The Last of Us Parte 3 Fanfic escrita por KevindeAlmeida94


Capítulo 3
Vol. 3 - Ferro Velho




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Agradeço a compreensão e respeito de todos e desejo uma excelente leitura.

 

 

 

Autor: Kevin de Almeida Barbosa — Instagram: @escritorkevindealmeida

 

Capa: Rafael Cardoso — Instagram: @r.c.dossantos

 

Revisão: Beatriz Castro — Instagram: @beatrizcastrobooks

 

 

 

 

 

 

Volume 3

Ferro Velho

 

 

 

 

Alguns dias de viagem se passaram após a visita nostálgica de Ellie à fazenda onde morava com Dina (cena final de The Last of Us Parte 2). Infelizmente, ela seguia o caminho a pé, pois perdera seu cavalo em um ataque de corredores na noite passada. Naquele momento, andava por uma estrada de terra cercada por vegetação bem verde na altura de sua cintura. O céu estava limpo e o Sol castigava em um calor infernal. Ellie usava as costas de sua mão para enxugar o suor em sua testa e bufava cansada.

 

— Vamos lá, é pra estar aqui em algum lugar... — resmungou consigo mesma.

 

Ela abriu o zíper da mochila em suas costas e tirou um cantil. Desrosqueou a tampa e o virou em sua boca com entusiasmo. Míseras três gotas caíram em sua língua, servindo apenas para deixá-la com mais sede.

 

— Aaaah Jura?! — Seu braço despencou enquanto olhava para o Sol. — Você bem que podia dar uma trégua, né?

 

Quarenta minutos de mais caminhada e, finalmente, Ellie começou a avistar um local à frente. Dezenas de pilhas de carros amontoados uns sobre os outros em um terreno cercado por grades com arames farpados no topo.

 

“Finalmente! Deve ser o tal ferro velho que Tommy comentou. Ele disse pra não vir por aqui, mas economizar uma semana de viagem é economizar uma semana de suprimentos” pensou consigo mesma enquanto procurava por uma entrada. À frente, no portão principal, havia uma grande barricada do lado de fora. “Bem, seja lá o que tenha lá dentro, não querem que saia de lá. Melhor não chamar atenção.”

 

Ela escalou a barricada montada por móveis e pedaços grandes de metal corroído e madeira seca, até atingir o topo e ficar diante do arame farpado. Então tirou sua blusa xadrez vermelha, amarrada na cintura, e a posicionou formando uma passagem por entre as farpas. Enquanto estava passando, seu peso junto à barricada forçou a cerca enferrujada, fazendo-a dobrar e desequilibrar Ellie. Um grito de susto abafado saiu ao mesmo tempo em que Ellie bateu na cerca, pendurada de cabeça para baixo, com sua perna enroscada em um dos arames. Ela olhou ao redor preocupada, procurando por qualquer movimento suspeito, mas tudo continuou quieto. Suspirou em alívio. Reparou na sua calça rasgada do joelho ao calcanhar, presa na ponta perto de seu All-Star preto. Usou uma das mãos para se apoiar na grade enquanto a outra ajudou a desenganchar sua calça.

 

— Ótimo, minha calça já era — resmungou fitando o estrago. Em seguida, olhou para sua blusa rasgada no arame. — E minha blusa também! — Ela pegou sua faca e cortou sua calça transformando-a em um short. — Pelo menos isso vai ajudar com o calor.

 

Virou-se para encarar o local. Um amplo espaço com chão de terra e areia alaranjada, dezenas e mais dezenas de carros espalhados aleatoriamente em pilhas e amontoados. A ausência de vegetação deixava o ar seco, e o Sol refletido nas placas de metais dos carros aquecia o ambiente como se fosse uma floresta de lupas gigantes. Poucos corredores estreitos entre os carros formavam labirintos que levavam à cerca que circundava o terreno.

 

 

 

——— Pag 1 ———

 

 

 

O silêncio era mórbido.

 

Mais à frente, uma pequena casa, aparentemente a recepção do local em tempos de antes da pandemia. As janelas eram, na verdade, grandes vitrais sujos, uma ou outra quebrada dando visão para a sala escura de dentro. Ela entrou por uma delas. Estilhaços de vidro no chão estouram ao encontrar seus pés. Automaticamente, houve uma espécie de grunhido, mas não conseguiu identificar a direção.

 

— Calma, Ellie, pode ter sido só um rato — disse a si mesma, tentando se tranquilizar.

 

Cuidadosamente, colocou o outro pé em uma beirada sem vidros. O lado de dentro era composto por bancos, bancadas e cômodas com revistas em cima.

 

— Não acredito! — Seus olhos saltaram ao avistar um galão de água de 10L pela metade, apoiado sobre um bebedouro. Apressou-se até ele, colocando sua boca embaixo da torneira e abrindo com gosto, deixando que a água inundasse seu interior. Por um instante, ela se esqueceu dos perigos ao redor e se deleitou gloriosamente de profundas goladas.

 

Após matar sua sede, começou a encher seu cantil. Pela vazão de água constante, uma bolha de ar estourou dentro do galão, ecoando na sala. Na mesma hora, Ellie viu um vulto passando pelo lado de fora da janela.

 

— Puta merda, por que nunca é apenas um rato?! — cochichou.

 

Cuidadosamente, guardou seu cantil e pegou o revólver de Joel. Aproximou-se da janela e espiou devagar, mas nada viu.

 

“Tá legal, tenho que dar logo o fora daqui, só preciso achar um pouco de suprimentos.”

 

Ela voltou a explorar o lugar. Abriu as gavetas de uma cômoda. Na primeira, achou trapos; na segunda, açúcar e na terceira, explosivos.

 

“Boa! O bom desses lugares perigosos é que sempre tem muitos suprimentos. O ruim é que tem muitos infectados também”, pensou enquanto guardava os achados. “Já abusei muito da sorte, preciso achar uma saída agora”.

 

Dirigiu-se para a cozinha. O chão estava manchado de sangue e os armários, cheios de fungos, deixando o ar denso, úmido e abafado. Apesar do Sol do lado de fora, por dentro estava uma escuridão incômoda, com apenas um ou outro raio solar passando por buracos de balas na parede. Por uma porta entreaberta, avistou uma pequena garrafa com álcool, rodos e vassouras. Ao fundo, escutou uma respiração leve e abafada. Empunhou sua arma em uma das mãos e usou a outra para abrir cuidadosamente a porta.

 

Nada. Apenas os utensílios de limpeza apoiados em uma parede bem mofada.

 

Ela suspirou de alívio.

 

— Beleza, álcool. Agora posso fazer um kit méd... — Antes que terminasse o pensamento, um infectado se desprendeu da parede de fungos.

 

Ele saltou por de trás dos objetos de limpeza e atingiu Ellie, levando ambos ao chão. O infectado tentou mordê-la, mas ela reagiu rápido com uma coronhada na cabeça, jogando a criatura para o lado, que correu desesperadamente para fora.

 

— Que merda! — A voz ainda trêmula do susto. — Isso pode ter alertado os outros, tenho que sair daqui.

 

 

 

——— Pag 2 ———

 

 

 

Fora da casa, o infectado que fugiu agora escalava uma pilha de carros como se fosse uma aranha gigante e grotesca.

 

— Como essas coisas são bizarras! — Olhou com repugnância. — Pelo jeito que fugiu, certeza que é um espreitador. — Ela observou ao redor, procurando inutilmente uma saída. — Bom, parece que não tenho escolha. Lá de cima, posso ter uma visão melhor e achar uma forma de sair desse monte de sucata.

 

O espreitador já sumiu de sua vista. Ellie começou a escalar uma grande muralha com aproximadamente sete carros de altura e uns nove de cada lado. Estavam amassados e bastante enferrujados e, como se não bastasse tomar cuidado com as vidraças quebradas, ainda tinha que se preocupar com a lataria cozinhando suas mãos. A escalada era mais cansativa do que imaginara e ainda faltavam dois carros para o topo.

 

— Não gosto desse silêncio, depois do ataque do espreitador, os outros infectados já deveriam ter sido avisados. — Ellie analisou a situação. — Talvez seja uma embos...

 

Sentiu um agarrão em sua perna, puxando-a com força. Ela caiu com as costas no capô vinho enferrujado do corsa em que estava. Da janela quebrada do motorista, avistou um espreitador puxando sua perna e gritando ameaçadoramente com seus dentes podres e afiados presos em uma gengiva escura cheirando a chorume e carniça.

 

— Seu filho da puta! — gritou Ellie e pegou sua faca, mas antes que pudesse atingi-lo, sentiu sua mão sendo segurada por outro espreitador do lado oposto, embaixo de um fiesta. — Merda, me soltem seus desgraçados!

 

Escutou outro grunhido vindo do carro debaixo dela, outro espreitador que saiu de cabeça para baixo com as garras amassando o metal do carro como se fosse um colchão de espuma.

 

— Merda! Merda! Merda! — Sacudiu-se em desespero, os olhos arregalados procurando uma forma de se safar.

 

Ellie acertou um chute bem dado na cara do infectado que segurava sua perna, libertando-a. Com a mão livre, pegou seu revólver e deu uma coronhada na cabeça do infectado que segurava sua mão. A pancada foi tão forte que o desequilibrou, derrubando-o da pilha de carros até o chão. Infelizmente, atrás dele havia outro espreitador.

 

— Zumbis de merda! — Atirou contra um deles, acertando no peito, atrasando-o alguns segundos. Ela olhou para os lados e se viu encurralada. Sem opções, entrou no carro em que estava. Ela olhou pela janela, três espreitadores se aproximavam com velocidade. Virou-se e tentou abrir a porta do carro do lado oposto, mas estava emperrada.

 

— Vamos, abre, caralho! — Pegou impulso e deu uma ombrada, mas a porta nem se quer se moveu. — Droga! Pensa, Ellie, como saio daqui?! — Ela abriu o porta luvas na esperança de achar algo útil, mas estava vazio.

 

Um dos infectados entrou pela janela de trás e gritou tentando agarrá-la. Seus dedos envergados e fétidos chegaram a arranhar o tênis de Ellie.

 

— Meu All-Star não! — gritou e deu três tiros na cabeça, explodindo-a em pedaços.

 

Ellie quebrou o vidro da janela com uma porrada usando seu revólver e se esgueirou rapidamente para sair. A parte de cima da cintura já estava fora do carro, mas suas pernas foram seguradas por outro infectado que acabara de entrar. Um dos estilhaços da janela perfurou a cintura de Ellie, que gemeu de dor. Ela apontou a arma para ele, mas antes de atirar, um espreitador do lado de fora, em cima do carro em que Ellie estava, pulou nela. A força do impacto tirou Ellie e o outro infectado de dentro do carro e os três caíram muralha a baixo. Eles rolaram agarrados uns aos outros, entre gritos e grunhidos, quicando entre os carros até encontrarem o chão em um grande impacto, jogando cada um para um lado.

 

 

 

——— Pag 3 ———

 

 

 

Ellie perdeu o ar. Puxou a respiração desesperada, vindo ar e poeira, sufocando-a ainda mais. Sua tosse veio seca e com gosto de sangue, sua garganta queimou como se tivesse bebido vidro picado, enquanto sua audição zunia pela queda, deixando-a desorientada. Sentiu uma forte dor nas costas pelo impacto e uma pontada aguda no rasgo em sua cintura causado pelo estilhaço de vidro da janela. Procurou ao redor pelos inimigos, sua visão estava embaçada e girando, mas foi amenizando com o tempo. Ela avistou os dois infectados fugindo para trás de outros carros. Levou sua mão à cintura que sangrava e tirou, gemendo de dor, o estilhaço de vidro preso em sua barriga. Sentou atrás de alguns pneus empilhados para se proteger e pegou sua mochila. Com o álcool e os trapos, improvisou um curativo em sua ferida. Ao fundo, novamente silêncio.

 

— Aqueles merdas não vão me pegar desprevenida de novo! — Ela olhou ao redor, viu um pedaço de madeira perto de uma garrafa de cerveja e os pegou. Apertou as mãos no pedaço de madeira, como se estive ajeitando a pegada. Respirou fundo. — É agora.

 

Jogou a garrafa no chão à sua frente, quebrando-a. O som atraiu um dos infectados que correu achando ser sua presa.

 

— COME ISSO SEU FILHO DA PUTA! — vociferou acertando uma pancada forte na cabeça dele, atordoando-o imediatamente. O outro espreitador tentou surpreendê-la por trás. — Nem fodendo! — Ellie usou a cintura ainda dolorida e virou violenta em uma pancada tão forte que quebrou o taco na cabeça do inimigo, que caiu ao chão.

 

O outro espreitador já não estava mais atordoado e se preparava novamente para atacar, mas antes que pudesse fazer algo, Ellie usou a ponta do taco quebrado como uma estaca e cravou no peito usando as duas mãos. Ela o empurrou com a estaca até prensar o corpo do inimigo numa torre de pneus. Gritou enquanto girava a estaca, rasgando o peito e o coração do infectado, prendendo seu corpo morto nos pneus. Ela se virou e caminhou lentamente para o último inimigo que tentava se levantar. Puxou seu revólver e atirou na cabeça.

 

— Beleza... Chega de aventuras por hoje — falou ofegante. — Agora preciso achar uma forma de sair daqui.

 

Ela se encontrou numa pequena área com o mesmo solo de barro e areia, estava cercada por carros que formam um círculo. Alguns veículos, montes de pneus e barris de óleo vazios estavam espalhados pelo centro. À sua frente, estava um antigo compactador de veículos com uma grande van dentro. Ela chegou mais perto para analisar e, mesmo não tendo uma boa visão, aparentemente, por de trás do compactador, havia estilhaços de grade retorcida. Talvez algo tivesse partido a grade.

 

Uma saída.

 

Ellie tentou abrir a parte de trás da van, mas estava trancada. As janelas laterais estavam obstruídas pela parede do compactador, que parecia ter começado a prensar a van, mas não terminara o serviço.

 

 

 

——— Pag 4 ———

 

 

 

— Ótimo... Agora tenho que dar um jeito de ligar esse compactador. Deve ter algum gerador por aqui.

 

Estava certa, havia um perto do painel de controle. Ela tentou dar a partida, mas nada aconteceu.

 

— É óbvio que está sem gasolina. — Bufou conformada. — Isso me lembra Seattle. — Por um momento, Ellie viajou em suas memórias e lembrou das aventuras com Dina atrás de gasolina para chegar no Serevena Hotel. — Sua ajuda faz falta nessas horas, Dina... Na verdade... Você faz muita falta em qualquer hora... — admitiu cabisbaixa e com um sorriso de canto de boca. — Bem, em algum desses carros deve ter gasolina, só preciso de um galão e de uma mangueira.

 

Após alguns minutos procurando e várias tentativas em carros vazios, Ellie conseguiu achar e encher um galão com gasolina. Sua regata verde escura estava suada e manchada de sangue na cintura. Ela voltou para o gerador e o encheu com combustível.

 

— Tomara que funcione. — Deu a partida no gerador, que tomou o ar com seu som e acendeu as luzes do painel. — Isso! Agora é só achar o botão certo. — Analisou o painel e achou um botão azul com a indicação que queria. — Deve ser esse.

 

Ao apertar, o grande compactador começou a se mover e retrair suas paredes de metal. O aparelho rangia muito pelo tempo sem uso, fazendo um tremendo barulho. Isso alertou qualquer outro infectado na região, e seus gritos ao fundo indicavam que em pouco tempo estariam ali.

 

— Merda de trambolho barulhento. Anda logo! — Apertou as mãos ansiosa.

 

O compactador finalmente terminou de abrir. Passando pelo seu interior, havia grades impedindo de sair do ferro velho, porém a frente da van tinha perfurado parte dela. Se conseguisse passar por dentro da van, poderia sair pelo vidro do motorista. Porém, nas janelas laterais da van também havia uma espécie de grade.

 

— Beleza, é só eu passar por dentro da van e sair pelo vidro do motorista.

 

— Aaaaarrrrggggghhhhh!

 

Um intenso rugido veio da direção do compactador.

 

— Que porra foi essa?! Compactador não faz esse barulho.

 

A van se chacoalhou com um impacto na porta de trás. Outro rugido ensurdecedor, agitando ainda mais os gritos de infectados ao fundo. Com uma forte batida, a porta da van se arrebentou, revelando um imenso baiacu saindo de dentro. Tinha por volta de 2,2 metros de altura, era bem gordo com cogumelos e secreções formando uma crosta por todo seu corpo. Sua cabeça semelhante a uma couve flor de sangue e fungos revelava uma enorme e nojenta boca feroz. Ele olhou para Ellie e pegou uma “bomba de fungo” de seu corpo.

 

— QUE MERDA DE FERRO VELHO! — Ela correu até alguns galões de óleo. A imensa criatura arremessou a bomba, que explodiu em esporos ácidos na cobertura onde Ellie acabara de se esconder. — Um Baiacu, sério?! — falou com ironia enquanto pegava a escopeta de sua mochila.

 

Ela se virou para atirar, mas foi surpreendida pela criatura correndo furiosamente em sua direção. Em questão de segundos, Ellie se jogou para o lado e o baiacu atropelou os galões. “Isso foi perigoso” pensou ela. Então apontou a escopeta e atirou nas costas do monstro que mal se moveu, parecia não ter surtido efeito. A criatura pegou uma moto ao seu lado e se preparou para jogá-la.

 

 

 

——— Pag 5 ———

 

 

 

— Tenha gasolina, tenha gasolina... — Ela torceu enquanto mirava a escopeta para o tanque de combustível da moto. — Explode seu desgraçado! — gritou e atirou.

 

O tanque foi perfurado, porém não explodiu por estar vazio. O baiacu arremessou a moto em cima de sua presa. Ellie tentou se esquivar, mas a roda pegou em sua perna, derrubando-a como uma rasteira.

 

— Porra! Isso sempre funcionava nos filmes do Joel. — Levantou-se com dificuldade. Antes que pudesse reagir, o baiacu já partira em velocidade para cima dela. Acertou Ellie com uma braçada, jogando-a de encontro a um carro.

 

A batida a fez perder o ar e deixou sua mente atordoada. Sua visão rodopiava junto à dor nas costelas que queimavam como brasa ardente, mas não tinha tempo para choramingar, pois o baiacu continuava correndo em sua direção. Ela escapou em um salto ao chão, enquanto o monstro chocou-se no carro em sua frente. Engatinhando e levantando-se, Ellie se afastou do baiacu. A criatura perfurou a porta do carro com seu enorme braço grotesco e, ao puxar, arrancou a porta da lataria.

 

— Ah, fala sério! — murmurou Ellie exausta.

 

O Baiacu urrou e jogou a porta em sua direção. Ellie conseguiu se esconder bem a tempo atrás de um monte de pneus.

 

— Para de tacar coisas em mim, caralho! — gritou e pegou sua bolsa. Nas pilhas de carros à sua frente, avistou três espreitadores descendo do topo ao seu encontro. Na direita, escutou um grito de estalador que saiu de dentro de um carro. — Merda! Merda! Merda! Merda! — repetiu ansiosa enquanto misturava o açúcar e o explosivo no pedaço de trapo que havia arrancado de sua calça na entrada do ferro velho. Pronto! Uma bomba de fumaça improvisada — Vai ter que servir.

 

O baiacu correu novamente em sua direção, e o restante de infectados já se aproximava. Ela jogou a bomba no chão causando uma enorme nuvem de fumaça. Aproveitou para se esquivar da investida mortal do monstro, saiu correndo com dificuldade para o painel de controle e apertou o botão de ativação. Uma sirene foi ativada avisando que o compactador estava ativo. A bomba de fumaça durou poucos segundos, os infectados avistaram Ellie correndo para a van e a perseguiram aos berros. Ela entrou na parte de trás da van e, para sua surpresa, tinha um gradeado que separava a parte de trás da parte da frente. Para piorar, havia uma camada de fungos engrossando ainda mais a passagem.

 

— FUDEU! E AGORA?!

 

Olhou para trás em desespero e se viu encurralada pela aglomeração de infectados sedentos por sua carne. O alto som da sirene misturado aos gritos raivosos dificultava o raciocínio. Ela pegou sua escopeta e atirou no gradeado, tirando parte dos fungos. As paredes do compactador estavam quase amassando a van. Mais uma vez atirou contra a grade, finalmente quebrando-a. Ela usou a coronha da arma para alargar sua passagem a batidas, mas antes que pudesse atravessar, sentiu um solavanco que a derrubou no chão. Era o baiacu entrando na van. Seu tamanho impedia que os infectados entrassem aos montes, mas Ellie conseguia enxergar as mãos e bocas deles se esgueirando pelas beiradas.

 

 

 

——— Pag 6 ———

 

 

 

Ela se levantou em desespero e se jogou pela passagem, mas antes que pudesse sair pelo vidro da frente, sentiu sua perna presa pela imensa mão do baiacu, que a segurou pelo buraco que ela acabara de abrir. Mais um solavanco na van, as paredes do compactador começaram a esmagar o veículo sem piedade. Em segundos, ela seria comida ou prensada.

 

— ME LARGA CARALHO! — Pegou sua escopeta e apontou para a cara monstruosa. Apertou o gatilho, mas só escutou o clique. — AH, NÃO! — Sua voz saiu trêmula e aterrorizada.

 

Pegou dois cartuchos de seu bolso, mas quando foi carregar a arma o baiacu a puxou com força, fazendo-a derrubar a munição. O metal da carcaça da van se dobrava por inteiro, formando amassados pontiagudos, deixando o local ainda mais claustrofóbico e mortal. O rangido do metal aumentava à medida que as paredes se aproximavam. A sirene berrante se misturou aos gritos dos infectados esmagados na parte de trás da van. Pelo buraco onde o braço do baiacu segurava a perna de Ellie, espirrava sangue dos outros infectados esmagados.

 

Ellie pegou sua faca e gritou em agonia enquanto golpeava incessantemente os dedos do baiacu. Seu rosto retorcido numa mistura de desespero, medo e dor... Era como se ela soubesse que a morte estava mais próxima do que jamais estivera. O monstro urrou quando perdeu seu polegar e deixou a perna de Ellie escapar. As paredes do compactador rangeram em força, deixando a van ainda menor. Pontas de metais amassadas perfuraram o braço de Ellie que tentava se esgueirar por uma pequena passagem até a janela do motorista, enquanto gemia e lacrimejava ofegante. Colocou suas mãos nas portas do compactador que já estava lhe pressionando e usou o resto de suas forças para se jogar para fora.

 

Um barulho intenso de batida e corpos explodindo tomou conta após as portas se fecharem, a sirene parou e, em seguida, apenas o silêncio. Ellie estava no chão, no lado de fora do ferro velho, banhada em sangue de infectados e de si própria.

 

— Humpf... Gluaaaarp! — Ela gorfou se contorcendo. — Hunnnf... hunnf... Puta merda! — Inspirou ofegante. — Eu devia... haanf... ter escutado o Tommy... haanf... Nunca mais entro numa porra de ferro velho.

 

Ela olhou para frente com determinação.

 

— Tô chegando, Dina!

 

 

——— Fim ———

 

 

 

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Notas finais do capítulo

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