—Então, não vai nos dizer para onde estamos indo? – pergunto curiosa para Freddie.

Hoje era terça feira e Freddie passou o dia anterior insistindo para que eu tirasse o resto da semana de folga porque queria passar um tempo em família, já que as férias de Sophie também haviam se iniciado. Consegui a folga sem grandes problemas, mas a curiosidade do que ele planejava ainda me consumia.

Organizei uma mala para mim e outra para Sophie e elas estavam no porta-malas do carro junto com a do Freddie. Ele dirigia o carro enquanto cantarolava uma música qualquer que tocava no rádio. Ele estava feliz. E, eu também estava.

—Em breve vocês saberão.

—Vai demorar muito, papai? – Sophie perguntava impaciente e não pude deixar de rir. Ela estava ansiosa assim como eu.

—Só um pouco, precisamos passar em lugar antes de chegarmos ao nosso destino.

Eu o encaro surpresa, mas permaneço em silêncio.

Dentro de algumas horas, nós chegamos em uma pista de voo. Avistei de longe um jato particular, imaginei que seria do Freddie já que ele havia comentado uma vez sobre isso. Eu observava tudo completamente perplexa. Ainda não estou acostumada com todo esse luxo, mas tudo parece ser normal para ele.

Sophie ainda está segurando minha mão, enquanto um homem carrega nossas malas até o jato e o Freddie conversa com outro homem. Minha pequena está agitada de tão animada. Tudo é extremamente novo para ela.

—Prontas? – Freddie pergunta ao se aproximar de nós depois de alguns minutos.

—Acho que sim – sorri.

—Nós vamos voar? – os olhos de Sophie parecem brilhar,

—Vamos sim. Venham comigo – Freddie estendeu a mão para mim, mas Sophie foi mais rápida do que eu e a segurou puxando o pai em direção ao jato.

Freddie apenas olhou para trás, sorriu para mim e acelerou o passo ainda sendo puxado pela nossa filha.

(...)

O voo foi tranquilo. Comemos, conversamos e aproveitamos a paisagem. Sophie foi a que mais ficou encantada com tudo e não ousou dormir um minuto sequer.

Desembarcamos em outra cidade, ainda não reconheci qual era, mas essa pista de voo também parecia ser privada como a anterior. Às vezes me pergunto o quão rico Freddie é para esbanjar de todo esse luxo.

—Ainda não chegamos? – Sophie pergunta para o pai pela milésima vez no dia.

—Só mais um pouco – ele faz carinho em seu cabelo enquanto caminhamos para outro carro.

Nos acomodamos no carro e continuamos o percurso pela rodovia.

—Miami? – pergunto depois de ler rapidamente em uma das placas.

—Exatamente.

Não consigo conter o sorriso. Sempre quis conhecer esse lugar.

—Mas não ficaremos na cidade – Freddie continuou – Ficaremos em um lugar mais reservado.

Dessa vez, o trajeto de carro foi mais rápido. Agora pegaríamos uma lancha. Colocamos o colete e trouxe Sophie para mais perto de mim para segurá-la.

—Olha mamãe, o mar é maior do que eu imaginei – Sophie falava animadamente depois que a lancha começou a se movimentar. Nunca fomos a praia e nem nada do tipo, então ela se encantava com absolutamente tudo – É aqui que as sereias moram, não é mesmo? Papai, a gente vai poder nadar aqui? Eu nunca vi tanta água assim. Será que dá para ver os peixes? – Sophie fez menção de se levantar para olhar, mas meu instinto de mãe me fez agir mais rápido e a segurei rapidamente a impedindo de se levantar.

—Calma aí, pequena – Freddie se dirigiu a ela. Estava sentado de frente para nós – Você precisa tomar cuidado. Além disso, nós vamos nadar por aqui sim, teremos tempo para isso.

—Eba, eu vou amar isso – Sophie comemorava enquanto eu arregalava os olhos para o moreno a minha frente.

—Freddie, ela não sabe nadar ainda. É muito perigoso.

—Relaxa, ela estará de colete e ficaremos na parte mais rasa e tranquila da praia. Prometo não desgrudar dela. Além disso, na casa também tem piscina, podemos fazê-la se acostumar lá primeiro e depois vamos ao mar para ela não passar vontade – ele sorri e pisca o olho. Parece que já tinha planejado tudo.

—Tudo bem – me dou por vencida.

(...)

—Freddie, esse lugar é incrível – paro abismada em frente a grande casa – Você alugou esse lugar?

Havíamos acabado de chegar e o homem que nos trouxe, já colocou nossas malas dentro da casa.

—Na verdade, eu o comprei há uns três anos. Mas só vim umas quatro vezes para me desligar de toda a correria de Los Angeles e ficar longe de paparazzis – ele deu de ombros.

A casa possuía três andares e ficava cercada por várias árvores. O único som vindo daqui eram o farfalhar das folhas das árvores e da água se chocando na areia. Tudo tranquilo. Esse lugar realmente transmite muita paz.

Adentro a casa. O primeiro cômodo que me deparo é a enorme sala com três sofás, tapete, mesa de centro, lareira e uma grande televisão. Logo me deparo com uma grande mesa de jantar e a cozinha. Todo ambiente é integrado e a parte dos fundos é toda de vidro. De longe, consigo avistar a piscina que Freddie havia comentado.

—Uau – Sophie exclamava observando tudo atentamente – Eu quero entrar na piscina – ela dava pulinhos de alegria assim que encontrou a piscina.

—Podemos fazer o que você quiser – Freddie a encorajou.

—Então, vamos papai – ela começou a puxá-lo.

—Sophie, você precisa trocar de roupa primeiro. Vamos lá e depois voltamos - a chamei.

Ela pareceu desanimada e queria reclamar, mas até mim sem falar nada.

—Os quartos ficam no segundo andar – Freddie avisou – Tem seis quartos nesse andar. Jerry deixou nossas malas na suíte principal. É a que fica no final do corredor – ele me instrui enquanto abre os armários, certamente procurando por comida. Só então me dou conta do quão faminta estou.

Subi com Sophie para o segundo andar e em alguns minutos encontrei a suíte que ele comentou. Abri nossas malas e procurei por nossos biquínis (Freddie já havia falado que era necessário). Sophie se trocou mais rápido do que eu e assim que terminei de ajeitar meu biquini, peguei o protetor solar e espalhei pelo seu corpo.

—Estou pronta, mamãe?

—Claro, mas... – antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela saiu correndo do quarto – Sophie! Cuidado com as escadas! – grito, mas ela não responde nada.

Pego o protetor solar e vou atrás dela rapidamente.

Quando chego na cozinha, vejo Freddie já colocando as boias no braço dela.

—Sophie, sem ficar correndo por aqui. Você poderia ter se machucado – eu a repreendo.

—Desculpa, mamãe – ela responde encarando os próprios pés.

—Pronta? – Freddie se dirige a ela ainda ajoelhado ao seu lado. Ela apenas assente – E escute sua mãe da próxima vez, ok?

Ela assentiu mais uma vez. Freddie tirou a camisa e a deixou na bancada da cozinha. Fique o observando caminhar ao lado de Sophie e só então percebi que ele já estava usando uma bermuda para entrar na piscina.

Me permiti observar seu corpo por mais alguns minutos antes dele entrar totalmente na piscina com a Sophie nos braços. Cada movimento dele era perfeito. Na verdade, cada detalhe relacionado a ele era perfeito.

Ele segurava a Sophie com firmeza enquanto tentava ensinar alguns movimentos de natação para ela. Eles sorriam e não contive o sorriso ao vê-los. Eu os amo tanto que não sei nem descrever.

Freddie é o amor da minha vida e isso nunca mudaria. Eu tinha essa certeza gravada no meu coração e mente.

—Você não vem? – a voz de Freddie me desperta dos pensamentos.

—Já vou.

Mesmo estando faminta, eu não consigo recusar seu convite. Vou ficar um pouco com eles e depois vejo algo para comer. Espalho protetor solar por todo o meu corpo e vou até eles.

O primeiro contato na água faz o meu corpo se arrepiar, mas logo me acostumo a temperatura da água que está razoável. Nem muito gelada e nem muito quente.

—Você está linda, sabia? – Freddie sussurra no meu ouvido quando me aproximo – Na verdade, você sempre está linda – ele deposita um beijo no meu pescoço e sinto meu rosto pegar fogo. Eu não sei explicar o efeito que ele tem sobre mim.

—Você também não está nada mal – sussurro de volta e recebo um sorriso como resposta. O sorriso que me desmonta inteira.

Nos olhamos por mais alguns segundos enquanto Sophie faz movimentos com os pés ainda sendo segurada pelo Freddie.

—Estou indo bem? – ela fala com a respiração entrecortada.

—Está sim, princesa. Vem, vou te ensinar mais coisas – Freddie a arrasta para o centro da piscina e eu aproveito para mergulhar.

Se isso é um sonho, eu não quero acordar.

Relaxo com o mergulho e quando volto para a superfície me aproximo dos dois novamente e então eu e Freddie damos atenção a nossa filha para ensiná-la a nadar.

Eu tenho a sensação de que essa será a melhor semana.