Passava da meia-noite, a lua nova pintava o mundo de negro, silêncio sepulcral preenchendo os corredores. O castelo dormia, mas quatro garotos de 11 anos, um zelador amargurado e uma gata demoníaca permaneciam acordados. Os Marotos estavam em uma aventura noturna e Filch seguia em seu encalço. 

A preciosa capa de James havia sido esquecida em um canto da biblioteca e o corajoso menino voltara para recuperá-la. Peter, por sua vez,  se escondera em algum canto escuro, decidido a esperar o perigo passar. Remus e Sirius trocaram um olhar assustado, entrelaçam as mãos e correram. 

Fugiram juntos, os pés sincronizados, os corações batendo no mesmo compasso, as respirações ofegando em uníssono. A melodia de seus corpos, estilhaçando o silêncio da noite. Por um momento, Remus chegou a acreditar que conseguiriam escapar. Até chegarem à escadaria principal. Suas mãos escorregaram, o desenlace fazendo Lupin colidir contra o chão. Os passos de Filch cada vez mais próximos. Sirius o olhou por um instante, então, lhe deu as costas e continuou a correr. Porque se recusava a ser pego. Porque correr era tudo o que já havia aprendido a fazer. Remus ficou ali, estatelado em degraus frios, abandonado. Deixado para trás.