Grandpa escrita por Tahii


Capítulo 11
Hugo




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Leãozinho. Esse era o apelido de Arthur para o neto mais novo desde quando nasceu e começou a desbravar, com muita ousadia, o mundo maluco que lhe cercava. Ele tinha coragem para escalar os móveis mais perigosos, zanzar pela escuridão da Toca à noite buscando o quarto do avô, enfrentar os namorados de Rose e perambular pelas linhas de ônibus de Londres sozinho. Em Hogwarts, foi batedor da Grifinória, conseguiu conquistar detenções atrás de detenções por causa de brigas e excedeu as expectativas em Transfiguração, o que lhe rendeu um bom estágio na Ilha de Surtsey.

— Eu não posso ir, vô — ele disse sentado na beirada da cama do avô. No dia anterior ao embarque de Hugo, Arthur teve um infarto, o que não facilitou nada a despedida que já seria dramática por causa do apego do mais novo. — E se acontecer alguma coisa?

— Não vai acontecer nada, leãozinho. Vá em paz e, daqui seis meses, estarei te esperando, aqui, com um bolo de chocolate. 

Hugo só embarcou porque confiava mais na palavra de Arthur do que em si mesmo. Se fosse seguir seu desespero, teria ficado ali, junto com ele e Molly, ajudando da melhor forma. 

Apesar da sua valentia, Hugo, por vezes, esquecia-se dela, principalmente quando os avós estavam envolvidos. Ele já era moço, tinha quase dezenove anos e o medo de perdê-los pesava em seus ombros; Hugo sentia a necessidade de provar que os amava o tempo todo, de tentar explicar o quão grande era aquele sentimento que lhe angustiou quando embarcou para Surtsey sem saber se tinha sido ou não a última vez que vira Arthur. 

Os meses se arrastaram até a sua volta e, pessimista como era, não contava com a possibilidade de encontrar Arthur na estação de trem, já que seu quadro de saúde não era dos mais otimistas. Maior não poderia ter sido a surpresa de se deparar com Arthur, apoiado numa bengala, quando chegou. 

— O que está fazendo aqui, por Merlin? — jogando a mochila nos próprios pés, ele logo saiu em disparada para abraçar o avô, que sorriu ao tê-lo nos braços. — Eu juro que ia direto para a Toca. Não ia passar nem em casa. 

— Eu sei. Só quis encurtar o tempo. Ficamos muitos meses longe. 


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Notas finais do capítulo

Depois que escrevi, me vi muito no Hugo. Pensar em perder os avós é angustiante, né?



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