Antes de chegar as termas, eles pararam em um chalé que Orochimaru deixara preparado para esse fim.

Era uma adorável casinha cor de rosa, com uma varanda comprida que se embrenhava entre as árvores de um modo absolutamente natural. Tanto que a Senju ficara olhando abismada aquele espaço na dúvida se ele existia ou se era um sonho.

— Kukuku. Sabia que você ia gostar. – Orochimaru disse com uma convicção que não agradou Tsunade.

Ela odiava o fato de ser tão legível por ele. Sua satisfação ficava estampada em seu rosto de um jeito tão marcante, quanto suas insatisfações.

E ela sabia que acabava demonstrando mais insatisfação do que deveria. Mas, a insegurança era um monstrinho que gostava de devorar sua capacidade de raciocínio. Perdera tudo uma vez, caiu em um posso fundo de desespero... Achou que nunca iria sair.

E de certa forma ela não saiu. Algum pedaço dela continuava naquele fundo escuro e assustador tentando puxar todo o resto. E isso a assustava... E a fazia ficar mais suscetível ainda a gravidade.

— Será uma noite agradável. – Orochimaru aproximou-se com cautela de sua esposa. Só de olhá-la ele sabia que havia algo a perturbando, estava estampado em seu olhar de coelhinho assustado.

Então, ela o abraçou e ficou na ponta dos pés para beijá-lo, fazendo que por um instante em meio a NATUREZA eles encontrassem a naturalidade de sua relação: um homem e uma mulher casados e apaixonados, vivendo uma vida em comum. Não havia nada além disso, nenhum fantasma, nem ameaça. Porque Tsunade não conseguia ver as coisas assim? Orochimaru não sabia... Mas, não ia deixa-la estragar tudo.