Extinção escrita por Alina Black


Capítulo 8
Renesmee: Sentença




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Arquipélago Ártico Canadiano- Ilha  Bella - 73° N 91°O

72 horas antes do encontro com Sara Black.

— Você precisa ficar por no mínimo 30 segundos- Nat tentou me incentivar enquanto meu corpo flutuava por um pouco mais de 3 metros do chão- Concentre-se – insistiu ela ao perceber que meu corpo começou a perder o equilíbrio.

Tarde demais, eu já estava no chão.

— Droga! Resmunguei enquanto me levantava.

— Veja o lado bom Nessie, você não consegue levitar algo mais pesado do que você – A vampira sorriu caminhando a minha frente, rolei meus olhos tentando acompanha-la - Ainda bem que nunca vai precisar usar esse poder.

— Como pode ter tanta certeza disso? Perguntei me colocando ao lado dela enquanto seguíamos pela trilha da floresta.

Nat deu um sorriso tímido e direcionou seus olhos vermelhos na direção da grande casa que ficava no meio daquela ilha longe de qualquer tipo de civilização, seja ela qual fosse- Porque meus tios jamais permitiriam que você corresse perigo? Disse ela em um tom que me deixou em duvidas se era uma afirmação ou uma pergunta.

Em silêncio eu a acompanhei até a varanda da nossa casa, desde que Nat havia chego a aquela ilha trazida por tia Rose e tio Emmett sempre fazíamos nossas caçadas juntas, quando eu era criança a nossa relação parecia mais leve, mas depois que me tornei adulta ela se tornou um pouco mais rude, meu pai sempre dizia que era devido a sua situação, Natalia era uma criança de 12 anos quando foi atacada por um recém –criado, sua família havia sido exterminada e ela deixada a beira da morte, meus tios que na época passavam pelo local a salvaram, desde então ela se tornou filha deles.

Era dificil para ela ter 31 anos em um corpo de uma criança de 12, enquanto eu desde meus 6 anos de existência já ter um corpo adulto.

— Como foi a caçada?

Perguntou mamãe que estava sentada no chão no centro da grande sala diante de tabuleiro de xadrez, mas ela não estava jogando, apenas bloqueando os pensamentos de tia Rose que jogava contra meu pai, um pouco mais afastados meus avôs folheavam um livro juntos, estranhei a ausência de tio Emmett, tio Jasper e tia Alice, mas preferi não perguntar onde estavam os três.

— Eu não cacei – respondi me jogando no sofá da sala.

— Não estava com sede? Perguntou meu pai me lançando um olhar curioso.

Eu sorri divertida, adorava quando mamãe usava seu dom vampírico e obrigava meu pai a fazer perguntas, e eu sempre fazia um longo mistério apenas para ver a cada de descontentamento de Edward Cullen.

— Ela não caça a dias.

Rolei meus olhos desfazendo meu sorriso, definitivamente Nat era uma estraga prazeres.

— Não se sente bem querida? Perguntou meu avô desviando os olhos de seu livro em minha direção.

Dei um pulo do sofá e olhei descontente para Nat – Muito pelo contrário, eu me sinto ótima, apenas decidi aderir a outro tipo de alimento por alguns dias.

Os olhos de meu pai mantiveram-se em mim e eu suspirei, mamãe havia tirando seu escudo e naquele exato momento minha mente era invadida por ele- Ela está tentando desacostumar – disse meu pai dando um sorriso com o canto dos lábios – os cervos estão em período de reprodução.

Nat gargalhou – Isso é sério, está com pena dos bichinhos Nessie? Que coisa mais meiga – disse ela em meio a seus risos que ela foi obrigada a conter assim que tia Rose a olhou com reprovação.

— Não é nada disso – neguei com a cabeça – Só não quero ficar desejando me alimentar dessa forma na próxima vez que saírem da ilha para ir a alguma cidade próxima.

Meus pais trocaram olhares com tia Rose, eu não precisei ler mente para deduzir o que eles diriam.

— Nós já conversamos sobre isso – Disse meu pai se levantando de uma forma tão rápida que nem mesmo sendo uma hibrida consegui acompanhar.

— Vocês me prometeram.

— Renesmee – murmurou mamãe deixando o tabuleiro de xadrez sobre o sofá e após se levantar se aproximou – Não é seguro.

—Existem outros como eu lá fora, eu nem vou chamar a atenção – insisti.

Mamãe tocou meu rosto e carinhosamente colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha – Existem – disse meu pai se colocando ao lado dela – Mas assim como vocês eles vivem ocultos, porque depois que os da nossa espécie descobriram que podem ficar muito mais fortes se tomarem o sangue de um hibrido sua espécie virou a caça deles.

— Ou seja, se sair da ilha você vira sobremesa ruiva – Disse Nat sentando-se ao lado de tia Rose e pegando o bendito tabuleiro de xadrez.

Eu suspirei, apesar de uma parte de mim sentir-se frustrada por ter colocando tantas expectativas em conhecer o que havia além daquela ilha eu reconhecia que eles só queriam me proteger.

A mão gélida de meu pai tocou minha bochecha mas eu não retribui o seu gesto apenas me afastei em silêncio e caminhei até a porta sobre os olhares de meus avós e meus pais, ao passar pela porta de vidro pude ouvir o “ ela vai ficar bem só precisa ficar sozinha” dito por Nat e então corri por dentro da floresta o mais depressa o qual conseguia, e não demorou para que eu visse apenas o extenso mar diante de mim.

Tirei as botas e senti a areia fria tocando meus pés e quando me aproximei o suficiente do mar me sentei abraçando os joelhos olhando na direção do sol que começava a se por, eu não tinha muito o que reclamar sobre a minha vida, minha família sempre dizia que o mundo era um caos e que eu tinha tudo o que uma garota de 19 anos gostaria de ter em meio a um apocalipse, mas tinha uma parte de mim que sentia uma enorme necessidade de conhecer o caos, era como se o mundo além do mar me chamasse.

Quando eu me levantei a lua já havia tomado o lugar do sol, segurei as botas arramadas pelos cadarços e caminhei pela trilha de volta para casa, pouco a pouco o som da água batendo na areia foi ficando mais distante sendo substituído pelo barulho dos animais, a maioria aves, quando me aproximei o suficiente da casa avistei meus pais a minha espera na varanda – Não estamos chateados com você – disse meu pai quando me aproximei o suficiente dele.

— Eu preciso de um banho – falei ao passar por eles entrando na casa, olhei para meus tios que estavam sentados na grande mesa de jantar discutindo sobre o jogo de cartas, Nat deitada no sofá lendo um HQ, e um novo cheiro apetitoso invadiu minhas narinas me fazendo salivar.

— Carlisle foi ao lago – disse meu pai me fazendo parar no primeiro degrau da escada – Ele pescou um peixe bem grande, com anzol.

Baixei a cabeça e rir, lembrei da ultima vez que eles haviam ido a um pequeno lago que havia no centro da ilha e a pescaria havia sido desastrosa, os peixes sentiram a presença do predador e sumiram dentro da caverna.

— Ele usou o Anzol? Perguntei cruzando os braços.

— Eu usei – respondeu meu avô aparecendo na sala vestido com um avental.

— Seu avô mergulhou no lago e enfiou o anzol nos peixes – Disse Esme de forma divertida.

Carlisle fez uma cara de fui pego e disfarçou – eu disse que usei o anzol só não expliquei a forma – ele se defendeu me arrancando um novo riso.

Balancei a cabeça rindo e olhei para Esme- Eu já desço para o jantar-  mas antes de pisar no próximo degrau o semblante de medo no rosto de meu pai chamou a minha atenção.

Houve um silêncio na sala e os olhos de todos se voltaram para tia Alice que olhou para mim aterrorizada.

—A sentença foi dada – disse ela se levantando apavorada – Eles estão vindo, eles sabem onde estamos.


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