Playing With Fire 🔥 Sirius Black escrita por Beatrice do Prado


CapĂ­tulo 29
I Want To Break Free


Notas iniciais do capĂ­tulo

Finalmente o capĂ­tulo saiu!!

Desculpem mais um atraso, mas esse capítulo, até agora, foi o mais difícil para escrever, e o mais pesado, e não foi porque é o mais longo, é que no mesmo capítulo eu mostrei parte da família da Lizzie e os Black...não preciso nem explicar nada, né.

A música de inspiração do capítulo é a do Queen, I Want To Break Free.


Espero muito que gostem, sério mesmo


Boa leitura



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Após se despedir dos amigos na ferroviária King´s Cross, Elizabeth caminhou no sentido dos pais, que a aguardavam do lado de fora do local.

—Seja bem-vinda de volta, minha filha. – Anunciou o pai Robert, antes de abraçá-la. – Já adianto que estamos muito orgulhosos, por você não ter arrumado encrenca em Hogwarts.

—Isso é verdade. – Citou a mãe Katherine, antes de abraçar a filha – Dessa vez, não recebemos nenhuma notificação da sua escola.

—Isso só prova que o problema não era eu, e sim Ilvermorny. – Se defendeu, entregando as bagagens ao pai.

—Claro que sim, Elizabeth. – Retrucou Katherine – Como se nós não te conhecêssemos.

—E o presente do tio Keith, já chegou? – Perguntou, na tentativa de mudar o assunto.

—Depende. – Respondeu Robert.                                                       

—Depende do que? – Questionou, preocupada. 

—No caminho para casa, eu te explico. – Respondeu o patriarca, ao abrir o porta-malas do automóvel no intuito de guardar as malas de Elizabeth, que entrou no carro com sua mãe.

Já dentro do veículo e antes de ligá-lo, para que retornassem à residência da família, Robert encarou seriamente a filha que estava no banco de trás.

—Que olhar é esse? – Perguntou, ainda mais preocupada do que anteriormente.

—Minha filha, você sabe o quão importante foi para mim, que a nossa família se mudasse para Londres. – Explicou – E como amanhã nós visitaremos a casa dos Black... – Dizia, antes de ser interrompido por Lizzie.

—Pai, eu vou me comportar nessa festa, não se preocupe. – Assegurou, aliviada por saber que o assunto importante era aquele.

—Isso é uma promessa? – Questionou o homem.

—Sim, aliás eu sou amiga de um dos filhos dos Black. – Informou.

—Creio que esteja falando de Sirius Black, pois ele é da sua idade. – Apontou Katherine.

—Não, eu estou falando do Regulus, o filho mais novo. – Afirmou Elizabeth.

—Parece que dessa vez você fez amizade com as pessoas certas, pois além de Regulus, você é amiga de Ethan White, estou errada? – A mãe perguntou.

—O Ethan é só um colega, que eu falo de vez em quando. – Informou Lizzie.

—Elizabeth, eu deixei bem claro que você precisava ser próxima do Ethan, foi o pai dele quem nos ajudou com a questão da mudança para cá. – Reclamou, Katherine.

—Não está bom eu ser amiga do Regulus? Ele é um Black. – Argumentou Mcguire.

—E quem são aqueles estudantes, que eu vi se despedindo de você? – A mãe, questionou.

—Vocês disseram que eu poderia ser amiga, de quem eu quisesse. – Retrucou Elizabeth irritada, afinal, da última vez em que a mãe questionou o nome de uma amiga sua, no primeiro ano em Ilvermorny, a mulher acabou humilhando a menina, por não ser uma puro sangue e Mcguire não queria que isso se repetisse.

—E você pode, Elizabeth só que... – Dizia a mãe, antes de ser interrompida por Robert.

—Deixa para lá, Katherine. – Pediu o pai.

—E o meu presente do tio Keith? – Perguntou, novamente.

—Está em casa. – Respondeu, a mãe – O que o seu tio aprontou dessa vez, que te deixou tão ansiosa?

—Eu não sei o que é, por isso estou ansiosa. – Respondeu.

—Bom, vamos jantar fora e depois retornamos para casa, para que o seu pai te dê o presente do Keith. – Informou Katherine.

(...)

Assim que a família chegou em casa, Robert entregou o presente de seu irmão Keith à filha, que subiu as escadas correndo e entrou em seu quatro. Ao rasgar o embrulho e abrir a caixa, Lizzie conseguiu ver uma carta, um porta-retratos com a foto dos dois e uma caixa menor envolta por um laço vermelho.

Querida, sobrinha

Se prepare para receber, o presente mais Ăştil de sua vida!

Como eu sei que você vai passar o Natal, na casa de alguma família entojada e nojenta, que não consegue desenrolar uma conversa decente, eu e os meus amigos Tíbio e Peronio criamos algo para você não morrer de tédio.

Nessa caixinha você vai encontrar dois botões, como os de uma camisa, e eles vão servir para você ouvir a música que quiser, e na hora em que quiser. Para isso, basta posicioná-los em sua orelha e pensar no nome da canção que você quer ouvir, após isso e de maneira instantânea, a música vai começar a ser emitida dos botões.

Para mudar de música, basta pensar no nome da outra canção, e caso queira que pare, é só retirá-los das orelhas.

Aí você pode estar pensando: “Os chatos dos meus pais vão ver isso na minha orelha e me impedir de usá-los”

Resposta:  assim que você posicionar os botões em sua orelha, eles vão ficar invisíveis.

E então você vai pensar em um outro porém: “Mas e se eu me distrair com a música, e alguém iniciar uma conversa comigo? ”

Pois bem, no momento em que qualquer pessoa começar a falar com você, o som para automaticamente.

Ou seja, nĂłs pensamos em tudo!

Ah, e caso os seus pais perguntem qual foi o presente que te dei, eu mandei junto dos botões, um porta-retratos nosso, você pode falar que o seu presente foi esse.

É isso, minha praguinha favorita.

Tenha um ótimo Natal e nunca se esqueça que eu te amo.

Beijos e chutes nas canelas.

Tio Keith

 

 

Elizabeth guardou a carta de seu tio e abriu a caixa que continha os botões musicais, para que pudesse testá-los. Assim que os posicionou em sua orelha, pensou na música “I Wanna Dance With Somebody” da cantora Whitney Houston, e logo a melodia da canção começou a ser emitida.

Devido a empolgação por estar ouvindo uma, de suas músicas favoritas, a garota subiu em sua cama e começou a dançar, mas aquele momento de descontração fora interrompido pelas batidas em sua porta.

—Lizzie, abra a porta.  – Pediu a mãe, fazendo a música parar, assim como havia sido explicado por Keith, a respeito do funcionamento dos botões.

Ao entrar no quarto, o olhar de Katherine fora direcionado Ă  cama da jovem, para que pudesse descobrir qual era o presente que Elizabeth havia ganhado.

—Ele me deu um porta-retratos com a nossa foto. – Informou a jovem, antes que a mãe perguntasse.

—Finalmente ele resolveu te dar um presente normal. – Disse, aliviada – Parece que tudo está melhorando para essa família.

—É, você tem razão. – Concordou Elizabeth.

—Você me dando razão?  – Perguntou confusa, antes de prosseguir com o diálogo – Bom, mas não foi isso que eu vim fazer aqui.

—Ixi, lá vem bomba. – Debochou.

—Eu vim falar do Ethan White. – Disse a mãe, que se sentou na cama da filha.

—Falar o que, especificamente? – Questionou, se sentando ao lado de Katherine.

—Ele é um rapaz de uma excelente família, e você já está com idade para pensar em casamento. – Afirmou, fazendo com que a filha revirasse os olhos, em sinal de frustração.

—Eu já te disse que não quero casar. – Afirmou, seriamente.

—Você quer morrer sozinha? – Perguntou, indignada.

 -No caixão só cabe um, pelo que eu saiba. – Respondeu, dando de ombros.

—Elizabeth, pensa bem no que eu estou te falando, o sr. White nos ajudou muito com todo o processo de mudança e ele tem um papel fundamental, para o que está por vir. – Informou.

—E o que está por vir? – Lizzie perguntou, confusa.

—Nada. – Respondeu a mãe, já se levantando – Agora descansa, porque amanhã nós precisamos acordar cedo, para comprarmos as roupas do Natal.

—E eu vou poder escolher? – Questionou, esperançosa.

—Mas é claro que não. – Respondeu, dando um beijo na testa da garota.

—Só espero que o vestido não tenha babado. – Disse.

—Babados saíram de moda, no semestre passado. – Informou a mulher. – Até amanhã e não demora para dormir. – Disse, antes de sair do quarto e fechar a porta.

—É muito bom te ver de novo, Jon Bon Jovi. – Afirmou ao olhar para o teto, local aonde havia colado vários pôsteres do cantor, e que ficavam invisíveis aos olhos dos pais.

Logo, pensou em uma de suas músicas favoritas daquela banda, a canção “Bad Medicine”, que começou a ser emitida pelos botões musicais.

—Meu tio tinha razão, esse é o presente mais útil que eu poderia ganhar. – Disse, para ela mesma.

(...)

Ao chegarem na nobre casa de Orion e Walburga Black, a família Mcguire fora muito bem recebida pela matriarca da família, que se colocou à inteira disposição para mantê-los confortáveis, durante aquela comemoração de final de ano.

—Fico satisfeita em tê-los em minha residência, para que possamos comemorar juntos o grande futuro que nos espera. – Anunciou Walburga, com um sorriso quase que maléfico em seu cenho, e que fora capaz de arrepiar os pelos dos braços de Elizabeth.

—Nós é quem agradecemos ao convite e hospitalidade, sra. Black. – Afirmou, Robert.

—Creio que essa seja a filha de vocês, a Elizabeth Mcguire. – Disse a mulher, encarando Lizzie com atenção.

“Não, eu sou a Xuxa” Pensou Elizabeth, que com apenas alguns segundos perto daquela mulher, já havia criado uma barreira emocional espessa contra ela.

—Sim, essa é a nossa filha Elizabeth, e ela disse que é amiga de um dos seus filhos. – Informou Katherine. – O Regulus.

—Não teria como ser diferente. – Disse a sr. Black, satisfeita – Bom, fiquem à vontade, entrando no salão principal, vocês já poderão ver o meu esposo, o Sr. Orion e nossos dois filhos. – Informou – O restante de nossa família estará conosco, em poucos minutos. – Disse, antes de se afastar da família Mcguire.

Ao entrar no espaço mencionado anteriormente, Elizabeth conseguiu visualizar Regulus parado de um lado do salão, e Sirius recebendo uma caixinha prateada de seu pai, o qual avisou ao filho mais velho de que os Mcguire haviam chegado, fazendo com que ele se virasse para encarar as visitas.

—Sejam muito bem-vindos. – Anunciou Orion, ao se aproximar dos convidados, na companhia dos dois filhos – E muito obrigado por terem vindo festejar essa data, conosco.

—Nós é quem agradecemos. – Afirmou Robert. – Afinal, temos muito o que comemorar.

—Com toda a certeza, Robert. – Concordou o sr. Black – Aceitam alguns drinks, para começáramos a noite?

—Aceitamos sim, Orion. – Respondeu o pai de Lizzie, que acompanhou o sr. Black, na companhia de sua esposa Katherine.

—E o que você achou da mui antiga e nobre casa dos Black, Mcguire?  – Questionou, Sirius.

—Muito linda, nota dois. – Respondeu baixinho.

—Como? – Questionou Sirius.

—Eu estava analisando o nome de vocês e fiquei com uma dúvida. – Disse Lizzie, mudando de assunto – O nome do pai de vocês é Orion, a da mãe é Walburga, e vocês são Regulus e Sirius. – Apontou Mcguire, pensativa – É alguma tradição dos Black, terem nomes relacionados à Astronomia.

—Sim, todos os membros possuem nomes relativos a isso. – Respondeu Regulus.

—Me digam que alguém dessa família tem o nome de Andrômeda, é a minha galáxia favorita. – Disse, encarando os irmãos Black, com atenção.

—Tinha, mas ela foi expulsa da família por se casar com um trouxa. – Afirmou Sirius descontente, já que a prima Andrômeda era uma das únicas pessoas da família, a qual ele se dava bem.

—Sirius, não entre nesse assunto, os nossos pais podem ouvir. – Repreendeu Regulus.

—Pode deixar, irmãozinho. – Disse o irmão mais velho, revirando os olhos

—Seria o auge se ela tivesse um irmão chamado Ikki. – Disse Lizzie, se divertindo.

—Ikki? – Questionou Regulus, confuso. – Na verdade, nossas primas se chamam: Bellatrix e Narcisa.

—Olhem quem chegou, os White. – Anunciou o filho mais velho, ao mudar de assunto

—É para comemorar? – Perguntou Mcguire, insatisfeita.

—Elizabeth, venha cá. – Pediu a mãe, que já se aproximava dos White.

—Por favor, batam na minha cabeça com uma garrafa para eu desmaiar. – Pediu Lizzie.

—Elizabeth. – Chamou a mãe, mais uma vez.

Ao se aproximar da famĂ­lia que acabara de chegar, Katherine se apressou para apresentar a filha aos pais de Ethan.

—Então você é a Elizabeth Mcguire, que o meu filho tanto fala? – Perguntou a sra. White, estendendo a mão para cumprimentar a moça.

“Não, eu sou a Oprah, oh povo sonso” Pensou Lizzie, completamente desconfortável com aquela situação.

—Sou sim. – Respondeu, retribuindo o cumprimento.

—Prazer em conhecê-la, srta. Mcguire. – Disse o sr. White, a cumprimentado também.

—Você está lindíssima, Elizabeth. – Elogiou Ethan, antes de beijar a mão da moça.

—Obrigada. – Agradeceu – Mas vamos ali conversar com... – Ao se virar, a jovem percebeu que Sirius não estava mais ao lado do irmão –...Regulus.

—Claro, vamos sim. – Concordou, Ethan.

—Com licença. – Pediu Lizzie, antes de se afastar dos White.

ApĂłs conversar por alguns minutos, com os seus colegas de casa, Elizabeth resolveu perambular pela festa, que havia se tornado a pior de toda a sua vida social.

Ao contrário de boa parte, da alta sociedade dos Estados Unidos, à qual demonstrava ser preconceituosa de maneira sútil, a família Black e os amigos não tentavam disfarçar a intolerância que possuíam por trouxas, nascidos de pais trouxas e mestiços.

Era uma chuva de preconceito e ódio gratuitos, capazes de deixar Lizzie enojada e sem forças, como se toda a sua vitalidade estivesse sendo sugada por aquelas pessoas tão baixas e medíocres.

Com isso, Lizzie resolveu se afastar da multidão para ouvir música, com o auxílio do presente de seu tio Keith, e para fazer jus ao momento, a jovem optou pela música “Scream” de Michael Jackson em parceria com sua irmã, Janet Jackson.

Afinal, a vontade que ela tinha naquele momento, era o de gritar umas verdades na cara de todas aquelas pessoas preconceituosas, incluindo seus pais.

Em um determinado momento da música, Elizabeth sentiu uma de suas orelhas pinicar, a fazendo retirar um dos botões disfarçadamente, para que pudesse coçar o local rapidamente.

No instante em que levou o botão para a orelha, a jovem sentiu a sua mão ser puxada para trás.

—O que é isso? – Perguntou Sirius, que havia pegado o botão da mão de Lizzie.

—Ai que susto, garoto. – Reclamou, alarmada – Me devolve.

—Não antes de você me falar, o que é. – Retrucou, Black.

—Não é da sua conta, palhaço. – Rebateu, tentando pegar o botão da mão de Sirius, que guardou a peça no bolso da calça.

—Se você não quer me falar o que é, eu vou perguntar para os seus pais. – Afirmou, se afastando da garota.

—Tá bom, eu falo. – Afirmou, puxando o rapaz – Meu tio e os amigos dele criaram essas espécies de botões musicais – Mostrou o outro, ao pegá-lo de sua orelha – Para que eu pudesse ouvir música durante essas festas chatas que meus pais me obrigam a participar, ninguém percebe que eu estou usando, porque quando eu os coloco na orelha, eles ficam invisíveis, e quando alguém tenta falar comigo, a música para.

—E como esses botões tocam música? – Questionou, interessado.

—Você os coloca na orelha e pensa na música, aí os botões começam a emitir a canção automaticamente. – Explicou.

—Genial. – Exprimiu, impressionado. – Sabe o que eu lembrei, que você não deu o meu presente de aniversário, então.... – Disse, pegando o outro botão da mão de Lizzie – ...eu acho que vou ficar com isso para mim. – Finalizou, antes de correr para as escadas, que davam acesso ao andar de cima.

—Black, volta aqui. – Pediu Elizabeth, que subiu as escadas, no intuito de perseguir o rapaz. 

No meio da corrida, Lizzie acabou se desequilibrando, por causa do salto alto que nĂŁo estava acostumada a usar, e caiu no chĂŁo com uma dor intensa em seu tornozelo.

Assim que Sirius percebeu o que tinha acontecido, correu no sentido da garota, preocupado.

—Você está bem? – Perguntou, se abaixando.

—Eu acho que eu torci o tornozelo. – Respondeu, acariciando o local afetado.

—Fica calma. – Disse, antes de pegá-la no colo e entrar em um quarto que estava perto deles, para que pudesse repousá-la em uma cama, que logo Mcguire percebeu ser dele, já que na parede ao lado haviam bandeiras da Grifinória e pôsteres de mulheres de biquíni.

—Nossa, que absurdo. – Criticou, ao olhar para os pôsteres. - Como assim você não tem um pôster da Whitney Houston?

—O que? – Questionou confuso, antes de tentar retirar a sandália do pé de Elizabeth.

—Whitney Hous... – Dizia, antes de sentir dor –... vai devagar, está doendo um pouquinho.

—Desculpa, eu não quis te machucar. – Se justificou aflito, afinal, se ele não tivesse pegado os botões musicais da garota, ela não teria corrido atrás dele.

—O que está acontecendo aqui? – Questionou a mãe de Sirius, ao entrar de supetão no aposento.

—Sra. Black, eu estava tentando achar o banheiro e acabei me desequilibrando por causa do salto. – Explicou Lizzie. – O Sirius que estava por perto, me trouxe até aqui para me ajudar.

—Srta. Mcguire, eu peço mil desculpas por você ter entrado nesse âmbito... – Dizia de maneira colérica, ao olhar as paredes do local – ...nesse chiqueiro, ao qual Sirius insiste em chamar de quarto. – A mulher se aproximou da garota, e em poucos segundos conseguiu fazer a dor de seu tornozelo cessar – Agora, eu vou pedir que a srta. me deixe a sós com o meu filho, para que possamos conversar.

—Claro. – Concordou Elizabeth, antes de colocar a sandália. – Com licença.

Há poucos passos de distância do quarto de Black, Lizzie pôde ouvir os gritos daquela mulher e nisso decidiu ficar para ouvir a conversação.

—O que você pretendia em trazê-la aqui, seu pervertido sujo. – Dizia, antes do filho tentar interrompê-la – Cala a boca, seu animal, não basta ser uma vergonha para os Black, você ainda quer manchar a dignidade dessa donzela, seu imundo.

—Eu não... – Sirius tentou se defender.

—Eu já te mandei calar a boca, ou você quer que eu te torture como mais cedo? – Perguntou, apontando a varinha no sentido do primogênito – Agora, você vai ficar nesse quarto até os Mcguire irem embora, sem água e sem comida.

Ao perceber que a conversa estava se encerrado, Lizzie se apressou para descer a escada, mesmo que a vontade fosse ficar para defender Sirius de uma mulher que, erroneamente, se considerava sua mĂŁe.

Como uma mãe de verdade poderia falar aquelas coisas para o próprio filho? Era fato que, Sirius aprontava muitas marotices em Hogwarts e provavelmente em casa também, mas nada justificava aquele tratamento torpe e desumano que beirava à tortura.

Mas o que esperar de uma famĂ­lia que cuspia Ăłdio gratuito como os Black.

De certo e salvo poucas exceções, aquelas pessoas não deveriam sentir feição genuína nem entre os próprios membros daquele clã hediondo.

(...)

Elizabeth havia ficado em um quarto separada de seus pais, para que pudesse descansar melhor da festa de Natal, mas a Ăşltima coisa que a garota faria naquela noite seria descansar.

NĂŁo depois de ter ouvido a progenitora de Sirius o humilhar daquela maneira tĂŁo monstruosa.

Ao retornar àquelas frases, que ficavam voltando em sua mente de maneira centrípeta, Mcguire se recordou da última citação que havia ouvido, de seu Black ficaria sem água e sem comida até que a sua família fosse embora, e nisso se lembrou que, por dica de seu tio Keith, sempre trazia em sua bolsa mágica, alguns biscoitos e sucos, para o caso de passar fome durante as festas que participava.

Afinal, o tio sabia que essas festas mais chiques tinham de tudo, menos comida.

Nisso, Lizzie decidiu se arriscar em sair de seu aposento e ir vê-lo em seu quarto, já que os dormitórios ficavam no mesmo andar.

Chegando à porta do quarto de Sirius, Elizabeth bateu nela cuidadosamente, porém o rapaz não atendeu, possivelmente por estar dormindo.

Naquele momento, Lizzie teve a ideia de entrar no aposento, sem fazer barulho e deixar a comida em algum cĂ´modo do local, mas assim que entrou no quarto, percebeu Black, que nĂŁo estava dormindo, se assustando ao vĂŞ-la parada diante de sua cama.

—O que você veio fazer aqui? – Perguntou, se levantando da cama apressadamente. – Ah, eu já sei. – Respondeu a própria pergunta, antes de pegar os botões musicais que estavam em seu bolso traseiro. – Você veio buscar isso.

—Na verdade, eu não vim buscar os meus botões. – Explicou, calmamente – Eu posso me sentar na cama?

—Pode. – Autorizou desconfiado, antes de se sentar ao seu lado.

—Eu ouvi o que a sua mãe te disse.  – Jogou a informação, sem conseguir encarar o rapaz.

—E você veio aqui para rir da minha cara? – Questionou, abaixando a cabeça por estar envergonhado com o que Elizabeth havia escutado.

—Não, eu vim te trazer comida. – Explicou, antes de retirar de sua bolsa alguns biscoitos e suco e entregar para o rapaz – Eu sei que não são o bastante para matar a sua fome, até nós irmos embora, mas eu acho que pode ajudar. – Fez uma pausa – E eu quero que você fique com os botões musicais.

—Mas foi um presente do seu tio. – Rebateu, colocando a comida de lado.

—Não tem problema, ele vai entender a situação. – Afirmou – Além do mais, você está precisando bem mais do que eu. – Disse, ao perceber que Sirius estava encarando o chão, sem conseguir emitir qualquer palavra, possivelmente por ter ficado surpreso com a sua ajuda – É isso, eu vou te deixar em paz. – Anunciou, se levantando cama.

—Fica. – Pediu, ao segurar o braço de Lizzie, gentilmente.

—Sua mãe pode ouvir a gente conversando e brigar mais com você. – Rebateu Elizabeth, preocupada.

—Eles sempre tomam uma mistura mágica para dormirem a noite toda. – Explicou Sirius – Eles não ouviriam, nem se nós batêssemos as panelas nesse corredor.

—Sério? – Perguntou, impressionada – Meus pais também tomam uma mistura dessas para dormir.

—Deve ser peso na consciência. – Disseram juntos, antes de rirem baixinho e se sentem no chão, com as costas apoiadas no suporte da cama.

—Eu só não posso pegar no sono e ficar aqui até o amanhecer. – Informou, Mcguire – Assim que os meus pais acordarem, a primeira coisa que vão fazer, é irem até o meu quarto.

—Relaxa, é só a gente fazer alguma coisa para não pegar no sono. – Disse Black, calmamente.

—Bom, a gente pode ouvir música juntos. – Sugeriu Mcguire, recebendo um afirmativo de Black – Você fica com um botão e eu com outro, só que a gente vai ter que escolher uma música juntos e quem de nós vai pensar na canção.

—Do jeito que você deve ter mau gosto, eu escolho. – Zombou.

—Eu não tenho mau gosto. – Retrucou, batendo levemente no ombro de Black – Já sei, podemos começar com “I Want To Break Free” do Queen, acho bem coerente para o momento.

—Bem coerente. – Concordou com ênfase, antes de encarar a moça, orgulhoso – É, eu estava enganado, você tem bom gosto.

—Claro, é por isso que eu não gosto de você. – Retrucou.

—Não gosta e está no meu quarto de madrugada, ouvindo Queen. – Rebateu, a encarando vitorioso.

—É uma pena não poder mais ir, a um show deles. – Mudou de assunto – Pelo menos não com o Freddie Mercury. – Finalizou, antes de pensar na música e instantaneamente ela começar a ser emitida.

—É verdade. – Concordou – Mas há bandas muito boas ainda formadas, a gente poderia curtir alguns shows juntos. – Fez uma longa pausa, para apreciar o início do instrumental da música, que era tão representativa para ele e aparentemente para Elizabeth também – Mas só depois que eu for expulso de casa, é claro. – Zombou.

—Nossa, você também acha que vai ser expulso? – Perguntou Lizzie, impressionada – E se a gente apostasse para ver quem vai ser expulso primeiro?

—E o vencedor ganha o que? – Questionou, a encarando.

—Não sei, até lá a gente pensa. – Respondeu, antes de começar a cantarolar a canção – I don't want to live alone, hey – Cantava, agora na companhia de Black que encostou a sua cabeça no ombro de Elizabeth – God knows, got to make it on my own, so baby can't you see, i've got to break free.

Após o término da canção, Sirius afastou a cabeça do ombro de Lizzie e ao encará-la disse:

—Deixa, que dessa vez eu escolho. – Informou, antes que uma nova canção fosse iniciada.

—“Close To Me” do The Cure? Eu amo essa música. – Afirmou Elizabeth, antes de perceber que o jeito como Sirius a olhava, havia mudado.

Aquele novo modo de encará-la, passava longe do tradicional olhar malicioso que ele sempre lançava quando tentava se aproximar dela em Hogwarts, agora parecia que toda a sua atenção estava focada nela de maneira genuína, como se toda aquela armadura libertina e egocêntrica não o vestisse mais, pelo menos não, naquele momento de entrega.

—Se você quiser, eu me afasto. – Disse, ao aproximar o rosto do de Elizabeth.

—Mas eu não quero que você se afaste. – Afirmou Lizzie, antes de fechar os olhos e perceber que o rapaz estava se aproximando ainda mais dela.

E mesmo antes de se beijarem, uma onda de satisfação se distribuiu por cada terminação nervosa de seus corpos, revelando que aquele momento havia sido almejado há muito mais tempo, do que eles poderiam admitir.

Ao sentirem que seus lábios haviam se tocado e aquele beijo havia se tornado vivo, Elizabeth começou a acariciar um dos braços de Sirius, que segurava o rosto da jovem com cuidado, em uma tentativa extintiva de não a deixar se afastar dele.

Aquela sensação de conexão física e rendição mútua, que os jovens estavam compartilhando, havia deixado o orgulho de ambos em estado de ostracismo, fazendo com que, os porquês de terem se tornado rivais, fossem deixados de lado por toda aquela noite.

Ao término daquele beijo e sem mencionarem uma única palavra, Mcguire deitou a sua cabeça no peito de Black que a envolveu com seus braços por minutos incontáveis, até que se encarassem novamente e voltassem a se beijar.

Quanto mais as suas bocas se exploravam na busca de prazer, mais eles desejavam que aquele momento nunca terminasse, mas infelizmente, logo a noite daria espaço ao dia e eles teriam de se separar, indo cada qual, para a sua própria prisão domiciliar obscura.


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Notas finais do capĂ­tulo

EU PRECISO SABER, O QUE VOCĂŠS ACHARAM!!!!!

Principalmente do beijo, porque eu nĂŁo sou uma expert em cenas de beijo, e nesse caso eu tentei focar mais no sentimental, o que vocĂŞs acharam?

É sério, é para me responder, viu...


Beijos fiquem com Deus



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