Headle escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 7
Meu lado rebelde


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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Eles estavam em uma das salas do laboratório, revisando algumas provas do caso da dominatrix. Sara tinha uma intuição forte de que esse caso, e o sequestro de Heather estavam ligados. Havia se afastado do caso há algum tempo, ele estava parado há meses por falta de provas, e agora ela tinha certeza que encontraria algo que poderia levá-los ao paradeiro de Heather. 

— Eu sei que ele não tem nada haver com isso, e nem eu, mas ele está sabendo de vocês duas? – Greg questionou com muito jeito enquanto juntamente com Sara olhava as fotos da cena do crime.

— Quem? Ah, Gil. – Ela demorou um par de segundos para entender a pergunta. – Eu não sei. Eu não contei, mas ele e Kessy são próximos, não sei se ela chegou a falar alguma coisa.

Como se tivesse sido chamado, logo a porta se abriu e Grissom entrava na sala. Sara tomou um susto quando o viu. Fazia muito tempo que não o via.

— Hey Sar…

— Hey Gil…

— O que aconteceu? No que eu posso ajudar?

— Eu preciso achar algo que ligue o sequestro de Heather com esse caso. – Ela apontou para os papéis e fotos na mesa. – Eu tenho certeza que estão ligados. 

— Certo.

— Sara… – Nick entrou na sala, e se surpreendeu ao ver seu ex supervisor ali, o cumprimentou rapidamente, mas em seguida se voltou para Sara. – Eu preciso falar com você, sobre seu depoimento, a linha do tempo não fecha. Quer conversar em particular? 

— Não. Isso vai para a ficha de qualquer jeito. Qual a diferença de falar aqui ou numa sala de interrogatório?

— Bom, você disse que não conseguiu seguir o suspeito quando ele pegou a Heather, mas alegou que estava bem próxima dela na hora que ocorreu.

Grissom olhava Sara sem entender o que estava acontecendo. E agora tanto Greg, quanto ela, tinham sua resposta. Heather nunca havia falado nada para ele. Isso deixou ela nervosa, mas isso chegaria aos ouvidos dele de um jeito ou de outro, então preferia que fosse pela boca dela, e de uma forma que não parecesse ter tanta importância. Não que o relacionamento não tivesse tanta importância, mas o fato de ela contar a ele.

— Nick, eu tenho sono pesado. Estava dormindo, e senti uma movimentação estranha na cama. Quando abri os olhos, ela estava lutando com o suspeito, mas ele usou algo para fazer ela ficar desacordada. Ele me olhou, mas vamos dizer que eu estava impossibilitada de atacar ou me defender. Então pegou ela sobre os ombros e se afastou.

— E você não fez nada?

— Eu estava impossibilitada. – Ela levantou a camisa de manga comprida e mostrou os pulsos avermelhados, queimados e marcados pela corda. – Me machuquei tentando me soltar e acabei demorando demais. Quando consegui ele já estava colocando a Kessy no carro, e arrancou em seguida.

— Sara, o que você estava fazendo dormindo amarrada na cama de Heather?

Grissom era realmente lento. E demorou muito para entender o que estava acontecendo. E mesmo após entender, aquilo parecia tão surreal que não podia ser verdade. 

— Gil, a Kessy e eu estamos juntas há algum tempo. Achei que ela já havia te contado, já que para ela você sempre esteve disponível para conversar. – Ela falou com um tom de que era algo sem tanta importância, mas por dentro tremia.

— Faz algum tempo que ela tem evitado as minhas ligações. – Ele tentou afastar alguns pensamentos que vieram a sua mente.

— Você mexeu na cena do crime Sara? – Nick cortou o assunto, sabia que mesmo sem demonstrar, era desconfortável para Sara.

— Apenas nas minhas roupas. Me vesti antes de chamar a polícia. Na realidade, enquanto decidia o que fazer, se chamava vocês, ou não.

— Sara, você sabe que sempre pode confiar na gente. Sempre. – Greg sorriu para ela.

— Eu sei. – Ela sorriu de volta.

— Acho que sei o que aconteceu. – Grissom que interrompeu dessa vez.

Todos se voltaram para Grissom, e Sara ficou aliviada de finalmente pararem de falar de sua vida íntima e focar no que realmente importava: Encontrar Heather.

— Quando mataram a dominatrix tentaram culpar Heather, certo? Mas o serviço foi mal feito, as provas foram plantadas de modo incompetente e o que ele não esperava é que ela tivesse um álibi para a hora da morte. Então tudo saiu errado.  Desde o início o foco era Heather e não a dominatrix, esse caso estava sendo visto do ângulo errado. Vocês sempre procuraram alguém que queria o mal da jovem, e as provas os fizeram supor que a Heather havia sido apenas uma forma de tentar escapar impune do crime. Mas era o contrário, o foco sempre foi prejudicar Heather, e a dominatrix apenas foi utilizada para esse objetivo.

— Ok. – Sara tentou começar a analisar isso da perspectiva do Grissom. – Então, ele queria Heather na cadeia, presa. Mas como ele não conseguiu, ele resolveu sequestrar ela? Por que ele não feriu a mim?

— Acho que, se ele conhece a Heather, deve ter a mesma perspectiva de todos que a conhecem superficialmente. Que ela não tem a capacidade de gostar de outra pessoa, então emocionalmente para ela, na opinião dele, você não teria importância o suficiente para valer a pena matá-la.

— Eu acho diferente. – Nick discordou do antigo chefe, logo que pegou uma foto na mão. Colocou a foto sobre a bancada, na frente de todos. Era um lenço, bem parecido com o que Sara havia visto o suspeito usar para fazer Heather desmaiar. – Isso foi encontrado do lado da cama que Sara dormia. Acho que ele colocou em Sara para garantir que não acordasse, e ia matá-la. Com Heather dormindo ao seu lado e você estando presa, sem poder se defender, ela seria a primeira suspeita de te assassinar. E acho que foi por isso que você demorou tanto a acordar.

— Claro. – Greg entendeu na hora o raciocínio de Nick. – Heather acordou quando ele tentou te atacar, e te defendeu. Fazendo com que eles brigassem, e por conta do químico, você não acordou até certo momento.

— O momento em que ele usou nela e a fez desmaiar. – Sara concluiu sentindo uma forte pontada no peito. Heather havia salvado a sua vida.

— Ele deve ter se assustado por você ter se acordado mais rápido do que ele imaginava. Por isso, ele pegou Heather e foi embora antes que ela acordasse.

— Certo. – Sara disse por fim. – Tudo isso faz sentido. Mas, quem está fazendo isso? E onde está a Kessy?

Sara estava na sala de convivência pegando um café, quando Grissom chegou. Sara se virou para ele, e não sabia exatamente o que falar, na realidade não tinha vontade de falar nada com ninguém. Já havia passado vinte e quatro horas sem notícias de Heather.

— Como você está?

— Tentando ser forte, mas parece que quanto mais tempo passa, mais difícil de descobrir onde a Kessy está. 

— Julie e Nick estão conversando com alguns suspeitos, logo vão descobrir de algo.

— Eles não deixaram eu confrontar os suspeitos. – Sara falou um pouco irritada. – Conflito de interesses. – Rolou os olhos. 

— Sara, todos estão trabalhando duro. Ela é minha amiga, eu também estou preocupado. Talvez você devesse ir para casa descansar.

— Eu quase não passo mais tempo na nossa casa. – Ela falou sincera. Desde que começou a se relacionar com Heather, não precisava mais se apegar às lembranças do casamento com Grissom. Inclusive já não se sentia confortável na antiga casa. – E ir para casa de Kessy, sem ela estar lá, eu não sei se consigo. 

— Achei que ela odiasse ser chamada de Kessy. – Grissom sorriu para Sara. Tentou tirar um pouco da morena dessa angústia, desviando levemente o assunto.

— E odeia, é meu lado rebelde. – Ela riu com a lembrança. – A única que podia chamar ela assim era a neta…

Sara paralisou. Aquilo pareceu tão óbvio.

— Grissom, eu sei quem pegou ela. Reúna todo mundo na sala cinco. Estou indo para lá.

Todos estavam reunidos na sala de provas de número cinco. D.B, Nick, Greg, Morgan, Finlay, Grissom e, por fim, Sara. 

— Há aproximadamente um ano atrás, a neta de Heather morreu vítima de um atropelamento enquanto saia da escola. Kessy ficou extremamente irritada que ninguém foi punido. Mas, alguns meses depois, o motorista que atropelou ela morreu, e a família dele tinha certeza que Heather havia matado ele.

— Eu me recordo dessa história. – Grissom interrompeu. – Heather chegou a ser chamada para depor, mas o caso não foi pra frente por falta de provas. Heather me disse que não matou aquele homem.

— Ela me disse o mesmo. – Sara completou. – Mas não impediu do filho mais velho acusar ela várias vezes, além de ameaçar. Kessy nunca havia dado importância a essas ameaças, mas tenho quase certeza que ele pode estar envolvido.

— Vou atrás da ficha desse homem, ver as casas que ele tem, e que pode estar mantendo a Kessler em cativeiro. – Morgan se adiantou.

— Eu te ajudo. – Greg disse em seguida. – Também vou verificar se ele tem o carro do modelo e cor que utilizaram para sequestrar a Kessler.

— Eu vou dar um jeito de encontrar ele, e trazer para depor. – Julie também assumiu sua tarefa.

— Eu vou seguir investigando os demais suspeitos. Até termos certeza que a Sara está certa, acredito que não podemos relaxar e ir pelo menos descartando outras possibilidades. – Nick também se levantou.

Todos seguiram com suas tarefas. Sara novamente se sentia impotente. Estava oficialmente fora do caso, havia conflito de interesses, e não podia ajudar mais. Como queria estar com ela novamente, não suportaria a ideia de perdê-la. Essa angústia era torturante.


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