Sins of Hope escrita por DGX


Capítulo 20
Araruna, A Cidade dos Ladrões




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Opening

—Então trate de me encontrar na capital de Lioness! – Nier diz sorrindo para Krioni, que arregala seus olhos espantado. – Não sei em quanto tempo estaremos lá, mas logo estaremos. E eu não aceitarei atrasos.

Krioni solta um suspiro, seguido de um sorriso.

—É impossível negociar com você Nier... Terminarei minhas pesquisas e o que estou fazendo aqui, e chegarei o mais rápido possível! – Krioni se levanta e vai caminhando num corredor que parecia não ter fim. – Até lá, tente não se matar e não perder o controle! – Nier dá uma pequena risada com o que Krioni acabou de falar.

—Pode deixar! – Nier olha para os lados, e percebe que está sozinho naquela sala do mundo dos sonhos. – E agora, como eu saio daqui, hein...

...

O dia amanhece, e os Pecados se levantam. Eles vão para a cozinha tomar café da manhã e Nier não parava de se alongar, devido às dores musculares que o pegaram em cheio na batalha de Rodório, e ele não queria passar por isso de novo. Asura estava cansado porque, por mais que tivesse como se esconder do sol com uma capa, quando havia luz do sol ainda não era seu período bom do dia. Skanfy o faz companhia no cansaço, já que flutua por aí para não ter que andar (inclusive enquanto cozinhava). Camille vê que Skanfy e Asura se dão muito bem, por estarem sempre com vontade de dormir. Ela anda até a janela, e observa que cada vez mais o mato está escuro e o sol está escondido atrás de nuvens. Ao longe, ela vê o seu destino: Araruna, a cidade dos ladrões.

De longe, ela já conseguia notar que o lugar era extremamente ruim. No caminho, deve ter visto coisas que se pareciam com corpos (ela preferia não prestar atenção), mas o cheiro que vinha do lugar era pútrido e horrendo. Via que o chão estava bem enlameado no caminho e ficava ainda mais quando se aproximava. Ao olhar para uma das árvores, viu alguns corpos pendurados e enforcados com corvos bicando suas entranhas, o que piorava a aura sinistra do lugar. A arquitetura da cidade era amedrontadora: todas as casas e estabelecimentos pareciam ter triângulos no topo, como se fossem pontudas para matar os residentes. 

Camille não era a pessoa mais supersticiosa do mundo, mas será que almas atormentadas viviam ali? Esse tipo de coisa poderia ir além das capacidades dos seus companheiros, e eles poderiam morrer se encontrassem algum espírito maligno! Enquanto absorta em seus pensamentos, Camille sente algo se aproximar e tocar em seu ombro, fazendo um frio choque percorrer por sua espinha.

—Está nervosa, Camille? – Ela ouve a voz de Nier que subitamente se aproximou por trás da princesa, e sente que aquilo tudo era bobagem por causa da aparência do lugar.

—Não, Sir Nier. Enquanto estiver com você, não acho que exista algum perigo. Obrigado por tudo, Sir Nier. – Ela sorri gentilmente, deixando-o bastante sem jeito, e ficando envergonhada logo em seguida.

—Oi Nier, se divertindo com a garota que dorme em seu quarto? – Fala Ryon com uma expressão maliciosa em seu rosto. Nier ignora a fala do gato, o pega no colo e coloca no parapeito da janela.

—Vê essa cidade, Ryon? Espero que cuide bem do bar enquanto estivermos nela. Ela é cheia de ladrões. – Ele fala fazendo uma cara assustadora para o gato, que responde colocando uma pata em seu nariz (Nier achava elas realmente macias e fofas).

—Pode confiar mais em mim do que nesses dois patetas dorminhocos. – Ele aponta para Skanfy e Asura, que estavam deitados em cima da mesa, dormindo. Os três riem dos preguiçosos, e voltam a olhar para Araruna, seu próximo destino, e onde estaria o primeiro a ter sido recrutado para a Saligia, Takashi, o Pecado da Ganância.

Após uma meia hora, eles chegam ao seu destino. Ainda era bastante cedo quando chegaram em Araruna, mas enormes nuvens cinzas impediam que os raios do sol iluminassem a cidade. Esse é o clima perfeito para Asura durante o dia mas, fora isso, nada mais era agradável. Um cheiro de cadáveres se decompondo, lixo queimando, e álcool enchia o ar vindo da cidade, exatamente como Camille imaginava. A arquitetura que ao longe parecia intimidadora, de perto parecia aterrorizante. Muitos dos prédios ao redor eram velhos, com várias partes quebradas, e eram tão altos que deixava as ruas ainda mais escuras de dia, dando o ar de uma cidade fantasma. Haviam algumas pessoas na rua, mas tinha um ar que não inspirava nenhuma simpatia. Muitos deles vestiam trapos velhos, e alguns tinham cicatrizes, dentes e olhos faltando, e com olhares amedrontadores.

—Acho que não devia ter vindo... – disse Camille, que tremia bastante de medo dentro do capuz. Além de Asura, Camille, Nier, e Skanfy, que assumiu a forma de uma garota gordinha e cara de capivara, estavam usando capas com capuz. – Aqui é muito assustador!

—Não se preocupe, Camille! – disse Nier, segurando-a pelo ombro, com um grande sorriso para acalmá-la. – Não deixarei nada de ruim lhe acontecer!

—Sir Nier... – Ela responde com um sorriso e com os olhos marejados.

—Eu me preocuparia – Disse Asura, que olhou para Camille com um sorriso assustador. – Aliás Camille, muitas garotas que passaram por essa cidade sumiram por causa do comércio de escravos dessa região... Se tivéssemos deixado você por aí sozinha, provavelmente seria comprada por algum lorde de um país do continente...

Camille ficou petrificada de medo ao ouvir a história de Asura. Nier deu uma martelada com a mão na cabeça do vampiro, que saiu rindo.

—Mas pourquoi je tenho que ficar nessa forma? – Reclamou Skanfy em sua nova forma, nem um pouco atraente ou sensual como gostava de estar em novas formas, e muito menos pronta para o combate.

—Porque nós não podemos ficar chamando muita atenção. – Disse Asura. – Como somos procurados pelo reino, devemos fazer de tudo para evitar atenção. – Skanfy o encarou com um olhar como se dissesse que aterrorizar Camille era bem ao contrário de chamar atenção.

—Ora, ora, ora, o que temos por aqui? – E no fim, atraíram atenção.

Um homem sorridente apareceu na frente do grupo. Provavelmente era algum bandido de outro país, pois ele carregava uma espada que não parecia ser dali e sua cor era diferente daqueles que viviam na Britânia.

—Olá, como poderia lhe ajudar? – Asura dá um passo à frente e coloca a mão em sua adaga, para mostrar que está armado para os bandidos.

—Bem, eu estava dando uma volta por essa cidade horrorosa, quando vi essa bela garota de capuz, e aí eu pensei: Acho que ela daria uma esposa maravilhosa! Ou até mesmo, um ótimo negócio... – Ele fala com um tom ameaçador. A intimidação de Asura não surtiu efeito algum com o bandido.

Camille ficou subitamente muito preocupada, e Nier começou a ficar irritado com essa situação. Era exatamente por isso que não queria ir até Araruna.

—Escuta cara, essa garota aqui não está à venda. Que tal você dar meia-volta e esquecer que viu ela? – O vampiro estava tentando contornar a situação rapidamente, não queria criar confusão.

O bandido se irritou e levantou a espada, não querendo prorrogar demais esse diálogo.

—Quem disse em comprá-la? Eu sou Alim, líder dos bandidos Sand Blades! Quando eu quero alguma coisa, você dá para mim! E se não me dar, eu mesmo terei de tomar a for-

—Eu não ligo! – Gritou Asura, ao dar um soco que nocauteou o bandido no chão, fazendo o bando se afastar e fugir, carregando o seu chefe.

—Não acha que foi um pouco violento? – Perguntou Skanfy, emburrada com as incoerências de Asura.

—Na real, se eu não tivesse atacado, o capitãozinho teria arrancado a cabeça desse cara. – Ele apontou para Nier, que estava com sua Gilgamesh brilhando na sua mão direita.

De repente um grito agonizante foi ouvido pelos membros da Saligia. Asura farejou o ar, e sentiu cheiro de sangue, metal e um que ele nunca esqueceria.

—Capitãozinho, ele está aqui perto!

—Takashi! – Nier exclama feliz, pois já teriam resolvido seu problema.

Skanfy observou por um breve momento o ladrão se contorcendo de dor no chão e sendo arrastado. Por um pequeno instante ela quase sentiu pena dele por ter tentado chamar seus companheiros, porém os mesmos já estavam correndo para fora do alcance de Asura. A garota então foi tirada de seus pensamentos pela voz de algum de seus amigos, ela não entendeu direito o que ou quem disse, mas a menção de Takashi feita por Nier a fez entender a situação: eles haviam encontrado mais um companheiro!

Skanfy pediu para os companheiros irem falar com Takashi enquanto ela ficava esperando junto de Camille, a garota achou que seria o mais seguro levando em consideração que eles estavam em Araruna – e como Takashi era. Nier olhou preocupado para Camille, mas Asura o arrastou na direção do grito aterrorizado. Skanfy sorriu e então olhou para Camille e percebeu que ela estava tremendo enquanto olhava ao seu redor.

—Você está bem? – Perguntou a fada.

—Sim, eu apenas não ouvi boas histórias sobre esse lugar! – Skanfy enganchou seu braço no de Camille e disse:

—Pronto, agora nós parecemos garotinhas de 12 anos, mas pelo menos podemos nos proteger! – Skanfy sorriu para Camille que retribuiu o sorriso e continuou a olhar ao redor. – Só espero que eles não demorem muito, não quero me envolver em uma discussão por aqui, isso chamaria muita atenção.

No mesmo momento em que Camille abriu a boca para falar alguma coisa, Skanfy se soltou dela e segurou algo que ia acertar as garotas. Olhando mais atentamente, Skanfy percebeu que se tratava de uma flecha. Não era uma flecha de qualidade, era meio velha na verdade, a garota desconfiou que uma flecha daquelas poderia até causar tétano. 

A atualmente morena olhou para a direção onde Camille deveria estar, mas percebeu que ela não estava mais lá, olhando ao redor ela viu um homem adulto, alto e com a aparência clichê de um ladrão carregando uma garota cujo o capuz deixava escapar alguns fios intensamente vermelhos de cabelo, ela começou a correr na direção deles usando os primeiros passos para se adaptar ao novo peso, algo que não demorou muito já que ela já havia se acostumado com suas trocas repentinas de massa muscular. 

Quando estava prestes a pegar seu arco, ela parou de correr, não porque não poderia facilmente acertar o homem enquanto ele corria com Camille no colo, mas porque isso seria menos divertido do que iria realmente acontecer, pois o sequestrador da princesa havia ido diretamente para onde estavam o quarto pecado capital: Takashi, o Pecado da Ganância.


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