Extinção escrita por Alina Black


Capítulo 5
Jacob - Chefe Swan




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Refugio subterrâneo, Ala norte, Refeitórios;  12 horas antes do desaparecimento de Sara Black.

Observava Sara brincando com as outras crianças, embora Howard ainda tentasse entrar na frequência de Charlie eu havia decido dar 100% da minha atenção a ela, estava sendo trabalhoso responder a tantas perguntas relacionadas a Anna, e essa é a real razão pela qual eu havia omitido a verdade a ela, saber que Anna era uma sanguessuga e desconhecer se ela ainda existia sempre me atormentava em meus pesadelos, houveram dias em que eu escolhi não dormir, assim como não havia conseguido proteger Bella eu não havia protegido Anna, minhas mãos continuavam sujas de sangue inocente.

Coloquei meus pés sobre o banco a minha frente e sorri ao ver Sara correr de um lado para o outro se desviando das demais crianças, somando com Sara, só existiam quatro crianças naquele abrigo, e ela era a única menina, isso me tranquilizava pois eu estava conseguindo dar a ela uma infância mesmo ela crescendo dentro de uma jaula subterrânea, mas comparando com o restante de crianças que ainda existiam no mundo ela tinha pequenos privilégios, se é que ainda existiam crianças além daquelas que brincavam a minha frente.

— Atrapalho?

Perguntou Jessica sentando-se ao meu lado no banco de madeira deteriorada, a olhei de soslaio dando um gesto negativo com a cabeça mantendo meus olhos em minha filha – Fico feliz que ela esteja bem – insistiu a loira em iniciar uma conversa comigo.

— Como eu disse, ela é apenas uma criança – Virei meu rosto olhando para Jessica- E a vantagem disso é que quando somos crianças podemos mergulhar no mundo do faz de conta e esquecer os problemas.

Jessica suspirou – Eu sinto muito – murmurou ela olhando para as crianças – Eu jamais faria algo para magoa-la, você sabe.

Voltei meu olhar para Sara – Não foi você quem a magoou, fui eu, Seth sempre me alertou que apesar de inocente ela é esperta, que uma hora ou outra ela descobriria.

— E como ela está reagindo?

Sorri timidamente ao ver Seth entrar no meio da brincadeira e Sara vedar seus olhos com um lenço – Quando o alvo de um impriting tem seu protetor, ele jamais vai permitir que ela sofra e isso me tranquiliza, eu sei o que tem dentro dos pensamentos de Seth, por ela ele faz qualquer coisa, e na situação que eu me encontro é confortante que ela tenha isso.

Jessica sorriu – Eu acho que nunca vou entender como isso funciona, confesso que no inicio achei estranho, Seth é como um servo, um escravo pronto a dizer sim para ela –ela deu uma pausa e olhou para mim – Mas muitas vezes ja desejei que tivesse tido isso por mim.

Deixei um riso escapar mas em seguida minha expressão se fechou – Eu sei onde quer chegar Jess, eu não terei um imprinting.

— Como pode ter certeza disso?

— Porque já faz muito tempo, se fosse para acontecer já teria acontecido.

— Você acha que não vai acontecer ou não quer que aconteça – insistiu Jess – Talvez seu orgulho seja tão grande que não se veja como o Seth, dependente de alguém.

Ajeitei meus pés sobre o banco e franzi as sobrancelhas olhando novamente para ela – Do que eu teria orgulho?

— Olhe para isso – Respondeu Jess olhando para os lados na direção das pessoas que faziam suas tarefas naquela área – Eles respeitam você, você os lidera, parte do mundo respeita e admira você.

Dei um sorriso irônico e direcionei meus olhos para Sara – Está vendo aquela menina Jess? Ela é a minha fraqueza, minha vida se resume a ela e tudo que eu fiz e faço é por ela, minha cabeça está a prêmio e se souberem da existência dela ela vira um alvo – Virei a cabeça na direção de Jess – Você acha que quero ter mais alguém que se torne um alvo? Por que a pessoa que eu amar, tanto quanto a Sara se torna um alvo, e eu não falo isso por mim – Torci os lábios e balancei a cabeça – Eu não me importo com o que aconteça comigo, mas se acontecer algo a Sara é bem pior do que me matar, por isso não quero uma impressão, não quero mais alguém ameaçado por minha causa.

A mão de Jessica tocou meu ombro – E por isso me afasta de você.

— Você está mais segura assim – Sorri tocando seu queixo – Acredite.

Jessica sorriu.

— Nós vamos brinca de esconde, esconde – Disse Sara nos interrompendo e se sentando entre mim e Jessica.

— Oi Sara – disse Jessica de uma forma gentil – Eu tenho um presente para você – completou ela colocando a mão em um dos bolsos e entregando a ela um pirulito.

Os olhos da menina se dividiram entre mim e Seth que aproximou-se dando um sorriso – Lachesis muta! Respondeu ela pegando o doce e em seguida se levantou e correu atrás e um dos meninos na direção de um dos corredores.

Baixei a cabeça tentando controlar meu riso e Seth gargalhou.

— Isso foi um agradecimento? Perguntou Jess com um semblante de confusão.

— É, foi! Respondi.

— Eu vou ajudar Leah, é melhor – Disse Jess se levantando, e quando se afastou o suficiente Seth e eu nos entregamos a nossos risos.

— Viu não tem com o que se preocupar, Sara está ótima, até chamou Jess por seu apelido – Disse Seth se referindo ao fato de Sara ter usado o nome cientifico de um tipo de cobra.

— Surucucu – respondi tentando conter meus risos ao perceber que Collin e Brad se aproximavam, quase que de imediato me levantei indo a encontro de ambos.

— Vamos partir a noite – Vamos partir a noite – disse Collin virando seu corpo para me acompanhar quando passei ao lado dele.

— E Howard, tem alguma novidade?

— Ele espera você na sala, disse que não deseja entrar na frequência deles sem sua presença.

Dei um sorriso largo e apressei meus passos indo em direção ao corredor Sul.

— Acha que vamos conseguir contato com o chefe? Perguntou Seth tentando acompanhar meus passos. 

Fiquei em silêncio, por mais que uma parte de mim estivesse eufórico outra sentia medo, e se meu pai não estivesse mais vivo, sem noticias eu ainda tinha esperança, mas no momento em que eu falasse com Charlie e tivesse noticias eu saberia a verdade, no fundo eu sabia que não estava pronto.

Quando entrei na pequena sala Howard me ofereceu o rádio, assenti me aproximando e peguei o aparelho me sentando no banco ao lado dele.

— Eu os localizei – disse o soldado procurando as coordenadas no aparelho militar, um frio percorreu por minha coluna quando ouvi os primeiros chiados - QRA – Aqui é o tenente H, alguém na escuta? Câmbio.

Um som de riscar se misturou aos chiados e um pequeno ruído nos silenciou.

—QAP – Sou o chefe Swan, de Forks, vocês são sobreviventes? A Voz do outro lado do rádio me congelou.

Seth, Collin e Brad trocaram olhares sorrindo.

Fechei os olhos e puxei o ar tentando manter o controle, minhas mãos trêmulas levaram o rádio até próximo aos meus lábios e após soltar um arfar eu consegui responder.

— Hey chefe, a quanto tempo!

Houve novamente um breve silêncio seguido de ruídos.

— Chefe, somente uma pessoa me chamava de chefe, Jacob é você?

— Sou eu mesmo chefe – câmbio.

— Meu Deus, garoto, você não tem ideia de como estou feliz em ouvir você – câmbio.

Dei um sorriso largo e sacudi a cabeça de forma positiva— você deve ter parado no tempo para chamar de garotão um cara de 40 anos, eu também estou feliz em ouvir você Charlie – Câmbio.

Chiados e mais chiados.

— O sinal esta ficando fraco – me alertou Howard.

Jacob, estamos em Blackburn, a cidade foi devastada e não é um local seguro, nosso sinal pode ser interceptado por...você sabe, estamos partindo para Dacoma, Sam e os outros conseguiram um lugar...

Um novo chiado.

— Droga – Howard resmungou tentando retomar a chamada.

— Charlie, Charlie está me ouvindo? Câmbio.

— Sim— respondeu ele em meio os ruídos.

— A matilha de Sam está com você, meu pai está com você?

Um som de risos se misturou ao ruído do rádio.

Espero que o coração daquele velho rabugento aguente a noticia que vou dar a ele – Respondeu Charlie.

Levei ambas as mãos a cabeça e sorri enquanto minhas lagrimas tentavam me vencer, meu pai, meu pai estava vivo, Howard sorriu e apertou meu ombro em um gesto amigo.


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