Headle escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 2
Submissa Perfeita


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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Heather estava sentada sobre o sofá, e Sara se encontrava em seu colo, com as pernas da ruiva entre as suas. As mãos de Heather seguravam a cintura da morena com firmeza, enquanto as mãos de Sara estavam no rosto dela. Elas se beijavam ferozmente. O colete do CSI de Sara estava no chão da sala, e duas taças de vinho estavam sobre a mesa de centro, juntamente com duas garrafas, uma vazia e a outra ainda restava um terço da garrafa. 

Sara não se lembrava exatamente o que havia acontecido, porém entre um beijo e outro, enquanto retomava o fôlego, alguns flashes vinham a sua mente.

...

Sara estava na masmorra, ainda buscando algum item, que não se recordava direito agora, mas tinha certeza que era importante para o caso que estava trabalhando. Heather do lado de fora da porta observando e falando, e ela tentando ignorá-la..

— Ei, eu só estou dizendo que… Apesar de tudo, e apesar do amor que eu sei que você sente por ele, ele não merece que você entregue a ele.

Sara respirou então profundamente, e virou-se para Heather, quase explodindo. Manter sua cabeça no lugar era uma guerra.

— O meu amor? – Por fim, ela respondeu.

— Não, o seu poder. 

— Heather, eu não sei o que falou com Grissom, ou o que ele pediu para você falar comigo, mas eu definitivamente, não preciso de uma psicóloga.

— Ele não me pediu nada. – Ela falou simples. – Mesmo que não acredite, minha preocupação com você é genuína.

Enquanto Heather entregava a Sara uma taça de vinho em sua mão, elas conversavam, ainda sobre Grissom. A ruiva ainda estava em seu normal, mas Sara já se sentia um pouco alta pelo álcool. Não estava bêbada, mas estava mais solta. O suficiente para falar com Heather coisas que geralmente não falaria. Aliás, em seu estado cem por cento normal, ela nem chegaria a trocar uma palavra com Heather, aquém do que fosse necessário.

— Grissom pode ser uma porta. 

— Você fala isso, porque não era a psicóloga dele. – Heather riu.

— Achei que não podia falar dos seus pacientes, conselho de ética, algo assim.

— Não vou falar nada que o comprometa. Tudo que te digo, são coisas que você já sabia. Confesso que achei, até antes de vocês voltarem, que daria certo. Até torcia por isso.

— Você torcia? – Sara perguntou incrédula. Ainda que estivesse mais solta, sabia que Heather não ia com a sua cara, na realidade, essa foi a impressão que sempre teve.

— Baby, você sempre amou Grissom, e abriu mão do seu amor próprio por ele uma dúzia de vezes. – Falou com sinceridade. – Ele poucas vezes teve que abrir mão de alguma coisa por você. Quando ficaram juntos, achei que você estaria feliz.

— Desde quando você se preocupa com a minha felicidade?

— Desde muito tempo Sara.

Alguns flashes aleatórios ainda percorriam a mente de Sara, mas eram bem mais breves. Como Heather buscando a segunda garrafa de vinho, e o momento em que Sara havia tomado a iniciativa de beijá-la. 

Ela havia tomado a iniciativa? 

Agora que recobrava, ainda que em partes, as memórias dos momentos anteriores, também criava consciência de seus atos e se dava conta do que estava fazendo. Ofegante, com seu corpo suado, assim como o da ruiva, percebeu que já não estava sem camisa, apenas de sutiã na parte de cima. Ela parou o beijo e afastou seu corpo do de Heather.

— Não… Não… – Murmurou ainda sem atinar a se levantar.

— O que foi Sara? –  Heather se assustou com a parada brusca de Sara, ainda que já imaginasse o que estava acontecendo.

— Isso está errado, está tudo errado.

Sara se levantou rapidamente do colo de Heather, buscando sua blusa e seu colete. Tinha que vesti-los logo e sair dali. Estava um pouco zonza, mas aquilo não era somente das taças de vinho, era também de toda aquela informação percorrendo a sua cabeça, deixando-a assustada.

— Baby, está tudo bem… 

— Não, não está tudo bem. – Ela tentava conter o tom da sua voz. – Eu, eu preciso ir.

— Tudo bem. Chame um táxi, não tem condições de dirigir.

Sara sabia que Heather estava certa. Pegou sua maleta, o resto de suas coisas e chamou um transporte por aplicativo. Os três minutos que teve de esperar o carro chegar, foram os mais longos da sua vida. Não tinha nada para falar para Heather, não sabia o que dizer, mal conseguia olhar em seus olhos. A ruiva, no entanto, estava ciente disso, e respeitou o momento de Sara, dando espaço e sem dizer uma palavra sequer. Ela sabia que a morena precisava absorver o que tinha acontecido.

Enquanto Sara estava descompensada, sem saber exatamente o que fazer ou como agir. Heather tinha certeza que havia encontrado sua submissa perfeita. 

Não era de costume Sara utilizar suas folgas, na realidade desde o divórcio, ela fazia horas extras até elas estourarem. No entanto, além de não ter voltado ao trabalho naquela noite, ela ainda tirou dois dias de folga, voltando somente na noite de terça-feira ao laboratório. 

— Está tudo bem Sarinha? – Greg foi o primeiro a vê-la chegar. – Ficamos preocupados com você. 

— Eu só não estava me sentindo bem. – Ela sorriu para Greg. – Eu estava com muitas dores de cabeça, acabei tendo que ir ao médico… — Mentiu. — Mas está tudo bem agora. 

— Ei Sara. — Era Nick chegando, e junto dele também vinha Finlay, D.B. e Morgan. — Você está bem? Sentimos sua falta.

— Eu estou bem mesmo pessoal. Foi apenas um mal estar, o médico pediu uns dias de repouso, mas agora estou melhor.

— Eu não recebi seu atestado. – D.B. disse astucioso. 

— Muitas folgas acumuladas. – Ela deu os ombros. – Preferi usar algumas. Se não, não contaria como folga e você me obrigaria a ir pra casa descansar. – Até ela se impressionava de como era uma bela mentirosa. 

A realidade é que em muito tempo, ela precisou tirar um tempo para si. Tudo que havia acontecido rondava em sua cabeça, e ela não sabia exatamente como processar aquilo, precisava de uns dias. Mesmo após alguns dias de descanso, ela ainda se encontrava confusa, mas agora, ao menos, se sentia pronta para voltar ao trabalho. 

— D.B. chegou a receber o que enviei ao laboratório? Não consegui trazer pessoalmente. 

— Recebemos sim Sara, obrigada. Mas ainda não conseguimos solucionar o caso.

Sara ficou pálida de repente, tentou não transparecer, mas levou um susto quando viu Heather chegando ao laboratório. Ficou sem respirar por uns dois segundos, mas logo voltou a normalidade. 

— O que ela está fazendo aqui? – Ela se direcionou ao supervisor.

— Ainda estamos enrolados no caso, como te falei. Chamei ela para um depoimento. Quer ir junto?

— Não. – Ela respondeu rápido. – Eu estou desatualizada sobre o andamento do caso, acredito que não deva falar com ninguém até ficar a par das provas que temos, e de como as coisas estão indo. 

Sara não estava pronta para ficar frente a frente com ela nesse momento. Somente ao vê-la, seu pulso acelerou, e ela não sabia exatamente o que aquela ansiedade significava. Ainda sim, mesmo tentando evitar sua presença, o encontro foi inevitável. Após terminar o depoimento, ela estava de saída quando Sara, distraída com os papéis quase topou nela, e ficaram frente a frente. 

Os olhos castanhos se fixaram nos verdes de Heather. E não teve coragem de falar nada. Então a ruiva teve que cortar o silêncio. 

— Te liguei várias vezes nos últimos dias.

— É eu sei. 

E como sabia. Após ir para casa naquele dia, Heather ligou uma porção de vezes para Sara, que não atendeu nenhuma sequer, pois se sentia da mesma forma que naquele momento. Não sabia o que falar ou como agir.

— E você não atendeu.

Por mais que Heather fosse pacienciosa, ela também era uma dominadora. Não apenas na profissão, mas na personalidade. Ser rechaçada, ignorada ou subjugada, a deixava furiosa. Ela entendia pelo que Sara estava passando, no entanto, ela não podia se conter, e já imaginava mil maneiras de castigá-la quando tivesse a oportunidade. 

— Heather, eu não quero falar sobre isso, sobre o que aconteceu.

— Você precisa falar, e vai ser aqui e agora, no meio de toda essa gente, ou vai ser na minha casa hoje, após seu expediente. – Ela tinha um tom baixo, porém autoritário. 

Sara olhou para os lados, Morgan e Julie as olhavam de longe. Ela se sentiu em uma encruzilhada, em que seria obrigada a aceitar a oferta de Heather, para não ser exposta no local de trabalho.

— Depois do expediente eu vou para casa, tomo um banho e depois vou até você para que possamos conversar. Pode ser?

— Pode.

Ainda não estava muito satisfeita, Sara colocava muitos termos, e quem deveria colocar era ela. No entanto, ela sabia que teria tempo, e com paciência poderia moldar Sara para ser a submissa que ela desejava que fosse.


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