colo de James — Nem tudo está perdido. 

Saindo para a cozinha, os dois colocaram os gêmeos cada um em sua cadeirinha de cada lado da mesa enquanto sentavam em seus lugares habituais, esperando os elfos domésticos fazerem o café da manhã. 

— Tina, está tudo pronto? — Falou Severus com carinho para a elfo doméstico. Tina era a melhor desde o começo que Severus e James abriram sobre seu relacionamento para os Potter. Carinhosa e que sempre ajudou os dois em tudo que precisavam, ela foi uma das escolhidas para viver com eles, já que possuíam um grande carinho por ela. 

— Está quase pronto menino Severus, só mais uns minutos. — Olhava para a família com verdadeira adoração. Eles eram os mestres que ela tinha escolhido para si, mesmo que um elfo doméstico não deveria escolher seus mestres e servir quem fossem feitos para servir. Eles sempre a tratavam com amor e carinho, cuidando dela assim como ela cuidava deles, uma relação de duas vias.

As crianças, depois de acordarem totalmente, estavam bem agitadas. Conversando alegremente e brincando um com o outro, tendo aquele tipo de conversa que somente os dois pareciam entender. 

Como a maioria dos gêmeos, eram conectados por uma força totalmente inexplicável. Mesmo pequenos, se podia ver traços fortes de suas personalidades. Rose era expansiva e agitada, estava sempre correndo na ponta dos pés. Era como James, dormia feito uma pedra, e era extremamente superprotetora em relação à Harry. Já o Harry era uma criança bem mais calma. Corria sempre atrás de sua irmã mas mal aprontava alguma coisa. Era parecido com Severus, quieto e com sono leve, parecia que sempre entendia as coisas que estavam acontecendo de maneira muito rápida. Aqueles olhos cor de esmeralda parecia que guardava segredos profundos. 

Naquela manhã era como todas as outras. Os pais perguntaram como os pequenos saíram de seus berços e a única coisa que Harry respondeu foi "Não é difícil, é só subir", ou seja, eles aprenderam escalar.

— Maravilhoso — Respondeu Severus de modo sarcástico. 

— E o que vocês estavam fazendo na cozinha? — James queria sanar a dúvida que tanto ele quanto seu marido tinham quando os encontraram cobertos de sujeira. 

— Fome — Disse Rose animada.

— Biscoito — Respondeu Harry. 

Ou seja: os pestinhas estavam com fome e por algum motivo tentaram fazer biscoito. 

— Fantástico — Mais uma vez Severus resmungou tomando seu café sem açúcar. 

Quando Alice chegou foi aquela festa. Todos os dias eram assim. Ela vinha buscar as crianças e as levava para a Mansão Longbottom, onde os dois mais seu filho Neville brincavam o dia inteiro. Quer dizer, não o dia todo, ela fazia questão de ensinar algumas coisas de acordo com sua idade. Ensinava as letras ou canções, mostrava algumas plantas mágicas, com o total cuidado para não serem machucados, as cores e a pequena conexão que cada um tem com a magia. 

A magia fazia parte de todos e estava ligada a sua força vital. Conhecer sua magia desde a infância era um jeito de melhorar seu controle e desempenho quando ganharem suas varinhas. Algumas famílias antigas ensinavam aos seus filhos a importância da conexão. 

Neville sorriu e saiu correndo na ponta dos pés para abraçar seus amigos. Todos estavam soltando gargalhadas enquanto balbuciavam aquela linguagem que somente os bebês entendiam. Era uma cena bonita, todos ainda ficavam bobos quando olhavam para a amizade que foi construída desde os seus um ano de idade, sabendo que o tempo fortaleceria esse laço.

— Bom dia, queridos. Como estão? E porque está com essa cara azeda Severus?

— Essa minha cara azeda como você diz é o desespero pela travessura dos meus filhos, isso sim.

— O que eles fizeram dessa vez? — Perguntou levantando a sobrancelha de maneira interrogativa.

— Eles somente aprenderam a sair do berço. — Seu tom de voz agora parecia um pouquinho desesperada — E na madrugada pegamos os dois na cozinha tentando fazer biscoitos. Nunca tinha visto uma criança tão suja na minha vida — Apertou a ponte do nariz exasperado, recordando da madrugada.

— Bom, não sei do que você está reclamando. Neville achou onde guardamos os chocolates favoritos dele e, sua primeira magia acidental foi fazer eles flutuarem até ele. Quando percebemos, tínhamos uma criança suja e com dor de barriga. — Disse suspirando ao se lembrar do ocorrido.

— E dizem que os dois anos é a pior idade. — Disse James

— Não eram os três anos? — Perguntou Alice.

— Não importa, só quero estar preparado para as travessuras desses dois. — James olhou para seus filhos com amor. Mesmo que os dois fossem pestinhas, ainda eram junto com Severus a razão de sua existência. 

— Vindo de um pai que já foi o terror na escola, já sabemos o que esperar — Severus terminou com um sorriso no rosto, imaginando quantas cartas de reclamação ele receberia quando fosse a hora dos dois irem para Hogwarts.

Se despedindo de sua amiga e de seus filhos, cada um foi para as suas obrigações do dia, esperando para o momento em que eles poderiam relaxar como uma família novamente. 



Duas semanas depois, Severus recebeu uma carta do seu melhor amigo, Lucius Malfoy. Lucius tinha sido um Comensal da Morte que foi obrigado pelo seu pai a se juntar ao exército do Lorde das Trevas. Abraxas, na época patriarca da família, usou a maldição Imperius em seu próprio filho, como um modo de que ele fizesse todas as suas vontades. Quando Lucius conseguiu ser forte o suficiente para superar a maldição, resolveu pedir ajuda a Dumbledore que o fez um espião da Ordem da Fênix. Foi com seu testemunho e de Severus que ele conseguiu escapar de uma estadia em Azkaban. Perturbado com tudo que aconteceu, resolveu se retirar para a França por um tempo, para se sentir mais confortável depois de tudo o que foi obrigada a passar. 

Na carta, seu amigo diz estar voltando para casa e que gostaria de vê-lo além de conhecer os gêmeos, uma coisa que com todo o cenário em que eles estavam não foi possível. Severus, animado, resolveu esperar por James para trazer o assunto à tona, sentindo a enorme saudade do seu amigo e irmão do coração. No jantar, resolveu abordar o assunto.

— Não vejo porque não, sei que você sente a falta dele. — Respondeu James após ler a carta mandada pelo Lorde Malfoy.

— Ele foi o primeiro a me ajudar além de Lily, acho que seria bom estar junto novamente. — Estava um pouco eufórico, o máximo que conseguia demonstrar para não parecer totalmente animado com a ideia de rever seu melhor amigo.

— Marque para próxima semana, tenho certeza que será um bom momento. Ele tem um filho, não é? — Se recostou na sua poltrona e sorriu para seu esposo.

— Sim, o pequeno Draco, meu afilhado. — Sorriu também ao pensar na criança que não teve a oportunidade de estar perto por conta dos fatores. Pensou em como ele era, seu sorriso ou sua gargalhada, se ele se daria bem com os gêmeos. Desejava no fundo do seu coração que sim, pelo bem dos seus pequenos e do seu afilhado.

Na semana seguinte, James voltou mais cedo do trabalho, tudo estava pronto para receber seu amigo. Quando a lareira queimou avisando que os convidados chegaram, o casal estava na sala, cada um segurando uma das crianças.

— Fico feliz que você pôde vir Lucius — Havia sinceridade na voz de Severus, procurando qualquer sinal de que seu amigo não estivesse bem.

— Sou eu que fico feliz em poder estar de volta. — Sorriu de modo relaxado, o que era visto somente pelos seus amigos e família. — Este aqui é Draco, meu amado filho. — Apontou para a criança que tinha a mesma idade de seus filhos. Era loira com grandes olhos prateado e bochechas gordinhas. Se escondia atrás do pescoço da sua mãe, sempre olhando para os outros antes de voltar a se esconder.

— Ele é a sua cara — James também estava animado, ver seu esposo radiante era a maior felicidade que tinha em sua vida.

— Exato. Eu fico indignada que eu tenha carregado por nove meses para que ele seja uma cópia pequena do meu esposo. — Narcisa sorria para a família a sua frente, admirando como todos juntos faziam uma cena muito bonita. 

O jantar foi tranquilo, todos conversaram sobre o tempo da família Malfoy na França, sobre a região montanhosa que moraram, os campos e toda a tranquilidade do lugar. Falaram sobre a viagem de volta e de como estavam se instalando na antiga mansão Malfoy, retirando coisas que traziam memórias tristes na época em que Abraxas foi o chefe da família, das escolhas que ele tinha feito por Lucius. Também se livrou de vários objetos contendo magia negra, entregou para Dumbledore pois achou que ele saberia melhor o que fazer. 

Durante o momento em que colocavam o papo em dia, as crianças foram deixadas perto num cercadinho, onde os adultos pudessem ficar de olho. Draco era uma criança tranquila, brincando alegremente enquanto conversava com Harry aquele papo que somente crianças entendem. Já Rose estava sendo geniosa como sempre. Animada pela presença de um novo amigo, ela sempre estava do lado de Draco, mostrando seus brinquedos e conversando sobre sua casa, seu amigo Neville e seus brinquedos, não parando quieta.

Os adultos estavam felizes. Parecia que as crianças se deram bem desde o começo, iniciando uma bela amizade que, se depender dos seus pais, vai se seguir por muitos anos ainda, 

Na hora da despedida, houve uma enorme crise de choro, nenhuma das crianças queriam se separar, agarravam umas nas outras para evitar que fossem tiradas dos seus braços. Foi difícil mas, com muita adulação, palavras calmantes e promessas de que se veriam de novo, a família Malfoy foi para casa enquanto Severus e James levaram as crianças para a cama que estavam exaustos de tanto chorar. Não se sabia do porquê uma reação tão forte assim com crianças que acabaram de se conhecer, só sabiam que essa amizade ainda iria render muitas coisas. Não sabiam se eram boas ou ruins. 



Os dias passaram rápido e, quando menos percebeu, já haviam se passado dois meses e agora, estava perto do aniversário dos gêmeos. Seus pais e padrinhos estavam mais do que felizes de organizar uma pequena festa, somente para a família e conhecidos, longe da mídia. Até agora, todos conseguiram com sucesso manter as crianças longe dos holofotes, não sabiam até quando. 

Sirius era o mais animado, já estava pensando em todas as brincadeiras que teria na festa. Claro que Remus e Lily tiveram que colocar limites no homem.

— Almofadinhas, não. — Remus foi categórico em sua resposta.

— Ah, qual é Remus, vai ser legal, as crianças vão amar. — Sirius fazia beicinho atrás de convencer seu esposo.

— Já disse que não. — Respondeu parecendo irritado, respirava fundo para não dar uns tapas no rosto bonito do animago.

— Qual é o problema? — Lily tinha acabado de chegar e viu a cena, um Remus irritado e um Sirius ajoelhado segurando a barra da calça do Aluado. — O que foi que ele fez?

— Ei, não fiz nada! — Exclamou agora irritado, encarando sua amiga e bufando.

— Ainda não fez porque eu não deixei. — Respirou fundo para conter a irritação que vinha crescendo enquanto conversava.

— Ok, o que ele queria fazer então? — Curiosidade pintava o rosto de Lily.

— Ele apenas queria jogar baldes de tinta em todo mundo como uma brincadeira no meio da festa.

— Até aí não vejo problema nenhum. — Respondeu. 

— Esqueci de dizer que a tinta é semipermanente e só sai depois de uma semana. — Olhava para o rosto de sua amiga e viu quando compreensão passou por seus olhos esverdeados. — Ele queria fazer isso com todos nós, até com as crianças. As crianças não seriam um problema, mas…

— Ir para o Departamento de Mistérios colorida de verde da cabeça aos pés por uma semana não é uma situação que eu sinto vontade de passar.

— Imagine James todo colorido indo ao trabalho como Auror totalmente pintado e ain- 

— Ele iria amar a piada, James sempre ama piadas — Resmungou Sirius num canto, como se para justificar sua brincadeira.

— Eu ia dizer que imagine como Severus iria reagir a brincadeira. — Remus terminou jogando a sua última cartada para cima do seu marido.

Foi eficaz. No momento que ele citou o nome de Severus seu rosto ficou pálido, seus olhos assustados, imaginando a vingança que seu amigo faria com ele se o pegasse como autor da pegadinha.

— Ok, você venceu, sem pegadinhas com tinta. — Respondeu rápido.

— Ótimo.

— Mas…

— O que foi agora Almofadinhas?

— Você bem que poderia deixar que eu fizesse um campeonato de balões d’água. Não machuca ninguém, nem vai manchar as pessoas de tinta e seria divertido para as crianças. Por favor, nunca te pedi nada Remus, vai, diz que sim. — Ainda de joelhos, segurava novamente nas calças do seu marido como se fosse uma criança birrenta. 

— Você sempre me pede coisas Sirius, e todas as vezes você diz que é a última.

— Por favor, por favor, por favor, por favor, por fa-

— Ok, tá bem, aceito. Agora pare de ser infantil e suma da minha frente. — Disse Remus já irritado  fazendo gesto um a mão, ele queria apenas azarar seu amado marido.

Sirius saiu saltitando como uma criança que acabou de ganhar um doce, totalmente feliz por mais uma vez vencer a guerra de vontades com Remus. 

— Uau, dessa vez você demorou mais para fazer o que ele queria. — Lily estava ainda observando a interação do casal, segurando seu riso a todo momento.

— Ei, nem sempre eu faço as vontades dele. — Depois de falar, sua amiga olhou intensamente, o que o fez suspirar em derrota. — Certo, talvez possa ser que eu faça algumas de suas vontades. — Lily olhou ainda de modo intenso para o amigo. — Certo, ok, você venceu. — Quase gritou — Feliz? — Disse frustrado.

— Muito bem, é bom saber que você é um lobo consciente. — Sorriu para Remus. — E é você que tem a difícil tarefa de viver junto de Sirius, não sei quem mais poderia exercer esse martírio. — Chegou perto do Aluado e passou seu braço por cima do seu ombro. — Agora vamos antes que ele resolva fazer a competição em uma guerra e deixar várias pessoas incapacitadas no caminho. 

Eles realmente tinham razão para temer Sirius. Quando chegaram perto dele, estava murmurando sozinho sobre quais as melhores táticas para destruir seus inimigos e qual seria sua canção de vitória quando dançava em cima dos seus corpos.

Estava tudo indo bem na pequena festa. Seriam a Lily, os Lupin-Black, os Malfoy e os Longbottom. Não precisava vir mais ninguém, era algo para amigos íntimos. 

Tudo estava bem decorado, sorvete e bolo estavam garantidos para os pequenos e para Severus que, não admitia mais era fissurado em doces. Um pula-pula, escorregador, balanço, tudo meticulosamente organizado para alegria de todos. Claro que ainda haveria a guerra de balões d'água, ninguém conseguiu fazer Sirius desistir. 

Os Longbottom foram os primeiros a chegar, trazendo Neville pendurado em seu colo super animado, sabendo que veria seus amigos. 

— Boa tarde, como estão as crianças, ansiosas? — Sorria enquanto segurava Neville que olhava ao redor procurando alguma coisa. 

— Acordaram às cinco e meia da manhã totalmente ligados numa bateria de 220V. — Severus bagunçava os cabelos do pequeno Longbottom enquanto ele ria. 

— Não sei quem seria a pessoa madrugadora que conheço a quem essas crianças poderiam ter puxado. — Comentou Lily que usava um vestido rodado e florido, totalmente pronta para o verão. 

— Não tenho culpa se as pessoas com quem convivo são preguiçosas. — Empinou o nariz e sorriu esnobe. 

— Amor, você é totalmente fora da curva quando se trata de acordar cedo. — Falou James vindo com os pequenos, cada um pendurado de um lado do seu tronco.

Quando as crianças se viram, começaram a se mexer para descer do colo de seus pais, na intenção de se reunirem. Os três se abraçaram forte e começaram a conversar. Observados pelos adultos, os pequenos começaram a correr pelo jardim, brincando de pega-pega.

— Ei, diabinhos, vão com calma.— Gritou Lily do seu lugar, se separou do resto dos adultos para ficar perto das crianças. 

Pouco tempo depois, os Malfoy chegaram carregando um Draco animado por rever seus amiguinhos. Assim que viu os gêmeos e Neville brincando, saiu do colo de sua mãe e correu em direção a eles.

— Draco — Gritaram animados ao ver seu amigo correndo em sua direção.

Neville olhou para os três e se sentiu estranho. Parecia que alguém estava roubando seus amigos, eles eram seus! Fechou a cara para Draco e ficou olhando para os outros. 

— Draco, esse é Neville, meu amigo. — Falou Rose feliz, apontando para o garoto que ainda estava emburrado.

— Oi — Disse o Malfoy tímido. Nunca tinha conhecido outras crianças e agora, estava adorando todos eles.

A birra de Neville não durou muito tempo, depois das apresentações todos foram brincar no pula-pula sobre o olhar de águia de Lily. Durante a brincadeira, Neville sempre verificou se seu agora novo amigo estava bem, sorrindo novamente para todos. 

Enquanto os adultos conversavam, Sirius apareceu carregando um balde cheio de balões e Remus vinha atrás dele. 

— Bom dia, família, todos prontos para a melhor parte da festa? — Disse um Sirius animado e cheio de energia. 

— Para que tudo isso? — Perguntou Frank levantando uma das sobrancelhas.

— Para que mais se não a nossa guerra de balões. Vou organizar tudo antes de começar. — Saiu cantarolando uma música alegre. 

— Por favor, digam que estão animados ou ele não vai parar de infernizar até você o azarar — Pediu Remus num tom suplicante olhando para seus amigos. 

— Eu posso azará-lo se quiser. — Lily que voltou para o grupo para beber um pouco de água levantou a mão quando se voluntariou.

— Eu agradeceria se você mantivesse meu marido inteiro. Por incrível que pareça ainda o amo. — Remus suspirou dramaticamente.

— Não se preocupe, deixo ele no máximo incapacitado.

— Nós temos um trato. — Os dois apertaram as mãos. 

Durante toda a tarde, todos se divertiram. As crianças brincaram com os brinquedos e na hora da guerra das bexigas as crianças ficaram de fora por uma coisa simples: Sirius fez o erro de acertar um balão bem na cabeça de Lily. Ela como vingança correu atrás do animago com sangue nos olhos. Ela infelizmente acertou James que levou isso como um desafio e correu atrás dos dois. Depois acertaram Narcisa que explodiu um balão na cara do seu primo Sirius, o fazendo ficar inconformado e querer acertá-la de qualquer jeito, o que acertou Severus. Em sua raiva, conjurou um balde de água e jogou em cima da cabeça do Black. No fim, todos os adultos foram envolvidos e o que seria uma brincadeira inofensiva se transformou numa guerra onde todos ficaram terrivelmente molhados. Menos as crianças que estavam bem comendo um pouco de bolo com sorvete, observados de perto por Tina. 

Ao ir embora, as crianças não queriam se separar, o que fez Alice convencer os Malfoy a deixar Draco com ela na segunda para que as crianças pudessem estar juntas. O que foi aceito por conta da felicidade do pequeno ao encontrar amigos. 

Quando todos foram para casa, só restou dois pais cansados e molhados, além de duas crianças exaustas prontas para irem para a cama. Após colocar os pequenos na cama, o casal se recolheu em seu quarto no intuito de descansar. No dia seguinte, todos acordaram tarde, mas totalmente descansados. 



Era Natal, uma data esperada por muitos e não era diferente para a família Potter-Prince. Era o primeiro feriado que eles puderam comemorar totalmente desde tudo o que tinha acontecido, pois, naquele fatídico ano que aconteceu tudo que aconteceu, eles preferiram comemorar somente os três. Agora, eles enfeitavam a casa com guirlandas e vários enfeites por todos os lugares. 

Lily foi a primeira a chegar, distribuindo sorrisos e dando beijos estrelados nos afilhados, para alegria deles. Sirius chegou depois vestido de Papai Noel, com barba e tudo, desejando um Feliz Natal e distribuindo bugigangas para todos. Alice e Frank chegaram com a famosa alegria da família e os Malfoy entraram na mesma classe de sempre. 

Na troca de presentes, as crianças fizeram a troca entre si, sorrindo quando rasgavam os papéis dos presentes e os adultos sorriam felizes para o momento de comunhão e alegria. 

Antes da ceia, Sirius se transformou em Almofadinhas e saiu correndo e latindo pela neve brincando de correr atrás das crianças e quando o tempo esfriou demais, voltaram para dentro para aproveitar a maravilhosa ceia feita para aquele dia. Satisfeitos e cheios, foram se confraternizar em frente a lareira, aproveitando o tempo em companhia dos outros. 

Harry pediu colo para Sirius, já se sentindo sonolento, quando aconteceu. Com um espirro, o cabelo do Black deixou de ser escuro para virar rosa bem intenso. Todos ficaram surpresos e olhando para a cena paralisados. Foi isso, a primeira magia acidental de Harry. 

— Esse é meu garoto, viu Remus, viu o que ele fez? — Sorria orgulhoso e bobo — Tinha que ser meu afilhado — Estufou o peito, cheio de orgulho.

— Eu acho que se ele morrer agora o sorriso dele vai ficar paralisado assim no rosto — Lucius sorriu para alegria que todos estavam sentindo. A primeira magia acidental é um evento feliz de toda a família. 

— Vindo do cachorro, eu consigo ver seu rabo balançar. — Disse Lily maliciosa, querendo perturbar o animago. 

— Vocês estão com inveja, não é o cabelo de vocês que ficou rosa estiloso assim. — Empinou o nariz fungando de maneira esnobe.

— Ainda bem — Disseram todos juntos.

Quando as crianças finalmente se entregaram ao sono, estavam todas umas enroladas nas outras, como se fossem uma só. E assim, foi terminando a noite, com alegria e sorrisos entre todos, com o amor e a compreensão cercando cada um que estava ali, naquela casa. 

Às vezes, a felicidade é algo simples. 





 

 



 





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