Depois de Você escrita por HR
Caroline comenta com Bonnie e Elena sobre o progresso de Luna, que ela nitidamente estava se esforçando muito pra conseguir superar logo a sua fase de instabilidade e poder voltar a ver seus amigos o quanto antes e voltar a viver o mais próximo possível do normal novamente.
—Mas vocês não acham que tem alguma coisa que não está encaixando na história deles ou só eu não acreditei no que disseram? - Bonnie franze a testa desconfiado, cruzando os braços e analisando a reação de todos.
—Quando Kate ativou sua magia foi num momento horrivelmente traumático que acabou incendiando sua própria casa, então… - Elena complementa as palavras de Bonnie, dirigindo-se à Caroline.
—Exato, não é nada sutil quando isso acontece, nós sabemos. Eu mesma provoquei uma terrível tempestade num dia lindo de sol... - Bonnie fica reflexiva por não ter se dado conta de que não havia feito essa ligação antes.
—Na verdade… - Caroline morde o lábio nervosa, pensando várias vezes antes se deveria contar - Luna sem querer matou uma pessoa, Damon me contou.
No mesmo instante, a porta se abre com Luna e Damon voltando do treinamento e encaram Caroline ao ouvir o que dissera, pasmos. Naquele momento tudo parece desabar para Luna porque muita coisa estava em jogo ali. Ela percebe que não podia confiar em Damon e aparentemente em mais ninguém, fazendo com que duvidasse de toda a ajuda que estavam oferecendo.
—Eu não acredito. - Luna se volta para Damon, extremamente decepcionada.
—Car! - Damon lança a culpa para outro, como forma de amenizar sua responsabilidade.
—Você pediu pra confiar em você e eu confiei. - Luna continua à Damon e depois se volta para o restante, vendo Stefan se aproximar da sala sem entender o que estava acontecendo - E sim, matei uma pessoa. Obrigada por anunciarem a todos a minha derrota, desculpa por ter nascido assim e ser uma grande decepção pra vocês!
—Luna, não estamos aqui pra te julgar, por favor. - Caroline tenta acalmá-la, dando alguns passos na sua direção. - Eu também ma...
—Não! - Ela recua, negando qualquer ajuda no momento - Já vi que não posso confiar em ninguém daqui. Pelo menos essa lição, aprendi bem com vocês.
—Luna…
Damon se volta para ela na tentativa de tranquilizá-la, mas ela ergue as mãos para que não tocasse nela e involuntariamente acaba lançando-o ao longe contra uma das paredes da sala como um vento muito forte. E quando vê o que havia feito, ela se espanta olhando para as mãos levemente trêmulas, mas sem dar o braço a torcer de ficar e pedir desculpas, ela foge.
—Ai, não… - Caroline leva as mãos ao rosto constrangida, percebendo que novamente deveria ter controlado a língua.
—Droga. - Damon se levanta, ajeitando suas costas pela dor da pancada, encarando Caroline em seguida - Por que raios você contou a eles?!
—E por que raios você tem uma bolsa de sangue se vocês foram treinar? - Stefan devolve o ataque, vendo a bolsa de sangue pela metade que acabou voando durante sua queda.
—Você não fez isso! - Elena se levanta irritada do sofá, esperando que a resposta fosse outra.
—Ela precisa ser forte! Vocês estão apenas fazendo com que ela seja morta na primeira oportunidade com esse sangue animal horrível!
—Que oportunidade Damon?! - Caroline ergue as sobrancelhas incrédula, como se fosse óbvio que não teriam com o que se preocupar. - Ela é só uma adolescente...
—Ela estava indo tão bem… - Bonnie suspira, desanimada.
—Você deveria confiar mais em mim e me deixar fazer o meu trabalho. - Elena mantém sua posição de ataque, extremamente irritada. - Eu estava cuidando da alimentação dela!
—Acho melhor a gente se acalmar… - Stefan tenta amenizar a situação, colocando-se no meio dos dois - Vocês podem se resolver mais tarde quanto a isso, agora temos que ir atrás de Luna.
—Eu vi a Luna sair correndo, aconteceu algo? - Lily entra na casa com um celular na mão - E deixou isso pelo caminho.
—Ela não quer ser encontrada. - Bonnie suspira desanimada, pois era seu primeiro impulso para verificar onde poderia estar.
—O que eu perdi? - Lily percebe que o clima estava extremamente tenso e as expressões de Caroline e Bonnie diziam para que ela não quisesse saber.
—Como sempre, perdendo vários acontecimentos da sua família. - Damon responde com desdém e rancor.
—Essa história de novo? Quando você…
—O dia em que eu parar de beber. - Damon sorri debochadamente, pegando sua garrafa de bourbon. - Nunca.
Ao ver que maior parte de sua raiva havia passado, Luna para de correr e se curva com as mãos nos joelhos para tomar ar e tentar controlar sua respiração. Tudo se passava como num flash na sua cabeça, desde o dia da festa até agora e tudo estava sendo intenso demais. Ela inclusive havia marcado de se encontrar com Kevin, mas a essa altura já estava abortando a missão porque sentia estar alterada demais.
Ela então decide caminhar sem rumo, apenas para distrair seus pensamentos ou então chegar a alguma conclusão do que ela poderia fazer agora. A rua estava vazia, havia apenas pessoas nas proximidades do Grill que se encontravam para beber e rir, inclusive do lado de fora do bar. Então ao se dar conta de que não seria uma boa ideia passar perto de muitos humanos aglomerados, Luna atravessa a rua e acaba esbarrando em alguém sem querer.
—Desculpa, não vi você. - Luna desvia o olhar pra disfarçar suas veias levemente saltadas, continuando a andar na direção oposta ao bar.
—Hey, espera. - O homem a chama de volta.
Ela não iria dar meia volta, mas ao ver que suas veias já haviam sumido, ela respira fundo e se vira para o homem que havia esbarrado. Ela não o conhecia e nem pretendia ficar muito tempo por ali, apenas decidiu ouvir o que ele tinha a dizer.
—Você não me é estranha…
—Bom, você é bem estranho pra mim e se não se importa eu vou continuar andan…
—Seus pais são Damon Salvatore e Kate Wiles, não é? - Ele a interrompe com um ar misterioso e aquela pergunta acaba deixando-a ainda mais incomodada.
—Depende de quem pergunta. - Ela ergue as sobrancelhas de leve, esperando que ele dissesse seu nome.
—Você definitivamente é filha dele. - Ele dá um sorriso quase orgulhoso e dá uns passos na direção dela, que aproveita para recuar. - Não precisa ter medo de mim, sou amigo deles.
—Por que eu tenho a impressão de que isso não é verdade? - Ela o desafia com o olhar e toca o bolso de trás da calça em busca do celular, mas se dá conta de que o deixou cair propositalmente para que não a encontrassem.
—Podemos conversar melhor num jantar. - Ele sorri de uma forma animada, deixando-a ainda mais constrangida.
—Não, obrigada.
Ela percebe que não consegue mais recuar os passos ao bater com as costas na cerca do parque, fazendo com que ele consiga se aproximar o bastante a ponto de deixá-la sem ter como escapar de forma sutil. Era estranho porque ela não sentia vontade de devorá-lo como outros desconhecidos e isso a levou a cogitar a possibilidade de que ele não fosse humano. Então quando ela viu que ele continuava se aproximando, ela tenta lançar alguma magia nele em meio ao desespero e nas primeiras duas tentativas não acontece nada. À medida que seu medo foi crescendo e ele parecia se irritar mais, ela conseguiu algo, lançando uma chama de fogo próximo aos pés dele. Porém ele apenas riu e reagiu, erguendo sua mão a ela e fazendo-a sentir uma dor de cabeça horrível, capaz de fazê-la ajoelhar de dor e enfraquecer.
—Não foi uma pergunta.
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