Tão Simples como Amar escrita por Daan_


Capítulo 21
E agora?




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André contava tudo detalhadamente para Lilian com um brilho no olhar...Lilian, por um lado estava alegre, por outro estava totalmente insegura. Conversaram por alguns minutos e logo surge Augusto, todo apressado com o sapato nas mãos:

— Ops...Desculpa gente. Já tô saindo, já tô saindo...
— Hey Augusto, fica ae cara...Esqueceu que eu e sua irmã ainda estamos dando um tempo?

Augusto olhou um pouco confuso para Lilian, que abaixou a cabeça:
— Bom, já que não tô atrapalhando...
         O rapaz sentou-se no sofá e voltou sua atenção aos sapatos. O silêncio que se instalara na sala era desagradável. Por isso, André querendo quebrar o clima chato, o quebrou:
— Então André...Lembrei que seus dois meses de namoro são por esses dias, né?
— Uhum... — respondeu dando mais atenção aos sapatos do que a André.
— Então, vai rolar comemoraçãozinha esse mês?! Lembro que me diverti pra caramba mês passado.
         Augusto, completamente sem graça não sabia o que dizer, olhou surpreso para a irmã que nada disse, somente levantou-se dizendo rapidamente:
— Vou buscar algo pra beber.
— Ahn...A Lili não te contou? - disse Augusto fazendo a irmã contar no meio do caminho.
— O que?
— O que?! — perguntou Lilian surpresa.
— Ora, eu te falei...
— O que, Lilian? — perguntou André curioso.
— Ahn...Não lembro. — respondeu Lilian indo em direção a cozinha.
— Aaah, lembra sim. — Augusto olhando todo sério para a irmã.
— Não lembro não. — Lilian franzindo o cenho.
— Realmente, sua memoria ainda num é lá essas coisas né, Lili? — brincou André.
— É, porque eu realmente não lembro.
— Pois então trate de lembrar e contar pro André.
         André olhava para os dois, que se de digladiavam com o olhar. Tentando entender o que se passava, foi interrompido pela voz de Lilian que disse calmamente:
— Amanhã a noite.
— O que? — perguntou curioso.
— Vamos sair amanhã a noite.
— Ah, entendi...Então, tô convidado?
— Era...Era justamente isso que o Augusto queria que eu lembrasse. — disse Lilian baixinho.
— Aaah, pow...Vocês aí no maior stresse por bobagem.
— Não estávamos nos stresse... — “mas mais tarde...” pensou Augusto.
— Ainda vou buscar algo pra beber, já volto.
         Lilian foi rapidamente para a cozinha e foi seguida pelo irmão, que segurou o braço de Lilian e perguntou:
— Meu, cê é doida?
— Você jogou a bomba pra mim...
— Me diz o que eu vou falar pra Mariane, Lilian? — perguntou cruzando os braços.
— Ninguéém mandou você jogar a bomba pra mim.
— Cara, você sabe na roubada que você acabou de me meter?!
— Augusto, presta atenção...Eu sei, que tá sendo maior burrada minha, talvez a maior de toda minha vida. Mas é que...Toda coragem que eu tinha foi pelo ralo quando ele chegou aqui todo sorridente e me abraçou...O mesmo abraço que me fazia sentir totalmente segura há um tempo atrás.
— Você falou certo...Há um tempo atrás. Agora é agora, Lili...
— Ele tá feliz, não quero estragar a felicidade dele.
— É, só espero que você não estrague a sua. — e saiu.
         Lilian ficou um tempo ali, organizando seus pensamentos. Sabia o que irmão tinha razão. Porém, por mais que não quisesse nada além da amizade, sabia que o rapaz era especial. Era sempre ele que esteve ali ao seu lado quando precisou...Respirou fundo e voltou para sala. Nem sequer tomou nada, enchera um copo de suco que era pra si, mas estava totalmente absorta em seus pensamentos que nem percebeu...
— Trouxe pra você.
— Brigado. — respondeu André.
         Lilian sentou ao lado de André e Augusto levantou-se:
— Bom, tô indo. Tchau pra vocês, aproveitem e juízo.
— Tchau, tchau Guh. — Lili.
— Tchau. — respondeu um tanto seco.
— Tchau cara.
— Tchau.
         Augusto saiu e logo André desatou a falar novamente, Lilian estranhou um pouco aquilo mas nada disse. Estava mais preocupada com Julia, que de certo não ia gostar nada do acontecido. Respondia André mecanicamente enquanto o rapaz contava tudo todo empolgado, até que, finalmente, André percebeu:
— O que houve, Lili? Você tá distante...
— Ahn? Não, tá tudo bem...
— Certeza? Aposto que você nem prestou atenção no que eu tava falando.
— Prestei sim.
— Não parece...Aconteceu alguma coisa? Me conta...
— Não, não aconteceu nada.
— Tem certeza? Você não quer me contar nada?
         Lilian olhou para André, respirou fundo e disse:
— Não. — “Não? Não devias abrir a boca! Isso sim, SUA BURRA!” pensava Lilian deveras irritada consigo mesma.
— Ok, já que você não quer falar...que tal nós falarmos de outra coisa? — perguntou acariciando os cabelos de Lilian.
         A garota deixou André ali por alguns momentos e afastou-se:
— Não...André, agora não.
— Por que não Lilian? Juro que pra minha felicidade ficar completa só tá faltando você voltar pra mim.
— Por favor André...
         O rapaz se irritou e levantou:
— Tudo bem Lilian, você sabe o que faz.
— Já vai? — perguntou num fio de voz.
— Vou...Tô cansado.
— Tudo bem. — disse aliviada. — Te levo até a porta.
         Os dois seguiram até a porta em silêncio e pouco antes de sair, André ainda disse:
— Só não esquece que eu amo você...Mais que tudo. E não vou te perder, não assim fácil. — e sorriu.
         Lilian franziu o cenho e sorriu sem entender o comentário do rapaz. André somente deu um beijo rápido na bochecha de Lilian e saiu. Lilian fechou a porta um tanto confusa e depois encostou na parede, com os pensamentos a mil tentava pensar numa maneira de Julia não magoar Julia, seguiu para o quarto em passos lentos e atirou-se na cama, ligou a televisão para tentar se distrair com algo, já que, certamente, sua noite seria longa...


         Lilian acordou um pouco mais tarde do que de costume naquele sábado. Foi ao banheiro e logo seguiu para a sala, onde encontrou Augusto tomando café todo silencioso. Lilian deu um beijo na testa do irmão e sentou-se. Os dois comeram no mais absoluto silêncio até que Lilian, não aguentando mais exclamou:
— Por Deus! Augusto, desculpa...Eu sei que tô errada, ok? Me xinga, esperneia, mas não fica nesse silêncio todo, você sabe que eu não suporto. Eu vou pedir desculpas pra Mari, tudo bem? Sei que ela realmente não queria a presença dele lá e...
— Ela não sabe...

— Ahn? Você...Você não contou pra ela?
— Se ela não sabe, certamente não. É que ontem eu realmente não queria brigar com ela. A gente tava tão bem.
— É, acho que nós estamos bem encrencados, maninho.
— Por que? Mais do que você não tá, eu acho...
— Eu dei minha palavra pra Julia. Disse que terminaria antes dos dois meses de vocês. Como você acha que ela vai se sentir quando me ver lá com o André?
— Wow maninha, você tá numa situação pior que eu.
— Nossa Augusto, você não sabe como me animou agora, mas não sabe mesmo!
— Isso foi um obrigado?
— Bem grande! — bufou irritada.
— Então...De nada.
         Augusto deu o sorriso mais descarado que tinha, fazendo a irmã irritar-se mais ainda. Os dois ainda trocaram poucas palavras, cada um estava perdido em seus pensamentos. Depois que terminaram o café, ficaram largados no sofá, vendo algum programa que pouco interessava. Lilian tomada pelo desânimo, nem percebera o tempo passar e Augusto no mesmo caminho. Os dois pareciam que estava prestes a serem engolidos pelo sofá, até que o telefone os desperta daquela total monotonia:
— Alô?
— Lilian?
— Quem...Julia?
— Eu mesma...Tá tudo bem com você?
         Lilian suspirou, um tanto importuna. Fechou os olhos e respondeu:
— Tá tudo bem. — já estava cansada de mentir.
— Não me parece, sabia? Você tem certeza? Quer que eu vá ai?
— Não, não precisa Julia. Tá tudo bem, fica tranquila.
— Ok, isso não tá ajudando em nada, mas já que você não quer que eu vá aí...
— Julia...Por favor, agora não. A gente se vê a noite, ok?
— Lilian...Tô preocupada com você. O que houve?
— Não aconteceu nada, Julia! Por Deus...
— Uau, agora você só me deu a certeza de que aconteceu algo. Só liguei pra saber se...Ah, nada esquece. — e desligou.
         Lilian ficou olhando para o telefone por alguns segundos até que Augusto a tirou de seus devaneios:
— Educação as vezes é bom, sabia? — perguntou sem nem tirar os olhos da televisão.
— Fui grossa, né?
         Augusto virou-se para a irmã e respondeu:
— Porra! E você ainda tem duvidas? Eu se fosse você ligaria pra ela...Agora.
— É, acho que eu vou fazer isso mesmo...
         Lilian discou os números de Julia rapidamente...A ligação só dava ocupada. A garota tentou por mais algumas vezes e por fim desistiu, tentaria falar com a morena mais tarde.


         Julia depois de falar com Lilian resolvera ir até a casa de Mari. Na realidade queria passar a tarde com sua amada, mas depois daquele tratamento não queria nem vê-la a noite. Sabia que era algo relacionado a André...Será que Lilian estaria arrependida de ter terminado com o rapaz?! “ De certo deve ter se arrependido. Porque terminar eu sei que ela terminou...Ela me deu a palavra dela, oras!” pensava Julia enquanto dirigia para a casa de Mari. Chegou na casa da amiga que logo percebeu que algo a incomodava:
— Que houve?
— Wow...És vidente agora?
— Sou. Me conta...
— Vamo sentar pelo menos? — perguntou apontando para o sofá.
— Vem.
         Mari praticamente arrastou a amiga até o sofá e empurrou a amiga:
— Pronto, agora diz. Sua cara não tá das melhores.
— Sei lá, tô meio aflita com algumas coisas...
— Se você me contar, talvez eu possa ajudar.

— Foi assim, hoje eu liguei pra Lilian e...
         Contou detalhadamente a forma como Lilian a tratara. Mari estranhou um pouco, aquilo não era, definitivamente, a Lilian que conhecia...Mas como não queria ver a amiga daquela forma, resolveu esquecer o episódio e chamou Julia:
— Que tal uma volta no shopping?
— Fazer o que no shopping, Mariane?
— Não sei, algo que não fazemos em casa...Compras, talvez? - perguntou sarcástica.
— Hum...Posso fazer um comentário?
— Pode.
— Odeio seu sarcasmo. É uma coisa extremamente...Incomoda.
— Faço minhas as suas palavras.
— Poxa, você me conhece a tanto tempo, pensei que já tivesse se acostumado.
— Vamo logo, né?
— Vejo que não... — respondeu levantando.
         Mari foi até o quarto rapidamente e calçou uma sandália e pegou sua bolsa. Parou no meio do corredor e disse um pouco sem graça:
— Esqueci de perguntar se você já almoçou...Nossa, Julia desculpa...Fiquei tão preocupada com a sua cara que acabei esquecendo. Ah, você que se vire.
— Nossa, fico impressionada com a sua preocupação com a minha saúde alimentar.
— Engraçada. Mas me diz, comeu?
— Comi sim...Cê acha que a Edna deixaria eu sair de casa sem pelo menos comer uma coisinha qualquer?!
         As duas saíram no carro da loirinha, e logo estavam no shopping. Nem se deram conta do tempo. Mari fizera questão de passar em várias lojas e olhar tudo detalhadamente, geralmente isso irritaria profundamente Julia, mas hoje Julia estava mesmo se divertindo com Mari e sua analise profunda de cada peça que pegava...Compraram algumas coisas e foram comer algo, ao terminarem, até iriam andar mais um pouco, caso Mari não tivesse dado uma olhada no relógio:
— Julia! Olha a hora, é melhor a gente ir, cara...
— Tudo bem, é melhor mesmo...Vamo indo que você ainda tem que fazer a máscara de pepino, noiva.
— Aaaai como você é engraçada. Sinto dores na barriga de tanto rir. — sarcástica.
— Depois não venha reclamar do meus sarcasmo.
— Vamos indo, vai.
         Na volta, Julia já não estava tão desanimada...Conversava com Mari distraidamente com meio sorriso nos lábios. Esquecera de Lilian parcialmente mas ainda sentia algo a incomodando...Chegaram no prédio de Mari e Julia nem subiu, pegou suas sacolas, despediu-se de Mari rapidamente e seguiu para o seu carro. Chegando em casa, deixou as sacolas no quarto e foi para o banheiro. Depois de quase uma hora, saiu do banho...Na verdade não estavam tão em cima da hora assim, era Mari que geralmente demorava pra se arrumar. Vestiu  uma de suas roupas novas e arrumou-se...Quando olhou no relógio viu que estava em cima da hora, de certo se não corresse se atrasaria...
         E foi o que aconteceu...Um atraso não muito grande, 15 minutos, mas um atraso...Quando chegou na choperia, o movimento era intenso, achou Mari pelas mesas e a loirinha lhe acenou, com uma cara meio estranha. Julia sorriu e seguiu a direção da mesa...Conforme foi se aproximando, seu sorriso foi sumindo. Completamente confusa cumprimentou todos, mecanicamente...Sentou ao lado de Mari, pediu um suco e comentou:
— Obrigada por avisar...
— Tô tão surpresa quanto você Julia...Juro. — respondeu Mari discretamente.


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