WonderWall: 'Crossover Mulher-Maravilha x GOT' escrita por CrisPossamai


Capítulo 6
Capítulo 5




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O mapa trazido pela última amazona a explorar o mundo dos homens foi essencial para ajudar Robb a se orientar a partir dos primeiros raios de sol no dia seguinte. Ele voltou a se surpreender com o quanto a sua companheira de viagem entendia sobre a navegação marítima e era habilidosa para resolver os pequenos problemas do dia a dia em alto-mar.

Afinal, a travessia de Temiscira até algum ponto familiar ao Norte não foi tão simples e exigiu um tempo além do esperado. Sendo assim, a intimidade entre os dois cresceu gradativamente até a elaboração de um plano básico para a chegada a um Norte totalmente desconhecido. A ideia do antigo rei era desembarcar em um ponto distante de Porto Branco para não comprometer a sua identidade e provável notícia de morte.

Ele estava determinado a cumprir a promessa feita a princesa das Amazona, só que não retornaria para reivindicar o seu posto como Rei do Norte. O seu reinado foi um apanhado de erros, decisões equivocadas e traições. Portanto, a única preocupação era descobrir a situação dos seus irmãos e de sua casa, Winterfell. Sendo assim, Robb Stark ainda não tinha pretensão de aproveitar a sua segunda chance entre os vivos.

— Diana, eu quero lhe apresentar a Grande Muralha de Gelo construída por Brandon, o Construtor. O que acha? – a amazona se perde admirando o paredão gigantesco de gelo e lhe encara de volta.

— É mágica! – exclama fascinada.

— É, não é? Eu acredito que tenha algum tipo de mágica na sua sustentação. Mas, é algo realmente impressionante ainda mais a primeira vista.

— Sim, a magia das Crianças da Floresta com ajuda dos lendários gigantes para que a ameaça da Longa Noite jamais retornasse ao mundo dos homens. Brandon, o Construtor... Ele é um dos seus antepassados, não é?

— Sim. Na verdade, ele foi o fundador da Casa Stark e o Rei do Norte que iniciou a construção de Winterfell, a minha casa. Às vezes, você parece saber mais sobre a história da minha terra do que eu. – o nortenho se permite sorrir ao lembrar da própria família.

— O dever das amazonas é proteger a humanidade. Portanto, devemos saber sobre todos os povos... Mas, a história do Reino do Norte sempre foi a que mais me fascinou. Até porque foi um dos últimos locais defendidos pelas Amazonas antes que os Deuses criassem o meu verdadeiro lar, Temiscira.

— É verdade. A sua mãe disse que esteve na batalha contra o Rei da Noite. Como isso é possível? Os Meistres dizem que a Era dos Heróis ocorreu há mais de oito mil anos! – ele questiona.

— O tempo age de maneira diferente em Temiscira, Robb Stark. – o nortenho dá de ombros e respira longamente – Você quer descansar um pouco? Eu consigo ver que está quase sem fôlego. – ela observa corretamente.

— O frio. Acho que me desacostumei ao frio do Norte após me recuperar na sua Ilha Paraíso. – Diana gargalha pela insistência em referir a sua casa daquela maneira tão elogiosa, mas ele volta a ficar sério - Está muito mais forte do que eu conseguia me lembrar.

— Será que é influência do Rei da Noite? – Robb apenas dá de ombros – Descanse um pouco. A curandeira disse que você ainda não estava totalmente recuperado. Mas, não se preocupe... Eu só preciso que você me leve até a guerra, posso agir sozinha a partir daí. - ela se acomoda ao lado dele.

— Na verdade, a guerra contra o Rei da Noite deve ser do outro lado da Muralha. Mas, temos que ir por aqui antes. – ele faz gestos com a mão e tenta orientar a recém-chegada ao Norte.

— E para onde estamos indo?

— Para o Castelo Negro, da Patrulha Noite.

— Ei, não, não! – Diana se levanta e lhe puxa facilmente pela cintura, aproximando demasiadamente os corpos. Robb volta a se impressionar com o ímpeto da amazona - Me leve até o Rei da Noite, nós temos um acordo, Robb de Winterfell. E um acordo é uma promessa. E uma promessa não pode ser quebrada.

— Se você me soltar, eu posso lhe explicar, princesa. – ela concorda e se afasta dele – O Castelo Negro é onde está a Patrulha da Noite, que protege Westeros das ameaças pra lá da Muralha. Eles tem a mesma missão que você: lutar contra os Caminhantes Brancos.

— Então, a Patrulha da Noite deve saber onde está o Exército do Rei da Noite? – a princesa das Amazonas começa a gostar do novo plano de seu parceiro.

— Sim, eu acho que são os únicos que realmente se importam com a ameaça do Rei da Noite. Meu irmão Jon faz parte da Patrulha e tenho certeza que nos ajudará no que for preciso. O Senhor Comandante Mormont enviou corvos para toda Westeros quando eu ainda estava lutando e mal prestei atenção as suas palavras.

— Nós podemos mudar isso agora. Esse castelo está muito longe?

— Um pouco. Teremos que fazer um caminho mais discreto porque não tenho ideia de como as coisas estão por aqui desde a minha... Partida. Me desculpe, eu deveria ter lhe contado tudo o que imagino que precisaremos fazer quando chegamos aqui. – ele encara a companheira de viagem e se procura se desculpar verdadeiramente. E a amazona entende que nem sempre precisara do laço para discernir quando as pessoas estão sendo sinceras.   

— Eu entendo, deve estar sendo difícil para você depois de tudo o que aconteceu...

— Sim, só que isso não é mais apenas sobre mim. Deve estar sendo difícil também para você que abriu mão da segurança da sua casa pela primeira vez para ajudar em uma guerra que não é sua, na minha casa. Eu só posso tentar fazer tudo o que puder para ajudar da mesma forma que você o seu povo fizeram por mim enquanto estive na sua casa. Fiz uma promessa, não fiz?

A amazona consegue captar o pesar no semblante daquele que costumava reinar sobre todo o Norte e agora sequer tem consciência sobre o paradeiro dos seus entes queridos. Por isso, ela opta por responder com um simples sorriso, estender a mão para ajudá-lo a se levantar a fim de continuar a caminhada em silêncio.

Robb observou o acampamento a distância e não compreendeu o que selvagens faziam tão perto do Castelo Negro. Não parecia ser a preparação para uma invasão. Havia mulheres, crianças e velhos por ali. Mas, o que chamou a atenção foi a presença de um gigante. Ele e Diana poderiam tentar dar a volta e levar mais um dia até o castelo da Patrulha da Noite, poderiam... Mas, o planejamento foi suspenso quando várias espadas surgiram a sua frente e um ruivo barbudo lhe gritou algumas palavras.

— Você está perdido, garoto? O que um sulista faz tão Norte da Muralha e tão bem acompanhado?

— Eu não estou perdido e tampouco sou um sulista. Nasci e fui criado no Norte. O seu povo que parece estar longe de casa. – bradou Robb totalmente cercado.

— Você não conhece o verdadeiro Norte, garoto. E essa é a nossa nova casa! O Senhor Comandante da Patrulha da Noite nos presenteou com essas terras! – grita outro integrante do Povo Livre.

— O Comandante? Mormont jamais faria algo assim! – responde o nortenho contrariado, enquanto Diana apenas observa o povo a sua volta.

— Mormont? O novo Rei dos Corvos é Jon Snow, garoto! – o ruivo, que parece ser o líder, toma novamente a palavra e gargalha do desconhecimento da dupla.

— Jon é o novo comandante da Patrulha? Ele conseguiu! – Robb se alegra pela notícia e causa desconcerto aos seus inimigos em potencial.

— Como você conhece o Rei dos Corvos? – questiona um dos selvagens.

— Jon Snow é meu irmão. Eu estou tentando chegar ao Castelo Negro para falar com ele!

— O seu irmão é o novo líder? Então, ele certamente poderá ajudar a chegar ao Rei da Noite! – comemora Diana praticamente ignorando a ameaça próxima.

— Vocês, sulistas, são engraçados ou muito estúpidos. Por que alguém quer chegar perto do Rei da Noite ou do seu exército de Caminhantes Brancos?

— Porque esse é o dever sagrado das Amazonas. Eu sai de Temiscira para evitar que a Longa Noite caia sobre o mundo.

 Imediatamente, as armas são guardadas e as feições vão do menosprezo aos dois jovens “sulistas” para uma admiração instantânea a belíssima e impressionante mulher. O ruivo barbudo toma a dianteira do grupo e se aproxima da amazona:

— Você é realmente uma amazona? Nenhuma é vista há milhares de anos. Mas, é bom saber que as lendas estavam certas. Você é a última do seu povo?

— Não, há outras guerreiras. Mas, os deuses colocaram as amazonas em Temiscira há milhares de anos e a maioria não quer mais se envolver nas guerras dos homens.

— É uma pena. Os velhos contam que só conseguimos sobreviver a primeira vinda do Rei da Noite por causa da ajuda das amazonas. Agora, elas estão longe e as crianças da Floresta já não existem mais. Não sei se seremos o suficiente. – o desconhecido ruivo abandona o semblante intimidador e transmite medo genuíno pela primeira vez.

— O que vocês sabem sobre o Rei da Noite? – Diana se interessa pelo conhecimento do Povo Livre sobre o inimigo em comum, enquanto Robb desconfia daqueles que sempre representaram um perigo para o Norte.

— Há mais do que lendas no que vocês sabem sobre o Rei da Noite, selvagem? – Robb reforça a pergunta com um tom de desprezo na voz.

— Eu não escutei lendas, eu vi o Rei dos Outros, garoto. Nós fomos massacrados em Durolar e o Povo Livre poderia ter sido exterminado senão fosse por seu irmão. Snow fez um trato conosco e ofereceu terras e a proteção da Muralha em troca de ajuda na Grande Guerra.

— Então, vocês já enfrentou o Rei da Noite? COMO? – Diana se surpreende por encontrar alguém que tenha lutado e sobrevivido a ameaçado do próprio Rei da Noite.

 _ Eu não estaria vivo se tivesse, amazona. Mas, todos aqui viram o poder dos Caminhantes Brancos e só conseguimos sobreviver porque fugimos dali. O Rei da Noite já tem milhares ao seu comando. Mas, se vocês querem chegar até Jon Snow, venham.

Tormund, o Terror dos Gigantes, se apresenta oficialmente e lidera o rápido trecho até o vilarejo que abrigava o que restou do Povo Livre. O termo foi rapidamente assimilado por Diana, mas causou estranheza a Robb. Os “selvagens” sempre foram uma ameaça aos nortenhos e causaram inúmeros problemas ao longo dos anos, inclusive ao seu pai como Protetor do Norte.

Mas, ele não estava em condição de fazer absolutamente nada e anda precisava entender como Jon chegara tão rapidamente ao posto de Senhor Comandante da Patrulha e o que lhe motivou a fazer um esse tipo de acordo. Ainda assim, ele estava debaixo de um teto e comendo uma refeição de verdade depois de incontáveis dias. E o Jovem Lobo notou como estar entre tantas pessoas estava entusiasmando Diana, que concentrou todas as atenções desde que pisaram no povoado. De alguma forma, aqueles selvagens entendiam a origem dela muito melhor do que ele próprio.

— É um bebê? Ela está segurando um bebê? – Diana deixa o prato com a refeição de lado e praticamente corre até o local ocupado por uma família.

— Diana, calma... Diana, esse bebê não é feito de barro, lembra? – Robb tenta lembrar a amazona de sua própria força, mas a mulher se diz honrada a frente de Diana.

— É a minha menina, ela nasceu pouco depois que chegamos aqui. Você quer segurá-la? – Diana se emociona ao receber a criancinha nos braços e coloca automaticamente um largo sorriso no rosto de Robb Stark – Eu só espero viver tempo suficiente para contar a ela que teve a honra de ser acarinhada por uma lendária guerreira amazona.

Aquilo tudo ainda era altamente curioso para ele. Robb se recordava das histórias da “Velha Ama” sobre uma tribo de mulheres guerreiras, as favoritas de sua irmã caçula Arya. Mas, o rapaz nunca suspeitou que essas lendas fossem reais e passadas de geração em geração entre os povos para lá da Muralha. Ele tinha um milhão de perguntas para fazer, mas ainda sentia que estava lidando com um velho inimigo.

— Escute, garoto... Uma família cedeu aquela cabana para que a amazona possa passar essa noite. Eu não sei o que são um para o outro, então... Se ela permitir, você também pode descansar ali porque sairemos logo cedo para o Castelo Negro. – Tormund se aproxima dos visitantes e se dirige ao jovem nortenho.

— E por que não fomos ainda hoje? Eu agradeço pela ajuda até aqui, mas tenho urgência em levar Diana até...

— Não abra a sua boca para soltar falsas palavras, sulista. Você não quer dizer isso e tampouco estou fazendo algo por você. Eu e todos aqui estão ajudando apenas a guerreira amazona. – Tormund fecha o rosto e se aproxima ameaçadoramente do nortenho - Você não é e não representa nada para mim, garoto, mas estou vivo graças ao seu irmão... Então, lhe digo: não é bom estar lá fora quando as sombras caem sobre o mundo. Além disso, você estava tão fraco quando lhe encontramos que mal conseguiria dar mais dez passos à frente.

— Eu entendo... Eu consigo entender porque Jon fez o que fez... E entendo o que o seu povo está fazendo por Diana. Mas, você e o seu povo não sabem de tudo... Ela não é apenas uma guerreira amazona, ela é filha da Rainha Hipólita...

— Diana é a princesa das Amazonas? Filha da própria Hipólita? Como isso é possível? Como você a encontrou, afinal? – Tormund se surpreende com a revelação sobre a ligação entre Diana e a guerreira que ajudou significativamente a vencer os Caminhantes Brancos na primeira invasão.

— De alguma forma, eu cheguei a Temiscira e fui salvo por Diana. Mas, ela quis vir a Westeros para ajudar a combater o Rei da Noite, diz que este é o seu dever sagrado.

— Você esteve na Ilha das Amazonas?

— Sim, eu não entendo como e tampouco conheço a localização exata. Mas, acredito que a ilha esteja para lá das terras de Sempre Inverno.

— Uma ilha paraíso escondida para lá da moradia dos Caminhantes Brancos. Parece que os Deuses não acham que os mortos sejam os principais inimigos das Amazonas.

— Senão eles, quem seria? – questiona Robb.

— Vocês, sulistas, realmente não sabem nada. – Tormund balança a cabeça e se afasta do rapaz.  

Robb procurou dar pouca importância a provocação final de Tormund e voltou a sua atenção totalmente para Diana, que estava rodeada de pequenas crianças. A amazona estava encantada e atendendo a todos os pedidos dos pequenos para abraços, brincadeiras e demonstrações de combate com a poderosa espada apelidada de “Matadora de Deuses”. O nortenho quase esqueceu de onde estava e dos olhares inquisitivos sobre si quando se aproximou e acabou envolvido nos jogos dos meninos e meninas “selvagens”. Ele perdeu a noção de tempo ali em afazeres tão simples como dedicar um pouco do seu tempo a crianças, só que precisou encerrar a diversão ao sentir a falta de ar seguida de uma forte sensação de cansaço.

— Eu acho que exageramos um pouco hoje, não foi? Você ainda está recuperando as forças e passamos por um jornada desgastante nos últimos dias na neve. – relembra Diana.

— Não tem problema, eu só preciso... Só me esforçar um pouco mais para respirar... E descansar! Tormund disse que o Povo Livre separou uma cabana para você se acomodar essa noite... E eu vou...

— E você vai aonde? Nós não vamos ter novamente aquela conversa, não é? – ela leva as mãos a cintura e diverte o rapaz pela expressão zangada.

— Não, nós não vamos voltar aquela conversa... Mas, como eu lhe disse... Fora do casamento, não é correto presumir que eu possa antes de ter a sua autorização, entende? Mas, eu sempre posso me acomodar em outro lugar também...

— Você pode, deve ter muito espaço como no barco. – Robb concorda com um gesto de cabeça e passam a caminhar lado a lado rumo ao cabana para descansar antes de rumarem ao Castelo Negro. Diana interrompe o trajeto ao observar um casal de meia idade com duas crianças, que acenam a amazona – Por que eles estão de mãos dadas?

— Provavelmente porque eles estão juntos – explica Robb, sentindo a sua mão ser enlaçada pela princesa – Nós não estamos juntos deste jeito, Diana. Eles devem ser um casal, como lhe falei. Você se lembra?

— Um casal que se apresenta para um septão para se casar e jura se amar até a morte? – ela cita integralmente a explicação.

— Não sei se este é o costume entre o Povo Livre, mas acho que eles se amam para dar as mãos, ter filhos e seguir cuidando um do outro mesmo em tempos tão difíceis.

— Isso é muito bonito, não é? Então, o amor não precisa estar sempre ligado ao casamento para acontecer?

 _ Não... Infelizmente, muitos casamentos são feitos sem amor por aqui, Diana. São alianças por poder, exércitos, politica, dinheiro, reinos...

— E você? O seu casamento foi por amor? – a amazona interrompe a caminhada e mira firmemente o companheiro de viagem.

— Sim, eu amava Talisa. E fui traído por isso.

Diana se recordou do aviso da mãe na sua despedida: “cuidado no mundo dos homens. Eles não a merecem”. E se perguntou como crianças tão inocentes poderiam se transformar em seres capazes de cometer traições e assassinatos, especialmente, em momento tão sagrado quanto m casamento. Sem respostas, a amazona acabou adormecendo com o nortenho a metros de distância.


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