Reino em Sombras escrita por Pam Cristina


Capítulo 1
Um - A chegada no castelo.




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Antes do desaparecimento da querida rainha Emily o reino era radiante e belo, os campos eram floridos e as plantações eram abundantes e verdes, mas quando ela se foi, parece que toda beleza e prosperidade a acompanhou. Pelo menos era isso que a jovem Marinette pensava enquanto estava sentada no chão do seu modesto quarto colocando suas poucas roupas gastas em um velho saco de aparência encardida. Na porta sua mãe Sabine estava em lágrimas por ver sua única filha partir.

— Mãe! Já disse para parar de chorar! Eu vou ficar bem! — A garota esbelta, de cabelos escuros e olhos azuis como o céu se levanta e vai em direção da mais velha, que era um pouco mais baixa que ela, tinha os mesmos cabelos e olhos mais puxados. — Já tenho dezessete anos! Sei me cuidar sozinha! — Marinette abraça a mãe com afeto, afagando seus cabelos.

— Eu sei que isso é mais necessário que nunca! Mas é muito difícil te ver partir para tão longe! — Sabine desfaz o abraço e leva as mãos no rosto da filha e a encara com melancolia. — Talvez você devesse trabalhar aqui mesmo na padaria e...

— Mãe. — Marinette a interrompe. — Não tem trabalho aqui para mim, não estamos mais vendendo como antigamente e precisamos fazer algo antes que passemos fome! — Segura as mãos da mais velha e aperta com carinho. — Vai dar tudo certo!

As duas ouvem alguém chamar no andar de baixo onde era a padaria.

— Vai mãe, não podemos deixar um único cliente ir!

Marinette observa a mãe chorosa passar pela porta e ir ao trabalho. A garota não gostava de parecer triste na frente de seus pais, mas a verdade era que ela estava muito deprimida por ter que deixar a família daquele jeito.

As coisas no reino não estavam fáceis para ninguém. Desde que a rainha sumiu, as redondezas ficaram sombrias, como se nem o sol fosse capaz de iluminar aquelas terras, os campos e plantações começaram a morrer e pessoas começaram a adoecer, a fome começou a chegar nas casas dos humildes aldeões e o rei Gabriel não parecia se importar com aquela situação e com as pessoas que ali viviam, ele havia se tornado um homem amargo e solitário.

Por mais que aquele momento não fosse agradável, Marinette se sentia grata por ter conseguido um trabalho no castelo para poder ajudar sua família, graças a sua boa amiga Alya que já trabalhava lá com seus pais que eram os cozinheiros reais.

Não demorou muito para terminar de juntar suas coisas. A jovem já estava na porta do estabelecimento dos pais se despedindo. Sabine estava abraçada no marido Tom, com o rosto afundado em seu peito se desmanchando em lágrimas, o homem estava mais firme, porém era visível a tristeza em seus olhos.

— Mãe, pai. Tenho que ir agora. Se não me apressar talvez coloquem outra em meu lugar.

— Eu sei, minha querida! — Tom diz abrindo os braços. — Venha nos dar um abraço antes de partir!

Marinette vai em direção aos pais e mergulha nos braços dos mais velhos. Naquele momento não conseguiu conter as lágrimas, que rolavam quentes em suas bochechas rosadas.

— Eu amo muito vocês! Volto em breve para visita-los. — A jovem diz entres soluços e lágrimas.

Logo se separam do abraço caloroso, Marinette pega seu modesto saco de pertences e se põe a caminhar, acenando para seus pais e partindo rumo ao castelo.

A caminhada seria longa, umas boas horas a pé. Não era tão distante, mas todos estavam acostumados a chegarem até lá em carruagens e a cavalo. Marinette não queria admitir, mas estava com medo de andar sozinha pelas estradas muitas vezes deserta até o castelo. Ouviu dizer de saqueadores e bandidos que vagavam por aquelas estradas, e depois do desaparecimento da rainha começou uma lenda de que haviam bestas de magia maligna rondando por todos os lados. Aquilo podia até ser só um mito, mas não deixava de assustar a garota, que andava quase que correndo no longo caminho até o castelo.

Quando chegou no castelo, Marinette suspirou com alivio que queria muito poder dizes aos seus pais que chegou sã e salva em seu destino. Assim que o nervosismo se foi de seu peito a jovem começou a admirar o castelo. Nunca havia estado ali e o lugar era lindo, mesmo com as sombras cobrindo tudo. A construção era enorme, havia um grande jardim em sua frente e ao redor existiam outras construções como um estábulo com cavalos. Dava para ver ao longe a floresta que ficava ao fundo do castelo.

Seguindo as instruções da amiga, Marinette vai em direção onde seria a entrada para a cozinha. Caminhava distraída observando os arredores quando de repente é atingida por um balde de leite a fazendo ficar encharcada do líquido. É tomada pela raiva quando vê a si mesma e todos seus pertences molhados e o autor de tal ato bem na sua frente.

— Garoto! Não olha por onde anda? — Diz exaltada para o rapaz parado a sua frente que recolhia o balde vazio.

— Desculpa! Não foi minha intenção! Talvez esse balde estivesse realmente pesado demais para eu carregar! — O jovem tenta se explicar, mas é interrompido.

— Olhe só minhas coisas! Todas molhadas de leite! Não tenho mais nada para usar além disso! — Marinette diz olhando suas coisas e bufando de raiva, e então, direciona o olhar ao autor daquele ato. Era um rapaz alto, loiro e possuía olhos verdes, tinha um olhar arrependido, porém a moça pouco se importava com seu arrependimento, só conseguia sentir a raiva de ter suas poucas coisas arruinadas pelo leite.

— Calma, eu posso te ajudar...

— Me ajudar? Então me ajude saindo da minha frente! — Marinette empurra o garoto em sua frente e sai caminhando, pisando forte com os punhos serrados. — Preciso ir até a entrada da cozinha... — Murmura entre resmungos.

— Bem, a cozinha fica para o outro lado. — O desconhecido aponta para o lado oposto de onde Marinette estava indo. Fazendo-a sentir a face esquentar. Ela dá meia volta e passa pelo rapaz empurrando-o novamente.

O loiro só observa a garota ranzinza sair correndo com suas vestes encharcadas e se sente triste por zanga-la assim.

Marinette começa a sentir um cheiro de comida vindo de trás de uma porta e então conclui que ali é a cozinha. Quando entra Alya logo a vê e vem recebe-la.

— Finalmente está aqui! — A morena de cabelos ondulados a abraça amistosamente. — Meu Deus Marinette! Está encharcada! — Alya sente o cheiro da garota. — E é leite!

— Pois é! Um idiota me deu um banho enquanto eu tentava achar a cozinha.

— Vamos, vou te mostrar a ala dos criados e te dar uma roupa seca.

Alya pegou Marinette pela mão e a puxou em direção a uma porta de madeira. Chegaram em um corredor com várias portas e logo pararam diante de uma e entraram.

— Bem, esse é seu aposento. Ele é bem pequeno, mas tem sorte de não precisar dividir com ninguém já que a moça que ficava aqui foi embora. Vou pegar roupas limpas para você.

Assim que a morena sai e deixa a de cabelos escuros sozinha ela observa o pequeno quarto. Tinha uma cama, uma pequena mesa com uma bacia de agua em cima, uma cadeira e uma pequena janela que dava vista a área externa.

Marinette se senta na cadeira e tira suas coisas do saco e suspira de desgosto. Estava realmente tudo molhado, até suas linhas de costura e seus esboços de vestidos, então os coloca em cima da mesa para que sequem. Pega um vestido, uma de suas criações preferidas. Era ela que fazia suas próprias roupas, as roupas de seus pais e até de algumas pessoas da aldeia. Seu grande sonho era poder fazer belíssimos vestidos de baile e vestir a realeza, mas suas condições não a permitia. Só restava sonhar, mas ela acreditava que esse dia chegaria e ela vestiria quem sabe até o príncipe!

— Voltei! Aqui estão as roupas secas! — Alya entrega as roupas de criada para Marinette. — É melhor sempre usar essas roupas, o rei não gosta de ver criados em vestes inapropriadas.

— Mas e minhas roupas sujas? — Marinette indaga.

— Depois eu mostro onde nós lavamos nossas roupas. Agora você precisa se limpar trocar de roupa e ir ao trabalho. Estamos cheios de afazeres e o rei está estressado hoje. Te espero na cozinha!

Marinette assente com a cabeça e é deixada a sós novamente. Então veste a sua nova roupa. Era um vestido marrom, com um avental branco e um lenço na cabeça também branco.

Quando chega na cozinha descobre seu novo trabalho de assistente: lavaria pratos e panelas e faria tudo que os cozinheiros a pedisse.

*

Em seu quarto, o príncipe Adrien não conseguia parar de pensar na garota de mais cedo da qual ele havia dado um banho de leite e a irritado tanto. Nem ao menos conseguiu pedir desculpas decentemente. Ele se sentia muito mal quando magoava alguém e com certeza aquela jovem havia se sentindo triste, então resolveu desfazer o mau entendido e procurar a garota para se desculpar.

Se recordou que ela procurava a cozinha, então provavelmente estaria lá e foi até seu encontro.

— Alteza? — Alya percebe o príncipe e se curva, fazendo que com todos na cozinha o perceba também e igualmente o reverencie.

— Já disse que não precisam se curvarem todas as vezes que me verem! — Adrien diz sorrindo. — Não se preocupem com a minha presença, estou procurando uma garota de cabelos escuros, olhos azuis e uma personalidade intensa. Acho que acabou de chegar no castelo. — Pronuncia o jovem simpaticamente.

— Bem, talvez seja a Marinette, se for, ela está lá fora estendendo uns panos. — Alya diz apontando para a porta de saída.

— Obrigada! — O príncipe diz e se retira.

E no lado de fora do castelo encontra a garota da qual procurava e vai em sua direção.

— Olá! — Adrien diz chamando a atenção da jovem. — Marinette, não é?

Quando ela se vira e se depara com aquele rapaz a raiva vem em seu peito.

— O que você quer? Jogar mais leite em mim? — Diz exaltada.

— Não... eu... — Adrien falava, mas foi interrompido por um senhor.

— Vossa alteza? — O senhor se curva diante do loiro. — Que bom te encontrar! Não tive tempo de agradecer por carregar aquele balde de leite para mim. Ele realmente era muito pesado para uma pessoa só carregar...

— A claro! Não precisa agradecer. Mas infelizmente eu acabei derramando todo aquele leite que o senhor tirou.

— Não tem problema algum, alteza, eu tirarei mais logo.

Marinette ouve tudo boquiaberta. O senhor se retira deixando-os a sós novamente.

— A-alteza? — Marinette balbucia incrédula. Se ele era alteza então ele era o... príncipe?

— Sim.

Ao ouvir a confirmação a garota instantaneamente sente seu rosto pegar fogo ao se lembrar de como havia tratado o príncipe e imediatamente se curva.

— Não precisa dessas formalidades. Só vim aqui pedir desculpas pelo banho de leite que te dei mais cedo. — Adrien diz sorrindo, fazendo com que o coração de Marinette dispare.


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Notas finais do capítulo

Eai? O que acharam? Devo continuar? Não esqueçam de deixar suas opiniões! Quero muito saber o que estão achando!



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