Albus Idiota Potter, 00:17: Ei, por acaso a Rose está com você? Céus, diga que sim. Já a procuramos em todo o canto.

Albus Idiota Potter, 00:18: Sei que vocês não estão no melhor momento, mas acho que nem o Adam a conhece tão bem quanto você.

Scorpius Malfoy, 00:19: Te aviso se eu encontrá-la.

Droga. Foi o primeiro pensamento de Scorpius Malfoy, antes de trajar uma calça preta, uma jaqueta de couro da mesma cor e atirar-se madrugada adentro em busca de Rose.  Sua mente estava em total pânico. A Weasley não costumava ser inconsequente em seus atos, na verdade, muito pelo contrário. Rose costumava levar uma vida meticulosamente planejada, por isso, em momentos raros como esse, em que saía da sua rota, era normal que as pessoas ao seu redor se preocupassem, e isso certamente incluía Scorpius Malfoy.

Em um ato de desespero, o loiro retirou o telefone do bolso da jaqueta, implorando mentalmente por uma mensagem de Albus dizendo que estava tudo bem, mas não havia nada.

— Droga, Rose, cadê você? — murmurou para si mesmo, em um misto de preocupação e irritação.

Subitamente, lembrou-se de uma conversa que tivera com a menina, anos atrás, sobre como a casa de seus avós era o seu lugar favorito no mundo. Segundo Albus, eles haviam falecido há dois anos. Sem pensar duas vezes, foi para lá que Scorpius se dirigiu. Felizmente, ainda se lembrava do caminho.

— Rose! — ele gritou, assim que a avistou encolhida sobre o sofá velho.

Bastou um único olhar para que ele percebesse que ela andara chorando, e aquilo partiu o seu coração.

— O que houve? — Calmamente, ele se sentou ao lado dela.

— O que você está fazendo aqui? Eu só queria ficar sozinha — falou, e havia um tom de desespero em sua voz.

— Não sei o que te trouxe até aqui, Rose, mas eu odeio te ver chorar.

— É engraçado te ouvir dizer isso, quando você foi a pessoa que mais me fez chorar nos últimos oito anos.

Aquelas palavras atravessaram o seu peito como lâminas afiadas, a ponto de causarem uma dor quase excruciante.

— Eu achei que voltar para a sua vida seria algo bom. — Um sorriso nostálgico apareceu em seus lábios. — Talvez eu só estivesse sendo um pouco egoísta. Se você não acha o mesmo, basta uma palavra sua, e eu mudo de ideia. Eu posso sumir da sua vida, se for o que você realmente quer.

— É aí que está o problema, Scorpius. Eu não quero que você vá embora — confessou, sem nem mesmo olhá-lo nos olhos.

— Então será que podemos ser amigos? — suas palavras soaram como uma súplica.

Rose hesitou, mas assentiu.

— Ótimo, porque você parece estar precisando de um amigo — ele falou, com um sorriso singelo em seus lábios. — O que houve?

— Eu não quero falar sobre isso — sentenciou.

Eles não trocaram uma única palavra depois disso. Apenas permaneceram sentados no sofá antigo, até que Rose finalmente caiu no sono. E Scorpius passou a noite inteira a observando.