Rose Blush escrita por red hood


Capítulo 4
PART IV: what it would be like to love you


Notas iniciais do capítulo

TODO MUNDO GRITA: FINALMENTE!

Primeiramente gostaria de dizer que caos foi minha história com essa fanfic. Por mais que eu ame uma comédia romântica, nunca havia terminado ou feito nada assim e estou de certa forma orgulhosa. Acho que isso é uma das maiores magias por trás de escrever.
Queria agradecer a Clara por me ajudar betando essa fic, obrigada por poupar as pessoas de lerem todos os meus CAZZOS. A Camila por sempre ouvir meus surtos, seja do amigo secreto ou da vida mesmo.
Tahii, obrigada pela paciência e por ter comentado simplesmente todas as minhas histórias enquanto eu conseguia terminar essa aqui, entre o caos do meu computador que queimou e as desavenças da vida. Espero que tenha gostado e que esses doidos tenham te feito sorrir muito!

Gosto de imaginar que a Astoria, no canon ou em algum universo alternativo, foi um amor que simplesmente chegou até o Draco e tornou as coisas mais simples, enquanto todo o resto já era complicado demais. E esse final é sobre isso ♥



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Astoria acordou com um barulho insuportável de despertador, além da sensação de estar encostada em algo... duro?

Abriu os olhos esperando dar de caras com a parede de seu quarto, mas ao invés disso o que viu foi uma camisa branca perto demais de seu rosto. Foi então que se deu conta de que estava enroscada entre os braços de Draco Malfoy e falhando miseravelmente para sair dali. Quanto mais se movimentava, mais ele parecia envolve-la em um abraço apertado.

Merda.

Fechou os olhos, apenas para abri-los mais uma vez e se deparar com a mesma imagem de antes. Aquilo tinha que ser um sonho, ou melhor um pesadelo. Não sabia o que era pior: estar presa naquele abraço ou saber o quão grudento Draco era na cama.

Ou melhor, na manhã seguinte.

Isso porque eles nem haviam transado.

Certo?!

Astoria se xingou mais uma vez naquela manhã, enquanto deixava as memórias do dia anterior preencherem sua mente.

Primeiro veio a fatídica busca pelas flores de Daphne, depois o alagamento da cidade, o hotel lotado, fazendo que seu refúgio pela noite tenha sido o apartamento do advogado insuportável — agora levemente mais tolerável —, Draco Malfoy.

Além disso, aparentemente o álcool, a noite fria e as histórias trágicas dele haviam amolecido o coração da Greengrass. Essa era a parte que estava mais nebulosa em sua mente, talvez tivesse sido o pico de sua intoxicação da bebida, ou seu cérebro querendo poupa-la da sensação de estar sentido um possível afeto pelo Malfoy. Lembrava que ele, sem muita objeção, deixou que ela dormisse sozinha, mas aparentemente a ideia de vê-lo no sofá no naquela noite triste parecia errada. Afinal, agora eram amigos, ou para ela, estavam próximos de se tornar isso e amigos poderia muito bem dividir uma cama.

Parabéns Astoria, tudo que bastou foi um pedido mixuruca de desculpas, ela se repreendeu em pensamento quando finalmente conseguiu escapar dos braços do homem. Agora lembrava melhor de tranca-lo para o lado de fora do quarto e se arrepender.

— Eu não acredito que você não tem um quarto de hospedes aqui — Astoria comentou saindo do quarto para pegar um copo d’agua antes de dormir.

Encontrou Draco já aninhado no sofá com os olhos já preguiçosos de sono.

— Desistiu de ficar trancada lá dentro? — ele a provocou. — Quando me mudei para cá parecia desnecessário, foi muito mais útil montar escritório.  

Astoria concordou com a cabeça enquanto enchia seu copo na cozinha. Draco agora estava sentado no sofá a observando, como se soubesse que ela ainda não havia dito tudo que queria.

— Sabe, eu ainda não te suporto — ela começou.

— Claro.

— Foram muitos dias remoendo a mísera estrela que você deixou... — Astoria falava como se estivesse pisando em ovos. Ainda não estava nem um pouco certa do que queria de fato propor.

— Mesmo depois de trocar para três?

Ela grunhiu irritada.

— A questão é a gente teve um longo dia — desabafou as palavras, antes que se arrependesse de vez. — E está frio, pensei que-

— Ela é grande o suficiente para nós dois.

Ele já havia se levantado e agora caminhava vagarosamente em direção a ela, enquanto segurava seu travesseiro e o cobertor.

— Sim

Astoria fechou os olhos com vergonha alheia do diálogo que tiveram. Queria bater a cabeça na parede ou gritar em seu próprio travesseiro.

A verdade é que fazia muito tempo que ela não sentia nenhum tipo de intimidade assim com alguém. Havia passado os últimos anos tão determinada em dar certo, se mostrar capaz de sucesso e reconhecimento que havia negligenciado qualquer ideia voltada há isso. Inconscientemente jogava tudo isso para seus personagens e histórias quando sentia a mínima faísca de carência cutucar seu peito.

Talvez esse fosse o porquê da turbulência de sentimentos em seu peito, ou aquilo não havia sido nada, era apenas sua imaginação de autora analisando demais o que os dois tinham. A vida não era uma história em três atos.

Ah, e tinha o álcool, sem dúvidas ele havia deixado tudo aquilo pior.

Suspirando cansada, alcançou o celular dele na cabeceira da cama e desabilitou o alarme, que não estava colaborando nada com sua extrema dor de cabeça. Não pode evitar notar que ele havia recebido diversas de mensagens de Theodore, Daphne e até do Sr. Malfoy. Sua consciência pesou ao perceber que havia ficado tão embriagada na noite anterior com todo o caos da enchente que não tinha dado se quer uma satisfação para sua irmã.

 Naquele momento não podia fazer muita coisa, seu celular estava morto em algum lugar pelo apartamento, restando-a apenas uma última alternativa para começar seu dia de fato: acordar Draco. Portanto, cutucou o loiro que quase a prendeu mais uma vez em um abraço.

Astoria que já colecionava notas mentais.

— Draco você precisa acordar — ela o cutucou com força, fazendo com que o Malfoy finalmente abrisse os olhos.

Astoria mordeu os lábios levemente afetada com o olhar acinzentado dele voltado para ela e o sorriso preguiçoso em suas feições.

— Parece que além de te trazer pra casa, te trouxe pra minha cama.

— Eu devia ter jogado um copo d’agua na sua cara.

— Deixa isso para uma próxima — — Que horas são?

— 7:40?

— O que?! Merda — ele xingou, chutando o coberto e sentando na cama. — Eu precisava já estar indo pro escritório.

— Acho melhor eu já ir indo.

— Calma eu não estou pedindo para você sair! Posso fazer café da manhã — Draco estava praticamente se atrapalhando com as palavras. Aparentemente eles estavam competindo para ver quem tornava aquela manhã mais estranha. — Se você quiser é claro, acho que vou usar meus privilégios de trabalhar no escritório do meu pai pela primeira vez. Eu te levaria para comer em algum lugar, mas estou sem carro e teve a enchente e...

— Eu gosto de café bem forte e omelete. — Astoria respondeu o interrompendo.

— Anotado — ele disse antes de se levantar e ir em direção a cozinha, com um sorriso no rosto e bochechas coradas.

 

 

Eles não haviam transado, ou se quer se beijado, mas havia uma tensão pairando no ar como uma névoa, enquanto eles comiam em silêncio. Não ouve nenhuma piadinha sobre terem dividido a mesma cama ou como Draco ainda devia a ela um buque de flores para completar o pedido de desculpas da noite anterior. Apenas o silêncio de duas pessoas que pareciam nunca saber que palavra soltar para melhorar aquela situação.

Terminando sua xícara, Astoria se despediu dele com um abraço desajeitado e a promessa de avisar quando estivesse de volta em casa.

— Obrigada por me dar um teto — ela disse sem graça, se dirigindo para a porta de frente.

— Sempre que quiser.

Saiu sem olhar para trás, ou pensar que estava indo pegar um taxi vestindo uma camiseta e shorts grandes demais para ela.

Se na noite anterior ela precisou de um banho quente para acalmar, naquele momento ela precisava de um bem frio.

 

 

Os dias seguintes passaram como um piscar de olhos. Tudo do casamento estava adiantado, alinhado e revisado. Os vestidos entregues as demais madrinhas, as gravatas compradas e distribuídas para os padrinhos. Lista de presentes completa. Daphne finalmente parecia mais calma e havia entrado um ritual de detox alimentar e de estresse para, segundo ela, amenizar as olheiras e ajudar a fechar seus poros dilatados.

Astoria não encontrou mais Draco. Não tinha mais motivos para isso. Porém, ainda recebia esporadicamente mensagens dele, algumas eram perguntando sobre o andamento do rascunho dela, com recomendações de livros ou até mesmo chás que ele andava experimentando. Ela não podia negar que gostava da atenção, ou que parte dela sentia falta de discutir sobre toalhas de mesa com ele.

Não tinha mais distrações para escrever, então tentou usar aquela semana toda para progredir com sua história. Sua rotina consistia em acordar, pegar um café na cafeteria, trocar meia dúzia de palavras com Luna, voltar para casa e escrever até ficar com fome ou cansada demais para criar uma frase que fizesse sentido. Deveria estar feliz com a repentina paz, mas se pegava contando as horas para o dia do casamento ou para que seu celular zunisse com uma notificação nova.

Os dias andavam se misturando de tão monótonos, sendo o holofote da semana ver que Draco havia mudado a crítica dele mais uma vez no GoodReads

“Às vezes você lê um livro incrível, mas seu timing está pior que o dos personagens principais para apreciar o que está escancarado bem em sua cara, ou você simplesmente não é o público-alvo” seguido de quatro estrelas.

Astoria encostou a cabeça na mesa de sua escrivaninha e deixou escapar um gritinho. Draco Malfoy era a pessoal mais incrivelmente ridícula que ela já havia conhecido e isso fazia ela sorrir como uma boba.

 

 

O dia do casamento havia finalmente chegado e a igreja estava lotada de flores, brilho e sorrisos. Astoria havia acabado de sair do camarim de Daphne. Sua irmã estava quase desmaiando, enquanto se entupia de donuts, que segundo ela, eram a única coisa capaz de regular sua pressão naquele momento. Astoria tinha que se controlar para não rir do desespero da irmã, que aparentemente a única certeza era que ia morrer antes de conseguir se casar. Felizmente, depois de longos minutos, a Greengrass mais nova conseguiu acalmar a mais velha e sem açúcar espalhado pelos lábios.

O local estava quase cheio e todos aguardavam apenas o horário marcado para dar início a cerimônia. Astoria circulou o local e tentou ser o mais simpática que pode e cumprimentar os familiares ali presentes, antes de se posicionar na fila de padrinhos e madrinhas.

— Você está linda, Greengrass — Draco disse assim que ela se aproximou.

Era a primeira vez que o via em uma semana e ela sentia que já havia desacostumado com a presença dele. Não retribuiu o elogio, chamá-lo de bonito naquele momento soava quase como um eufemismo. Sentia que seus olhos haviam voltado com as típicas lentes cor de rosa e tudo que antes incomodava sobre Draco, parecia naquele momento extremamente atrativo.

O terno azul escuro e o cabelo arrumado para trás. O cheiro do perfume que se sobressaia ao das flores do salão. Astoria se sentiu um pouco perdida e com o coração palpitante, tudo por causa do que acabara de ouvir e de como vê-lo era esteticamente agradável demais para o gosto dela.

— Quantas estrelas você daria para esse vestido?! — ela zombou dando um giro, tentando ignorar a timidez e tudo que estava pensando.

— Não sou o público-alvo para vestidos brilhosos, mas acho que 4,5?

— 4,5? Isso é um absurdo, esse vestido foi caro. — Astoria reclamou, fingindo estar emburrada.

Ela sabia que desde o dia da chuva algo havia mudado entre eles, mas tudo que Astoria menos esperava era Draco Malfoy flertando tão abertamente com ela assim.

Os sinos tocaram, indicando que o casamento iniciaria.

— Senti sua falta essa semana — ele sussurrou enquanto eles caminhavam pelo corredor da igreja.

Eu também, Astoria respondeu em pensamento.

 

 

A cerimônia foi rápida e precisa, nenhuma enrolação como de previsto para um casamento no religioso que havia sido feito mais pela tradição do que pela fé dos noivos.

Astoria se segurou para não chorar durante os votos e a troca de alianças. Para alguém que não sonhava em se casar, ela ficava sempre muito emocionada em todos os casamentos que havia ido. Em alguns normalmente terminava soluçando, mas dessa vez tentou se conter ao máximo, afinal era a irmã da noiva e ainda tinha muitas fotos para tirar.

Enquanto tentava se controlar podia sentir o olhar preocupado de Draco, que ao contrário dela, parecia mais nervoso do que emocionado com a situação.

O local da festa parecia saído de um filme. Tudo estava simplesmente perfeito como Daphne havia sonhado, pelo menos para os olhos de Astoria tudo estava simplesmente impecável.

Passaram a primeira hora tirando milhares de fotos e depois fazendo a boa vizinhança cumprimentando e dando atenção para os convidados. Porém, a casa tia que Astoria conversava as perguntas sobre o próximo casamento eram soltas, fazendo com que ela se sentisse extremamente desconfortável.

Foi então que Draco apareceu, a oferecendo uma taça de vinho. Como ele não segurava uma segunda, Astoria presumiu que ele havia pegado para si mesmo, mas resolvera ser uma boa pessoa e salvá-la de ouvir pela milésima vez que ela deveria namorar um dos colegas de campo de Theodore.

— Você me salvou — Astoria agradeceu aliviada, enquanto eles se afastavam da multidão de parentes dela e iam para a parte de fora do salão, próximo da piscina.

A noite estava linda, a lua cheia no céu iluminava naturalmente o lugar e o clima estava agradavelmente fresco.

— Considere isso um resgate mútuo — ele disse, enquanto roubava um gole do vinho da taça dela. — Tudo que as pessoas mais amam em casamentos é bancarem o cupido.

— Sua mãe já te apresentou para todas as solteiras do salão? — Astoria brincou. Mas ambos sabiam que ela estava genuinamente curiosa para saber a verdade.

 Estavam praticamente sozinhos ali na área externa, e mesmo assim ela se sentia levemente sobrecarregada com a presença dele.

— Antes que ela fizesse isso eu disse que já estava correndo atrás de uma.

— Coitada — Astoria respondeu, havia surpresa em sua voz. — E quem seria essa pobre desafortunada?

— Uma mimada e rabugenta que está aqui nessa festa — ele comentou fazendo uma careta, enquanto ficava de frente para ela. — Encontrei ela em um lugar simplesmente previsível.

A Greengrass riu, claramente sentindo o nervosismo tomar conta de si. Tentou desviar os olhos dele, mas Draco a puxou levemente pela cintura. Ela respirou fundo, apoiando a cabeça no peito dele, ainda sem coragem de encará-lo. Aparente seu resgate tinha um preço.

— Por que você é assim? — ela murmurou sem graça.

— Assim como?

— Insuportável e arrogante — Astoria a cabeça e seus olhos encontraram os olhos brilhantes e acinzentados dele.

— E mesmo assim você não se importaria em me beijar.

Astoria sentiu as pernas bambearem. Era muito injusto enfrentar aquilo estando 100% sóbria. Podia sentir seus lábios na eminência de encostarem nos dele quando ouviu alguém os chamando.

— Finalmente encontrei os dois! — O cerimonialista exclamou. — O brinde aos noivos é agora! E o discurso de vocês também.

Até o casamento ter fim eles definitivamente não iriam conseguir terminar de conversar ou resolver aquela situação que haviam criado. Astoria soltou a mão de Draco que foi correndo em direção ao palco para dar seu discurso de padrinho.

— Como eu sou péssimo em discursos — Draco disse, enquanto pigarreava e ajeitava a altura do microfone. Ele claramente não estava mais tão polido e arrumado como mais cedo. O cabelo levemente desarrumado e a gravata frouxa. — Para um advogado, eu seria um ótimo juiz. Apenas observando e mediando a situação. Mas aqui estou com um papel amassado, um discurso mediano, tentando falar sobre amor. A verdade é que nunca fui bom com isso. Sempre pareceu algo distante para mim, cresci pensando que o amor era algo coercivo e protetor. Mas acho que desejo muita felicidade para vocês dois, sorte e manhãs preguiçosas juntos, pois acho que nelas andam oportunidades do amor continuar florescendo.

E após erguer a taça de champanhe, Draco passou a bola para ela.

 Astoria estaria mentindo se não admitisse que seu coração não havia pulado algumas batidas quando o olhar de Draco se encontrou com o seu. Ela lançou um sorriso levemente ansioso para ele, que retribuiu com um piscar de olhos e um “boa sorte” enquanto ela subia do palco.

— Eu nem acredito que chegou esse momento — foram as primeiras palavras de Astoria no microfone. — Depois desses meses vivendo em função desse casamento, já sei que quando tudo acabar vai ter um buraco na minha vida. Sem mais confusões com fornecedores ou carros lotados de lavanda. Única coisa que vai ficar é a certeza que fiz tudo pela minha irmã. Daphne, juro que não vou me alongar muito. Só quero que você tenha em seu coração sempre que o amor é corajoso, mas não é competitivo. O amor não é uma busca incessável por outro, por agradar o outro, por se mostrar sempre impecável. O amor está na coragem em ser vulnerável, em permitir ter alguém do seu lado, mesmo que você esteja descabelada e sem maquiagem ao acordar. Ou deixar alguém te ver em seus dias de humor está péssimo. Amar pode doer, porque nem todo mundo sabe se abrir, deixar que o outro veja, ame e cuide até do que você menos gosta em se mesma. Amar está no cuidado, e você sempre soube fazer isso muito bem, espero que cuide do Theodore com carinho, mas também deixe ser cuidada.

Astoria precisou fazer uma pausa para conseguir retomar o folego e não chorar, antes de prosseguir:

— Daphne, escolher a pessoa com quem você quer passar a vida não é uma tarefa fácil, mas eu te conheço minha vida toda, você jamais teve medo de se jogar, se deixar encantar, e sei que se depender de você e do seu coração, amor jamais faltará.

Assim que disse a última palavra de seu discurso, ficou ainda mais emocionada ao ver os olhos marejados ao seu redor e a salva de palmas que recebeu em seguida. Daphne logo correu para abraçar a irmã mais nova, enquanto reclamava que teria que retocar sua maquiagem, que para ela, continuava deslumbrantemente intacta.

Pela primeira vez em muito tempo se sentiu feliz ao estar em família, enquanto sua irmã mais velha choramingava em seu ombro.

Assim que os discursos e agradecimentos terminaram, foi o momento da festa começar de fato. Astoria sentiu um peso sair de seus ombros quando a música agitada começou e ela viu todos seguirem para a pista de dança.

 Contudo, sua cabeça estava em mil lugares diferentes. Estava na sensação de felicidade em ver quem ela amava feliz. Também estava nos olhos marejados de seus pais, o primeiro contato com o amor que já tivera.

E por fim estava em Draco.

Pensou no discurso dele, nesses meses que eles passaram como cão e gato, na fala dele naquela noite chuvosa sobre a vontade dela de querer agradar até mesmo ele, que a princípio era só um estranho rabugento. E por fim do que quase aconteceu entre eles mais cedo.

Se mais cedo Daphne que estava descontando o nervosismo em comida, essa foi a vez de Astoria encher a boca de trufas de nozes.

— Astoria? — ela ouviu uma voz a chamar.

Virou antes mesmo de poder esconder a cena do crime, afinal estava com a boca cheia de doces.

Draco — ela conseguiu dizer, enquanto tentava engolir o que restava em sua boca.

— Belo discurso — ele comentou, limpando o canto da boca dela, que provavelmente estava coberto de chocolate.

— Dois elogios em uma noite, Malfoy? — ela não conseguiu evitar e o provocou — Você anda querendo algo de mim?

Ela não devia ter feito aquilo. Iriam voltar a andar em um terreno arenoso.

— Talvez sua companhia? Talvez continuar nossa conversa...

— Sim nossa conversa — ela repetiu.

Draco estava apenas há um passo de distância dela, esperando qualquer sinal para prosseguir, qualquer sinal que desse a ele a liberdade de tê-la. Astoria sentia como se estivesse caindo, afundando do olhar convidativo dele.

— A gente pode voltar lá para fora? — ela sugeriu, quase quebrando o encanto entre eles.

— Okay — Draco concordou com um tom incerto, mas deixando-se conduzir pela mão.

Astoria só soltou a mão dele quando pisaram mais uma vez sob a luz do luar. Ela respirou fundo, mas antes que pudesse pensar demais e não fazer nada, ele pressionou os lábios no dela. Astoria o puxou para mais perto e o envolveu pelo pescoço, as mãos passando pelo cabelo macio dele. Draco a beijava lentamente como se os dois tivessem todo o tempo do mundo e eles estivesse determinado a provocá-la pela eternidade, enquanto sentia a língua dele explorar sua boca, uma mão a puxando pela cintura e a outra no pescoço.

— Cinco estrelas — Ele disse assim que parou de beijá-la. Astoria podia sentir seus lábios já levemente inchados e felizmente o homem em sua frente não estava muito diferente disso. — E uma estrela de bônus para suas bochechas vermelhas.

— Não se ache tanto, Malfoy — Astoria retrucou. Draco dava leves beijinhos em sua bochecha, algo aparentemente inofensivo, que estava apenas servindo para deixá-la arrepiada. — É tudo culpa do vinho e do champanhe.

— Entendo.

— Eu devo deixar claro que ainda não te perdoei — ela o puxou pela gravata, estreitando ainda mais o espaço entre eles.

— Você é rancorosa — Draco parecia se deliciar com a situação, como se houvesse esperado muito tempo para aquilo acontecer.

— Você não faz ideia — Astoria beijava o pescoço dele, enquanto sua mão livre vagava pela beirada da camisa do dele. Sentiu o homem estremecer quando seu toque chegou na região da barriga, os dedos gelados dela contra a pele morna. — Por isso eu acho que eu devo te manter por perto para continuar minha vingança.

Era inexplicável o prazer em vê-lo quase rendido ali com tão pouco, talvez se soubesse o que estava perdendo nesses últimos meses teria deixado orgulho de lado antes.

— Quer sair daqui? Antes que todos achem que eu serei a Sra. Malfoy? — Astoria sugeriu, assim que percebeu que mais pessoas estavam chegando ali na área externa do salão.

— Com certeza. — Ele respondeu prontamente.

Felizmente a festa acontecia em um Hotel, e dessa vez tinham muitos quartos disponíveis.


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Notas finais do capítulo

FIM! Se tivesse habilidade escreveria ai sobre essa noite deles no hotel, possivelmente envolvendo ai essa gravata do Draco, Astoria perdendo paciência com todo o papinho dele HAHAHAHAHAHA MAS FICA AI PARA VOCÊS IMAGINAREM OKAY!

Até dia 4 com a fic do Junho Scorose ♥ e para quem gosta de Drastoria, devo terminar esse mês minha famigerada Cruel Summer também.

xx red ♥