Long Story Short escrita por violet hood


Capítulo 1
CENA 1. INT. APARTAMENTO – SALA – DIA


Notas iniciais do capítulo

Depois de muitos surtos estamos aqui para mais um amigo secreto!

Carter, quando eu abri aquele site e me apareceu o seu nome eu tive que fechar e abrir de novo para ter certeza que não estava lendo errado kkkkk, fiquei muito feliz em poder tirar uma das autoras mais icônicas desse site ♥, e também muuuito nervosa.
A sua primeira opção na lista era Jily, e eu tentei pensar em Jily, mas aparentemente minha cabeça funciona 24/7 com Scorose, então tive que ir na segunda opção, mas também encaixei um pouquino da sua terceira opção aqui (James SiriusxOC).
Espero que goste muito, eu amei demais ter te tirado, e acho que consegui esconder isso bem kkkkk. Quis colocar várias referências para o mundinho Carter da vida (como você já viu com a sinopse) ♥

E agora meus agradecimentos a Trice que ouviu meus surtos e betou essa bagunça (vocês nem imaginam a zona que tava antes da trice fazer sua mágica kkkkk) ♥

E eu estudo cinema, mas nunca escrevi nada que envolvesse cinema nas minhas fics, então fiquei nervosa em aplicar meu conhecimento mesmo que muito pouco aqui kkk, desculpa se não estiver o mais realisto, tentei meu melhor, porque mal sai da teoria na faculdade. Dei o nome dos capítulos como Cena 1, Cena 2, só pra ficar divertido/diferente.

Até as notas finais!!



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mclaggengf: não estou surpresa que aquela vadia da r*se weasley traiu o adam, nós temos que nos unir para proteger ele de mulheres assim

adamsmclagen: não tem feminismo que me impeça de dar uma voadora na cara da rose weasley

mundinhoadam: rose weasley troca de namorado a cada semana é claro que ela trai todos

mclalover: ADAM MERECE MELHOR!! lembram quando rose weasley fingiu que era bissexual? namorou uma garota e nunca mais...

mcmalfoy: essa puta da rose weasley magoou demais o meu amor adam, espero que ela nunca mais chegue perto do meu bebê scorpius, já basta aquela série que eles fizeram juntos

Rose revirou os olhos e tacou o celular do outro lado do sofá. Ela sabia que não era saudável pesquisar seu nome no search do Twitter, principalmente depois que seu ex-namorado havia contado para todo mundo que eles terminaram porque ela o traiu — sendo que foi o contrário —, mas não conseguia evitar querer ler o que estavam falando sobre ela.

Já esperava que fosse ser massacrada por todos. Adam McLaggen era o novo queridinho da internet, havia feito o personagem principal em um filme de sucesso da Netflix, adaptação de um livro famoso de romance. E agora todo mundo parecia idolatrar ele.

Rose trabalhava nessa indústria desde seus catorze anos quando estreou na série adolescente “300 Libras”. Antes mesmo disso, Rose já havia aparecido em comerciais e trabalhado como modelo para roupas infantis. Ela amava seu trabalho e não lembrava da sua vida antes de trabalhar. Porém, crescer com a mídia sabendo quem você é tem muitas desvantagens.

Rose sempre foi a queridinha da Inglaterra, um bom exemplo de como uma jovem inglesa deveria ser.

Contudo, assim que ela começou a ser flagrada nas ruas com namorados, tudo mudou. Rose ainda era uma atriz respeitada, com uma estante lotada de prêmios em seu apartamento, mas, às vezes, o assunto “quem será que Rose Weasley vai namorar agora?” parecia chamar mais atenção do público do que os trabalhos que ela estava fazendo.

E não era como se Rose namorasse muito, ela provavelmente já havia namorado uma quantidade normal de pessoas dos seus treze aos vinte e oito anos de vida. E tinha certeza de que Adam McLaggen namorou mais pessoas que ela, e isso enquanto ainda estava em um relacionamento com Rose.

Porém ninguém nunca queria julgar homens por namorar demais.

Fechou os olhos, sem saber o que fazer. Poderia dizer que tudo que Adam falou era mentira, mas não desejava começar uma briga com o ex-namorado e chamar mais atenção ainda. Talvez aquele fosse o momento para Rose tirar umas longas férias, muito longe da civilização e voltar quando o assunto já tivesse morrido ou a internet finalmente descobrisse o quão babaca Adam McLaggen era.

Foi então que ouviu alguém entrando pela porta da frente do apartamento. Não precisava abrir os olhos para saber quem era, só uma pessoa tinha as cópias das chaves de Rose.

— Você está morta? — perguntou James Sirius Potter, não parecendo estar muito preocupado com a resposta. James era um dos primos mais velhos de Rose e também seu agente.

— Ainda não — respondeu soltando um longo suspiro.

— Melhor você continuar viva, porque eu tenho uma notícia muito boa para te dar.

Aquilo fez com que Rose abrisse os olhos, curiosa. A única boa notícia que poderia receber agora era que Adam McLaggen estava tão queimado para a mídia quanto ela, não aceitaria nada menos que isso.

Mas, assim que olhou para o primo, viu que ele segurava um roteiro, e parecia mais animado que nunca.

Rose estendeu a mão na hora já querendo saber que roteiro era aquele. E quem era o doido querendo Rose em algum projeto depois de toda essa crise.

O nome na capa era “Quebrados”, contudo foi o nome do roteirista que fez com que Rose arregalasse os olhos.

— Seamus Finnigan?! — exclamou em choque.

— Ele quer que você seja a principal no próximo filme dele!

Rose não sabia o que dizer. O último filme de Seamus havia levado o Oscar de melhor roteiro original e também o melhor filme. Rose sempre amou tudo que Seamus dirigiu e escreveu, e era um sonho dela trabalhar com ele. E agora finalmente tinha a chance de realizar o seu sonho, e seria perfeito para deixar o pior momento da sua carreira para trás.

Ninguém mais iria querer falar do seu relacionamento com Adam McLaggen quando estivesse protagonizando um filme de Seamus Finnigan.

Folheou o roteiro em suas mãos, com muito cuidado e sem acreditar no que estava segurando.

— Leia hoje e me diga o que achou e se quer fazer — disse James.

Rose tinha certeza de que seria muito difícil não amar aquele roteiro.

Ela concordou rapidamente.

— Te aviso ainda hoje!

James parecia contente com a resposta. E antes de sair acrescentou:

— O outro ator principal já está confirmado.

— Quem?

— Scorpius Malfoy! — respondeu animado. — Não é incrível? Um reencontro de Rose Weasley e Scorpius Malfoy, já sei que esse filme vai fazer muito sucesso!

O sorriso de Rose morreu na mesma hora em que ouviu o nome.

Scorpius fazia o par romântico de Rose em “300 Libras”, eles eram namorados falsos na série que no fim se apaixonavam. E é claro que a série rendeu vários fãs que shippavam muito os dois atores na vida real, até escreviam fanfics sobre eles.

Quando a série acabou, Rose tinha dezesseis anos e ela e Scorpius mal conversavam. Não tinha nada contra ele, o relacionamento dos dois foi apenas profissional e fim. Mas doze anos depois e muitos ainda pediam por um reencontro. E pior, continuavam escrevendo fanfics, fazendo edições e fanarts.

Scorpius era uma pessoa reservada, e eles nunca se encontraram depois de “300 Libras”, no máximo se viam de longe em premiações. Mas atualmente ele tinha muitas fãs que também eram fãs de Adam McLaggen. E Rose não sabia se conseguiria lidar com mais comentários de ódio para ela em todo o lugar.

Encarou o roteiro, dessa vez, triste. Era o seu sonho, mas também parecia impossível trabalhar naquele filme junto com Scorpius Malfoy.

— Eu não sei... — começou. — Talvez seja melhor eu não fazer filme nenhum por enquanto. Talvez seja a hora de umas férias.

— Rose! Você só pode estar louca! É Seamus Finnigan!

— E Scorpius Malfoy! — retrucou frustrada.

— Achei que não tivesse tido nenhum problema trabalhando com o Malfoy antes — comentou.

Rose respirou fundo, sabendo que James não a entenderia.

— Não tive — disse. — Mas eu vou sofrer ainda mais ódio do que estou sofrendo agora se fizer algum projeto com ele — abaixou a voz como se estivesse com medo de estar sendo escutada: — As fãs dele são doidas.

James a encarou provavelmente pensando que a doida era ela.

— Rose, é uma oportunidade única e você sabe disso — explicou. — Acha mesmo que um diretor tão famoso como Seamus Finnigan vai te oferecer algum papel em um filme futuro se você recusar esse?

Ela sabia. Sabia que poderia estar jogando um sonho no lixo, mas aquilo poderia ser o melhor para sua saúde mental.

— Eu vou fazer uma pausa na minha carreira — decidiu.

— Você vai o quê? — indagou James.

Rose sentiu um pouco de pena dele. Quando aceitou o trabalho para ser agente da prima, provavelmente achou que por se conhecerem a vida toda o serviço seria bem mais tranquilo.

— Eu vou fazer uma pausa na minha carreira — repetiu confiante.

James abriu a boca, Rose tinha certeza que ele a xingaria de todos os xingamentos possíveis, mas, ao invés disso, fechou a boca sem dizer nada e respirou fundo.

— Não vamos falar disso agora — disse por fim. — Pelo menos leia o roteiro antes de recusar.

Ele saiu revoltado, sem esperar pela resposta dela.

Rose segurou o roteiro com as duas mãos, parte dela ainda não acreditava que ele era real.

E nem que teria que recusá-lo.

***

Rose leu o roteiro.

Ela passou a tarde toda presa nele, pensando que talvez aquele pudesse ser o melhor roteiro que já tinha lido. E doía ainda mais pensar que não poderia estar no filme.

Precisava imediatamente se distrair, e parar de pensar no roteiro perfeito, ou nos comentários dos fãs do Adam xingando-a em todas as redes sociais. Por sua sorte, sua melhor amiga, Jia Chang, mandou uma mensagem na mesma hora dizendo que precisava com urgência de uma bebida, e Rose percebeu que ela também necessitava urgentemente beber.

As duas foram para o Patronum, um bar muito frequentado por pessoas famosas e extremamente difícil de se entrar, o que o tornava perfeito para fugir de paparazzi e fãs.

Assim que se sentaram no balcão, pediram seus drinks — Cosmopolitan para Jia e Mojito para Rose —, Jia não perdeu tempo em desabafar:

— Acho que eu e Dominique vamos terminar.

Rose encarou a melhor amiga, sendo pega de surpresa pela notícia. Dominique era uma das várias primas de Rose, e também a mais próxima. Ela e Jia namoravam desde a adolescência, e Rose não conseguia imaginar as duas separadas.

Percebendo que Rose estava chocada demais para dizer algo, Jia continuou:

— A gente prometeu que as turnês da banda não iriam afetar o nosso relacionamento. Mas eu não sei se dá para aguentar mais — desabafou. — Parece que ela nunca tem tempo, nem para mandar uma mensagem.

Dominique era a vocalista de uma banda, que recentemente estava fazendo muito sucesso, Rose sempre ouvia alguma música dela quando ligava o rádio.

— Mas vocês estão juntas a tanto tempo — argumentou.

Jia suspirou.

— E esse é o problema. Não sei mais para onde esse relacionamento está indo.

Rose sentiu o celular vibrar em sua bolsa. Era uma mensagem de Dominique perguntando onde ela estava e se estava com Jia, Rose respondeu rapidamente com o nome do local.

Encarou a amiga que tomava um gole do drink. Estava debatendo em sua mente se deveria ou não contar que Dominique provavelmente estava a caminho, porém Jia quebrou o silêncio antes:

— Já falamos demais da minha vida amorosa desastrosa — anunciou, Rose conseguia ver que o álcool já estava fazendo efeito nela. — Vamos falar da sua.

Rose riu, tomando mais um pouco do seu drink antes de começar.

— O pior nem é o Adam e suas fãs insuportáveis — contou. — Recebi uma proposta para um filme.

Jia a encarou confusa.

— Isso não é uma coisa boa?

— Sim, mas tem um problema. Scorpius Malfoy vai estar no filme.

— E desde quando você tem algo contra Scorpius Malfoy?

— Não é contra ele — explicou. — É contra as fãs dele!

Jia concordou soltando uma risada leve.

— Entendo disso. Os fãs da Domi nem sempre são os mais legais.

Antes que pudesse fazer um comentário, outra voz chamou a atenção das duas.

— Jia. — Dominique parecia cansada, possivelmente o resultado de muitos shows e viagens longas.

Elas se encaram sem dizer nada por um tempo, e Rose sabia que precisa deixar a prima e a amiga conversarem a sós. Então, afastou-se para um dos cantos mais vazios do bar.

Torcia para que as duas se resolvessem, pelo menos alguém precisava ter um desfecho feliz para aquele dia desastroso.

Estava perdida em seus pensamentos, ponderando se deveria ou não ir para casa. Duvidava que Jia e Dominique fossem lembrar que ela estava ali, caso se resolvessem. Mas, antes que pudesse ir embora, sentiu alguém cutucando o seu ombro, e quando se virou deparou-se com a pessoa que menos queria ver no momento.

Adam McLaggen.

— Rose! — exclamou como se estivesse feliz em vê-la. — Não esperava te ver por aqui.

Rose revirou os olhos, cruzando os braços.

— Não estamos mais namorando, Adam — disse. — Você não precisa mais ter certeza de que eu não vou estar no Patronum para vir aqui me trair.

Por um segundo o sorriso de Adam vacilou, mas ele logo se recompôs em sua áurea despreocupada.

— Rose, eu já te disse que foi só um mal-entendido.

Ela tinha certeza que encontrar seu namorado com outra mulher no colo aos beijos em um bar era dificilmente um mal-entendido.

— Então por que disse que eu te traí? — retrucou.

Já estava arrependida de ter se afastado das amigas, era muito melhor ficar de vela do que ter que falar com Adam de novo. Ele já havia prejudicado demais a sua vida, por que não a deixava em paz?

— Você não entende — começou falando como se ela fosse uma criança que não conseguia compreender o que ele dizia. — As pessoas já estavam comentando que eu poderia ter traído você, alguém que estava no bar naquela noite comentou para um repórter. Minha carreira só está começando, e você já tem muitos fãs, todo mundo vai esquecer disso em alguns dias.

Rose não acreditava naquilo. Como ele podia ser cara de pau o bastante para admitir que só fez aquilo para que a carreira dele não fosse prejudicada, enquanto a dela poderia ir para o lixo. Não sabia o que tinha dado na cabeça de Rose para aceitar o namoro com Adam, se bem que Jia sempre dizia que ela tinha um dedo podre para romance.

Não queria mais ficar ali, naquela conversa que ela sabia que não iria para lugar nenhum. No fundo, queria xingar Adam e talvez dar um tapa na cara dele, mas aquilo não ajudaria muito na sua reputação, infelizmente.

Virou-se para ir embora o mais rápido possível, quando Adam a segurou com força pela o braço.

— Rose, a gente precisa conversar — exigiu.

— A gente terminou — respondeu grossa. — Suas fãs ficariam muito tristes em te ver com a mulher te traiu e quebrou seu coração, como você mesmo disse.

— Eu só disse aquilo, porque eu precisava — explicou. — Aquela menina do bar não significa nada para mim, só havia bebido um pouco e perdi a cabeça. Mas é você que eu amo.

Rose soltou uma risada baixa sem humor. Tentou puxar o braço mais uma vez, mas Adam a segurava com tanta força que era provável que a deixaria com uma marca roxa depois.

Rapidamente olhou em volta, e notou que, apesar daquela parte estar quase vazia, alguns olhares observavam a cena e cochichavam com quem estivesse perto.

Ótimo, pensou Rose. A última coisa que precisava era criar uma cena, e sabia que não conseguiria se soltar de Adam de outra maneira.

Respirou fundo analisando suas opções.

— Vamos conversar em outro lugar — pediu olhando para a porta dos fundos.

Felizmente, Adam deixou ser guiado por ela, mas ainda a segurava com força demais para que ela se soltasse. O segurança que ficava do lado de dentro da porta nem mesmo olhou para eles enquanto saíam.

O beco do outro lado era pouco iluminado e provavelmente sujo, Rose conseguia ver as luzes da rua agitada, onde a entrada do bar ficava, mas era escuro o suficiente para que ninguém notasse os dois ali.

— Essa é a última vez que vou dizer isso — começou Rose, irritada. — O nosso relacionamento acabou, e ele vai continuar assim. Não irei mais te procurar, e espero que você faça o mesmo. E não falamos mais um do outro em entrevistas. Acabou.

— Não podemos terminar! — protestou se aproximando dela, Rose deu um passo para trás sentindo suas costas bateram na parede. — Depois que a gente começou a namorar, as pessoas começaram a falar de mim, senti que realmente era famoso.

Rose queria rir, ou melhor, gargalhar. Ela já sabia que um homem daqueles que parecia só pensar em si mesmo, não podia realmente tê-la amado. Mas era surpreendente que Adam não via problema em admitir que só namorou com ela pela fama.

Estava prestes a dizer tudo que segurou dentro de si quando estavam no bar, porém sentiu uma sensação que experimentava desde os seus catorzes anos: de estar sendo vigiada. Sua noite só poderia piorar se algum paparazzi conseguisse tirar uma foto dela naquela situação.

Sentiu sua respiração acelerar como se não conseguisse puxar ar suficiente para respirar, seu coração batia rápido e a única coisa que queria era fugir. Tentou puxar o braço mais uma vez, sacudindo com força. Mas Adam apenas a segurou com ainda mais pressão, sem planos de a deixar fugir.

— Me larga! — gritou, precisava entrar no bar antes que sentisse o flash da câmera no seu rosto.

— Então volta comigo — chantageou.

Rose sentia que se ficasse mais um segundo ali iria começar a chorar, e ela não queria chorar na frente dele.

Entretanto, antes que isso pudesse acontecer, outra pessoa surgiu das sombras do beco, do lado aposto da rua.

Um homem vestindo uma jaqueta com capuz empurrou Adam com força, jogando-o na parede ao lado de Rose. Suspirou aliviada quando sentiu seu braço livre de novo, porém não teve tempo para raciocinar, o homem já estava falando.

— É melhor você entrar, McLaggen — A voz dele era grossa e levemente familiar, mas Rose não conseguia lembrar onde a havia escutado antes.

Não precisou pensar muito, os olhos de Adam se arregalaram quando reconheceu o rosto do homem.

— S-Scorpius Malfoy?! — gaguejou.

Rose também o encarou, chocada. Mal conseguia ver a silhueta dele por causa do capuz, e fazia anos desde a última vez que estiveram tão próximos. Aquele homem era muito mais alto, e tinha traços muito mais firmes do que o do garoto de dezesseis anos que ela conheceu.

— Eu disse para você entrar — repetiu firme, soltando a blusa de Adam que segurava, para que ele pudesse sair.

— Mas... — protestou Adam, atordoado.

— Acredito que você não vai querer comprar uma briga comigo, McLaggen.

Adam pigarreou desconfortável, ele encarou o chão enquanto ajeitava a blusa amassada. E, sem falar uma palavra, passou por Rose voltando para dentro do bar.

Não sabia como reagir. Scorpius Malfoy havia aparecido do nada, no meio das sombras, e salvou-a, como um personagem principal de um filme.

Scorpius e Rose tinham os mesmos anos de carreira, começaram trabalhando na mesma série. Mas enquanto Adam McLaggen não tinha problema em agarrá-la com força, ele tremia de medo ao ver Scorpius. E aquilo deixava Rose ainda mais furiosa.

— Rose, você está bem? — perguntou ele preocupado, Scorpius falava como se ele fosse um amigo próximo, e não alguém que ela não conversava há anos.

Concordou com a cabeça, ainda processando tudo que havia acontecido. Lembrou do olhar a observando no escuro, deixando-a ansiosa.

— Tenho que entrar — disse rápido.

Scorpius a segurou de leve pelos ombros, encarando o seu rosto com atenção.

— Você está chorando.

— O quê? — perguntou confusa, levando uma das mãos até as bochechas e sentindo pela primeira vez as lágrimas ali. Não havia notado que estava chorando, e nem sabia quando havia começado a chorar. Mas, agora parecia que as lágrimas não paravam de escorrer, não importava o quanto ela tentasse secá-las com as mãos.

Scorpius apertou de leve seu ombro para chamar a sua atenção.

— Você está aqui com algum amigo? Posso entrar para procurar, se quiser — sugeriu. — Posso te deixar em casa também, não bebi, juro. E meu carro está na garagem.

Pegar um táxi em uma rua movimentada com a maquiagem provavelmente toda borrada, não era como Rose preferia terminar a sua noite desastrosa. E não queria atrapalhar Jia e Dominique, por mais que soubesse que elas deixariam a conversa para depois se vissem o estado de Rose.

Contudo, ela mal conhecia o homem que estava na sua frente, Rose se lembrava dele como um garoto educado e reservado quando eram adolescentes, mas sabia mais do que ninguém como a fama mudava as pessoas. Porém, não era como se ela tivesse alternativas melhores. E sair pela garagem subterrânea do prédio era com certeza a melhor opção.

Rose abriu a boca para responder, quando uma forte luz do flash de uma câmera iluminou rapidamente o rosto dos dois. E ela sabia que estava completamente ferrada.


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Notas finais do capítulo

Mais referências para fics da Carter aqui!

300 libras = 300 Galões (acredito que todo mundo conheça essa, mas...): https://fanfiction.com.br/historia/209220/300_Galeoes/

Quebrados: https://fanfiction.com.br/historia/791029/Quebrados/ (Carter eu li essa fic e amei, mas estava sendo low profile não podia levantar suspeitas, vou comentar depois)

Até o próximo capítulo!!