The Last of Us Parte 3 Fanfic escrita por KevindeAlmeida94


Capítulo 4
Vol. 4 - Floresta Negra




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Está é uma obra de ficção. Os fatos aqui narrados são produtos da imaginação. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, locais, fatos e situações do cotidiano deve ser considerada mera coincidência

 

Agradeço a compreensão e respeito de todos e desejo uma excelente leitura.

 

 

 

Autor: Kevin de Almeida Barbosa — Instagram: @escritorkevindealmeida

 

Capa: Rafael Cardoso — Instagram: @r.c.dossantos

Revisão: Beatriz Castro — Instagram: @beatrizcastrobooks

 

 

 

 

 

 

Volume 4

Floresta Negra

 

 

 

 

A noite era densa, poucas nuvens pairavam sob a fraca luz da Lua. As estrelas aglomeradas indicavam a direção a seguir em meio à escuridão da floresta. As copas das árvores eram altas e os galhos bem folhados, dificultando a visualização do céu. Três pequenas fogueiras brilhavam ao fundo do breu, rodeadas por soldados sentados assando pedaços de um cervo. Perto de uma das fogueiras, Lev e Stiven conversavam.

 

— E por que três fogueiras em vez de uma só? — questionou Stiven.

 

— Estamos em 25 pessoas, uma fogueira para caber tantos assim seria enorme. Chamaria muita atenção.

 

— Moleque ligeiro, você.

 

— Era assim que evitávamos os Lobos mesmo estando em grupos grandes.

 

— Esses tais Serafitas sabiam mesmo se virar na floresta, né?

 

— Nossa Profetiza dizia que devíamos nos desapegar do mundo antigo. Cresci usando apenas coisas que a natureza nos dá — disse enquanto girava um grande pedaço de pernil preso acima da fogueira.

 

— É por isso que você prefere o arco em vez de armas?

 

— Não só por isso. Armas são barulhentas, mostram minha localização. Não sou muito forte pra combate corpo a corpo.

 

— Por enquanto, garoto, — Stiven pegou em um dos braços de Lev. — já, já estes braços estarão tão grandes quanto os de Abby. Dó de quem se meter no seu caminho ha ha.

 

Duas silhuetas se aproximavam da fogueira. Uma grande, carregando um pedaço de madeira nos ombros com dois galões de água pensos por cordas; e outra menor, com outro galão nos braços. Mais perto, Stiven e Lev reconheceram Abby e Bianca. Abby torceu seus cabelos molhados como se não estivesse carregando 45kgs nas costas.

 

— É uma exibida mesmo, viu? — provocou Stiven. — Por que demoraram tanto?

 

— A gente tava tomando um banho de rio — falou Bianca colocando seu galão no chão. Usava calças azuis de moletom, uma regata cinza e blusa amarrada na cintura. Seus cabelos negros Chanel ainda um pouco molhados.

 

— Alguns de nós ainda prezam pela higiene pessoal. — Abby tornou sarcástica.

 

— Se vocês tivessem nos convidado pelo menos, estaríamos todos cheirosos e molhados agora. — Stiven piscou para Abby, mas ela apenas mostrou o dedo do meio e começou a tirar a madeira com os galões do ombro.

 

— Nossa! Este é o pernil do cervo que você caçou hoje à tarde, Lev? — Bianca salivava vidrada, olhando para o vantajoso pedaço de carne.

 

— Sim, sim. Estão assando as costelas na fogueira ao lado — respondeu o garoto sem se impressionar.

 

 

 

——— Pag 1 ———

 

 

 

— Você é mesmo incrível. Fazia semanas que a gente não tinha uma refeição decente. Daí você vai e caça um cervo tão grande que dá pro esquadrão todo! — Bianca abraçou Lev, depois sentou ao seu lado e começou a se servir.

 

— Não enche muito a bola dele. Depois sou eu que tenho que escutar ele se gabando. — Tirou o último galão das costas soltando um suspiro.

 

— Eu não fico me gabando!

 

— Não liga pra ela, Lev. Ela só tá assim porque tá três dias sem conseguir caçar nada. — Stiven riu de canto de boca. Abby fechou a cara e jogou um dos galões nele, derrubando-o do tronco que estava sentado.

 

— Pelo menos eu aguento um galão — disparou ríspida. Lev e Bianca caíram nas gargalhadas. Um ruído estranho se misturou às risadas.

 

— Espera! — ordenou Lev, o olhar cerrado para o meio da floresta. — Escutei alguma coisa!

 

— Deve ser só o vento — disse Stiven com dificuldades, enquanto se levantava da queda.

 

— Eu conheço barulho de vento! — retrucou concentrado.

 

— Relaxa, Lev, faz dois dias que não encontramos infectados. Você mesmo fez a ronda hoje de manhã. — Abby se sentou e pegou um pedaço de carne. Lev não respondeu, continuava olhando para o nada. Ele virou a cabeça bruscamente para trás e sacou seu arco e flecha, mirando contra um arbusto.

 

— Lev... Você tá me assustando — falou Bianca de boca cheia. Abby pôs a mão no coldre e observou atentamente.

 

— TÁ ALI! — Lev alertou em voz alta. Os demais soldados se assustaram com seu comportamento. Ele continuou olhando fixamente para o arbusto e puxou mais a corda do arco. O arbusto se mexeu e um vulto saiu de dentro dele com grande rapidez, mas não o suficiente para escapar da flechada de Lev que atravessara o corpo da criatura.

 

— Um tatu?! — disse Stiven aliviado. — Que susto, cara!

 

— Relaxa, Lev, você já conseguiu comida suficiente para nós hoje — comentou Rogers, um dos soldados da fogueira ao lado. Os outros soldados começaram a rir aliviados.

 

— Estranho... — sussurrou Lev. — Eu tinha certeza...

 

— Bom, pelo menos já temos almoço amanhã — falou Bianca se sentando novamente e abrindo sua boca para mais uma mordida no pernil. Porém, uma mordida mais rápida atingiu sua clavícula. Um espreitador vindo das sombras pulou tão rápido que ninguém teve tempo de reagir. Stiven, que estava segurando o galão, o balançou como uma grande marreta e acertou o infectado. Antes que pudesse terminar o serviço, sentiu seu corpo puxado por outro infectado, que guinchava furioso tentando morder sua nuca, mas foi impedido por Abby que o agarrou e quebrou seu pescoço como um palito de dentes.

 

— ATAAAQUE! — gritou Lucius que estava na fogueira mais distante.

 

Uma horda de infectados surgiu do nada, cercando o esquadrão. Sua maioria de corredores e um ou outro espreitador. Os soldados abriram fogo e um show de luzes acendeu a floresta como fogos de artifícios. Lev armou outra flecha e mirou em Abby.

 

 

 

——— Pag 2 ———

 

 

 

— ABAIXA! — gritou ele enquanto atirava. Abby desviou por pouco e viu um corredor atrás dela ser atingido na cabeça. Stiven tentou ajudar Bianca que estava no chão, catatônica. Ele a puxou pelo braço e viu a marca da mordida em sua clavícula. Não havia mais esperanças para ela. Mesmo assim, ele a defendeu de outro corredor usando seu calibre 38.

 

Apesar dos soldados estarem bem armados, foram pegos de surpresa. Eles não esperavam por um ataque, muito menos um dessa magnitude. Estavam cercados e perdendo homens a cada minuto.

 

— FORMAÇÃO ZERO!! — ordenou Lucius. Os soldados correram para se agrupar. Stiven apoiou Bianca em seu ombro e correu com ela.

 

— O que tá fazendo? Ela foi mordida! — Rogers berrou com Stiven.

 

— Não vou deixá-la pra ser devorada! — Continuou se esforçando com Bianca ainda em choque. Um infectado correu em sua direção, Stiven tentou atirar, mas errou duas vezes, não tinha apoio para acertá-lo nem conseguia fugir com Bianca nos braços. O infectado pulou em sua direção, mas teve a cabeça explodida por um tiro de Abby que gritava: “VAI! VAI! VAI!”

 

Ela deu cobertura para ele enquanto os soldados se reuniam. Lucius usava um calibre 12 com o cano apoiado em um dos braços que segurava uma faca de combate. Ele alternava entre tiros e facadas, se defendendo de vários infectados ao mesmo tempo enquanto dava cobertura para seus homens. Lev já estava no centro, atirando com flechas, tentando atrasar os infectados que se aproximavam.

 

Quando finalmente os soldados chegaram, se agruparam formando dois círculos, um externo e outro interno. Armas apontadas para todas as direções ao redor.

 

— ATENÇÃO! — alertou Lucius, os soldados prepararam suas armas, Abby e Stiven estavam no círculo externo. — FOGO! — Uma enxurrada de balas atingiu os infectados que os cercavam, dois caíram ao chão enquanto os outros continuavam correndo sem se importar com os tiros.

 

— COBERTURA! — O círculo externo se agachou e começou a recarregar as armas, enquanto o círculo interno tomou vez e mirou nos infectados. — FOGO! — ordenou mais uma vez Lucius. Lev atirou duas flechas de uma vez derrubando um espreitador. Os soldados do círculo interno atiraram com armas mais leves derrubando mais infectados. — ARTILHARIA!

 

Os soldados seguiam as ordens de Lucius e trocavam mais uma vez de posição entre círculo externo e interno, desta vez, o interno recarregando suas armas.

 

— ESCUTEM, MOCINHAS, TEMOS A CURA NOS ESPERANDO, HOJE MATAREMOS ESTES, AMANHÃ MATAREMOS TODOS! — vociferou Lucius com fervor! — FOGO! — Mais uma enxurrada de tiros iluminou a floresta. — COBERTURA!

 

— ESTALADORES!!! — gritou um dos soldados assustado, vendo cinco estaladores os cercando.

 

— Não tô entendendo, fizemos a patrulha hoje de manhã! — falou Stiven enquanto agachava e carregava sua arma. — Esse lugar estava seguro.

 

— Tem coisa errada aqui, esse tipo de ataque... — Abby franziu a testa e pareceu pensar em algo.

 

 

 

——— Pag 3 ———

 

 

 

— Tipo de ataque? — questionou Stiven.

 

— Os corredores, espreitadores e estaladores estão trabalhando juntos em uma emboscada. Você já tinha visto algo parecido? — Lev perguntou a Stiven enquanto atirava mais uma flecha.

 

— Trabalhando juntos... — A frase ecoou na mente de Abby. Num espanto, como se tivesse descoberto algo, ela se virou para Lev. — Lev, são... — Ela se interrompeu ao ver um ponto de luz vermelha na cabeça de Lev. — ABAIXA! — Ela puxou Lev bruscamente. Vários tiros estrondosos ecoaram e quatro soldados caíram baleados, desfazendo parte da formação.

 

— O que foi isso?! — gritou Stiven.

 

— SNIPERS! — berrou Abby.

 

— SNIPERS?! — Lucius se virou para Abby, seu rosto pesado e suado. Ele olhou em volta e viu seus soldados morrendo um a um. Restavam muitos infectados para enfrentar, e agora estavam sendo alvos de tiros também. — RECUAR PARA O RIO! RECUAR PARA O RIO! RETAGUARDA COMIGO! — Ele e mais quatro soldados protegiam a retirada do grupo atirando nos infectados sedentos. — Stiven! Sabe o que fazer! — completou.

 

— ESQUADRÃO! COMIGO! — Sua voz foi imponente. Stiven tomou a dianteira e coordenou o grupo em direção ao rio. — Abby, me ajuda a abrir caminho! — Ela se juntou e começou a limpar a área com sua MP5.

 

— Lev, as laterais! — Abby acenou com um movimento de cabeça, e o garoto se posicionou prontamente para proteger o grupo dos ataques laterais.

 

Os soldados começaram a se coordenar ajudando a retaguarda, a dianteira e as laterais. Pouco a pouco, iam saindo do meio da floresta em direção ao rio. Gritos empolgados vinham de trás do esquadrão, como se um bando de lunáticos animados os perseguisse. Abby virou para Lev, seus olhares se encontram. Eles não falaram nada, mas entenderam o que estava acontecendo só pela expressão em seus rostos.

 

— Não vamos conseguir — sussurrou Abby para si com as mãos trêmulas.

 

Mais uma rajada de tiros, dessa vez de metralhadoras. Os tiros acertaram infectados e alguns vagalumes. Um deles pegou no braço de Lucius. Desconcertado com a dor, se descuidou para um estalador que o socou e derrubou sua escopeta.

 

— CAPITÃO! — gritou um dos soldados preocupado. Lucius foi atacado pelo estalador que se debatia furioso tentando morder seu rosto. Lucius enfiou sua faca de combate na mandíbula do monstro e sacou sua pistola com a outra mão, sequenciando três disparos no peito da criatura, finalizando o inimigo.

 

— CONTINUEM! — insistiu em suas ordens. Mais alguns passos no escuro, com flashs de tiros cegando e atordoando todos ao redor, até que finalmente chegaram ao rio. O ambiente mais aberto permitia que o luar iluminasse o campo de batalha. — TEMOS QUE ATRAVESSAR!

 

Lev atirou uma flecha e mais uma, e outra, até que sua mão não encontrou mais flechas na aljava. Um corredor tentou agarrá-lo, mas Lev usou seu arco como porrete e o acertou forte na cabeça, infelizmente, não era o suficiente para matá-lo. O monstro se levantou e pulou nele, que o segurou com o arco. Suas mordidas ao vento eram tão fortes que era possível escutar seus dentes trincando a cada batida. Seus olhos ensanguentados encaravam o garoto com uma fúria desesperadora. Lev não conseguia mais aguentar o ataque, por mais que seus braços estivessem fortalecidos, seus pés não encontravam apoio na margem do rio, dificultando sua base e, em seguida, o inevitável. Seu pé deslizou e o bloqueio do arco se quebrou. Um tapa do infectado acertou seu rosto, atordoando-o na hora. Em seguida outro tapa derrubando seu arco no chão. O infectado segurou seus ombros e avançou em uma mordida mortal, que foi parada por um cruzado de direita de Abby, quebrando o maxilar da criatura. Uma sequência de mais dois socos foi suficiente para quebrar o pescoço.

 

 

 

——— Pag 4 ———

 

 

 

— Você tá bem? — perguntou Abby.

 

— Tem mais vindo! — avisou Lev.

 

Um estalador e um corredor vinham eufóricos. Abby apertou o gatilho sem dó, trucidando o estalador. Virou-se para atirar no corredor, mas suas balas se esgotaram. Antes que pudesse recarregar, levou um soco e um agarrão do corredor, jogando-a de lado no chão. Ela não tinha posição para socar o inimigo, e tentou se defender das mordidas da melhor maneira que podia. Sentiu sua roupa sendo rasgada pelas unhas apodrecidas da criatura que chegava cada vez mais perto. Lev se atirou contra o infectado, derrubando-o, em seguida, o esfaqueou consecutivamente no peito e na garganta. Abby pegou o arco de Lev, e puxou o garoto pela roupa tentando se aproximar de Stiven.

 

Lucius protegia a retaguarda como podia, mas seu esquadrão continuava diminuindo. Ele atirava e esfaqueava vários infectados até que sentiu sua perna perfurada por um projétil, e outro o acertara de raspão no abdômen. Caiu com um dos joelhos no chão, mas continuou atirando e protegendo seus soldados.

 

— ATRAVESSEM!

 

Stiven estava perto da parte funda do rio, se virou e coordenou para que seus colegas passassem enquanto dava cobertura. Ele reparou em algo do tamanho de uma bola de baseball passando por cima de si e caindo na água.

 

— GRANA...! — Uma explosão dilacerou os soldados que passavam pelo rio antes que pudesse terminar o aviso. Stiven foi arremessado para perto de Abby. Seu corpo dormente com o impacto da explosão e da queda, sua orelha esquerda sangrando e zunindo. Estava desorientado e incapaz de combater.

 

— Não vamos conseguir... — sussurrou Abby novamente. — Marry! Ela puxou uma colega pelo colarinho que estava atirando ao seu lado. — Siga a correnteza, volte pra base e consiga outro esquadrão!

 

— E... Eu vou voltar com ajuda — gaguejou a garota assustada.

 

— Não! Vão para Jackson! Nenhum de nós sobreviverá aqui. — Ela empurrou a garota para água, que imediatamente mergulhou e sumiu de vista.

 

Havia poucos infectados restantes e agora era possível ver algumas silhuetas aparecendo por perto. Taisers foram disparados nos infectados, eletrocutando-os até que caíssem ao chão. Homens e mulheres bem armados apareceram cercando os vagalumes que sobraram.

 

— Soltem as armas, agora! — ordenou uma mulher. Seu cabelo loiro era raspado nas laterais, deixando uma parte arrepiada em cima. Uma cicatriz vinha do lado direito da cabeça e chegava no rosto, pegando parte da bochecha e repuxando um pouco sua boca. Era difícil distinguir se foi feita por tiro, fogo ou mordida de cachorro. Usava uma regata mostarda escura e um colete com armas e munição combinando com sua calça militar e botas. Tinha algo que estava mordendo, uma espécie de palito branco. Segurava com uma das mãos uma metralhadora apontada para cima, encostada em seu ombro.

 

 

 

——— Pag 5 ———

 

 

 

Junto dela, estavam várias pessoas bem armadas mirando para o grupo cercado. Os Vagalumes ainda com as armas nas mãos, miravam contra os soldados para se protegerem. A mulher revirou os olhos, bufou, e deu uma rajada de tiros em dois Vagalumes.

 

— Eu disse soltem as armas... por favor. — Sua imponência e agressividade se transformaram em uma voz amigável e rosto gentil. O restante dos Vagalumes largou as armas no chão. Ela fez um sinal e seus capangas passaram recolhendo as armas. — Procurem o Dônio — ordenou para alguns de seus seguidores que saíram de imediato.

 

— Dônio?! — sussurrou Stiven para si mesmo.

 

— O novato? — cochichou Abby.

 

— É... Chegou poucas semanas depois de você.

 

— Víbora, pegamos esse aqui — disse um rapaz vindo junto com outros dois, trazendo Lucius pelos ombros, que se debatia e lutava mesmo baleado e desarmado.

 

— Joguem ele — ordenou e o viu ser jogado à sua frente. Caminhou até ele. — Você gosta de dar ordens, não é? Se julga um bom capitão? — o questionou se aproximando, mas ele nada disse. — Bom, sua equipe parece confiar em você... Não se sinta mal, gostei da sua estratégia. O cerco segurou bem os infectados. Atravessar o rio incapacitaria eles e poderiam escapar pela floresta. Eu realmente gostei. — Ela se agachou e o encarou nos olhos. — Só que eu sou uma capitã muito melhor.

 

— Você deu sorte, aproveitou um ataque de infectados — respondeu Lucius.

 

— Sorte?! — Ela riu com a acusação. — Não existe sorte neste mundo. Existe predador... e existe presa — disse apontando para Lucius, enfiando seu dedo no ferimento de bala dele, fazendo-o morder os lábios em dor. — Quando a pandemia começou, achamos que seria o fim da humanidade, afinal, tínhamos um novo predador natural que nos caçava e dilacerava. O mundo caiu e os humanos foram subjugados, forçados a viver fugindo do novo predador. Mas me diga... — Ela olhou para Lucius esperando que ele falasse seu nome, mas ele não o disse. Ela riu em deboche. — Tudo bem, se prefere assim, me diga, “Presa”, quantos predadores naturais o humano já teve? Hum? Vamos, eu sei que você consegue. — Ela o rodeou. — Lobos, ursos, leões, incontáveis animais que nos caçaram desde a antiguidade. E o que nós fizemos? Viramos a balança do jogo. Nós criamos armas, aprendemos a caçar o caçador. E, melhor, passamos a adestrá-los. — Ela estalou os dedos e alguns do seu grupo foram até os infectados caídos. Só então os vagalumes perceberam que havia aros de metais nos pescoços dos infectados eletrocutados no chão. Os inimigos prenderam correntes nos pescoços dos infectados e começaram a arrastá-los para dentro da floresta.

 

Um dos infectados reagiu e mordeu o braço de um capanga, que gritou em agonia pedindo socorro. Os comparsas o ajudaram puxando a corrente no pescoço do corredor e o nocauteando com coronhadas consecutivas.

 

 

 

——— Pag 6 ———

 

 

— Ah não, Mindinho, quantas vezes eu te avisei pra prender os braços dos infectados antes de acorrentá-los? — Víbora levantou sem paciência.

 

— MEU BRAÇO, MEU BRAÇO! ELE ME MORDEU! — chorou o rapaz.

 

— Shhi, shhi, shhi. — Víbora o acalmou.

 

— CORTA! CORTA MEU BRAÇO! POR FAVOR! — implorou. Víbora virou para uma mulher.

 

— Quantos infectados nos sobraram, Marjore? — perguntou a uma jovem garota de cabelos ruivos e roupas pretas.

 

— Cinco — respondeu ela.

 

— Só cinco?! — disse surpresa. Ela se virou para Lucius. — Preeeesa! Você foi realmente muito bom! — Apontou para ele, balançando o dedo indicador enquanto sorria surpresa. — Levem ele, precisamos repor o estoque.

 

— QUE?! NÃO! NÃO! VÍBORA! POR FAVOR! CORTA MEU BRAÇO! ME DESCULPA! POR FAVOR! — implorou o rapaz desesperado enquanto outros dois o puxavam para dentro da floresta também.

 

— Procure por inimigos mordidos — ordenou Víbora.

 

— Já estamos fazendo isso, Senhora! — disse Marjore, coordenando seus homens.

 

— Procure pela garota também — completou, se virando para Marjore.

 

Abby viu de longe, Bianca, sua amiga, sendo arrastada junto com outros soldados mordidos.

 

— Víbora, achamos Dônio. Está morto. Comido por infectados — avisou um homem careca.

 

— Porra, Dônio! Nadou tanto pra morrer na praia.

 

— O que você queria com Dônio? — perguntou Lucius.

 

— Pera, ele nem sequer usou um nome falso? — tornou Víbora surpresa com um leve sorriso. — Ha ha ha acho que superestimei ele. Pelo menos cumpriu sua missão.

 

— Qual missão?

 

— Nos trazer até vocês, ué, não é óbvio?

 

— Aquele filho da puta traidor! — Apertou as mãos com força. — O que você quer com a gente?

 

— Com vocês?! — Rodeou Lucius. — Roubar munição, aproveitar uma boa caça, ver vocês fugindo desesperados... Você sabe, me divertir um pouco.

 

— Você me enoja! — Lucius cuspiu sangue no chão, perto dos pés de Víbora.

 

— Ah, não seja um mal perdedor.

 

— Não seria tão confiante se estivéssemos só nós dois.

 

— Uou! — Víbora pareceu surpresa. — Você tem garra. Quer saber? Boa ideia. — Ela começou a tirar o colete e todo o armamento que carregava. — Vamos lá, essa é sua chance de mostrar do que é capaz.

 

 

 

——— Pag 7 ———

 

 

 

Lucius olhou para os lados, observando os soldados apontando as armas para ele.

 

— Não se preocupe, apenas eu e você — o provocou e deu um sinal para que seus capangas baixassem as armas.

 

Lucius levantou com dificuldades. Sua perna e braço estavam baleados, assim como parte de seu abdômen.

 

— Nossa! Você tá mal! Não vai ser uma luta justa. Vamos fazer assim, você prefere que eu use só meus braços ou só minhas pernas?

 

Lucius partiu para briga e tentou acertar uma sequência de socos, mas Víbora desviou sem dificuldades.

 

— Queimando largada, “Presa”? Tisc, tisc, tisc... Você ainda não me respondeu: braços ou pernas? — Mais uma vez, Lucius a ignorou e atacou com tudo. Víbora era rápida e sagaz, desviou dos ataques rindo. — Tudo bem então, eu escolho. Nem braços, nem pernas. — Ela pegou Lucius pelo colete com as duas mãos. — Cabeça! — disse em um sorriso sádico e puxou Lucius dando uma cabeçada forte no rosto.

 

Todos escutaram o som do nariz se quebrando. Não satisfeita, Víbora lhe deu uma, duas, três cabeçadas consecutivas. Lucius caiu de joelhos, e só não desmoronou no chão, pois Víbora ainda o segurava pelo colete. Ela estava com seu rosto pintado do sangue de Lucius, seu olhar arregalado de prazer, a boca em um grande sorriso de excitação. Ela jogou a cabeça para trás se preparando para outra cabeçada quando um vagalume gritou por seu capitão e tentou ajudá-lo, mas foi alvejado imediatamente por tiros dos capangas.

 

— Ha ha ha eles realmente o respeitam, estão dispostos a morrer por você. Mas como eu disse, somos só eu e você. — Lucius estava com a cabeça para trás, parecia não raciocinar direito, seus olhos girando e seu rosto todo ensanguentado. — Me diz, qual a sua missão? — Ele nada a respondeu. — Vamos, sei que está me entendendo. Por que um esquadrão tão grande e bem armado está andando por essas redondezas? — Mais uma vez Lucius a olhou, mas não falou nada. — Que foi? Não quer mais conversar? Todo este trabalho me diz que estão atrás de algo importante. O que querem?

 

Lucius se esforçou, aproximou seu rosto ao de Víbora e cuspiu sangue nela.

 

— Ha ha ha ha ha — Ela riu em excitação. — Este homem é incrível! Mas já que não vai mais falar, acho que não precisa mais de sua língua. — Ela puxou a língua de Lucius, tirou um canivete escondido do bolso e a cortou fora. Ele caiu no chão grunhindo em dor, enquanto Víbora levantava a língua como seu troféu. Aproximou-se do restante dos vagalumes e jogou a língua no chão.

 

— Escutem bem! Nós somos os Cascavéis e eu, que vos falo, sou Víbora. — Ela fez uma reverência. — Líder deles e, agora, dona de vocês.

 

 

 

——— Fim ———

 

 

 

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Notas finais do capítulo

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