Hi, Stranger escrita por Maga Clari


Capítulo 2
Coruja


Notas iniciais do capítulo

PERDOEM A DEMORA!!!!!!!! Sei que não mereço perdão mas eu peço mesmo assim. Espero que gostem. Beijinhos marotos ;]



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Sirius só podia estar de brincadeira. Dormir fora de casa nunca havia sido uma opção para Remus, nem depois de Hogwarts. Sentia-se constrangido por suas manias, seus rituais de higiene e limpeza, seu jeito de preparar o café da manhã. Não sentia-se à vontade, mesmo depois de anos e anos morando no mesmo quarto com seus melhores amigos, e dentro de um internato, diga-se de passagem.

Cada período escolar poderia ter sido completo, mas Remus nunca perdera a oportunidade de dar escapulidas para a Casa dos Gritos ou para a Sala Precisa, apenas para ficar sozinho, longe de olhares e julgamentos, em sua tão estimada paz interior. Nem nas férias faria aquilo. Nem quando era criança e os garotos preparavam noites do pijama. Sempre inventara desculpas para voltar para casa. Gostava da solitude e do silêncio. Gostava, acima de tudo, de poder permanecer longe de qualquer tipo de confusão, bagunça ou barulho.

Dormir na casa de Sirius, voluntariamente?! Só podia ser brincadeira. E das piores e mais sem-graça de todas. Enfezou a cara, e o fato simplesmente arrancou a gargalhada escondida de Sirius, finalmente.

― Não se preocupe, você não fez nada estranho ― continuou ele, enquanto enrugava o rosto para que o barbeador passasse pelo queixo ― Só quis salvá-lo de qualquer sermão vindo de seu pai. Sei que ele não aprova esse tipo de coisa. Aí te chamei pra ficar aqui e você concordou. Aliás, foi bem legal você ter aceitado, joguei na cara do Prongs e ainda venci a aposta. 

― Que aposta?

― Ah. Apostamos quem seria o primeiro a te receber numa noitada. Eu tinha certeza que seria eu.

― É? E por quê?

Sirius voltou a rir quando viu a cara enfezada de seu velho amigo aumentar. Depois, largou o barbeador no canto da banheira e puxou a toalha para secar o rosto.

― Não é óbvio? Você tem crush em mim.

Quê? Sirius ficou doidão? Que coisa mais idiota! Os olhos de Remus se arregalaram sentindo-se insultado, pego no flagra, envergonhado. Preferiu desviar enquanto o amigo se levantava e tomava o caminho de volta ao quarto.

― Sei que pediu que eu esquecesse e nunca mais tocasse no assunto, mas é um pouco difícil esquecer esse tipo de coisa. Era uma foto e tanto, Moony.

Espera. Quê?!

― Aliás, você nunca me disse. Pra quem era mesmo aquela mensagem-expressa?

Não, não, não, não, não, não. Aos poucos, sua memória retornava e precisou esfregar os olhos, pois sentia-se zonzo. Seguiu o garoto, que lhe indicou com a cabeça para acompanhá-lo até a “cozinha-americana”.

― Putz, eu acho que você está “viajando”, cara ― Remus conseguiu mentir. Havia adquirido aquela habilidade há muito tempo, ao fingir que não era lobisomem ― Você deve ter sonhado isso. O que nos leva a concluir que quem tem “uma crush” aqui é você, não eu.

Sirius segurou o riso outra vez enquanto dava uma mordida num pão com presunto e indicava a mesa posta para que Remus o acompanhasse.

― O que foi? ― ele quis saber, já que o garoto permanecia em pé, feito uma estátua. Continuou a questionar, mesmo de boca cheia: ― Vai esfriar, Lupin, sei que odeia café frio.

― Está observando meus hábitos agora, é?

― Se liga, ninguém gosta de café frio, foi só um chute. Vem logo, e traz a torradeira.

― Chutou isso também? Nem todo mundo gosta de torradas. ― falou, dirigindo-se ao fogão e tirando uma frigideira do armário ― Incrível. Tudo continua a mesma bagunça.

― Que seja, Moony, vem logo tomar a porra do café.

― Pro seu governo, prefiro ovos mexidos.

― É claro que prefere.

E então, antes que Remus pudesse retrucar qualquer coisa, uma coruja-das-torres cruzou o espaço, entrando pela janela aberta. O papel se desdobrou por mágica e a voz remetente foi entregue:

Nova mensagem-expressa: Endereço errado de novo, bocó. Qual é a sua?

― Não olha pra mim ― Sirius se defendeu, percebendo que o amigo alternava os olhos entre ele e o papel. A coruja ainda aguardava pelo retorno. ― Eu sei menos do que você.

Remus voltou para a sua frigideira e ligou o liquidificador.

― Ei, Moony. Quem mandou?

― Não sei!

― A voz original aparece pra você, nem comece.

Remus virou-se por alguns segundos, segundos de muita irritação, e escreveu um “vai se ferrar” no outro lado do papel antes de pegar seu café-da-manhã e dar o fora dali.


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