Corte de Estrelas e Tormento escrita por Black Sweet Heart


Capítulo 5
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801810/chapter/5

Nada tão majestoso foi feito em Prythian. Rhaella não conseguia parar de sentir que estava dentro de um sonho.

Por ser filha do administrador da Corte Noturna Rhaella acompanhou muitos bailes, três deles fora de sua corte. Isso a fazia quase uma especialista de bailes já que a Corte Noturna é notória por festejar sempre.

Seu baile favorito foi na corte Outonal, quando tinha treze anos. Seu pai tinha contato com o Grão–Senhor da Outonal, e até onde Rhaella sabia, Keir e Beron compartilhavam da mesma ideia sobre mulheres, comando e principalmente ódio a liderança da Corte Noturna. Rhaella sequer concentrou na conversa deles no evento, pois fazia questão de gravar cada pedaço do salão de baile. As cores laranjas, marrons e vermelho em contrastes tão bonito. Uma fogueira crepitava no meio do salão, com dez metros de altura, encantada com toda certeza. As vestes elegantes de todos a encantavam, cheias de detalhes e compridas. A Corte Outonal não exibia tanta pele, não abusavam da sensualidade como a Corte Noturna, mas o que faltava em sensualidade sobrava em abundância elegância, tecidos caros, joias reluzentes e vivas.

Rhaella realmente amava das cores vivas que os membros da corte usavam e infelizmente ela destoava deles por estar de preto como o pai e a mãe.

Odiava profundamente preto e não conseguia evitá-lo já que era da Corte Noturna.

O baile da Outonal foi realmente o baile mais lindo que ela esteve. E ainda assim não chegava aos pés da decoração feita em Sob a Montanha.

Rhaella não escondia o sorriso de excitação. Estava ansiosa pra aproveitar tudo, beber dos detalhes pra se lembrar a posteridade. Seus filhos ouviriam que a mãe deles esteve no grandioso baile de Amarantha e ela falaria daqueles dias com orgulho.

—Pare de se portar como um cachorrinho que sai de casa pela primeira vez –Rhysand ralhou, endurecendo seu braço pra que ela parasse de tentar escapar.

Rhysand subia as escadas com a mais pura elegância, demonstrando estar minimamente impressionado com toda opulência.

—Não sou sua acompanhante – Rhaella vociferou enquanto subiam as escadas para acessar a sala do salão principal –Não o quero ao meu lado a noite toda.

—E tantas querendo estar no seu lugar –Rhys piscou para uma grã-feérica que o olhava com indiscrição, mesmo agarrada a outro macho.

—Pobre coitada –Rhaella revirou os olhos.

—Por um momento pensei que Keir iria querer casá-la comigo –Rhys comentou a olhando com curiosidade. –Mas depois de hoje percebo que não, e você não me cogitou como pretendente.

—Claro que não –Rhaella fez careta.

—Estou curioso o porquê.

—Oras... –Rhaella corou fortemente quando percebeu o que iria falar. E pra quem iria falar.

Apesar do tom amigável ele ainda era o macho que fazia a montanha rugir toda vez que chegava na Cidade Escavada.

—Vou ter que arrancar da sua cabeça? –Rhys ameaçou, no entanto, seus olhos exibiam um brilho brincalhão.

—É, argh... pode não gostar da resposta –Rhaella implorou que ele não insistisse.

—Deixe-me decidir depois de escutar –Rhys não se deu por vencido.

Rhaella soltou a respiração. Seria obrigada a admitir.

Que o humor dele continuasse bom.

—É que você é meu primo, e também... Você é velho—Rhaella se esforçou muito pra não soar indelicada.

Rhys paralisou na escada, e a fez parar também.

—Me acha velho? – o macho a olhou com confusão. –O que espera dos outros Grão–Senhores?

—Sei que são velhos também –Rhaella mordeu o lábio inferior. –Mas você tem a mesma cara desde que nasci. É estranho.

Estranho era a palavra mais gentil que conseguiu pensar naquela situação. Rhysand era o monstro que o pai usava para lhe amedrontar antes de dormir, contando histórias de como o primo matou centenas e suas formas cruéis para realizar este feito.

Mas se aquele macho realmente existia ele não se mostrou ofendido com o comentário de Rhaella.

Rhys gargalhou com gosto e Rhaella soltou a respiração.

—Menina tola –Rhys sacudiu a cabeça –Esqueci o quão inocente as crianças podem ser.

—Eu não sou criança, Rhysand!

—Seu pai pode até ter a convencido que já é madura o suficiente para enfrentar este baile, mas é jovem demais para entender que verdade é a última arma usada em qualquer lugar de Prythian –Rhys ajeitou uma mecha de cabelo que soltou do penteado de Rhaella. Os olhos violeta concentrados na expressão jovial da prima, refletindo uma lamentação profunda por ver alguém como Rhaella envolvida naquela situação. –O problema certamente não será atrair um Grão-Senhor, é fácil atrair atenção de qualquer macho com a beleza que tem. O desafio será ter cuidado para não ter o rosto prejudicado por qualquer outra fêmea que veio pelo mesmo motivo que você.

Sabia que não era a única fêmea enviada ali para arranjar um casamento. Pelo menos dez meninas da Cidade Escavada, todas de origem nobre, estavam listadas para comparecer aquele baile. Sabia destas informações pois Keir coordenava suas saídas e acompanhantes.

“Poderia até ir cinquenta e nenhuma chegaria aos pés da sua beleza” comentou o pai em um jantar nos dias anteriores ao baile.

Mas alguém realmente a machucaria para ter a atenção de um Grão-Senhor? Ela saberia usar seus poderes novos? Ela seria capaz de matar outra pessoa?

Isso causou tanto terror em Rhaella que tremeu da cabeça aos pés. Rhys, cobrindo a mão dela com a dele, a olhou com total atenção.   

—Acalme-se –Rhys sorriu com confiança. –Veio com o Grão-Senhor mais temido de Prythian. Se sentir que alguém vai de fato machucá-la é só me chamar através da sua mente.

—Terei sua proteção –Murmurou engolindo seco. – E se ninguém me escolher? Se eu falhar...

—Se decidir que ninguém neste lugar será um marido certo pra você –Rhysand acrescentou. –Terá meu apoio para escolher a vida que quiser ter. Desde que seja sua escolha.

A escolha dela. A escolha que o pai nunca permitiu que sequer pensasse em ter. E Rhys era o monstro que o pai amedrontava, e era aquele monstro que escutou suas lamurias e deu atenção a elas. Que estava disposto a discutir um problema que ela apresentou. Seu pai dizia que fêmeas não deviam ter pensamentos que não fosse para cuidar do seu marido e de sua família. Mas Rhys escutou, uma menina que chegou aos dezoito e estava pronto para prolongar–se na vida imortal a partir daquele momento.

Ela pensaria muito bem em sua escolha. Depois daquela noite.

Afastou o pai e seus problemas pra longe quando enfim chegaram ao salão do baile.

Rhaella encarou o teto rochoso, as pedras brilhando como mil estrelas. Candelabros dourados pendurados em diversos cantos, cortinas de seda vermelho-sangue. A decoração impecável, Rhaella ficou sem ar.

—Tudo está tão lindo! –Rhaella apontou para o lustre central, feito de cristais de obsidiana. –Olha! Olha!

—Parece que Amarantha se inspirou em nossa corte –Rhys torceu o nariz, desaprovando a clara imitação da Cidade Escavada.

—Bem... Um pouco –Rhaella não se importou com isso, porque encarava tantos rostos novos, vestimentas diferentes. Era toda a informação que colheu por anos diante de seus olhos. –Mas não me importo com isso. Digo as pessoas, as assas...

—Illyrianos tem assas! –Rhys não ficou impressionado quando um grupo de passou a frente deles.

—Nada como aquelas! – Rhaella sinalizou para o par de assas cheios de pena que conversa perto das tochas. –E assas de Illyrianos não são bonitas –Rhaella se lembrou das assas de Cassian e Azriel, as garras pontudas nas pontas.

Por que tudo na Corte Noturna tinha que parecer tão grotesco e sombrio?

Definitivamente preferia as assas da Corte Crepuscular.

—Somos mais velozes –o macho arrumou a postura, engradecendo-se.

—Não fique triste por perder em alguma coisa –Rhaella provocou, percebendo que Rhysand tinha uma autoestima ainda mais elevada do que se espera de um Grão-Senhor.

—Ainda sou macho mais bonito daqui –Rhys assumiu uma postura confiante, a certeza que nada

—Eu discordo –Depois de ver a beleza do Grão-Senhor da Diurna, Rhaella sequer podia lembrar como era o rosto do Rhys. –Pela Mãe!

—Não perca seu tempo com Hélion. Ele é devoto a devassidão e nunca irá se casar.

—Nunca?

—Sem chances de se tornar membro da Corte Diurna.

Rhaella fez beicinho. No entanto Rhysand poderia estar certo já que Helion parecia flertar com um macho da primaveril e uma fêmea da outonal ao mesmo tempo.

—Preciso me encontrar com Amarantha –Rhys anunciou deixando–a no meio do salão.

—Tenha uma boa noite –Rhaella desejou com sinceridade. 

—Quando chegar a hora do brinde, procure–me –Rhysand parecia receoso em deixá-la. 

—Rhysand, vá! –Rhaella o empurrou levemente –Ficarei bem.

—Não hesite em me procurar se precisar! – Mandou mais uma vez

—Aproveite – pediu com honestidade.

Rhys se deu por convencido e a deixou. 

Rhaella explorou todo o salão, encantada com as roupas, os sotaques e as cores das demais cortes. Era um baile que ficaria em sua memória por toda vida. 

Viu Helion, deitado em um sofá de almofadas vermelhas. Tão belo quanto uma pintura. 

Mesmo com o aviso de Rhysand a curiosidade sobre o Grão-Feérico sobrepujou em sua mente e Rhaella decidiu tentar. Foi até a mesa e pegou uma taça de vinho, provavelmente exportada da Corte Primaveril. O cheiro doce era encantador e o Grão-Senhor certamente não recusaria.

Rhaella foi com um sorriso confiante até, porém ficou difícil conseguir atenção quando dez fêmeas também tentavam chamar atenção de Helion.  

—Fique longe, gárgula! –Xingou uma fêmea dando uma cotovelada em seu seio.

Rhaella se afastou da pequena multidão. A fêmea provavelmente tinha uma sobre forca além dos que já é dada aos grão–feéricos e por suas vestes Rhaella presumiu que fosse da Invernal.

Apesar do ódio que tinham por ela na Cidade Escavada ninguém nunca se atreveu a machucá-la. Se estava acompanhada de Syrax o animal certamente teria avançado de forma protetora. E também era protegida pela posição que tinha na corte. Alguns machos ousados passavam suas mãos pelo corpo dela e isso a incomodava profundamente. Mas qualquer um sabia que danificar o bem mais precioso de Keir garantiria uma morte lenta e torturante.

Aquilo não importou pra fêmea desesperada pela atenção de Helion. E Rhaella quis muito retaliar.

Olhou para a pontas dos dedos, imaginando retribuir o “favor”. Será que conseguiria emitir pequenas faíscas? Ou seria uma onda de poder invisível que faria a maldita Invernal cair?

Rhaella se permitiu por um momento sentir-se poderosa. Não era só uma boneca moldada as ordens do pai. Tinha algo dentro dela, algo especial.

Isso a fez sorrir sem perceber.

—Aqui está ela –Uma voz masculina a fez erguer a cabeça. –A Estrela mais brilhante da Corte Noturna.

Eris, o filho mais velho de Beron. Herdeiro da Corte Outonal.

Rhaella o conhecia desde criança. Eris foi o primeiro macho com quem dançou, no auge de seus sete anos. Em suas visitas a corte Outonal raramente alguém se importava em conversar com a filha de Keir, mas Eris sempre lhe dava atenção.

Rhaella gostava dele. Por isso seu sorriso iluminou-se como os candelabros.

—Imaginei que estaria aqui.

—Já eu estou surpreso –Eris pegou sua mão e beijou rapidamente seus dedos. –Quando escutei que seu pai permitiu que viesse desacompanhada pensei que se tratava de outra Rhaella. Apesar de um rosto como seu não ser fácil de confundir.

Rhaella ruborizou levemente.

—Meu pai tinha negócios para resolver. E não estou desacompanhada.

—Quem a acompanha? E não diga que aquela velha ranzinza está escondida em algum lugar –Eris procurou entre os membros da corte.

—Meu primo –Rhaella sinalizou com a cabeça para o altar, onde Rhysand conversava com Amarantha e Beron.

—Rhysand – O tom de Eris era completamente desanimado. –São próximos agora?

—Não –Rhaella já tinha ouvido Eris e o pai criticarem Rhysand em seus encontros. Não queria que o macho parasse de gostar dela por conta do primo. –É apenas essa noite.

—Ele disse alguma coisa sobre mim? –Eris encarou os olhos cristalinos de Rhaella.

—Não –A moça piscou confusa. –O que ele teria a dizer?

Eris se calou e sinalizou com a cabeça para o altar dos Grão–Senhores.

—Seu primo já está me encarando –Eris fez careta. –É melhor não nos falarmos mais esta noite.

—Sinto muito –Rhaella lhe deu um olhar carregado de desculpas.

Ela não queria que ele partisse. Era o único que conversou com ela até o momento.

—Tudo bem –Eris apenas deu de ombros –Também tenho minha missão de escolher uma jovem para ter como esposa. E se não encontrar, preciso garantir que terei alguém em minha cama.

—Boa sorte em sua caçada.

—Tenha sorte na sua –Eris sinalizou a direita, onde um grupo da primaveril conversava –E se me permite sugerir o Grão-Senhor da Primaveril é um bom partido.

Rhaella aceitou o conselho e passou a procurar Tamlin pelo salão. O encontrou junto a um grupo de outros machos, bebendo e gargalhando.

Ao longo da história a corte noturna e a primaveril não tinham uma boa relação. Mas certamente o pai ignoraria tal fato se a filha estivesse ao lado do Grão-Senhor.

A beleza de Tamlin impressionou Rhaella. Leu tanto sobre a corte dele que ao imaginar seu Grão–Senhor pensou em alguém bem menos... másculo. Imaginou–o no auge de seu poder, qual seria a besta que ele guarda sob sua pele. Rhaella deu passos corajosos em direção a ele. Imaginou–se como sua Senhora, sentindo-se protegida por seus músculos grandes, vivendo com ele em sua bela mansão de rosas...

—Não –Rhys a agarrou pelo cotovelo antes que pudesse se aproximar do grupo. –Ele não.

—Mas por quê? –Rhaella choramingou intercalando olhar para Tamlin e para Rhys.

—Ele jamais aceitaria se casar com alguém da corte noturna –Rhys explicou mais calmo. –E não a quero com ele.

—Não é meu pai, não pode determinar com quem não posso me relacionar –Rhaella se soltou de seu aperto e o olhou com raiva.

—Sou seu Grão-Senhor e estou ordenando pra ficar longe de Tamlin –Nos olhos de Rhys deixava claro que sua ordem não seria contestada.

—Mas...

Não—seu tom foi impiedoso.

Ela odiou que Rhysand falasse da mesma maneira que o pai dela.

—Ao menos pode me explicar? –Rhaella ficou decepcionada.

Talvez Tamlin superasse o preconceito com a corte noturna. Ela não era como ninguém de lá. Não era cruel ou traiçoeira e apesar de seu pai... Exatamente por seu pai... Ela jamais seria alguém como ele.

—Em outro momento –Rhys respondeu com graciosidade fria. –Agora se quer um bom pretendente procure Thesan. Seu pai gabou-se de seu castelo majestoso nas alturas e você seria carregada por muitos dos pássaros que tanto admirou.

Trazendo um pouco de humor ao rosto da Rhaella seu primo se foi novamente.

E ela retomou sua caça.

(...)

Rhaella entediou-se depois de lutar pela atenção de Thesan, herdeiro da corte Crepuscular, e foi em direção a mesa de guloseimas. Sua mãe teria a obrigado voltar e lutar com todas as fêmeas afetadas que passaram cada minuto exaltando o herdeiro. Mas Rhaella não se interessou o suficiente para disputar a atenção do macho.

Achou os de assas fantásticas mais atrativo do que o futuro Grão–Senhor Crepuscular.

Era melhor comer um pouco. Entre algumas taças de vinho que foram oferecidas Rhaella sentiu-se um pouco tonta. E talvez depois da comida seu humor melhorasse.

O doce de abobora sumiu a sua frente. Rhaella piscou, como foi que pode ter sumido tão rápido?

Passou a prestar atenção até que outra guloseima desapareceu. Muito rápido

Olhou com atenção para a mesa da ceia e não tardou uma mãozinha emergir do outro lado da mesa e raptar um bolinho de amora. Rhaella foi discretamente até o outro lado da mesa e fingiu escolher outro doce. A mão fantasma atacou novamente, mas desta vez Rhaella o agarrou antes que pudesse chegar a outra guloseima.

O dono da mão ficou paralisado de medo e Rhaella o fez sair debaixo da mesa. Grandes olhos negros, rosto sujo e cabelo espetado. Um menino. Provavelmente sem casa e atraído para aquela festa de fartura.

Enquanto analisava seu rosto o menino rapidamente se desfez de seu aperto frouxo e correu no corredor.

Rhaella encheu a mão com os doces que conseguia carregar e correu atrás dele. Não era justo que ele não cumprisse sua missão porque ela foi uma intrometida.

O pai desaprovava dar comida aos pobres, dizia que os incentivava a retornar ao castelo para pedir mais.

Ele não entendia que o desespero os faria voltar. A má administração das riquezas os faria voltar. E que enquanto não cuidasse da fome dos necessitados suas barrigas vazias sempre os faria voltar.

Ela nunca recusaria alimentar aqueles que tem fome. Não quando os que os diferenciavas era apenas a sorte de nascer na família de Keir.

Alcançou o menino já nas escadas da saída. Seu vestido a atrapalhava e para não correr o risco de sujá-lo indo pra fora, gritou:

—Espere... Tome mais um pouco!

O menino parou e virou-se com um olhar desconfiado. Rhaella ergueu sua mão cheia e sorriu com amorosidade. Ele retornou alguns degraus e retirou a comida das mãos de Rhaella.

—Volte antes do amanhecer e eu lhe darei mais –prometeu Rhaella.

Em vez de um olhar grato o menino encarou–a com tristeza.

—Fuja.

—O que? –Rhaella o olhou com estranheza.

—Fuja enquanto pode! –Ele pareceu assustado, olhando para os degraus acima com assombro.

—Espere ... –ele não esperou, correu de novo para fora sem olhar pra trás.

Um instinto dentro dela pediu-a para segui-lo, pra escutar o pobre garoto. Deu um passo para frente, tomada por este instinto.

Até que surgiu uma criatura horrenda a sua frente. De chifres enormes, porém sua cara era de vespa. Com os olhos amarelos, refletindo-a dezenas de vezes. As assas grotescas batiam freneticamente. Não pertencia aquela corte e Rhaella nunca leu nada sobre aquela espécie em seus livros.

—Precisa voltar –sua voz era um zumbido irritante.

—Eu sei, mas...

—Ninguém é permitido sair do salão. Se não voltar, levarei você até lá –Ele agarrou seu braço e seus dedos tinha pelos, e três dedos, em vez de cinco.

Rhaella se afastou com repulsa e medo.

—Volto sozinha –Ergueu seu vestido e voltou a subir as escadas.

Aquela seria a última vez que Rhaella sairia daquela montanha. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Corte de Estrelas e Tormento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.